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O artigo analisa a obra inicial de Wundt, com o objetivo de mostrar a importância dessa fase para uma adequada compreensão do pensamento desse autor. São apresentados os fundamentos de seu projeto de psicologia, assim como suas principais teorias psicológicas. Destacam-se as questões da continuidade ou da ruptura do pensamento de Wundt, tendo em vista as alterações que ele posteriormente efetuou em seu sistema. Sugerem-se alguns problemas para investigação futura, assim como possíveis correções em certas interpretações atuais, tanto de sua filosofia quanto de sua psicologia. Conclui-se que, na interpretação de sua obra, há enorme lacuna a ser preenchida pela historiografia da psicologia.
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Os cognitivistas têm assumido que as críticas de Chomsky ao Verbal Behavior refutaram definitivamente a proposta skinneriana. No entanto, mesmo com mais de dez anos de atraso, as réplicas behavioristas à resenha de Chomsky começaram a aparecer. O presente trabalho faz uma revisão desse debate tendo como foco o possível caráter definitivo das críticas de Chomsky. A partir deste ponto de vista, conclui-se que nenhuma das críticas de Chomsky ao tratamento skinneriano do comportamento verbal é definitiva. Porém, algumas observações de Chomsky ainda podem oferecer desafios, como a questão da tautologia na lei do condicionamento operante e a crítica ao abandono do conceito de referência.
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The body-mind problem has been a central and permanent problem not only in the history of psychology but in all the sciences that deal with so-called mental processes. With progress in the neurosciences in the past decades, there is a contemporary trend towards the solution of the problem through brain research. The aim of this study is demonstrate that: (a) the current trend shows a form of naïve materialism, similar to 19th century, “naïve materialism”; and (b) Wilhelm Wundt’s antimaterialist position offers an alternative to naïve materialism which shows to be more plausible.
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A fundação do Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade de Leipzig, em 1879, é geralmente celebrada na literatura como o marco inicial da psicologia científica. No entanto, essa celebração raramente vem acompanhada de um maior esclarecimento acerca do significado daquela realização institucional para o desenvolvimento histórico da psicologia. O objetivo do presente trabalho é indicar alguns fatores histórico-culturais relacionados à fundação do referido Laboratório, enfatizando a influência de Wilhelm Wundt na formação e no treinamento de toda uma nova geração internacional de psicólogos. É possível compreender, assim, que a importância do Laboratório não reside exatamente no fato de ele ter sido o primeiro em seu gênero, mas sim no fato de ele ter se tornado o primeiro centro internacional de formação de psicólogos.
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Este trabalho tem como objetivo inicial uma discussão histórica (embasada no movimento da Nova História e da genealogia foucaultiana) em relação ao surgimento da psicologia do desenvolvimento. Em seguida, é proposta a hipótese de que este campo da psicologia tem como sua condição um duplo movimento: a) no século XVI, o surgimento da escola religiosa, da família como objeto de políticas de saúde e de uma experiência de infância como idade da inocência; b) no século XIX, a emergência de novas tecnologias de governo liberais, da escola laica e de uma imagem da infância calcada na evolução. Finalmente, é caracterizado o movimento de consolidação da psicologia do desenvolvimento, favorecido principalmente pelo funcionalismo norte-americano (articulado ao movimento da Escola Nova) e pelo sucesso dos testes mentais.
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As afirmações de Kant sobre o lugar e os limites da psicologia empírica em relação ao conhecimento filosófico são bastante conhecidas e têm sido abundantemente relatadas na literatura secundária. Esta última, no entanto, tem se concentrado principalmente no período crítico, deixando em aberto algumas questões importantes para a compreensão do pensamento kantiano. Nesse sentido, é preciso esclarecer de forma mais consistente a gradual modificação que a psicologia empírica foi sofrendo no pensamento de Kant, desde sua filiação inicial à metafísica, nos moldes de C. Wolff (1679-1754) e seu discípulo A. Baumgarten (1714-1762), até a sua completa dissolução como parte da antropologia pragmática. O objetivo do presente trabalho é apresentar os primeiros resultados de uma pesquisa mais abrangente, que indicam semelhanças e diferenças na concepção de psicologia empírica entre Wolff e Kant em seu período pré-crítico. Serão enfatizados aqui tanto o conceito de psicologia empírica como suas possíveis contribuições para a metafísica. Por fim, será discutida a questão da continuidade ou ruptura desta concepção pré-crítica em relação à primeira edição da Crítica da Razão Pura.
