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Este trabalho investiga as relações entre Psicologia e ciência, especificamente quais são as concepções - explícitas e implícitas - que a Psicologia tem de ciência. Apesar da diversidade e riqueza de teorias, dos inegáveis avanços e conquistas teóricas e profissionais, das várias comunidades científicas bem constituídas, há ainda presente na área um mal estar e incerteza em relação ao seu estatuto científico. Dentre os possíveis obstáculos existentes à consolidação e reconhecimento amplo da Psicologia como área de conhecimento legítimo e maduro, destacam-se duas condições epistemológicas que nortearam a discussão sobre sua cientificidade: em um primeiro momento, a não adequação aos critérios normativos típicos de uma noção de ciência inspirada pelo positivismo lógico; e no segundo, o pluralismo teórico que a marca fortemente não atende a um critério de consenso e uniformidade que, a partir da epistemologia historicamente orientada de Thomas Kuhn, passou a ser uma das possíveis referências para reconhecer a cientificidade e maturidade de um campo teórico. O estudo, a partir do conceito de imagens de ciência, inspirado principalmente a partir da historiografia da ciência proposta por Paolo Rossi, elege como objeto de análise os possíveis jogos combinatórios que se estabelecem entre as ideias e discursos produzidos pela área a respeito do que se considera que seja a ciência e os critérios de cientificidade a serem atendidos. A pesquisa conclui o quanto os critérios de cientificidade e as imagens de ciência são dependentes da historiografia da ciência, e que a própria história de outras disciplinas científicas tomadas como ideais é muito mais plural do que se supõe usualmente. Finaliza propondo que se possa partir de um conceito mais amplo e multifacetado de ciência para fundamentar e conduzir a discussão sobre a cientificidade da Psicologia.
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Esta tese tem como objeto de estudo as relações iniciais entre Psicologia e Educação Especial, na área específica da deficiência mental. As primeiras escolas de Educação Especial na área de deficiência mental nasceram, no Brasil, no final do século XIX, anexas aos hospitais psiquiátricos, por iniciativa de médicos que atuavam nesses hospitais. No início do século XX, com as reformas educacionais vinculadas ao avanço da Psicologia como campo de conhecimento científico, as práticas em Educação e Educação Especial, no que tange à deficiência mental, passaram a ser embasadas nessa Psicologia nascente. Com uma abordagem funcionalista, as diferentes teorias psicológicas foram utilizadas para instrumentalizar os professores na prática pedagógica e esses conhecimentos assumiram a primazia do saber educacional especializado. Os testes psicológicos tornaram-se os instrumentos mais utilizados para o reconhecimento da deficiência. Impulsionada pelo movimento escolanovista e da higiene mental, a Psicologia desponta como área de conhecimento necessária à compreensão do educando e ao estabelecimento de critérios de normalidade-patologia-deficiência. O objetivo do presente trabalho é compreender como se deu a inserção da Psicologia como área de estudo e atuação profissional na educação da criança com deficiência mental no Brasil, nas décadas de 1900 a 1930. Para isso, o trabalho foi dividido em três etapas. Na primeira, busca-se construir alguns itinerários históricos de uma Psicologia na Educação Especial e para isso foi utilizada bibliografia específica da história da Educação Especial e da história da Psicologia no Brasil. Essa construção histórica revelou personagens que contribuíram decisivamente para as práticas psicológicas na área, como Helena Antipoff. Dessa forma, na segunda etapa do trabalho são apresentadas as ideias, percursos e propostas de Helena Antipoff na área da deficiência mental, bem como uma pesquisa de campo realizada no Instituto Pestalozzi de Belo Horizonte, instituição fundada pela própria Antipoff, em 1935, e que se revelou como síntese das ideias de uma Psicologia na Educação Especial vigentes no país. Esta pesquisa, de caráter documental, teve por fonte de dados os prontuários de dez crianças, alunos da Instituição durante a década de 1930 (1935-1939), período de sua fundação e quando a própria Antipoff era sua diretora. O procedimento para a coleta de dados foi construído no decorrer da pesquisa e a partir da entrevista com os psicólogos que trabalham atualmente na Instituição, os quais indicaram os documentos que