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O artigo discute a recepção do behaviorismo radical, em especial, na década de 70, e busca relacionar a polêmica em torno de algumas noções skinnerianas acerca da liberdade e da dignidade divulgadas no livro Para Além da Liberdade e Dignidade. Essa discussão foi orientada por três conjuntos de questões: a) a incompatibilidade entre alguns aspectos históricos e a definição behaviorista radical de liberdade e dignidade; b) os problemas em identificar o behaviorismo radical como uma abordagem solidária com os pressupostos de uma ideologia liberalista; c) a linguagem utilizada por Skinner como fonte de problemas. Por fim, são discutidos as limitações e os problemas envolvidos em tentativas de esclarecimentos de possíveis mal-entendidos acerca do behaviorismo radical. Ao mesmo tempo, demonstra-se que a recepção do behaviorismo radical é perpassada por aspectos além daqueles relacionados à validade interna do sistema explicativo skinneriano, e que discordâncias acerca dessa abordagem nem sempre podem ser explicadas como desconhecimento e equívocos sobre a mesma.
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A presente pesquisa relata o uso do Portal de Periódicos Capes por pesquisadores das áreas de Ciências Biológicas, Linguística, Letras e Artes e Ciências Humanas da UFMG. O estudo foi de caráter qualitativo e utilizou técnicas de entrevista e incidente crítico para investigar a razão dos comportamentos informacionais distintos de pesquisadores das três áreas, considerando, entre outros fatores, as diferenças na organização da literatura de cada área. Estiveram envolvidos os departamentos de Ciências Aplicadas à Educação, História e Psicologia (Ciências Humanas), Linguística, Fotografia, Teatro e Cinema e Artes Plásticas (Linguística, Letras e Artes), Parasitologia, Farmacologia e Microbiologia (Ciências Biológicas). Nessas unidades foram entrevistados 5 diretores e 18 pesquisadores. Investigaram-se as características do domínio de conhecimento, tais como o grau de dispersão, tamanho do domínio, tipo de fontes, tipo de conhecimento contido nas fontes, tipo específico de relevância do domínio. Outros fatores verificados foram aspectos do comportamento de busca, os motivos de uso e não uso, barreiras, recompensas e outros fatores que poderiam influenciar o uso do Portal. As análises mostram diferenças de comportamento dos docentes e dos fatores que interferem o uso e o não uso do Portal entre departamentos de uma mesma área e entre pesquisadores de um mesmo departamento. Os resultados da pesquisa qualitativa indicam que não se devem formular hipóteses genéricas para as grandes áreas do conhecimento e que os fatores de uso e não uso são específicos para cada disciplina.
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Este artigo traduz o resultado de um estudo cujo objetivo foi investigar a presença ou não de influências do ideário da eugenia e higiene mental nas políticas públicas dirigidas à infância. Para alcançar este objetivo, tomamos, como fonte principal, parte da legislação federal que institui a forma de atendimento à infância no Brasil, a saber: o Código de Menores de 1927, primeira legislação que trata exclusivamente da infância, e o Código de Menores de 1979. Consultamos também periódicos e documentos da época, reveladores das contradições do período e a forma de enfrentamento das mesmas. A leitura atenta e rigorosa do material consultado indica pontos de convergência parcial entre o caminho proposto pelas legislações em tela e o ideário supracitado, com ênfase no uso de práticas de exclusão, individualização e personalização de problemas de caráter social.
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Para o historiador, o método fenomenológico é recurso instrumental próprio à elaboração da difícil arte de narrar uma ação que efetivamente ocorreu. Para o psicólogo humanista, a fenomenologia é ferramenta para recuperar a riqueza vivencial enquanto fenomenalidades dadas à compreensão e à elucidação. Em nenhum dos casos a fenomenologia apresenta-se como perspectiva ou argumento, mas como recurso à exploração objetiva da subjetividade em busca de pistas intuitivas, mediadas pela lógica qualitativa. Primeiro, o artigo discorre sobre as discussões metodológicas em busca da conciliação entre a estética da narrativa e a necessidade de evidências, ocorridas nas origens da fenomenologia de Husserl. Segundo, toma a história da psicologia humanista para análise e para exemplo da dificuldade fenomenológica em discernir fato e valor, a chamada ambiguidade da experiência consciente. A ambiguidade é implícita ao discurso que se apresenta como a retórica de atribuir valor social à consciência da experiência. Conclui definindo historiadores e fenomenólogos como humanistas cuja tarefa é elaborar narrativas, mediadas por uma retórica ética, na qual a ambiguidade entre fatos e valores favoreça a evidência documental, tomando como regra de interpretação o tempo histórico e o espaço social.
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Por clínica fenomenológica define-se a influência do método de Husserl nos tratamentos psicológicos. A presente exposição aborda: (1) a filosofia do conceito de existência, definida como cuidado de si, e de método fenomenológico, definido como estudo da consciência; (2) as polêmicas transformações sofridas pelo método fenomenológico para a análise da existência; e (3) a extensão da análise da existência para a psicoterapia como clínica fenomenológica. O estudo contrasta descrições do processo terapêutico existencial entre 1958 e 2007. Quanto às evidências empíricas, a resistência tradicional ainda é presente, mas com certa abertura. Aliás, os resultados das pesquisas são favoráveis. Nessa história, o método fenomenológico vem perdendo foco e a análise existencial movendo-se para uma abordagem psicoterapêutica mais integrada.
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Instituições de Ensino Superior foram concebidas no Brasil no século XIX como centros de formação profissional, oferecendo cursos de graduação com pouca atenção à pesquisa. A formação em pesquisa começa a se desenvolver com a fundação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (CAPES) em 1951 e, especialmente, após sua reestruturação em 1964. Os programas de pós-graduação em psicologia implantados entre 1965 e 1980 enfrentaram dificuldades de inserção em suas instituições e de assumir um perfil coerente com a formação de pesquisadores e de docentes para o ensino superior. Mesmo assim contribuíram para na formação de doutores e para o desenvolvimento da pesquisa no Brasil. As características atuais foram se delineando na década de 1980, sendo incorporadas pelos novos programas, dentre eles, o Programa de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Este artigo reúne anotações sobre as condições fundadoras e os fundamentos que estão associadas à trajetória bem sucedida do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS, descrevendo a história de sua implantação, seus fundamentos, seus princípios básicos e sua forma de funcionamento.
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Ano de publicação
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