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Christian Wolff (1679-1754) foi uma figura fundamental não só na cultura alemã do século XVIII como também no desenvolvimento histórico da psicologia. No entanto, sua obra permanece desconhecida por grande parte dos psicólogos contemporâneos. O objetivo do presente artigo é mostrar a importância de Wolff na constituição histórica da psicologia. Inicialmente, será feita uma breve contextualização histórico-cultural do Iluminismo alemão. Em seguida, mostraremos a íntima relação entre seu projeto psico- lógico e seu sistema filosófico. Finalmente, serão destacados alguns exemplos da influência de Wolff sobre o desenvolvimento posterior da psicologia. Conclui-se que ele merece maior atenção do que tem até aqui recebido na historiografia da psicologia em geral.
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Embora a psicologia tenha já há muito se separado institucionalmente da filosofia por todo o mundo, a história dessa separação é ainda pouco conhecida tanto por psicólogos quanto por filósofos. No entanto, diversamente do que se possa imaginar, essa separação não ocorreu de forma homogênea em todos os países. Ao contrário, ela reflete as particularidades de cada contexto cultural em questão. O objetivo deste artigo é contextualizar, em linhas gerais, um dos momentos decisivos na relação entre a filosofia e a psicologia na tradição alemã, que contribuiu para a posterior separação institucional de ambas naquela cultura: o Manifesto dos filósofos alemães, em 1913, contra a ocupação de cátedras de filosofia por psicólogos experimentais. Ao lado da tradução integral do manifesto, pela primeira vez publicada em português, será oferecida uma introdução e comentários gerais sobre o contexto envolvendo a preparação e as consequências do referido documento.
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Traditional textbooks on the history of psychiatry and psychology fail to recognize William James’s investigations on psychic phenomena as a legitimate effort to understand the human mind. The purpose of this paper is to offer evidence of his views regarding the exploration of those phenomena as well as the radical, yet alternative, solutions that James advanced to overcome theoretical and methodological hindrances. Through an analysis of his writings, it is argued that his psychological and philosophical works converge in psychical research revealing the outline of a science of mind capable of encompassing psychic phenomena as part of human experience and, therefore, subject to scientific scrutiny.
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Edward Bradford Titchener (1867 - 1927) ocupou um lugar de destaque no desenvolvimento da psicologia científica no início do século XX. Sua formação clássica (língua, literatura e filosofia grega e latina), aliada a um profundo interesse pelo desenvolvimento das ciências da natureza, permitiu que ele desenvolvesse um modelo de psicologia voltado para a pesquisa experimental em constante diálogo com as reflexões teórico-conceituais. Seu sistema psicológico ficou conhecido como psicologia estrutural ou estruturalismo, e muito contribuiu para consolidar o laboratório como elemento central na produção de conhecimento psicológico. Ademais, Titchener atuou como editor de importantes periódicos da área e traduziu obras psicológicas de influentes autores alemães. Todos esses esforços para divulgar os avanços da área e consolidar seu estatuto científico como equivalente ao das outras ciências fundamentais ajudaram a configurar a psicologia experimental nas universidades norte-americanas e serviram de ponto de partida para o debate sobre temas ainda hoje em disputa, como a polêmica do pensamento sem imagem e a confiabilidade da introspecção como método de investigação. Os textos traduzidos representam fases distintas do pensamento de Titchener e ilustram sua preocupação constante com a questão dos fundamentos da psicologia, especialmente no que diz respeito às confusões conceituais e às especificidades do método.
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A relação entre a psicologia empírica e o projeto de uma antropologia pragmática no pensamento de Kant tem sido frequentemente discutida na literatura secundária. No entanto, não há consenso entre os intérpretes de Kant sobre o sentido exato desta relação. O objetivo do presente trabalho é contribuir para um maior esclarecimento a respeito deste tema, investigando a relação entre psicologia empírica e antropologia no pensamento kantiano nas décadas de 1760 e 1770. Nossa análise sugere que até a primeira metade da década de 1770 Kant utiliza os termos ‘psicologia empírica’ e ‘antropologia’ de forma quase idêntica, e que somente a partir da segunda metade desta mesma década ele introduz uma distinção mais clara e fundamental entre ambas as disciplinas.
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Christian Wolff (1679-1754) fue una figura central en la Ilustración europea del siglo XVIII. Al mismo tiempo, tuvo una importancia particular para el desarrollo histórico de la psicología, pues dio a esta una nueva significación. Sin embargo, la historiografía tradicional de la psicología no le ha dado el debido reconocimiento. El objetivo de este artículo consiste en presentar un análisis teórico-conceptual de su psicología racional en su Metafísica Alemana (1720) y mostrar su importancia para los debates psicológicos posteriores. Con ello, se espera contribuir a la divulgación de un aspecto significativo del desarrollo histórico de la psicología.
