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Edith Stein (1891-1942) foi uma proeminente discípula de Edmund Husserl (1859-1938), fundador da corrente teórico-metodológica da Fenomenologia. Seguindo de maneira fiel ao mestre, contudo fornecendo contribuições autênticas à escola fenomenológica, Stein ocupouse principalmente da temática da estrutura da pessoa humana e da fundamentação daquelas ciências que possuem o homem como objeto de estudo. Dentre estas ciências, destaca-se a Psicologia Científica. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise acerca da fundamentação filosófica e antropológica que a fenomenologia de Edith Stein pode apresentar para a Psicologia Científica, no que tange à problemática da definição do objeto e método desta ciência. Dentro da perspectiva da Historiografia da Psicologia Científica, utilizamos como fonte primária a obra Introdução à Filosofia de Stein. Nesta obra, uma das principais questões colocadas pela autora é compreender o que é a natureza e a subjetividade e como é possível conhecê-las. Ao discuti-la, Stein propõe uma nova concepção de subjetividade, ancorado no conceito de pessoa humana, que contempla a própria corporeidade e a constituição tripartida, porém essencialmente unitária, da pessoa. A alma constitui o princípio vital, sinal de uma interioridade formada pela estrutura psíquica que, por sua vez, possui qualidades sensíveis e espirituais. É possível apreender e conhecer a vida anímica de uma pessoa por meio da expressividade de seu corpo, através das vivências intencionais da percepção externa, percepção interna e empatia que devem, portanto, ser consideradas na metodologia das ciências que pretendem o conhecimento de pessoas humanas. Pudemos concluir que a obra analisada pode ser inserida no núcleo das discussões ainda presentes na Psicologia, podendo lançar luzes, em questões referentes à origem do conhecimento; à natureza da pessoa, suas semelhanças e diferenças em relação aos outros animais; a evidenciação da estrutura espiritual humana, contemplando a questão da liberdade e da volição, assim como sua relação com os aspectos psíquicos (cognitivos e afetivos) e sensíveis; a unidade essencial psicofísica e espiritual da pessoa; a constituição da personalidade; o conhecimento de outras pessoas e de si mesmo; e a ação do homem no mundo. Além disso, as análises de Stein presentes nesta obra nos fornecem esclarecimentos epistemológicos referentes às ciências da subjetividade, as possibilidades de interdisciplinaridade e a observação à autonomia de cada área.
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O presente trabalho tem como objetivo abordar a forma como se constelaram as angústias de influência para que Winnicott se tornasse o autor que conhecemos em resumo, como se passou a autorização de Winnicott. Suponho que a obra escrita de um autor é a ponta visível de um processo que denominei autorização; a ideia é que todo autor lida, em alguma medida, com angústias associadas à significação que o escrever e/ou o ser-autor assumem para ele. Essa autorização conflui, do ponto de vista assumido aqui, com um reconhecimento e uma afirmação de si perante os pares e as figuras de autoridade que retomam, na chave do grupo de destino da escrita do autor, as questões que a criança tem na fase edípica; tal leitura remonta em muito ao tema da angústia de influência, trabalhada por Harold Bloom, e ao testemunho que Ronald Britton oferece da mesma problemática em relação ao meio psicanalítico. No caso singular de Winnicott, considero o processo de autorização como estando muito relacionado à busca por autenticidade; esta, por sua vez, é entendida como associada ao próprio reconhecimento da existência e da legitimação das formas singulares de afirmação do autor. À sua maneira, Winnicott parece colocar em novos termos a questão em torno da autoridade, na medida em que subverte a problemática da submissão a uma lei maior que funcionaria como tabu a questão passaria por criar uma via própria, singular, por equacionar os imperativos estabelecidos, mas, nesse mesmo gesto de reconhecimento, ele incute uma inovação. A formulação final a que chego, tendo em vista esses aspectos, é que a liberdade de leitura ou a incorporação criativa da tradição ocupam em Winnicott o lugar que a infelicidade cotidiana ou a aceitação da castração assumem em Harold Bloom; na autorização winnicottiana, a liberdade e a idiossincrasia parecem ocupar o lugar que, na triangulação edípica, compete ao pai formulação certamente paradoxal, mas que busca fazer justiça ao pensamento do autor.
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O trabalho aborda o papel atribuído às imagens na elaboraçáo da experiência assim como apresentado nos sermões de Antônio Vieira e aprofunda as matrizes filosóficas e teológicas desta concepçáo. Vieira reconhece às imagens um importante poder de comunicaçáo e de evocaçáo. Dentre outros, recorre às imagens na construçáo de metáforas que usa para representar processos da vida pessoal e política. Nisto, o pregador se conforma à tradiçáo jesuítica bem como às doutrinas de Agostinho e de Tomás que inspiram essa mesma tradiçáo.
