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O presente trabalho tem por objetivo analisar a noção de causalidade biológica da doença mental através dos discursos eugênicos e higienistas presentes entre os psiquiatras da Liga Brasileira de Hygiene Mental durante as décadas de 1920 e 1930. Para tanto, selecionamos os Archivos Brasileiros de Hygiene Mental produzidos pela referida instituição. Esta revista foi produzida de 1925 a 1947 e o período selecionado para sua análise foi o de 1925 a 1935. Com tal propósito, utilizamos um referencial teórico foucaultiano, especialmente no que tange às discussões em torno do tema do biopoder. Acreditamos que uma análise histórica, necessariamente desnaturalizante, dos discursos psiquiátricos desse período no Brasil possa contribuir para a compreensão de certas peculiaridades dos discursos psiquiátricos nacionais que não vêm sendo analisadas.
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A gênese da Análise Institucional é indissociável das condições histórico-sociais que a produziram, sendo a articulação entre teoria e prática sua marca fundamental. Para melhor explicitar aspectos dessa origem, o texto apresenta, de forma breve, algumas contribuições de René Lourau, Georges Lapassade e Félix Guattari para a constituição dessa disciplina. São apresentados e discutidos também os significados da palavra intervenção, no sentido de demonstrar a especificidade da Socioanálise, que é a Análise Institucional em situação. Ressalte-se que qualquer intervenção se realiza no âmbito de um contexto mais amplo, daí a necessidade de distinguir e, ao mesmo tempo, articular campo de análise e campo de intervenção. Para tanto, os conceitos de implicação e transdução devem estar associados. A apresentação de algumas inserções da Análise Institucional na Saúde Coletiva busca apontar as possibilidades de aplicação dessa abordagem e, ao mesmo tempo, identificar algumas transformações da intervenção socioanalítica em anos recentes.
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Pretende-se, neste artigo, descrever e analisar sucintamente como o Fundo das Nações Unidas para a Infância vem governando, por meio de estratégias da economia política, os corpos de crianças e adolescentes como investimento, pela noção de desenvolvimento, de maneira a acionar tecnologias de biopoder. Uma das metas desse organismo, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), é objetivar desenvolvimento como ciclo de vida e progresso de uma nação, simultaneamente. Forjar um sujeito empresário de si garantiria supostamente segurança e crescimento econômico e social ao Estado e ao mundo globalizado. Através de estudos que atuam com as ferramentas de Michel Foucault, podemos interrogar tais práticas e desnaturalizá-las, em uma perspectiva histórica e inquietante, frente ao tempo presente.
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O artigo traz a estratégia autoral kierkegaardiana, relacionando-a à noção de cuidado de si nos antigos. Inicia-se com Ponto de Vista Explicativo da Minha Obra de Escritor, na qual o filósofo dinamarquês expõe seu método de comunicação indireta com o leitor através das obras estéticas, pseudonímicas, publicadas simultaneamente aos discursos edificantes, comunicação direta assinada pelo próprio Kierkegaard. A meta era levar o leitor à reflexão e ao autoreconhecimento, ao mesmo tempo em que o autor cumpria a tarefa que lhe fora designada em sua existência. Pretendia aproximar-se de modo sutil daquele que se encontrava sob a ilusão e começar por aí a desfazê-la. A leitura deveria, portanto, provocar um efeito sobre o leitor, algo muito próximo dos exercícios espirituais da Antiguidade, onde filosofia era filosofar, uma ação que interferiria concretamente na vida do sujeito. Outras obras de Kierkegaard são trazidas para apresentar essa vinculação entre a escrita, a leitura e o cuidado de si, indissociáveis tanto na Antiguidade quanto no projeto autoral kierkegaardiano. Tal vinculação será apresentada à luz das ideias de Michel Foucault, em cujas obras ganham relevância a noção antiga do cuidado de si e seus desdobramentos.
