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Trata-se de um ensaio sobre a inserção da psicologia no âmbito da saúde coletiva considerando-se o sentido político e de compromisso social desta inserção, bem como o desafio maior por isso colocado à formação e à profissão: a invenção de parâmetros de atuação profissional para além do modelo clínico de atendimento individual. Uma vez que este tem sido criticado por contrariar os princípios da integralidade e da equidade do serviço público, é avaliada a concepção de “clínica ampliada” como formulada e divulgada pelo SUS como parte de sua política de humanização (HumanizaSus). Ao encontro desta política, se esboça à psicologia um novo lugar entre a atenção clínica e a gestão compartilhada.
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O contexto atual do capitalismo cognitivo nos convoca a problematizar a política de subjetivação dominante sobre o processo de formação e produção do trabalhador imaterial. Para tal, será abordada a formação do estudante de pós-graduação stricto sensu, colocando-se em análise a política de anestesiamento do corpo, evidenciando a desconexão entre o pensar e o corpo vibrátil. Característica da lógica administrativa que atravessa a academia, tal política incita à produção desenfreada, à reprodução de saberes e técnicas, ao pensamento representativo com a utilização de ferramentas hegemônicas do século XIX e, paradoxalmente, exigindo criatividade, inventividade, conectividade e fluidez. A partir da aliança com autores como Foucault, Deleuze, Guattari, Despret, Pelbart, Rolnik, Negri, Hardt, Cocco e Lazzarato, entre outros e através do exercício inquientante, pretende-se produzir pontos de tensão nos interstícios da macro e micropolítica, transversalizando as práticas cotidianas, desburocratizando-as e criando diagramas de forças onde a multiplicidade apareça e reverbere outras possibilidades.
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Entre tantos modos de exclusão e cristalização de formas de estar no mundo, este trabalho fala de jovens que passaram pelo processo de acolhimento institucional em sua adolescência e a forma como cada uma construiu, e continua construindo, suas histórias de modo autônomo e positivo. Utilizando conceitos como linha de vida e cidadania, conduzidos pelos modos-de-fazer de escutas da história de vida, acompanhamos esse percurso. Produzimos, a partir dessas histórias, um olhar para além das identidades forjadas àqueles que foram um dia submetidos à medida de proteção e foi possível perceber que diferentes caminhos são construídos, ainda que se viva sob as mesmas forças instituídas. Ainda que a opção do acolhimento tenha sido a saída possível para algumas jovens em determinado momento de suas vidas, garantirmos a produção de pequenos escapes é garantirmos a produção de uma vida criativa e potente.
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Este artigo foi concebido pelas autoras a partir da suspensão dos efeitos da Resolução n° 09/2010, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que “Regulamenta a atuação do psicólogo no sistema prisional”. Esta suspensão é um acontecimento que denuncia o jogo de forças presente no campo da execução penal, especialmente, no que tange à prática do psicólogo e à realização ou não do exame criminológico. Portanto, nosso objetivo é discutir as condições e circunstâncias em que o exame criminológico emerge e se estabelece em nosso país e também contar um pouco da história das lutas que os psicólogos vêm travando nesse campo desde a promulgação da Lei de Execução Penal (LEP) n°7.210/1984 que institui o exame criminológico.
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O presente artigo pretende discutir a construção de documentos psicológicos no contexto judiciário, a partir da reflexão sobre a dispersão das práticas psicológicas neste campo de atuação, enfatizando a análise de lugares e discursos. A ferramenta conceitual utilizada parte de contribuições das análises de Michel Foucault acerca da relação entre saberes, poderes e ética, assim como aportes conceituais do movimento institucionalista e sua problematização ética e política sobre a atuação técnico-profissional.
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Entender a depressão como característica do nosso viver contemporâneo, sobretudo como um fenômeno que expressa os dilemas e as inquietações da vida moderna é a preocupação deste artigo. A partir de uma discussão teórica, queremos apresentar que mesmo com o progresso científico e tecnológico e as infinitas tentativas da sociedade contemporânea em tratá-la ou banalizá-la, reduzindo-a quase a uma situação vergonhosa e inaceitável, a depressão segue se constituindo em uma experiência cada vez mais presente nos modos de ser da atualidade. Considerando sua dimensão histórica, queremos compreender o fenômeno da depressão e sua relação com algumas características marcantes de nossa época, tais como os modos de subjetivação medicalizantes presentes na constituição dos saberes psi. Acreditamos que tematizar as questões que envolvem o fenômeno da depressão implica necessariamente problematizar a relação que estabelecemos com nossa própria vida na atualidade.
