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O presente trabalho se propõe a trazer reflexões acerca de um percurso de estágio no Serviço Residencial Terapêutico da rede pública de saúde mental numa cidade da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro e das elaborações subsequentes da experiência de estágio. Apresentaremos o trabalho desenvolvido no Serviço Residencial Terapêutico (SRT), os encontros com um morador deste serviço e os desdobramentos clínicos que daí sucederam. Caminhando com os conceitos de análise da demanda, analisador e outros da Análise Institucional; da proposta da Gestão Coletiva dos Sonhos; do conceito de agenciamento, entre outros, apresentamos uma clínica do território como proposta de trabalho para o SRT, a Reforma Psiquiátrica brasileira e as políticas públicas de saúde.
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O presente trabalho é parte de um processo de pesquisa que visa problematizar os efeitos do saber-poder da produção de conhecimento delimitada em torno de um objeto (múltiplo, diverso, mas amiúde considerado único) e chamada de Psicologia, a partir de Foucault, buscando criar/pensar conexões com algumas produções da autora Donna Haraway, mais conhecida pelos seus estudos de gênero. Foram pinçadas algumas noções consideradas importantes e possíveis de elaborar alguma articulação. São elas: a crítica à ideia de humanidade como universal genérico e as possibilidades de fazer frente a isso com o dispositivo Ciborgue, bem como as propostas de colocar em questão as práticas científicas e seus efeitos de verdade. Propondo a genealogia como método, também queremos escapar das narrativas de origem, tanto nas nossas práticas de pesquisa como no exercício da função de psicólogo.
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Este trabalho parte da seguinte pergunta disparadora: “o que pode a literatura”? A fim de analisar o campo problemático instaurado por ela, buscamos fazer um estudo do problema inspirados nas contribuições do pensamento blanchotiano no tocante à relação literatura/subjetividade/clínica. Através das noções de desobramento, silêncio e solidão, nosso objetivo será o de evidenciar práticas de criação de espaços únicos e inéditos em meio à lógica produtiva contemporânea. Dessa maneira, os trabalhos de Maurice Blanchot nos interessam não só pelo que propõem ao campo da criação literária, mas principalmente por tratar de aspectos políticos, estéticos e éticos de suma importância aos estudos da subjetividade. Por fim, nossa aposta neste trabalho é a de que ele amplie o campo de estudo da clínica voltada aos processos de subjetivação, propondo nova experimentação conceitual dedicada vivamente à pesquisa do pensamento blanchotiano.
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Deriva das interferências institucionalistas na formação do psicólogo no Brasil a experiência de intervenção em uma escola pública que (re)traçamos em texto. O fio que nos atravessa é referente às práticas e aos desejos construídos historicamente em formas sociais, questionando os especialismos que conformam a formação psi hegemônica. A perspectiva do passeio institucional lança-nos às questões de como entrar em um estabelecimento e promover processos analíticos das relações estabelecidas. A partir de muita insatisfação com diversas práticas na escola, articula-se um espaço autogestionário para tratá-las, visando permitir uma discussão aberta das questões que emergem no cotidiano. Focam-se os critérios e os modos de avaliação dos alunos na escola, mas um investimento na heteronomia pelo Sistema de Gestão Integrado (SGI) se contrapõe ao processo autogestionário. No artifício da escrita, acabaram por se recortar quatro perspectivas sobre o processo de intervenção, que pode ser caracterizado pelo fracasso.
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Segundo diversos autores, a ascensão da chamada Psiquiatria Biológica ganha força com a publicação da terceira versão do DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders –, em 1980, que retira a nomenclatura psicanalítica de seu escopo classificatório e passa a se basear em critérios descritivos e objetivos de análise, deixando de fora a discussão acerca da etiologia das doenças psiquiátricas. Neste artigo, analisaremos a ascensão do viés biológico na psiquiatria norte-americana a partir da constituição do DSM e das mudanças ocorridas ao longo de suas quatro primeiras versões. Diante de nossos propósitos, selecionamos Ludwik Fleck como principal interlocutor. Ao analisar a construção do conhecimento científico, este autor dedica especial atenção à construção do conhecimento médico, que possuiria particularidades em relação aos outros campos do conhecimento, as quais acreditamos serem ainda mais acentuadas no caso da psiquiatria, nosso objeto de estudo.