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O presente ensaio pretende ser um convite para pensarmos em novas possibilidades de construção de narrativas acerca da memória. Os protagonistas desse convite serão Fernando Pessoa e Friedrich Nietzsche. Eles nos conduzirão num passeio no universo das sensações e da potência de variação que podem ser extraídas delas, em suas obras e fora delas, pois têm a capacidade ímpar de nos atingir e desviar nosso olhar do modo tradicional de pensarmos a relação entre história e memória. A flecha que sai de seus escritos se chama diferença. Veremos que esses autores podem trazer valiosas contribuições para pesquisas relacionadas aos modos de construção e de escrita da História, estando, talvez, mais próximos de alguns trabalhos desenvolvidos na história oral.
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Em vista da multiplicação acelerada dos novos cursos de graduação em psicologia, a partir de 1995, e da conseqüente desvalorização da profissão no mercado de trabalho, o presente estudo crítico visou 1) contextualizar brevemente a reforma universitária no âmbito da reforma do Estado, que presidiu essa multiplicação; 2) analisar o texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para as graduações em Psicologia para mostrar que enquanto projeta um perfil profissional flexível e polivalente, aberto ao mercado, pretende contornar o risco de dispersão da profissão reforçando as bases epistemológicas e a investigação científica “naturalística” em psicologia – admitindo-se assim uma via que, além de não especificar a psicologia diante de outras profissões, talvez também iniba, nos estudantes, aquilo que nela o senso-comum mais valoriza: a psicologia como uma ciência humana e enquanto prática principalmente clínica.
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O presente artigo tem por objetivo apontar algumas reflexões acerca do recente dispositivo de segurança pública que tem sido implantado em algumas comunidades da cidade do Rio de Janeiro – as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Mais especificamente, busca-se observar este modo de intervenção policial a partir do conceito de policiamento comunitário, noção sugerida nos EUA, nos anos 60, como forma de aproximação entre a polícia e a comunidade. Tal investigação tem como base dois importantes conceitos cunhados por Michel Foucault – biopolítica e governamentalidade – e as noções de comunidade apresentadas por Jean-Luc Nancy e Maurice Blanchot. Partindo desses pilares, propõe-se a seguinte discussão: que(ais) noção(ões) de comunidade pode(m) ser sugerida(s) a partir desse modo de atuação policial?
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Nesse estudo analisamos, a partir das configurações da sociedade contemporânea e das modulações do capitalismo, os recursos que as práticas clínicas possuem para trabalhar a subjetividade. Nesse contexto, destacamos as questões éticas, estéticas e políticas, assim como o fim da dicotomia entre sujeito e social, objetividade e subjetividade, teoria e prática, clínica e política. A crítica a essas fragmentações aponta para a necessidade de uma prática transdisciplinar que promova intercessões com outros saberes, corpos, territórios e práticas. Para tal nos fundamentamos no conceito de rizoma proposto por Gilles Deleuze e Félix Guattari, efetuando um diálogo entre seus princípios e as práticas multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar. Nessa produção enfatizamos também a emergência de uma clínica rizomática que caminhe a favor da vida, da política, da resistência e da diferenciação.
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A novela História do Predestinado Peregrino e de seu irmão Precito (1682), do jesuíta Alexandre de Gusmão, apresenta-se ainda hoje aos leitores como texto de grande riqueza e complexidade, podendo ser abordada e interpretada sob diversos enfoques. Dentre outros, a novela apresenta-se como um compêndio dos saberes antropológicos e psicológicos dos jesuítas no Brasil colonial, que, por sua vez, sintetiza toda a tradição clássica e medieval recebida, assimilada, reelaborada sob as óticas humanista e renascentista interpretadas pela Reforma católica. Ao mesmo tempo, a novela apresenta uma forma retórica apropriada para transmitir os referidos saberes a destinatários pertencentes a um universo cultural marcado pela oralidade. Trata-se de uma das mais significativas expressões da cultura brasileira no período colonial.