estavam disponíveis sobre o período estudado. Além da análise geral desses prontuários, a pesquisa contém uma análise mais aprofundada de um único prontuário. O objetivo desta pesquisa foi o de compreender como se efetivou a prática psicológica na Educação Especial no período estudado. A terceira etapa apresenta uma análise histórico-crítica do que foram os primeiros passos da Psicologia na Educação Especial. A história revelou que as principais práticas da Psicologia com crianças consideradas deficientes mentais se basearam na psicometria e na psicomotricidade. A psicometria teve a função de reconhecer as crianças com deficiência mental no universo escolar e, por isso, a Educação Especial confundiu-se com políticas para a redução do fracasso escolar, do qual a escola pública era vítima. A psicomotricidade foi amplamente utilizada para o tratamento da criança anormal, uma vez que se considerava que a maturidade física e mental precedia a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual. Sendo assim, a Psicologia acabou reproduzindo a ideologia liberal que sustentava o pensamento educacional brasileiro, constituindo práticas que atualmente consideramos como segregadoras e que atingiram amplamente as crianças das classes populares, as quais foram encaminhadas para o atendimento educacional especializado.
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Este artigo tem por objetivo problematizar um dispositivo importante no processo de reforma psiquiátrica brasileira que é a reabilitação psicossocial. Os autores observam que novas modalidades de tratamento em saúde mental não determinam que os doentes mentais possam efetivamente assumir a condição de cidadão, pois princípios manicomiais podem estar presentes, embasando serviços e práticas. O que se observou é que a reabilitação psicossocial tem uma grande importância na vida dos ditos doentes mentais, mas apresenta o risco de promover a manutenção da condição de psiquiatrizado. Para se pensar sobre essa questão, recorre-se à genealogia de Michel Foucault que consiste na problematização das práticas de poder subjacentes aos discursos psiquiátricos contemporâneos no Brasil.
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A memória é considerada como um processo psicológico chave. Nas últimas duas décadas muitas visões diferentes de como a memória é representada e organizada foram apresentadas. No século XIX, Wilhelm Wundt conduziu um número de experimentos sobre a memória que parecem ter sido negligenciados por psicólogos cognitivos modernos e neurocientistas. Neste trabalho, conceitos fundamentais do sistema de Wundt são revisados (objeto e método de psicologia, mente e causalidade psíquica) e algumas de suas investigações experimentais sobre a memória são expostas. A perspectiva wundtiana reflete uma estrita aderência a um método firmemente calcado num abordagem teórica onde a memória está inserida em um projeto de pesquisa sobre a exploração da experiência consciente. Esta revisão da abordagem wundtiana sobre a memória objetiva também relacionar a psicologia da memória de Wundt com as pesquisas contemporâneas em psicologia do desenvolvimento e fornecer algumas questões para o debate sobre o conceito de memória, sua natureza e sua relação com fenômenos como a consciência.
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Phenomenal qualities of recollection and reflexive properties of freely recalled momentous personal events were investigated in 2 experiments. Brazilian undergraduates recalled and rated specific autobiographical episodes through the Autobiographical Memory Questionnaire. In Experiment 1, momentous events were compared to childhood and adolescence scenes. Experiment 2 used an eventcuing paradigm to form 3 pairs of cuing and respective cued events: momentous, earliest recollection, and an event from the subject's birthday last year. No significant differences were found within clusters, but all variables differed between momentous and earliest clusters, whereas only vivid event variables (importance, emotion, rehearsal, unusualness, and consequences) distinguished momentous events from last birthday. Momentous events were characterized in terms of reflexively attributed vivid memory properties, rather than of phenomenal qualities of recollection. Results are discussed in their implications for the relationship between phenomenal qualities of recollection and judgments of autobiographical events and patterns of association in event clusters.
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