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Este artigo, realizado a partir de um recorte de uma pesquisa de mestrado, parte do cenário da hiperconectividade para problematizar os processos de subjetivação envolvidos no compartilhamento instantâneo de atualizações nas redes sociais na internet através da escrita nos dispositivos móveis de comunicação. Ao longo do texto, exploramos os efeitos que o modo de vida contemporâneo, marcado pelo imediatismo e pela sensação de falta de tempo generalizada, imprime nessas novas formas de nos subjetivarmos pela escrita, dialogando com autores como Agamben, Bauman, Benjamin, Flusser, e Foucault. Atentamos, enfim, para a dimensão da escrita enquanto relato de si e de seu possível esvaziamento diante das novas práticas que, valorizando a instantaneidade e a novidade da informação, perdem o caráter reflexivo e introspectivo apontado como necessário para a produção de tais escritas de si ou narrativas pessoais.
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Esse texto se tece para pensar os cruzamentos entre a invenção da cidade de Aracaju, em meados do século XIX, e algumas atualizações dessa história na experiência urbana contemporânea. Para isso, aproximamo-nos das descontinuidades que compõem histórias de um presente múltiplo, constituído pelo emaranhado de outros tempos. Intercessores como Michel Foucault e Walter Benjamin, entre outros, povoam a escrita e engendram um pensamento que intensifica a feitura de histórias abarrotadas de rupturas, fragmentárias, que recusam uma perspectiva progressista e contínua regida por um tempo pretensamente homogêneo. Algumas narrativas da invenção da urbe se criam no texto, perspectivando, sobretudo, o disciplinamento espacial concretizado na implantação do projeto arquitetônico traçado para a nova capital, que nasceu com a forma de um tabuleiro de xadrez. Articulando-se às histórias da invenção da cidade projetada, problematizamos algumas estratégias de controle dos espaços e da circulação dos corpos no presente.
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O artigo traz a montagem de um ca(u)so - “Um Menino que pulava para falar” – e, com essa narrativa, empreende algumas análises dos lugares produzidos para crianças e adolescentes no campo da Saúde Mental. Neste trabalho, “lugares” remetem às práticas de cuidado que emergem junto a meninos e meninas que fazem uso de algum equipamento da Saúde Mental. Dentre as linhas do caso narrado, puxamos a discussão das práticas médico-pedagógicas que objetivam a psiquiatrização da infância por meio da “criança anormal” segundo Foucault. Com essa linha histórica, analisamos a operação de divisão entre “transtorno mental” e “deficiência mental” e os efeitos disso nas práticas de cuidado de um equipamento da Saúde Mental. A montagem do caso nos serve para problematizar as práticas, não as tomando como naturais e necessárias ao campo.
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Tradução: Thalita Carla de Lima Melo - Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal de Sergipe (UFS)
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O contexto institucional intervém nos processos de subjetivação daqueles que estão aí inscritos. É o caso da instituição prisional cuja característica de ser fechada produz efeitos nos modos de sentir, pensar, nos valores e nas convicções. Uma análise dos processos de subjetivação em curso nas penitenciárias a partir de autores como Goffman nos permite entrever, dentre outros, os processos de infantilização que incidem sobre os detentos. Invertendo o olhar, buscamos conhecer os efeitos de subjetivação que a penitenciária provoca no contexto social, ou seja, fora dos muros da instituição. Identificamos, assim, um componente de amedrontamento da população que, neste processo, é convocada a respeitar a lei. Por fim, foi possível relacionar a instituição prisional a diferentes modos de manutenção da ordem e de submissão ao status quo.
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Tradução de DE LACLOS, F. F. Archéologie. In: BERT, J.-F. & LAMY, J. Michel Foucault: un héritage critique. Paris: CNRS, 2014, p. 89-95. Tradutor: Alessandro Francisco.
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Este artigo analisa as práticas de resistências às mordaças, em contextos democráticos. A crise institucional das democracias mundiais e da brasileira foi acompanhada por movimentos que não cessaram de questionar o estatuto concretamente participativo e representativo das democracias atuais. Em uma perspectiva histórica, são problematizados acontecimentos analisadores efetuados pelos movimentos sociais de junho de 2013 e de alguns outros que ocorreram contemporaneamente. Pensamos as práticas realizadas após os movimentos e os protestos feitos, tais como: repressões policiais, judicialização e medicalização dos manifestantes.