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El objetivo general de este artículo es ofrecer una comprensión sobre la multiplicidad radical presente en la psicología como una red de teorías y prácticas diversas, y asimismo contradictorias entre sí. Para ello, presentaremosinicialmente una discusión epistemológica sobre la multiplicidad radical, destacando la forma en que este debate está vinculado al de la cientificidad de la psicología. A continuación, se planteará otro modo de considerar esta multiplicidad radical, tomando como base la teoría Actor-Red de Bruno Latour, Annemarie Mol y John Law, así como la Epistemología Política de Isabelle Stengers y Vicianne Despret. Se partirá de la consideración de las diversas psicologías como dispositivos de producción ontológica de subjetividades. Se mostrará finalmente un conjunto de trabajos de investigacióndtratando de evaluar la presencia y las formas de subjetivación psicologizadas entre estudiantes adolescentes de la ciudad de Río de Janeiro. En el apartado de conclusiones serán discutidos los resultados de esta investigación teniendo en cuenta las propias políticas ontológicas presentes en la elección de los métodos utilizados.
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“Psicoterapias, para além da técnica”. Este poderia ser outro título para a proposta deste livro. Isto porque a intenção deste projeto, que ora apresenta-se ao leitor, é exatamente debater questões que ficam aquém e além da técnica psicoterápica. Não se trata de simplesmente questionar o instrumental do psicoterapeuta ou de apontar como se deve trabalhar com esta ou aquela patologia, ou nesta ou naquela abordagem. Mas de questionar o lugar e o próprio fazer do psicoterapeuta. Este livro foi pensado e é dirigido a todos aqueles que se interessam, verdadeiramente, pelo campo das psicoterapias; e não faz diferenciação entre os iniciantes e os iniciados, entre os experientes e os curiosos,entre profissionais desta ou daquela área, por entender que nenhuma práxis subsiste sem um questionamento sobre suas bases, direções, entendimentos e relações.Artigos Neste Volume:- Ensaio sobre a cegueira de Édipo: sobre psicoterapia, política e conhecimentoMaurício da S. Neubern- Sentidos subjetivos, linguagem e sujeito: implicações epistemológicas de uma perspectiva pós-racionalista em psicoterapiaFernando Luis González Rey- Reflexões sobre o campo das psicoterapias: do esquecimento aos desafios contemporâneosAdriano Furtado Holanda- Desnaturalizando o fim social da psicologia clínicaMarcelo M. Nicaretta- Psicoterapia e pesquisa: desafios para os próximos 10 anos no BrasilMaria Adélia Minghelli Pieta, Thiago Gomes de Castro e William Barbosa Gomes- Psicoterapia: o percurso histórico nos desafios por uma formação sem regulamentaçãoBárbara de Souza Conte- Psicoterapias: valoração e avaliaçãoFrancisco Martins e Valeska Zanello- Psicoterapia e clínica ampliada: diferenciando horizontes interventivosAdelma Pimentel
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“Psicoterapias, para além da técnica”. Este poderia ser outro título para a proposta deste livro. Isto porque a intenção deste projeto, que ora apresenta-se ao leitor, é exatamente debater questões que ficam aquém e além da técnica psicoterápica. Não se trata de simplesmente questionar o instrumental do psicoterapeuta ou de apontar como se deve trabalhar com esta ou aquela patologia, ou nesta ou naquela abordagem. Mas de questionar o lugar e o próprio fazer do psicoterapeuta. Este livro foi pensado e é dirigido a todos aqueles que se interessam, verdadeiramente, pelo campo das psicoterapias; e não faz diferenciação entre os iniciantes e os iniciados, entre os experientes e os curiosos,entre profissionais desta ou daquela área, por entender que nenhuma práxis subsiste sem um questionamento sobre suas bases, direções, entendimentos e relações.Artigos Neste Volume:- Ensaio sobre a cegueira de Édipo: sobre psicoterapia, política e conhecimentoMaurício da S. Neubern- Sentidos subjetivos, linguagem e sujeito: implicações epistemológicas de uma perspectiva pós-racionalista em psicoterapiaFernando Luis González Rey- Reflexões sobre o campo das psicoterapias: do esquecimento aos desafios contemporâneosAdriano Furtado Holanda- Desnaturalizando o fim social da psicologia clínicaMarcelo M. Nicaretta- Psicoterapia e pesquisa: desafios para os próximos 10 anos no BrasilMaria Adélia Minghelli Pieta, Thiago Gomes de Castro e William Barbosa Gomes- Psicoterapia: o percurso histórico nos desafios por uma formação sem regulamentaçãoBárbara de Souza Conte- Psicoterapias: valoração e avaliaçãoFrancisco Martins e Valeska Zanello- Psicoterapia e clínica ampliada: diferenciando horizontes interventivosAdelma Pimentel
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In Memoriam César Ades (08/01/1943 – 14/03/2012): entre teias, bichos, crianças e gente grande, a paixão pela ciência
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This article discusses the function and role of mental dynamics in the reception of images according to the philosophical theories available to the cultural universe of the Classic, Middle and Modern Ages in the West including Brazil. It highlights the significance of these philosophical grounds for discussions on the notion of image and imagination in modern times, as well as their application to rhetorics. In the Brazilian context, the contributions by Jesuit Antônio Vieira stand out. It finally shows that in the theories discussed here, the functioning of imagination as mental phenomenon is approached in an integrated manner with the remainder of mind processes including the senses, memory and understanding, emotions and will; it is an indispensable element in the path of knowledge; and it is always referred to image within the multiple dimensions indicated by the specific cultural universe.