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Este artigo tem como objetivo apresentar os modelos epistemológicos propostos por Bo Jansen e Lars Qvortrup, assim como apresentar estratégias de ensino e ferramentas pedagógicas adequadas à(s) realidade(s) de ensino de uma sociedade plural e de valores culturais híbridos dentro de perspectivas de sociedades complexas e hiper complexas.
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A pesquisa relatada teve por objetivo compreender a articulação entre uma escola municipal de ensino fundamental situada na periferia de São Paulo e grupos de jovens que desenvolvem um trabalho de divulgação da cultura local por meio de oficinas de literatura marginal. Foram feitas observações participantes; encontros com gestores, educadores e com o responsável pelas oficinas; e uma entrevista reflexiva com os alunos. O fenômeno da articulação mostrou-se como importante ação educativa à medida que aproximou os alunos da literatura, ajudou-os a tomarem consciência de sua participação na sociedade e a perceberem o conhecimento como ferramenta para transformação social. O jovem responsável pelas oficinas também se transformou ao descobrir-se educador. As mudanças ocorridas no nível individual repercutiram positivamente nas duas comunidades envolvidas no projeto: escola e bairro (coletivos).
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Este artigo tem como objetivo compreender a evolução do conceito de empatia no pensamento de Carl Rogers, a partir das fases propostas pelos comentadores de suas obras. Inicialmente, Rogers não utilizava diretamente o termo empatia, mas já era possível perceber o nascimento desse conceito em seu pensamento, desde as primeiras obras, uma vez que para ele o terapeuta deveria compreender os problemas do cliente, sem julgamento, sem preconceito e sem identificação emocional descontrolada. No decorrer de seu pensamento esse conceito evoluiu de apenas um estado para um processo, sendo mais do que apenas uma atitude, mas uma compreensão empática, que está muito além de uma compreensão do senso-comum. Essa compreensão empática consiste em experimentar o que o outro está sentindo dentro de uma condição de “como se” estivesse no lugar dele, vendo através da perspectiva do cliente, podendo dividir com ele toda essa compreensão, favorecendo o desenvolvimento da personalidade do cliente.
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Partindo de uma experiência de leitura e reflexão do drama de Shakespeare, Macbeth, no Laboratório de Humanidades do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, este artigo procura problematizar a questão do poder das palavras. Dialogando com filósofos antigos, modernos e contemporâneos, procuramos, no itinerário delineado por Shakespeare em sua peça, analisar as qualidades, força e efeitos da palavra no âmbito das paixões, dos atos e da ética humana.
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Dada a atualidade da discussão da significação do voluntariado em determinado contexto religioso, objetivamos investigar a inter-relação entre voluntariado e experiência religiosa vivida e revelada pelos sujeitos da experiência. Para tanto, selecionamos uma instituição espírita como ocasião de apreensão dessa inter-relação pois, além de compreender que o Espiritismo propõe o voluntariado de modo próprio, percebemos como a religiosidade daquelas pessoas se apresenta enquanto elas se dedicam ao trabalho voluntário. Os dados foram coletados em entrevistas semi-estruturadas e analisados fenomenologicamente. A análise indica que (1) ação voluntária é vivida como abertura à experiência religiosa: doando-se ao outro em gestos, a pessoa reconhece sua ação sustentada por presenças transcendentes e direcionada à afirmação de horizonte absoluto; (2) vivência da religiosidade ordena a compreensão da realidade, fundamentando e direcionando a ação reconhecida como dever correspondente a si. Conclui-se que realização de si é fator estruturante da mútua-constituição entre voluntariado e experiência religiosa.
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O artigo aborda a integração entre os universos dos conceitos e o das práticas acerca da ordenação da imaginação e do uso das imagens na Idade Média e na Idade Moderna no Ocidente e no Brasil colonial. Evidencia que o funcionamento da imaginação é tomado de modo integrado aos processos do conhecimento sensorial, da memória e do entendimento, dos afetos e da vontade. Focaliza o estudo da imagem e do treino da imaginação no âmbito da retórica. Enfatiza as múltiplas dimensões das imagens enquanto processos culturais e a importância de apreender esta complexidade inclusive ao investigar os processos psíquicos por elas estimulados. Ao abordar esta temática, apresenta algumas sugestões metodológicas que se situam na interface entre a história cultural, a história dos saberes psicológicos e a psicologia. Propõe exemplos de transmissão de conceitos sobre imagens e imaginação e de utilização das imagens visando mobilizar o dinamismo psíquico dos destinatários em práticas culturais do Brasil colonial, tais como na pregação através do uso das metáforas, nas festas através do uso de alegorias, emblemas, figuras e estátuas; e nas narrativas do gênero alegóricos.
