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Este artigo busca problematizar os modos como se engendram narrativas e escritas a partir das experiências pela cidade. Um jovem pesquisador, forasteiro na cidade que lhe é familiar, toma suas experiências como espaço de problematização do presente, analisando os processos de transformação urbana e seus efeitos sobre os modos de subjetivação. Afirmamos que outra forma de conceber e narrar a cidade é possível, na medida em que nos dispomos a outras formas de experienciá-la. Experiência e Narração são pensadas a partir das concepções de Walter Benjamin. Dessas experiências, narrativas foram forjadas, a partir de cenas do dia a dia que escapam das tentativas de normatização, com o intuito de provocar interferências e paradoxos no presente da urbe, mantendo-a viva e inacabada. Aposta-se numa escrita que se faz a partir das fissuras que irrompem naquilo que se quer contínuo na história, preservando a irredutibilidade do passado e a imprevisibilidade do presente.
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Este estudo trata de uma discussão no campo da história da psicologia no Brasil sobre a questão da originalidade e da autoria de algumas obras publicadas em território nacional. A partir de uma crítica a uma concepção de que os psicólogos brasileiros historicamente importam modelos estrangeiros, busca-se trabalhar alguns elementos autorais e aspectos nacionais presentes no interior de algumas obras publicadas no início do século XX. As obras aqui analisadas constituem-se de alguns manuais, os Testes ABC de Lourenço Filho e outras publicações fora do escopo médico e pedagógico. Com isto, propomos uma reflexão sobre a historiografia e como ela reproduz uma hierarquia na produção de conhecimento. Finalizamos a discussão com uma leitura a partir da expressão "Ciência Desembarcada" de Henrique Cukierman e algumas noções propostas por Vilém Flusser em sua Fenomenologia do Brasileiro, apontando para a possibilidade de se narrar uma história que não se reduza a aplicações de modelos estrangeiros, mas que de fato possui contornos brasileiros.
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O verbo dissociar remete à cisão ou desagregação, termos esses que no campo da saúde mental estão associados à doença e à patologia, dificilmente à saúde. O objetivo desse trabalho foi mostrar como a concepção de dissociação foi construída socialmente a partir de mecanismos da mente (a associação e a desagregação de seus elementos) que se mantiveram como denominadores comuns ao longo da história da saúde mental por meio de práticas como o xamanismo, exorcismo, magnetismo animal e a hipnose. Finalmente, ao final do século XIX e início do século XX, a medicina e a nascente psicologia valeram-se da dissociação para estudarem fenômenos como as múltiplas personalidades, a histeria e mesmo a experiência religiosa, de maneira tal que diversos investigadores pioneiros como William James, Pierre Janet, Alfred Binet, Frederic Myers, Morton Prince e outros, integraram muitos (ou todos) desses princípios em suas próprias propostas teóricas e influenciaram toda a psicologia, ao conceituarem que a mente se dividia em consciente ou inconsciente, bem como apresentava múltiplos níveis e compartimentos que podiam ser tanto cindidos e desagregados como unidos e conectados. O método utilizado na investigação foi a revisão bibliográfica e a análise foi realizada a partir da ótica crítica da psicologia social. Essa tradição de pensamento psicológico cuja base é dissociativa (enquanto processo) e hipnótica (enquanto instrumento) foi obnubilada ao longo do século XX com o surgimento de novas propostas, como o behaviorismo e a psicanálise, e, também, com a patologização à qual o fenômeno dissociativo foi exposto ao longo do século XX. O presente trabalho concluiu que o estudo da dissociação é relevante para a psicologia tanto em seus aspectos históricos como atuais, por se tratar de um fenômeno psicológico presente em diversas teorias, normal em si, mas que pode adquirir conotação saudável ou patológica dependendo do contexto a partir do qual é avaliado. Por fim, concluiu também que a hipnose pode ser um valioso instrumento clínico que merece ser reintegrado à psicologia.
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O texto narra a história da Psicologia Clínica no Rio de Janeiro, enfatizando sua característica singular e local. O objetivo do texto é servir como dispositivo para formas diversas de se fazer e de pensar o que pode ser a Psicologia Clínica e o papel do psicólogo clínico, levando em conta suas implicações e seus efeitos para os sujeitos e a sociedade. Discorre-se, inicialmente, sobre a constituição do campo da Psicologia Clínica em instituições do Rio de Janeiro nas décadas de 1940 a 1960. Em seguida, apontam-se os efeitos da regulamentação da profissão e dos cursos nesse campo. Apresentam-se, finalmente, novas versões de clínica que surgiram a partir dos anos de 1980, como a Gestalt-terapia, a cognitivo-comportamental, a Psicanálise quase sempre hegemônica, bem como o trabalho dos psicólogos no SUS.