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Jean Piaget foi um pesquisador que contribuiu para o desenvolvimento da ciência psicológica. Este artigo propõe a análise de uma contribuição deste pensador para o desenvolvimento metodológico na pesquisa epistemológica em Psicologia, através do método histórico-crítico. Este se circunscreve em uma discussão que centra atenção nos elementos que constituem a referência objetiva de um conhecimento científico para compreender e retraçar sua evolução em um caráter interno, ao interior da própria ciência em questão, e externo, que vincula a ciência enfocada a um contexto sócio-histórico. Descreve o método em suas: condições de uso, gênese e lógica de aplicação. Apresenta um exemplo e, finalmente, aponta as possibilidades e limites do método histórico-crítico.
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O objetivo do presente artigo foi traçar um panorama acerca de aspectos históricos e epistemológicos subjacentes à proposição do projeto científico avançado pela psicologia histórico-cultural, apontando aproximações e distanciamentos com diferentes correntes filosóficas e psicológicas da contemporaneidade. Para tanto, foram problematizadas e referenciadas as contribuições psicológicas advindas da Defectologia, Psicanálise, Reflexologia, Reactologia e Psicologia da Gestalt. Além disto, foram investigadas as influências das idéias filosóficas de Marx, Engels, Hegel, Darwin, Espinosa e Janet. Conclui-se que no decorrer do desenvolvimento da psicologia histórico-cultural ocorreram aproximações com algumas destas perspectivas e, ao mesmo tempo, contraposições às mesmas. Entretanto, todas foram importantes para a fundamentação deste novo sistema teórico em psicologia, que se constituiu como alternativa ao embate estabelecido entre a fisiologia naturalista e a fenomenologia.
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A pesquisa aqui relatada teve como objetivo realizar um estudo de escolhas educativas, de forma a descrever as dificuldades narradas por mães e pais para educar, bem como as alternativas encontradas por eles para lidar com esses desafios. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de base fenomenológica, de cunho interventivo, que teve como procedimento a realização de quatro encontros reflexivos, dois com mães e dois com homens pais. Os relatos dos 58 participantes sobre suas práticas educativas foram gravados, transcritos e analisados segundo perspectiva hermenêutica de análise do sentido. Foi possível concluir que escolhas educativas parentais que, num primeiro olhar, poderiam parecer falta de cuidado ou interesse, estão enraizadas em diversos aspectos, como dificuldades sociais e cultura familiar. Compreendê-los favorece a desconstrução de pré-conceitos e o estabelecimento de ações interventivas que considerem desafios que os pais efetivamente enfrentam.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.843)
- Conferência (1)
- Livro (508)
- Seção de livro (1.226)
- Tese (704)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (446)
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Entre 2000 e 2025
(3.832)
- Entre 2000 e 2009 (1.162)
- Entre 2010 e 2019 (1.751)
- Entre 2020 e 2025 (919)
- Desconhecido (4)