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Este artigo analisa a Copa do Mundo de futebol disputada em junho de 1938 na França, entendida como momento emblemático para a compreensão das negociações, conflitos e tensões sociais que permearam a construção da “nação” a partir do envolvimento de figuras proeminentes do Estado Novo, imprensa esportiva e torcedores com a campanha do selecionado brasileiro. Trata-se de um episódio esportivo de grande repercussão na vida nacional e cuja mobilização em torno da seleção revela concepções distintas a despeito do “Brasil” que se fazia representar em campos franceses. Mais do que um elemento promotor de unidade, capaz de congregar - na mesma torcida - grupos sociais antagônicos e irmanar indivíduos dos mais diferentes perfis sócio-culturais, o futebol emerge neste episódio como espaço de disputas, desavenças e rivalidades que se encontram na base da edificação do sentimento nacional e da afirmação de um “estilo brasileiro” de jogar bola.
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O presente artigo tem como objetivo propor uma análise institucional (AI) das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) a partir de elementos analisadores como as relações sociais e profissionais e as práticas hospitalares desta instituição, buscando revelar os conflitos que são necessários e inevitáveis para transformar o cotidiano muitas vezes cristalizado do ambiente hospitalar. Nesse sentido, primeiramente será abordado, de forma sucinta, o percurso histórico da análise institucional e como ela pode ser utilizada como ferramenta de constituição da realidade. Posteriormente, discorreremos sobre a gênese da instituição hospital e como, historicamente, se dá seu atravessamento pela instituição em análise. Na sequência, descreveremos, a partir de obras da literatura científica, o funcionamento das relações sociais e profissionais dentro das UTI´s, utilizando a compreensão da dinâmica destas relações como analisadores institucionais.
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Partimos de material de uma pesquisa mais ampla sobre encontros amorosos na Internet, procurando, no caso do presente artigo, destacar aspectos relacionados à presença das mulheres nos sites de relacionamento estudados. Trabalhamos, principalmente, com observação de propagandas e homes. Procuramos apresentar fundamentação teórica acerca de relacionamentos, a fim de comparar estratégias de aproximação utilizadas em encontros presenciais com aquelas viabilizadas pelo tipo de serviço pesquisado. Foi também utilizada bibliografia recente sobre relacionamentos, assim como estudos específicos sobre sites de encontro. Desenvolvemos uma breve análise histórica, refletindo especialmente sobre a atuação das mulheres na conquista de parceiros até a introdução das novas tecnologias da informação, focalizndo mais especificamente o uso da Internet e seus recursos interativos neste processo. As mulheres são apresentadas como mais ativas e dominadoras no jogo da conquista amorosa. Perguntamos: seria esta uma nova mulher?
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Apresentação oral na defesa da tese de doutorado Heterotopias Menores: delirando a vida como obra de arte, PPGPS-UERJ, 2011.
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Resenha de PATAI, Daphne. História oral, feminismo e política. São Paulo: Letra e Voz, 2010.
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Partindo da ideia de que as práticas dão-se numa constelação de atores dentro do sistema prisional, trazemos neste artigo a realidade cotidiana dos agentes penitenciários por meio de um trabalho realizado com estes profissionais no Complexo Penitenciário de Viana (ES) e na Escola Penitenciária, em Vitória (ES). Nosso objetivo foi conhecer a percepção dos agentes penitenciários em relação à sua função dentro do Sistema Prisional, as relações que estabelecem, as lutas que travam no seu dia a dia, como pensam a ressocialização, o trabalho, o interno, o presídio, dentre outras. Nos encontros pudemos afirmar a potência das lutas coletivas entendendo o grupo como lugar das multiplicidades, das trocas, das intensidades, da experimentação. Apesar de observarmos com freqüência questões que expressavam a aparente imutabilidade do Sistema, percebemos também ações, falas, gestos, indagações, inquietações, sentimentos que expressam outra forma de ser agente penitenciário, de fazer sistema prisional.