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Organizado e traduzido direto do alemão pelo Professor Saulo de Freitas Araujo, o primeiro volume é dedicado a Wihelm Wundt, trazendo dois textos centrais para a compreensão de seu projeto de uma ciência psicológica. Ao trazer esses textos pela primeira vez para o português, o volume agrega à coleção um grande valor para o ensino e a pesquisa em psicologia. Principais vantagens: Contextualização dos argumentos e ideias visando à ampliação do conhecimento psicológico e à integração do passado ao presente; Apoio à reflexão sobre os fundamentos da psicologia e à construção crítica do conhecimento psicológico.
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A proposta desta dissertação é de apresentar as principais discussões sobre o status do campo de conhecimento psicológico a partir da visão e das contribuições do filósofo da ciência e psicólogo norte-americano Sigmund Koch (1917-1996). Para isso, foram analisados os principais conceitos e argumentos apresentados por Koch em sua discussão sobre a produção de conhecimento da psicologia no século XX. Durante a realização desse estudo utilizou-se como fonte de análise todas as publicações de Koch relativas a essa temática. Além disso, com intuito de contextualização do tema e da perspectiva do autor, foram consultadas fontes secundárias, artigos publicados por autores que discutem o mesmo tema no contexto de Koch e outros que fazem referência a seu trabalho. Diante disso, as discussões que permeiam o trabalho tratam dos argumentos apresentados por Koch para justificar sua avaliação do campo de conhecimento psicológico e de sua proposta de chamar a psicologia de estudos psicológicos, o que para ele, é uma forma de definição mais honesta e coerente do campo.
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Tema de interesse durante os séculos XVIII e XIX, assim como início do século XX, os chamados fenômenos psíquicos reuniram os esforços de boa parte da elite intelectual da época, principalmente no que diz respeito aos estudos da consciência. Figura importante que integrou esses debates foi William James, um dos fundadores da psicologia norte americana. Em um primeiro momento, ele recorre a Janet e à Escola Francesa tomando por base a ideia do automatismo psíquico e da dissociação da consciência. Seu interesse pelos fenômenos relativos ao self dos indivíduos levou-o, entretanto, aos estados alterados de consciência, nos quais a pessoa seria capaz de ultrapassar o poder de síntese da consciência que lhes é constitucional. Desse modo, James passa a recorrer a Myers e à sua teoria do self subliminar, que aponta para a possibilidade de um espectro psíquico transcendente. Abrir-se-iam, assim, possibilidades para o estudo dos fenômenos psíquicos, bem como das experiências religiosas e místicas, principalmente da mediunidade que, a partir da ideia do self subliminar, fugiria ao domínio do patológico. Tendo em vista o que foi apontado, o presente estudo busca compreender o self e suas alterações em James, através de uma análise conceitual, levando em consideração as publicações psicológicas do autor sobre o assunto.
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O manicômio, com sua função de exclusão, aniquilação de subjetividades e de vidas, foi considerado o lugar de destino e disciplina de todos os tipos de indesejados que não se ajustavam às normas. No Brasil, todavia, a intensa luta política por parte dos militantes do Movimento de Luta Antimanicomial, os avanços do progresso técnico, com a implementação de serviços substitutivos e novas forma de controle, tornou sua existência, enquanto estrutura material, obsoleta. Mas isso não significou a superação dos desejos de manicômio, expressadas nas “novas cronicidades” dos serviços de saúde mental do país. Além disso, percebe-se atualmente a persistência de um abandono de atenção e investimentos, em todos os níveis. O foco no objeto, na busca pelo órgão doente, e, portanto, a suspensão de todo elemento subjetivo presente na experiência do “estar fora de si”; o relacionamento diferenciado entre quem é imputável e pode gerir os problemas da vida e quem está submetido a um Outro que decide sobre sua vida; a validade dos conceitos de saúde e normalidade, balizados por critérios relacionados à lucratividade e à manutenção da cultura da exclusão e da marginalização, têm sido elementos persistentes no território da Saúde Mental. É preciso, então, (Re)pensar a Saúde Mental e os processos de desinstitucionalização. O livro que o leitor tem em mãos é nossa contribuição nesse sentido, uma vez que oferece análises preciosas sobre as histórias, as formas de intervenção e os desafios ético-políticos que todos necessitam conhecer para um atuação crítica e transformadora no campo da Saúde Mental.