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Apesar de a relação entre a psicologia empírica e a antropologia pragmática ser amplamente reconhecida na literatura especializada, não há consenso entre os pesquisadores a respeito da natureza exata dessa relação. O presente trabalho tem o objetivo de investigar este tema no pensamento crítico de Kant durante a década de 1780, de forma a contribuir para um maior esclarecimento sobre este ponto. Especificamente, buscamos compreender a afirmação de Kant, feita na Crítica da Razão Pura (1781), a respeito da inserção da psicologia empírica em uma antropologia pormenorizada. Nossa análise sugere que na década de 1780 é mantida a ligação entre a psicologia empírica e o ponto de vista teórico do conhecimento do homem. Essa ligação explica a afirmação de Kant. Ela significa que a psicologia empírica deve ser considerada antropologia escolástica (teórica) e deve ser mais bem desenvolvida de modo a constituir um campo de investigação autônomo. Além disso, mostramos que há também uma forte ligação entre os conhecimentos teóricos da psicologia empírica e a antropologia do ponto de vista pragmático.
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O artigo de Alfredo Pereira Jr. é um texto realmente instigante, no sentido de obrigar o leitor a refletir sobre a noção mesma de sentimento e do seu estatuto na ciência contemporânea. De fato, o tópico do sentimento, incluindo seu papel na determinação das ações humanas, é fundamental para qualquer teoria sobre a natureza humana. Dada a impossibilidade, porém, de fazer um comentário detalhado de cada parágrafo do texto, vou me ater aqui a alguns aspectos que me parecem cruciais para a proposta do autor. Meu objetivo principal é apontar alguns problemas de natureza teórico-conceitual que representam desafios e podem se constituir como obstáculos à realização de tal proposta.
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Contexto: As visões dos psiquiatras sobre a relação mente-cérebro (RMC) têm marcantes implicações para a clínica e a pesquisa, mas há carência de estudos sobre esse tema. Objetivos: Avaliar as opiniões dos psiquiatras sobre a RMC e se elas são suscetíveis ou não a mudanças. Métodos: Realizamos um levanta- mento sobre as visões que os psiquiatras possuem sobre a RMC imediatamente antes e após um debate sobre a RMC no Congresso Brasileiro de Psiquiatria de 2014. Resultados: Inicialmente, entre mais de 600 participantes, 53% endossaram a visão de que “a mente (o ‘Eu’) é um produto da atividade cerebral”, enquanto 47% discordaram. Além disso, 72% contestaram a visão de que “o universo é composto apenas de matéria”. Após o debate, 30% mudaram de uma visão materialista da mente para uma perspectiva não materialista, enquanto 17% mudaram na direção oposta. Conclusão: Os psiquiatras se interessam por debates sobre a RMC, não possuem uma visão monolítica sobre o tema e suas opiniões estão abertas a reflexões e mudanças, sugerindo a necessidade de mais estudos em profundidade e de debates rigorosos, mas não dogmáticos sobre o tema.
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O impacto da obra de J. B. Watson tem sido explorado na historiografia da psicologia. Neste âmbito, destacam-se estudos que utilizam como método a análise bibliométrica. Tais pesquisas, no entanto, não utilizam parâmetros comparativos que possam indicar de forma mais precisa o grau de impacto daquela obra. O presente estudo busca preencher tal lacuna por meio de uma análise bibliométrica comparativa das referências às obras de Watson e outros três relevantes psicólogos do período: Edward B. Titchener, Edward L. Thorndike e William James. A pesquisa foi realizada em cinco importantes periódicos norte-americanos da área, entre os anos 1903 e 1923 – uma década antes e uma década após a publicação do Manifesto Behaviorista. Os resultados permitem concluir que, embora não possa ser tomada propriamente como um marco revolucionário, a obra de Watson teve, na década posterior à publicação do Manifesto Behaviorista (1914-1923), um impacto próximo ao de Titchener e maior do que o de Thorndike, ainda que distante da influência exercida por James.
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The mind-brain problem (MBP) is a persistent challenge in philosophy and science, having marked implications for psychiatry. In this paper, we claim that physicalism, a kind of theoretical monism, is usually taken by many psychiatrists as the only possible solution to the MBP, and argue that this may have negative consequences for the field. Not only does it restrict the psychiatric training, thereby preventing professionals from considering and reflecting upon different perspectives on the MBP, but it also leads clinical psychiatrists to ignore alternatives in their research agendas and clinical care. We suggest, therefore, that, as long as the MBP remains open and disputed by divergent views, theoretical monism should give place to theoretical pluralism in psychiatry.
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- Artigo de periódico (1.670)
- Conferência (1)
- Livro (423)
- Seção de livro (1.091)
- Tese (494)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (342)
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Entre 2000 e 2025
(3.333)
- Entre 2000 e 2009 (982)
- Entre 2010 e 2019 (1.578)
- Entre 2020 e 2025 (773)
- Desconhecido (4)