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Este artigo objetivou analisar a organização do ensino da disciplina de História da Psicologia, baseando-nos em cursos de graduação em Psicologia, no estado do Mato Grosso do Sul. Inicialmente, inventariaram-se as instituições que possuem cursos de Psicologia, acessando os seus sites e aplicando questionários aos seus coordenadores. Em seguida, organizaram-se algumas características gerais dos cursos e das instituições anuentes. Posteriormente, discutiu-se como o ensino da História da Psicologia auxilia na formação de estudantes, introduzindo-os ao estudo da Psicologia e às suas contendas científicas e profissionais. Ele contribui, com críticas, ao que se empreende no presente, embora apresente dificuldades de proporcionar algo introdutório mesclado a reflexões avançadas em uma disciplina. Por fim, observou-se que ele pode ser alocado e articulado com outras disciplinas, fazendo interface com os domínios da Ontologia, Epistemologia, Lógica e Ética.
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Em quinze capítulos, este livro funciona como um caleidoscópio: discute, desde múltiplas facetas, a aula inaugural que Michel Foucault ministrou, há 50 anos, no Collège de France – “A ordem do discurso”. Cada capítulo aborda distintos aspectos não só daquela aula como, ainda, discute suas conexões com outras obras do filósofo. Sendo assim, tem-se aqui um interessante transbordamento para além daquela importante aula. Resultado dos esforços inteligentes empreendidos por vinte especialistas, esses comentários marginais nos trazem contribuições valiosas que abordam desde as relações entre Foucault e o ambiente acadêmico francês, até as muitas ressonâncias entre “A ordem do discurso” e as nossas “realidades” de hoje. Talvez se possa mesmo dizer que este livro trabalha no sentido de promover uma múltipla “desrarefação”: dos ditos, daqueles que se autorizam a dizer e das condições em que acontecem os ditos. Os autores e autoras de cada capítulo, ao fazerem da escrita uma prática política, entram em sintonia com o éthos foucaultiano. Mas tal postura não significa uma suposta obediência ao filósofo, nem algum compromisso prévio com qualquer vinculação partidária e, nem mesmo, alguma adesão a priori a quaisquer princípios fundamentais. O que se tem não é militância, mas sim ativismo; são textos ativos, reativos, provocativos, combativos, conspirativos, alternativos, adversativos etc. A feliz ideia das organizadoras deste livro – duas reconhecidas especialistas no campo dos estudos foucaultianos – nos chega num momento da maior importância. No Brasil, a crise pandêmica que assombra o mundo desdobra-se em várias outras crises, cujos efeitos sociais, políticos, econômicos e éticos estão sendo devastadores. As combinações entre tais efeitos se potencializam, tornando mais tóxico o ar que respiramos. Por isso, muitos estão usando o neologismo “sindemia” para designar tais combinações e potencializações. Assim, neste contexto mais “sindêmico” do que pandêmico, o caleidoscópio que temos em mãos servirá para compreendermos melhor as ordens dos discursos que estão contribuindo para instaurar e aprofundar as dificuldades do tempo presente. Como sabemos, a compreensão é, mesmo que insuficiente, condição necessária para nos municiarmos e enfrentarmos os combates contra o status quo vigente. Alfredo Veiga-Neto
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Resumo Analisa-se o discurso sobre o desenvolvimento humano veiculado em manuais de psicologia educacional destinados à formação docente. Caracteriza-se nesses discursos a presença da “teoria da recapitulação”. Essa teoria, elaborada por Ernst Haeckel no campo da embriologia no final do século XIX, afirma que o indivíduo atravessa diversos estágios de desenvolvimento, que correspondem à forma adulta de seus antepassados na sequência evolutiva. Foi apropriada pela psicologia e serviu como modelo explicativo para diversos aspectos do desenvolvimento, desde as diferenças individuais e grupais na forma e no tamanho do cérebro até a evolução da linguagem e da moral. A análise recorre aos escritos de Michel Foucault acerca da análise do discurso e de Nikolas Rose a respeito da história da psicologia.