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O objetivo desta pesquisa é investigar a formação que Helena Antipoff e seus colaboradores propiciavam às professoras nos cursos de aperfeiçoamento em Educação Emendativa no Instituto Superior de Educação Rural na década de 1960, com foco no 2º Curso Intensivo de Educação Emendativa, realizado entre os dias 10 de janeiro e 10 de fevereiro de 1962. A revisão da literatura evidenciou que a formação de professores para a educação especial/inclusiva não foi suficientemente estudada e que estamos longe de resolver esta questão. A expressão Educação Emendativa foi amplamente utilizada nas primeiras décadas dos anos de 1900, no Brasil, para designar a educação das pessoas com deficiência. Helena Antipoff e seus colaboradores, por sua vez, utilizavam o termo excepcional para designar todos aqueles que se desviavam da norma para cima ou para baixo. Utilizamos fontes documentais arquivadas no Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, localizado na Fundação Helena Antipoff, em Ibirité, Minas Gerais. Também analisamos as Revistas do Ensino, Boletins da Fazenda do Rosário, Boletins da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, os Boletins do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, bem como a Coletânea das obras de Helena Antipoff. Antipoff chegou ao Brasil em 1929 para lecionar Psicologia, na Escola de Aperfeiçoamento de Mina Gerais. Em 1939, fundou a Fazenda do Rosário, com o objetivo de educar crianças excepcionais, assim como oferecer, entre outros, cursos de Educação Emendativa destinados à formação de professores especializados. A metodologia histórica descritiva foi utilizada para análise das cadernetas, trabalhos e relatórios dos alunos, bem como os documentos didáticos produzidos pelas professoras do Curso. Os resultados encontrados evidenciam que os cursos oferecidos atraíam alunos de todo o Brasil, contando com professores renomados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Os resultados demonstraram, ainda, que o curso era constituído de 26 disciplinas, com um total de 215 aulas de 50 minutos. Antipoff e seus colaboradores inspirando-se nos princípios da escola ativa de Genebra enfatizavam que, quanto mais os professores compreendessem a criança, maiores seriam as chances de triunfar nos seus objetivos de educar. As disciplinas oferecidas enfatizavam a importância de os professores observarem sistematicamente os seus alunos como o caminho seguro para conhecer suas necessidades e interesses, e, desta forma, construir instrumentos pedagógicos adequados para cada um. As disciplinas estabeleciam uma relação estreita entre a teoria e prática e, assim, as futuras professoras tinham a oportunidade de aprender fazendo as técnicas que iriam utilizar com seus futuros alunos. Concluímos que a ênfase nos princípios da Escola Ativa propostos por Claparède utilizados aproximam Helena Antipoff e seus colaboradores dos objetivos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva hoje, já que esperamos que os professores hoje sejam capazes de atender às necessidades educativas especiais de seus alunos.