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Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a finitude e sua contextualização histórica através do filme O Sétimo Selo de Ingmar Bergman. Discute a visão do cineasta, especialmente a existência humana tendo como eixo condutor uma reflexão sobre envelhecimento e morte, questões ligadas ao sentido da vida. Utilizamos a pesquisa documental e bibliográfica, convidando autores a dialogarem com uma arte expressa por imagens e palavras, útil e pertinente quando se estuda temas angustiantes como finitude e envelhecimento. Bergman, a partir da sua própria perspectiva existencialista, trabalha questões como a manipulação da fé pela Igreja, a exploração da ideia da peste como castigo divino e a expiação dos pecados pela dor. A investigação realizada cumpre seu objetivo, mostra que a arte que se faz através do cinema se resume na busca do conhecimento como chave para a compreensão das inquietudes do que representa o morrer para um Ser Finito, independente da velhice.
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O artigo se refere a uma pesquisa de cunho epistemológico, que tem como objetivo estudar o sentido de Deus para Jacob Levy Moreno em seu livro As Palavras do Pai. São discutidos seus argumentos sobre o sentido de Deus frente aos conceitos de espontaneidade, de criatividade e de momento. Nas considerações finais, levanta-se a possibilidade de Deus enquanto um elemento fundamental para a compreensão da visão de mundo e a visão de homem no psicodrama de Moreno.
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O objetivo desta investigação é elucidar os aspectos centrais da vivência de empatia no pensamento de Edith Stein, compreendendo como estes aspectos são desenvolvidos em sua obra O problema da empatia (1917/1998). Parte-se da discussão acerca do tema na literatura científica recente, visando compreender os modos como a empatia é tratada, passando ao acesso da literatura especializada em fenomenologia, concepção norteadora da investigação, buscando os elementos envolvidos com o tema. A concepção da empatia como uma vivência, como reconhecimento do outro como outro eu, desdobra-se eticamente como um movimento de compreensão da experiência do outro, um testemunho sensível daquilo que ele vive.
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Os caboclos são entidades espirituais largamente encontradas no panteão umbandista. O objetivo deste estudo foi revelar, no recurso ritual a caboclos na umbanda, os seus sentidos e alcance psicológicos. Para tanto foi realizada uma escuta participante, atenção flutuante aos significantes que se repetiram, para ouvir em profundidade a enunciação na rede de interlocuçãoem questão. Entreesses significantes, repetiram-se alguns termos como terra, luz, água, raiz, amadurecimento, liberdade e ideal, que podem assumir mais de um nível de significância, por meio de uma ‘escrita por imagens’. Percebeu-se que as pessoas em contato com os caboclos estão diante de uma elaboração de suas raízes (pais, ancestrais) que, bem cuidadas e iluminadas (conhecidas e elaboradas), em terra fértil, resultam em plantas (pessoas) fortes e bonitas, que desenvolvem seu potencial, amadurecem. E este amadurecimento inclui o desprendimento em relação às figuras paternas ou autoridades, o que remete à liberdade.
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A psicopatologia é tema central na clínica psicológica. Tentativas de definições de normalidade e patologia estão presentes nas teorias e engendram práticas clínicas diferenciadas. O objetivo deste trabalho é discutir psicopatologia na Terapia Centrada no Cliente, através da noção de pessoa em pleno funcionamento, de Carl Rogers. Questiona-se esta noção, baseado na ética da alteridade radical, de Emmanuel Lévinas, reafirmando o pathos como paixão e reconhecendo a necessidade de a psicoterapia centrada na pessoa escutar o radicalmente Outro. Aponta-se, finalmente, a desconstrução da ideia de pessoa em pleno funcionamento, por esta desconsiderar a diferença do Outro, numa concepção totalizante da subjetividade.
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Originários do XIII Simpósio de Intercâmbio Científico em Psicologia da Anpepp , os cinco artigos contribuem para a discussão acerca dos processos de subjetivação e de suas relações com as culturas. Uma coletânea que auxiliará ao ensino de graduação em História da Psicologia, Psicologia, Psicologia Social e Psicologia da Cultura e aos apreciadores dos vários percursos e interpretações do pensamento psicológico
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Many factors in the world today, such as globalization and a rise in immigration, are increasing the need for mental health practitioners to acquire the ability to interact effectively with people of different cultures. This text will be the most comprehensive volume to address this need to date, exploring the history, philosophy, processes, and trends in counseling and psychotherapy in countries from all regions of the globe. Organized by continent and country, each chapter is written by esteemed scholars drawing on intimate knowledge of their homelands. They explore such topics as their countries' demographics, counselor education programs, current counseling theories and trends, and significant traditional and indigenous treatment and healing methods. This consistent structure facilitates quick and easy comparisons and contrasts across cultures, offering an enhanced understanding of diversity and multicultural competencies. Overall, this text is an invaluable resource for practitioners, researchers, students, and faculty, showing them how to look beyond their own borders and cultures to enhance their counseling practices.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.843)
- Conferência (1)
- Livro (508)
- Seção de livro (1.226)
- Tese (704)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (446)
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Entre 2000 e 2025
(3.832)
- Entre 2000 e 2009 (1.162)
- Entre 2010 e 2019 (1.751)
- Entre 2020 e 2025 (919)
- Desconhecido (4)