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É expressiva a literatura sobre a história da psicologia, em geral, circunscrita ao seu caráter técnico e científico. Neste ensaio, temos como objetivo sair dos limites da história da psicologia para situar o lugar da psicologia na história. Ao sair destes limites, constatamos que, há séculos, conteúdos psicológicos foram objeto de reflexões que marcaram época, sem o caráter de profissionalismo. Isto quer dizer que a psicologia não é uma profissão por natureza, mas se fez profissão e ciência na sociabilidade burguesa. Como profissão, a psicologia busca a certeza, a precisão orientada pelos padrões da sociedade que a constituiu. Assim, o profissional psicólogo insiste no tecnicismo, no corretivo, orientado por sua concepção de homem e de sociedade que não leva em conta a complexidade da trama de relações sociais que envolvem o indivíduo e marca indelevelmente sua singularidade. Enquanto profissão, a psicologia é apenas uma parte do lugar que ocupa no transcorrer da história. Lembramos que “os segredos da alma” nem sempre se revelam pela precisão do saber científico, pelo profissionalismo, como atesta o saber psicológico de filósofos, escritores, poetas de distantes ou mesmo de épocas próximas.
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O objeto dessa exposição é o papel social das mulheres propagado pelo ideário da eugenia no Brasil. Concentramos nossa análise no período de intensa publicação e propagação sobre eugenia, a década de 1920. Nosso objetivo é aflorar discussão sobre como, por meio da história à luz do materialismo histórico, as ideias não se distanciam da realidade concreta em que são produzidas. No caminho percorrido, destacamos nuances que indicam um ideário em prol da resolução de problemáticas no contexto histórico e social do qual é parte, sem deixar de ser um recurso ideológico de reprodução social do capital. Concluímos que o papel das mulheres defendido pela eugenia foi, simplificadamente, um traço geral da sociedade de classes. Presente em nossos dias atuais nas ideias reacionárias, mulheres como pilares da família e salvaguardas do futuro nacional, são tragédias reproduzidas no percurso histórico
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O artigo parte do problema apontado por Michel Foucault na primeira aula do curso A Hermenêutica do sujeito, datada de 6/01/1982, a saber: o que se passa com o ser do sujeito em sua relação com a verdade? Para desenvolver tal indagação, o filósofo analisa, entre outros aspectos, saberes e práticas característicos da espiritualidade no período de ouro do cuidado de si (séculos I e II). Além de acompanhá-lo em parte desse percurso, pretendemos, com nosso texto, pôr em cena as inflexões que ele implica tanto para o campo da psicologia como para o da formação de professores. Em ambos, é comum que emerjam polêmicas quanto às teorias a adotar como base para uma intervenção mais eficaz ou, preferencialmente, mais crítica. A diferenciação clássica entre ciências naturais e ciências humanas jamais se ausenta desse debate. O presente artigo adota caminho distinto, pois buscamos um modo de arrancar de nossas entranhas o momento cartesiano, arriscando-nos a adotar posturas antipsicologistas e eventualmente antiepistemológicas. Melhor dizendo, indagamos: como, na psicologia e na educação, a constituição de si por si mesmo pode se transformar em uma ética metodológica (ou metodologia ética) de trabalho?
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A coletânea nasce a partir da experiência acadêmica de professores(as) da pós-graduação em Família e Sociedade Contemporânea da Universidade Católica do Salvador (UCSal). A proposta dos(as) autores(as) é pensar o ser humano enquanto ser de relação a partir de suas múltiplas subjetividades. Diferentes concepções de alteridade sintetizam experiências acadêmicas e/ou existenciais, vivências construídas no interior das diversas realidades socioculturais, em especial as relacionadas à família. Nos horizontes de alteridade, vislumbramos diferentes rostos e sujeitos, diferentes reconhecimentos que se entrelaçam de variadas formas, como veremos ao longo dos capítulos que compõem este livro.
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To clarify the historical origins of theoretical and methodological problems faced by Argentinian psychology today, this article describes the philosophical and epistemological ideas held by psychoanalytically oriented professors and transmitted to undergraduate students during the institutionalization and professionalization of psychology at Argentinian universities between 1962 and 1983. Drawing from primary sources such as official publications and undergraduate syllabi, we analyze the systematic and normative perspective of those psychoanalysts on issues such as the nature of science, the scientific method, and the legitimate ways to do research. We argue that the philosophical approach they defended within psychology programs was markedly relativistic, solipsistic, and often recursive, leading them to conceive of psychoanalysis both as a meta‐theory and a self‐sufficient science. The fact that this “theory‐laden” philosophy of science was gradually adopted by psychology graduates (or undergraduates) throughout their education could thus help explain several epistemological beliefs currently held by a majority of Argentinian psychologists.
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