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O texto faz uma breve exposição da trajetória profissional de Ulysses Pernambucano, apresentando sua obra e seus posicionamentos quanto ao tratamento de doentes mentais. Os autores analisam seu trabalho, situando-o dentro do contexto da psiquiatria, da psicologia e da educação brasileiras da primeira metade do século XX, Destaca que a lutade Pernambucano para a transformação do atendimento psiquiátrico transformou-o em um mito na história psiquiátrica brasileira. Aponta também que foi Ulisses Pernambucano o fundador do primeiro Instituto de Psicologia do Brasil, situado em Recife, onde foram feitas as primeiras adaptações e padronizações de testes para a realidade brasileira. Além da vida profissional, o texto mostra também as perseguições que sofreu pelo Estado ditatorial de Vargas, o que acabou acarretando o seu falecimento, ainda jovem, em 1943.
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O atual contexto mundial capitalista, marcado pela presença da globalização e do neoliberalismo, reivindica uma reflexão sobre a Educação e de forma mais especifica sobre as suas relações com a Psicologia. A história da Psicologia da Educação no Brasil permite traçar um painel da inserção da Psicologia na Educação, no entanto, é no confronto destas duas áreas de saber com a evolução dos modelos pedagógicos que melhor se pode perceber as relações estabelecidas entre as duas. À luz desta análise, é possível debater sobre o quadro atual e o posicionamento da Psicologia da Educação frentes aos novos desafios trazidos pela nova ordem mundial.
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O presente artigo pretende analisar o caminho percorrido pela infância brasileira, enquanto objeto desviante, no período compreendido entre a década de 20 e 1940, propondo uma reflexão no que tange às políticas de assistência pública. Para isso, promove-se uma contextualização com os discursos psicológicos relativos à infância, neste período, e que abordam a questão da alma ou moral, num primeiro momento e, posteriormente, os métodos psycho-experimentaes. E, com os momentos de transição social, política e científica, que possuem como pano de fundo questões nacionalistas relacionadas ao processo de normalização da sociedade, passam a dar enfoque à infância, como fonte primordial doprocesso de construção da nação Brasil.
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Tendo como pano de fundo a economia, a política e a demografia brasileiras entre 1889 e 1930, o texto traz uma análise das políticas de segurança pública, saúde e educação vigentes nesse período da história brasileira e das concepções de homem e de sociedade que lhes deram apoio. Num país predominantemente agrário, mas que se industrializava, o movimento higienista instalado em instituições médicas, escolares e jurídico-policiais tiveram como objetivo principal sanear uma raça que as teorias raciais européias condenavam como inferior e degenerada como condição para pôr o paísem conformidade com o lema positivista “ordem e progresso” que estava no cerne do movimento republicano. Embora o aparato de disciplinamento social mais ativo nesse período tenha sido a força bruta da polícia, a análise de obras do jurista Evaristo de Moraes, do pediatra Moncorvo Filho, de médicos psiquiatras da Liga Brasileira de Higiene Mental e de educadores que estiveram à frente das reformas de sistemas estaduais de ensino nos anos vinte mostra a presença pesada ou sutil de preconceito racial e social que alimentava algumas medidas higiênicas de natureza protofascista voltadas a dois segmentos da população: adultos pobres, que eram impedidos de direitos de cidadania em nome dasaúde coletiva; crianças das classes populares, alvo de medidas estatais preventivas e remediativas, entre as quais osprimeiros procedimentos de higiene física e mental escolar, que as colocavam na mira da ciência e da polícia.
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Através da leitura crítica da primeira edição do texto “Ciências Sociais” de Lourenço Filho, pode-se tecer algumas considerações sobre o desenvolvimento da Psicologia Aplicada ao trabalho no Rio de Janeiro. No entanto, para se falar na implementação deste campo, é necessário mencionar o pioneirismo dos estados de Minas Gerais e São Paulo, assim como a contribuição de engenheiros e administradores. Neste cenário, destaca-se a atuação de profissionais como Roberto Mange, Léon Walther, Otávio Martins, Mira y López e em especial o psicólogo Waclaw Radecki, cujo Laboratório de Psicologia Experimental origina o Instituto de Psicologia. Outro importante nome é o do professor Etienne Souriau, responsável pelo curso em Psicologia Aplicada ao Trabalho, parte constituinte da disciplina 'Psicologia e Filosofia' da Universidade do Distrito Federal.