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O livro é fruto do trabalho de pesquisa e debate teórico metodológico que acontece dentre grupos de pesquisa de 4 universidades (PROCAD) UFAL, UERN, UFPI e PUCSP. Todos os pesquisadores trabalham com psicologia sócio-histórica e estão, no livro, abordando diversos aspectos da pesquisa nesta abordagem.
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A entrevista foi realizada em 21 de julho de 2020, de modo remoto pelo zoom, atendendo ao momento pandêmico que vivemos no Brasil. Ela foi gravada e transcrita por Mychell Christiano Pires de Mello e Fabiana de Mesquita do Patrocínio Dias. Desde o Rio de Janeiro, Rosimeri e Heliana, e desde Porto Alegre, Alfredo, a entrevista-conversa acontece de modo itinerante para dar visibilidade e fazer ver e falar o trabalho dos estudos foucaultianos para o campo da educação.
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Estudos em História da Análise do Comportamento, no Brasil, têm sido debatidos com foco, especialmente, nos anos iniciais de conformação da sua comunidade científica. Este trabalho buscou apresentar a Associação de Modificação do Comportamento (AMC). Fundada em 1974 e extinta em 1984, com sede e foro no estado de São Paulo, a AMC teve como objetivo a promoção da modificação do comportamento como campo científico e profissional. Reuniu associados, promoveu eventos e publicou revistas especializadas. Nesse sentido, parte desses documentos foi fonte de dados do estudo em questão, cuja finalidade foi tentar conhecer o perfil dessas pessoas, ou seja: quem eram, o que liam e o sobre o que falavam. Os dados apontaram para a predominância do gênero feminino, da escrita singular, de filiações do estado de São Paulo, de interesse em temas educacionais e de destaque para a área aplicada. Houve, ainda, colaborações de atores internacionais (Canadá, Estados Unidos e México). Ainda, limitações metodológicas precisam ser levadas em consideração, sem, no entanto, preterir o fato deque os resultados desta pesquisa proporcionam conjecturas para uma compreensão mais sofisticada da Análise do Comportamento, no Brasil, bem como auxiliam na preservação de sua memória.
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O relato de história de vida não é, como muitos pensam, uma metodologia de fácil aplicação, pelo menos em se levando em consideração o pensamento de Walter Benjamin, para quem a história não é simples relato de fatos, mas um encadeamento de experiências que nem sempre podem ser expressas sem correr riscos que, em grande medida, prejudicam ou violentam a consciência do indivíduo que faz do relato um meio para encontrar “redenção” (Erlösung) de experiências do passado marcadas de sofrimentos. Acrescente-se a isso o fato de que, segundo o autor, com a modernidade, perdeu-se a capacidade tanto de contar quanto de ouvir experiências de vida. O texto trabalha essas questões, além de buscar contribuir com os estudos sobre identidade, na perspectiva da psicologia social crítica, que utiliza o método de relato de história de vida.
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No intuito de compreendermos o lugar da licenciatura na formação de psicólogos, logo após a Lei nº 4119/62, este artigo apresenta um estudo de caso sobre a inserção da licenciatura no curso de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) durante a década de 1960 e suas contribuições para os ex-alunos, ingressantes nesse período. O estudo historiográfico é fruto de pesquisa de doutorado e utiliza como procedimento metodológico a análise de fontes primárias e entrevistas com ex-alunos. Os resultados demonstraram que a licenciatura em Psicologia foi inserida no curso da UFMG desde a primeira turma de entrada de alunos de 1963 e ofertada no formato de cumprimento obrigatório para todos os alunos daquele ano. Em 1965, a licenciatura tornou-se uma formação opcional e, a partir de então, cada vez menos alunos passaram a optar por ela. Os entrevistados confirmaram os dados obtidos na análise documental relativos ao funcionamento da modalidade e apontaram os aspectos metodológicos aprendidos durante a licenciatura como as principais contribuições para suas formações profissionais. Esperamos que a pesquisa contribua com as reflexões sobre a oferta da licenciatura na formação dos psicólogos brasileiros e com os estudos históricos sobre a Psicologia no Brasil.