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Este artigo apresenta a análise de um discurso de 1991, enunciado pelo presidente da Associação Internacional de Psiquiatria em carta escrita aos senadores da república, no momento de discussão do substitutivo do projeto de lei 3657/89 de autoria do então deputado federal Paulo Delgado (PT/MG). Marcado pela reforma sanitária e pelo movimento de trabalhadores de saúde mental, tal projeto propunha um modelo aberto e descentralizado para a área e questionava as práticas psiquiátricas prevalentes no país. A carta apresentou-se contrária àqueles movimentos e temerosa da descaracterização da prática psiquiátrica tradicional. Refletiu assim tensões e disputas de forças, poderes e interesses do debate parlamentar sobre saúde mental. Ela precedeu a aprovação da lei 10.216/01 e sua análise oferece subsídios que permitem compreender a defasagem entre o projeto e a lei.
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O presente artigo aposta em uma vinculação íntima entre os modos de amizade, de ética e de política. Sobremaneira, conduz-se a fim de desdobrar a importância da miríade de conceitos de amizade na fabricação de diferentes modos de existência. Acompanhando os movimentos greco-romano, cristão e moderno, se presta a apostar na abertura de espaços para a criação de conceituações específicas de amizade as quais conjuram tais tradições em uma modulação inventiva da subjetividade. Assim, a intenção do texto não é a de aprofundar-se em tal ou qual posicionamento histórico ou teórico, mas dar passagem a que as múltiplas nomeações possíveis da amizade se anunciem próximas aos modos de criação de um mundo sempre infindo e em construção.
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O presente artigo apresenta-se como resultado de estudos sobre teoria queer, e sobre os possíveis efeitos da mesma sobre as racionalidades em curso no amplo campo da Psicologia. A partir da apresentação de um recorte breve do panorama histórico sobre as políticas identitárias e sexuais e suas consequentes transformações, propõe-se a compreensão das condições que possibilitaram a emergência dos estudos queer, o entendimento das particularidades de seu movimento, os usos do termo queer e suas implicações e, sobretudo, as repercussões destes na atualidade, bem como suas contribuições para se pensar a produção de “uma Psicologia” menos classificatória, menos patologizante, cujas perspectivas e determinações não se orientem única e exclusivamente por diagnósticos e reducionismos e se apoiem na desconstrução dos sistemas de pensamentos dualistas e heteronormativos. Propõe-se, ainda, ampliar as discussões sobre performatividade de gênero.
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Se um Testemunho na Escuridão dos Arquivos é uma pequena cartografia que se apresenta em três ensaios. As duas partes iniciais estão publicadas pela Revista Mnemosine em seus Vol 9, n.2 e Vol 10 n.1. Nesta última etapa do trabalho enfrentamos questões como: quais as condições de possibilidade que deram emergência às Medidas Socioeducativas? Como a Socioeducação veio à tona, transformando-se em política pública destinada a tantos jovens, servindo, inclusive, como pressuposto à elaboração da Lei 12.594, de 18 de Janeiro de 2012 – SINASE? Fundamental é ressaltar que esta cartografia não possui volição prescritiva, não há aqui intenção alguma de apontar soluções ou possibilidades aos complexos problemas socioeducativos. Nossa singela contribuição ao debate se reduz a uma tentativa de cartografar a invenção de um conceito – medidas socioeducativas – amplamente utilizado na contemporaneidade.
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O artigo aborda o conceito de vaidade como paixão da alma no livro de Matias Aires Ramos da Silva de Eça (1705-1763), Reflexões sobre a vaidade dos homens (1752), à luz da perspectiva metodológica da história dos saberes psicológicos. Da análise do texto resulta que a visão de homem de Aires é influenciada ao mesmo tempo pelo pensamento jesuítico e pelas ideias iluministas francesas. A concepção de vaidade como paixão da alma se insere na tradição filosófica aristotélica tomista e também dialoga com teorias filosóficas contemporâneas como as de Espinosa, Descartes, Hobbes. É muito interessante a discussão da relação entre vaidade e temporalidade, pois nela podem-se observar mudanças de concepção entre Aires e autores do período histórico anterior.
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- Artigo de periódico (1.830)
- Conferência (1)
- Livro (520)
- Seção de livro (1.249)
- Tese (703)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (448)
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Entre 2000 e 2025
(3.851)
- Entre 2000 e 2009 (1.172)
- Entre 2010 e 2019 (1.753)
- Entre 2020 e 2025 (926)
- Desconhecido (4)