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O texto descreve a trajetória profissional do autor, que, ao analisá-la, tece ao mesmo tempo uma história da institucionalização da psicologia no Rio de Janeiro. Sublinha os caminhos percorridos por esta disciplina em seus encontros com outros campos de saber, entre eles a educação e a filosofia. Detém-se no processo de criação dos cursos universitários de formação de psicólogos, notadamente o processo referente ao curso de Psicologia da então Universidade do Brasil (hoje UFRJ). Apresenta suas opções teóricas relativas à fenomenologia, o encontro com seu mestre Nilton Campos e a relação profissional e de vida com Eliezer Schneider, com o qual enfrentou desafios nos momentos de turbulência política decorrentes da ditadura militar instalada em 1964 no Brasil e com o qual criou o Boletim de Psicologia do Instituto de Psicologia da então Universidade do Brasil e o curso de Psicologia dessa universidade.
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O discurso político dos anos trinta (século XX) somado ao contexto médico-higienista permitiu a valorização da prática educacional como facilitadora da transformação social. O papel do professor era organizar classes homogêneas segundo a capacidade de aprendizagem e desenvolvimento mental das crianças, futuro do país. Neste contexto, a russa Helena Antipoff (1892-1974), convidada pelo governo de Minas Gerais para ensinar Psicologia Educacional na Escola de Aperfeiçoamento de Professores, destaca-se por sua diferente concepção de anormalidade. Através da análise de suasobservações, propõe uma nova abordagem, na qual o desempenho é marcado pelo contexto social, e passa a concentrar seu trabalho nas crianças marginalizadas. Influenciada pelas idéias de Jean-Jacques Rousseau e Johann Heinrich Pestalozzi, funda a Sociedade Pestalozzi (1932) e a Fazenda do Rosário (1940), instituições que trabalharam com estas crianças sob uma ótica multidisciplinar. Criadora do termo “excepcional”, Helena Antipoff ampliou as possibilidades educacionais para todos os brasileiros.
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Nos últimos anos, a redução do campo de trabalho do psicólogo escolar é nítida, principalmente na rede pública de ensino. A compreensão deste fenômeno implica no questionamento da relação entre as duas áreas de saber: Psicologia e Educação; analisando-se não só a atuação do profissional “psi” dentro da área educacional através da história, como também de que forma sua formação acadêmica e sua inserção no mercado de trabalho vêm sendo realizadas. O uso de entrevistas e análise de publicações relacionadas ao tema permite um panorama da performance destes profissionais e um mapeamento de dificuldades enfrentadas pela cadeira Psicologia Escolar dentro da Universidade. A falta de estágios oficiais e de consistência das ementas, dentre outras problemáticas, aliadas a um tradicionalismo universitário (preponderância da clínica) e escolar (herança higienista) inviabilizam o estabelecimento de uma abordagem crítica e sócio-política de ação que discuta o fracasso escolar e o próprio referencial institucionalista.
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As peculiaridades do desenvolvimento da sociedade brasileira no século XX marcam o percurso do psicólogo nas práticas escolares. Através do trabalho de Maria Helena de Souza Patto, no qual o homem é colocado em relação ao homem situado, pode-se perceber o fracasso escolar como fruto de um modo de pensar/dizer educação e psicologia. A Educação, produtora de normas e formadora de subjetividades, apresenta à Psicologia o desafio de analisar as relações de poder e relações criadoras e reprodutoras das instituições que dão forma à vida escolar. O sujeito da modernidade com seu conformismo necessita do resgate da atitude filosófica e da intervenção da pesquisa como metodologia potencializadora de rupturas. Neste resgate do tempo das ações, o psicólogo escolar encontra-se inserido em um território de investigações, no qual fracasso e conquistas são parte integrante da escola, e sua prática deve proporcionar transformações e a permanente desnaturalização das instituições.