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O presente texto desenvolve uma reflexão acerca da possibilidade de pensar os espaços turísticos a partir da perspectiva foucaultiana de análise. Embora em nenhum momento do pensamento de Michel Foucault a problemática do turismo tenha sido levantada, foi possível produzir uma aproximação com o tema do turismo a partir de questões relacionadas ao espaço. Em um estudo realizado a partir da noção de heterotopia, de acordo com Michel Foucault, foi possível pensar, primeiramente, o espaço turístico como um espaço heterotópico. Em seguida, pensar a constituição do território heterogêneo e de múltiplos posicionamentos a partir de jogos de saber-poder. Este texto reúne aspectos geopolíticos na produção de um destino turístico Urubici, espaço heterotópico, localizado na região da Serra Catarinense, no estado de Santa Catarina.
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Apresentação oral na defesa da dissertação de mestrado Cartografia do desassossego: um olhar clínico-político para o encontro entre os psicólogos e o campo jurídico, UFF, 2010.
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Publicado em 1925, o texto de Carlos Penafiel, que ora é apresentado e analisado, discute o problema da "influencia do elemento psychico no trabalho humano" do ponto de vista da Higiene Mental. A análise discursiva imbricou texto e contexto em perspectiva histórica e crítica, com ênfase nas estratégias de legitimação 'do' discurso e 'pelo' discurso. Contexto histórico, objeto, objetivos, referências teóricas, principais elementos conceituais, estratégias institucionais e fins sócio-políticos foram as principais categorias de análise. A especificidade do discurso, as suas condições sociais de produção e o projeto societário defendido pelo autor foram postos em evidência. A análise igualmente permite inferir permanências e transformações do sentido na ordem dos discursos contemporâneos em Psicologia Industrial e Organizacional.
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A partir do trabalho genealógico de Foucault sobre as práticas de governo, entendidas como formas de condução da conduta alheia, abre-se um campo possível para o estudo do surgimento e das transformações dos saberes psicológicos e psiquiátricos. Aqui teríamos dois marcos: 1) no século XVI, surgem técnicas de governo baseadas no disciplinamento, o “Estado de polícia”; e 2) no século XVIII, novas tecnologias de governo em referências liberais. Neste último marco, a psicologia passa a ter especial importância no século XX, atuando especificamente em sociedades democráticas, não somente através da disciplinarização dos indivíduos, mas principalmente através da liberdade e da atividade destes. Nosso objetivo é avaliar as práticas e conceitos de cidadania e liberdade no contexto de alguns processos de Reforma Psiquiátrica, especialmente a italiana e a brasileira. Para tal, sustentamos a hipótese de que co-existem neste campo não apenas os antigos dispositivos disciplinares e a resistência a estes, mas modos liberais de gestão.
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Escapando de abordagens que tomem os objetos e fatos ‘em si’, este texto busca problematizar os modos de ser jovem no mundo contemporâneo, bem como os seus posicionamentos quanto às escolhas profissionais. Nossa perspectiva caminha pelo viés das tecnologias do poder de inspiração foucaultiana, produzindo uma análise histórica que desliza da soberania ao disciplinamento e biopolítica e, mais recentemente, ao controle, considerando as múltiplas forças que estão presentes no seu engendramento, deixando sempre um rastro de passagem. Nestas configurações, evidenciaremos o modo como diferentes campos de escolhas profissionais foram ganhando consistência para os jovens de hoje, tendo como foco as implicações com a lógica predominante do mercado, produtora de subjetividades consumistas. O desafio está em apontar as possibilidades de escape ao constituído, provocando o pensamento na construção de um campo problemático, em que as escolhas se façam não por aderências, mas a partir de um indiscernível.
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- Artigo de periódico (1.830)
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- Entre 1900 e 1999 (448)
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Entre 2000 e 2025
(3.851)
- Entre 2000 e 2009 (1.172)
- Entre 2010 e 2019 (1.753)
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- Desconhecido (4)