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O Brasil tem avançado muito em relação às políticas públicas relacionadas à educação inclusiva. Várias leis, decretos e portarias dos últimos anos buscaram garantir o acesso dos alunos com deficiências às escolas comuns. A partir da análise documental em fontes primárias e secundárias, foi construída a premissa de que, em Minas Gerais, seria possível localizar três fases do processo de consolidação da educação inclusiva. Essas fases não seriam estáticas, elas coexistiriam, se sobrepondo e permitindo visualizar a identidade de cada época. Os resultados demonstram que, na primeira fase (1930-1950), crianças com deficiência, que até então estavam afastadas das escolas, passam a frequentá-las, nas chamadas classes especiais. As classes especiais mineiras foram concebidas com o objetivo de receber crianças com deficiência em um modelo baseado nos ideais da Escola Nova. Na segunda fase (1950-1990), as escolas especiais multiplicam-se, fortalecendo esse modelo de escolarização. Uma das consequências do aumento das escolas especiais foi a migração dos alunos com deficiência para essas instituições, enquanto as classes especiais acabaram se tornando local para os chamados alunos com problemas de aprendizagem. Em uma terceira fase (1990 -), a educação inclusiva consolida-se como Lei de Estado, obrigando as escolas especiais e as escolas comuns a reinventarem seu papel. Nessa fase, as classes especiais são extintas e a Educação Especial provoca novos questionamentos. Dentre eles, o desafio de efetuar a educação para todos sem deixar de lado as especificidades de um público tão diverso.
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A área de avaliação psicológica tem uma relevância histórica no desenvolvimento da Psicologia como ciência e como profissão, tanto no contexto internacional quanto no nacional. Apesar disso, ao longo de sua história houve momentos tanto de forte crédito quanto de descrédito científico e popular. A compreensão dos fatores que levaram a esses movimentos de altos e baixos é fundamental para o encontro de um ponto de equilíbrio, que permita o desenvolvimento sustentável e contínuo dessa área do conhecimento. Assim, este trabalho teve o objetivo de traçar um paralelo entre a história da avaliação psicológica no Brasil e no mundo, de modo a contribuir para o entendimento dos caminhos percorridos, seus erros e acertos, e possíveis direções futuras. Foram abordados os aspectos éticos e técnicos, bem como ações político-administrativas identificadas como importantes nessa trajetória e seus impactos no desenvolvimento dessa área da Psicologia. Finalmente, são apontadas possíveis direções futuras especialmente em relação ao Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) e à formação em avaliação psicológica. Conclui-se que a área de avaliação psicológica tem sido capaz de superar as críticas recebidas, usando-as como fonte de inspiração para a realização de pesquisas, desenvolvimento de novas tecnologias e práticas mais afinadas com os direitos humanos, de modo a contribuir com o fortalecimento científico e profissional da própria Psicologia e de seu compromisso com a sociedade.
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O artigo relata atividades de pesquisa desenvolvidas a partir do acervo documental do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, instituição criada em 1980 com a finalidade de preservar a memória e de divulgar a obra da psicóloga e educadora russo-brasileira Helena Antipoff (1892-1974). A riqueza e a diversidade do acervo, que documenta capítulos importantes da construção e circulação das ciências da educação no século 20, no âmbito das relações entre a Europa e o Brasil, favorecem a realização de pesquisas sobre o desenvolvimento teórico-prático da psicologia e das ciências da educação, assim como sobre os trabalhos realizados nas inúmeras instituições criadas e orientadas por Antipoff no Brasil. São referenciados trabalhos de pesquisa conceitual, sobre a história de modelos de trabalho em psicologia desenvolvidos em instituições educacionais criadas sob a liderança de Antipoff e trabalhos sobre formação de educadores na tradição antipoffiana. Conclui-se que a realização desses estudos contribui para o melhor conhecimento da história da psicologia e das ciências da educação e de sua circulação internacional, fornecendo modelos relevantes para se pensar o desenvolvimento contemporâneo dessas áreas científicas.
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Diversos integrantes da Liga Brasileira de Higiene Mental/LBHM tiveram lugar significativo no processo de difusão e consolidação da psicologia no Brasil. A LBHM tinha como meta contribuir com a transformação do país em nação moderna a exemplo dos países europeus. Alinhados a tal proposta, tinha como principio o ideário da higiene mental e, a partir de 1928, o ideário da eugenia. Neste trabalho temos como objetivo analisar os títulos Tipos vulgares, publicado em 1927, e Psicologia da personalidade, publicado em 1941, de autoria de Renato Kehl (1889-1974), membro atuante da Liga, destacando-se sobremaneira como defensor e publicista da eugenia. Percorrendo estas obras à luz da historicidade dos fatos, observamos que os saberes psicológicos difundidos e apropriados pelo autor, referem-se a uma psicologia tida como científica, reverberada pela fisiologia experimental da psicologia europeia. Nas obras, é marcante o debate acerca do conhecimento e avaliação da personalidade para construção de uma nação forte. É igualmente marcante a concepção biologizante de homem e o caráter secundário das relações sociais na formação humana. As asserções de Kehl lançam luz às contribuições da psicologia naquela época e nos fazem refletir criticamente sobre concepções que ainda imperam no campo científico e profissional da psicologia.
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