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O texto, introdutório de uma mesa-redonda propõe reflexões, a partir das idéias dos debatedores Luiz Fernando Duarte, Virgínia Fontes e Magali Engel, sobre os saberes e práticas psi que, em nome de um suposto bem comum, estariam limitados a essa ideologia, dispensando qualquer relação com outros saberes, visões de mundo ou outras práticas. O texto destaca que esses questionamentos só começaram a se concretizar, no Brasil, a partir de 1978, com o surgimento de movimentos sociais que levaram à redemocratização brasileira.
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O texto visa demonstrar como uma leitura antropológica do mundo “psi” foi possível em determinado momento do desenvolvimento de ambos os campos no Rio de Janeiro, em meio à repressão política, ao movimento da contra-cultura, à antipsiquiatria, e ao boom psicanalítico, dentre outros acontecimentos que cerceiam os anos 70. É nesse contexto que a Antropologia entra em cena com o objetivo de analisar criticamente o modo psicologizado de ver e interpretar o mundo. Contribuem para esta leitura a aliança entre “psis” e cientistas sociais e, principalmente, sua ruptura. Esta não só eleva a necessidade de discorrer sobre as diferenças entre os ofícios do antropólogo e do psicanalista, como também, a de relatar as disputas internas ao campo “psi”.
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O artigo estabelece uma periodização da história das transformações ocorridas no campo da saúde mental brasileira nas duas últimas décadas como ponto de partida para analisar a formação dos psicólogos e, sobretudo, a prática profissional que estes vêm desenvolvendo dentro do referido campo. Valendo-se de uma matriz conceitual interdisciplinar, o autor busca resumir os desafios e inovações que o campo da saúde mental vem colocando para todos os profissionais que atuam no seu meio nos últimos vinte anos, particularmente no atual processo da reforma psiquiátrica brasileira. Para cada conjuntura ou período histórico específico, o artigo apresenta uma ampla pesquisa documental e um quadro de como os profissionais e as entidades representantes da psicologia vem respondendo a estes desafios colocados pelos novos programas em saúde mental. O artigo conclui que, no campo da psicologia, estes desafios vêm criando uma nova cultura profissional ainda restrita ao nível da pós-graduação e dos novos serviços, deixando de fora a formação básica de graduação do psicólogo, ainda dominada pelo modelo de profissional clínico liberal.
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Os textos reunidos nesta obra constituem a versão revisada das várias comunicações apresentadas no 4° Seminário Psicologia e Senso Religioso: Processos Psicológicos na Representação Religiosa, realizado na USP em setembro de 2002.