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O objetivo desta pesquisa é investigar a formação que Helena Antipoff e seus colaboradores propiciavam às professoras nos cursos de aperfeiçoamento em Educação Emendativa no Instituto Superior de Educação Rural na década de 1960, com foco no 2º Curso Intensivo de Educação Emendativa, realizado entre os dias 10 de janeiro e 10 de fevereiro de 1962. A revisão da literatura evidenciou que a formação de professores para a educação especial/inclusiva não foi suficientemente estudada e que estamos longe de resolver esta questão. A expressão Educação Emendativa foi amplamente utilizada nas primeiras décadas dos anos de 1900, no Brasil, para designar a educação das pessoas com deficiência. Helena Antipoff e seus colaboradores, por sua vez, utilizavam o termo excepcional para designar todos aqueles que se desviavam da norma para cima ou para baixo. Utilizamos fontes documentais arquivadas no Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, localizado na Fundação Helena Antipoff, em Ibirité, Minas Gerais. Também analisamos as Revistas do Ensino, Boletins da Fazenda do Rosário, Boletins da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, os Boletins do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, bem como a Coletânea das obras de Helena Antipoff. Antipoff chegou ao Brasil em 1929 para lecionar Psicologia, na Escola de Aperfeiçoamento de Mina Gerais. Em 1939, fundou a Fazenda do Rosário, com o objetivo de educar crianças excepcionais, assim como oferecer, entre outros, cursos de Educação Emendativa destinados à formação de professores especializados. A metodologia histórica descritiva foi utilizada para análise das cadernetas, trabalhos e relatórios dos alunos, bem como os documentos didáticos produzidos pelas professoras do Curso. Os resultados encontrados evidenciam que os cursos oferecidos atraíam alunos de todo o Brasil, contando com professores renomados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Os resultados demonstraram, ainda, que o curso era constituído de 26 disciplinas, com um total de 215 aulas de 50 minutos. Antipoff e seus colaboradores inspirando-se nos princípios da escola ativa de Genebra enfatizavam que, quanto mais os professores compreendessem a criança, maiores seriam as chances de triunfar nos seus objetivos de educar. As disciplinas oferecidas enfatizavam a importância de os professores observarem sistematicamente os seus alunos como o caminho seguro para conhecer suas necessidades e interesses, e, desta forma, construir instrumentos pedagógicos adequados para cada um. As disciplinas estabeleciam uma relação estreita entre a teoria e prática e, assim, as futuras professoras tinham a oportunidade de aprender fazendo as técnicas que iriam utilizar com seus futuros alunos. Concluímos que a ênfase nos princípios da Escola Ativa propostos por Claparède utilizados aproximam Helena Antipoff e seus colaboradores dos objetivos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva hoje, já que esperamos que os professores hoje sejam capazes de atender às necessidades educativas especiais de seus alunos.
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O trabalho aborda o processo de circulação e transmissão de saberes acerca da erva mate, iniciado pela correspondência epistolar entre Federico Borromeu, Cardeal da cidade de Milão, o missionário jesuíta Diego de Torres Bollo e outros informantes da Companhia, e o médico milanês Iacopo Antonio Clerici. Focam-se diferentes modalidades de apropriação das informações recebidas da America Latina, em conformidade ao universo cultural e religioso dos receptores.
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Objective: The mind-brain problem (MBP) has marked implications for psychiatry, but has been poorly discussed in the psychiatric literature. This paper evaluates the presentation of the MBP in the three leading general psychiatry journals during the last 20 years. Methods: Systematic review of articles on the MBP published in the three general psychiatry journals with the highest impact factor from 1995 to 2015. The content of these articles was analyzed and discussed in the light of contemporary debates on the MBP. Results: Twenty-three papers, usually written by prestigious authors, explicitly discussed the MBP and received many citations (mean = 130). The two main categories were critiques of dualism and defenses of physicalism (mind as a brain product). These papers revealed several misrepresentations of theoretical positions and lacked relevant contemporary literature. Without further discussion or evidence, they presented the MBP as solved, dualism as an old-fashioned or superstitious idea, and physicalism as the only rational and empirically confirmed option. Conclusion: The MBP has not been properly presented and discussed in the three leading psychiatric journals in the last 20 years. The few articles on the topic have been highly cited, but reveal misrepresentations and lack of careful philosophical discussion, as well as a strong bias against dualism and toward a materialist/physicalist approach to psychiatry.
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Silvia Lane: uma obra em movimento celebra a memória viva de Silvia Lane.Os(as) autores(as) compartilham os ensinamentos da psicologia social laneana: a inclusão do método dialético e do materialismo histórico rompendo os raciocínios lineares, dicotômicos e deterministas, afirmando a potência dos movimentos coletivos e singulares de transformação; a consideração crítica do contexto sócio-histórico de homens e mulheres; a compreensão de que o sofrimento ético-político é produzido pela desigualdade social; e principalmente que o pesquisador-produto-histórico parte de uma visão comprometida de mundo e de homem, na qual não há possibilidade de se gerar um conhecimento "neutro" nem um conhecimento do outro que não interfira na sua existência, conforme Lane, em "A psicologia social e uma nova concepção para a psicologia".
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.874)
- Conferência (1)
- Livro (471)
- Seção de livro (1.151)
- Tese (511)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (405)
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Entre 2000 e 2024
(3.599)
- Entre 2000 e 2009 (1.082)
- Entre 2010 e 2019 (1.645)
- Entre 2020 e 2024 (872)
- Desconhecido (4)