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Esta pesquisa busca responder às seguintes questões: Como se tornou possível pensar no aluno como alguém sujeito a problemas de desenvolvimento emocional, de conduta ou desajustamento social? Como se chegou a denominar certas crianças como sendo crianças-problema? Quais os meios recomendados pelos educadores e outros especialistas para prevenir o surgimento desses problemas e que recursos foram empregados na escola para identificar a criança-problema e corrigi-la? O trabalho procura demonstrar que, mais do que apenas excluir parte da população escolar, aquela considerada como irregular, o uso da expressão criança-problema nos discursos educacionais teve como efeito ampliar o controle dos especialistas sobre todas as crianças. Sustenta-se que a criança-problema serviu para tornar permeável a fronteira entre a normalidade e a anormalidade. Dessa maneira, por um lado passou-se a acreditar na possibilidade de prevenir e mesmo reverter certos quadros de anormalidade, recorrendo-se para isso a medidas educacionais, que deveriam ser postas em prática em conjunto pela escola e pela família. Por outro lado, todas as crianças começaram a ser consideradas como crianças-problema em potencial, já que diversas circunstâncias mais ou menos graves passaram a ser entendidas como fatores que poderiam desencadear problemas de ajustamento da criança à escola, desde o divórcio dos pais ou o nascimento de um irmão, até a entrada do aluno na puberdade, entre muitos outros. Os textos educacionais começaram a trazer recomendações para que as crianças fossem submetidas a um regime de observação contínua, em suas dimensões física, intelectual, emocional e moral. Assim, ao menor sinal de desvio, medidas corretivas poderiam ser iniciadas. A investigação baseia-se em escritos de Michel Foucault sobre a governamentalidade, as tecnologias do eu, o poder pastoral, o bio-poder e a disciplina e em textos de Jacques Donzelot sobre a emergência do espaço social e o governo por meio da família. Recorre-se ainda a textos de outros autores contemporâneos que empregam o referencial teórico de Foucault. Examinam-se artigos da literatura pedagógica sobre a psicologia experimental e os problemas infantis presentes na Revista de Educação e livros sobre as mesmas questões. Além disso, estudam-se documentos da legislação federal que tratam das medidas oficiais de proteção e assistência à infância desde a Primeira República até a década de 1960.
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O presente artigo é o resultado de uma pesquisa realizada numa ex-colônia de imigrantes italianos situada em Cascalho, município de Cordeirópolis, estado de São Paulo. A vida religiosa dessa colônia organizou-se em torno do padre Luis Stefanello (1878-1964), que foi o formador e orientador de várias gerações de fiéis. A fama de exorcista espalhou-se por todo o interior do Estado de São Paulo, transformando Cascalho em lugar de romarias. A pesquisa revela o que sobrevive da imagem do padre Stefanello na memória dos mais velhos da comunidade e a ação de um homem ”cheio de poder” por meio de suas bênçãos e exorcismos, mostrando as ressonâncias dela no comportamento populacional. Por outro lado, o artigo examina as relações entre a história e memória do grupo social, evidenciando que a experiência do relacionamento entre o padre e o povo de Cascalho foi geradora de um elo que perdura até o presente.
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O artigo ancora-se nas investigações sobre as condições de surgimento e a relevância de um laboratório de psicologia da década de 1950 em uma instituição confessional situada no interior do Estado de Minas Gerais. Trata-se da antiga Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del-Rei que, em 1955, adquiriu, da Itália, modernos equipamentos nos moldes dos existentes na Europa pretendendo introduzir melhorias no ensino ministrado nos cursos. Desdobrando suas atividades, o laboratório tornou-se o instrumento utilizado pelos salesianos para a geração de um Instituto de Psicologia e Pedagogia, de um curso de Orientação Educacional e de um ativo serviço de orientação educacional e profissional.
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O estudo parte de fontes apócrifas, canônicas, visuais e devocionais a respeito da trajetória histórica da iconografia e do culto ao Arcanjo Miguel e às Almas do Purgatório. Retoma a contribuição bibliográfica de Flávio Gonçalves, Emile Mâle, Michel e Gaby Vovelle, dentre outros estudiosos. Particular ênfase é dada ao barroco luso-brasileiro, especialmente ao acervo produzido pelas irmandades leigas nas Minas Gerais. A representação do Arcanjo evolui de formas integradas ao Juízo Final até a sua individualização em soldado vistoso e delicado no Barroco e Rococó, assumindo, então, forma de escultura autônoma nos altares. O culto às almas atinge o espaço público através da portada em pedra sabão na Capela de São Miguel e Almas de Ouro Preto. Finalmente, o estudo enfoca a racionalização em curso no oitocentos, que levaria a simplificação escatológica dessa invocação.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.874)
- Conferência (1)
- Livro (471)
- Seção de livro (1.151)
- Tese (511)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (405)
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Entre 2000 e 2024
(3.599)
- Entre 2000 e 2009 (1.082)
- Entre 2010 e 2019 (1.645)
- Entre 2020 e 2024 (872)
- Desconhecido (4)