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O artigo expõe análises de pesquisas-intervenção realizadas com formação de professores na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cartografa movimentos que nos desprendem dos exercícios de poder, servindo de reveladores para transformações do sujeito. Lança mão de três dispositivos: as linhas tecidas no dispositivo aula, recorrendo ao curso A Hermenêutica do Sujeito e à noção de arqueologia; as linhas que se delineiam na atualidade mediante entrevistas de Foucault e escritos de seus intercessores; e as estratégias singulares de formação que privilegiam práticas ético-políticas regulares e trabalhos dotados de continuidade, embora sem efeitos de coerção.
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O objetivo desta investigação foi descrever e analisar aspectos da história da Terapia Comportamental, a partir dos excertos de sua recepção, no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980. Particularmente, foca-se na sua recepção em Belo Horizonte, a partir da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As fontes utilizadas foram textuais—traduções, em português brasileiro, de livros de A. A. Lazarus e J. Wolpe—e orais—comunicações pessoais de atores vinculados à tradução das obras em questão e ao desenvolvimento de práticas psicoterápicas comportamentais no país à época. Os resultados sugerem a coexistência de duas formas de recepção por partes dos brasileiros: (1) Uma com pouca preocupação em se afiliar a um tipo específico de terapia comportamental e, (2) outra, compromissada com a terapia analítico- -comportamental e com a aplicabilidade de suas postulações na esfera clínica. Assim, ao final, nota-se um cenário idiossincrático da apropriação de tal conceito no país, o que pode ajudar na compreensão de certas questões históricas da conformação das terapias comportamentais.
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James’s work is admittedly cross-disciplinary to the extent that it defies traditional scholarly boundaries. One of the best examples is the cross-fertilization between his philosophical and psychological ideas, although the precise relation between them is not easy to frame. Notwithstanding this difficulty, one can say that James’s early psychology, developed between the 1870s and 1880s, illuminates many aspects of his later philosophical positions, including pragmatism, radical empiricism, and pluralism. First, James defends the teleological nature of mind, which is driven by subjective interests and goals that cannot be explained by the immediate interchange with the external environment. They are spontaneous variations that constitute the a priori, properly active nature of the human mind. This idea helps him not only explain important features of scientific and philosophical theories, but also reject certain philosophical doctrines such as materialism, determinism, agnosticism, and so on. It represents, so to speak, the relevance of the subjective method for deciding moral and metaphysical issues. Second, James claims that certain temperaments underlie the choice of philosophical systems. Thus, both pragmatism and pluralism can be seen as philosophical expressions of subjective influences. In the first case, pragmatism expresses a temperament that combines and harmonizes the tender-minded and the tough-minded. In the second, pluralism reflects the sympathetic temperament in contrast with the cynical character drawn to materialism. Finally, James proposes a distinction between the substantive and the transitive parts of consciousness, meaning that consciousness has clearly distinguishable aspects as well as more obscure points, although human beings tend to focus only on the first part, ignoring the other. This idea plays a decisive role in the elaboration of radical empiricism. Such illustrations, far from exhausting the relations between James’s psychology and philosophy, invite new insights and further scholarship.
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(Tradução do segundo capítulo (L’accumulation primitive continuée) de Guerres et Capital. Paris: Éditions Amsterdam, 2016. Traduzido por Carolina Sarzeda e Danichi Hausen Mizoguchi.)
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Apresenta os caminhos percorridos para a construção de pesquisa de mestrado, que versa sobre a formação e o trabalho de professores(as), realizada no Instituto Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus. Descreve como se estabeleceram os primeiros contatos com os(as) docentes a fim de construir um território de confiança, o que se desenvolvia em cada encontro, e traz algumas das análises produzidas pelo grupo. O método se delineia no encontro entre campo, participantes e pesquisadoras, no âmbito de uma pesquisa-intervenção, registrada em diário de campo. Assim, outros modos de pesquisar foram tecidos com o grupo de professores(as), a partir da emersão de deslocamentos, desnaturalizações, compartilhamentos e construções no decorrer da investigação. Desse modo, destaca os pequenos grupos, a atenção aos detalhes, as conversas e experienciações como ferramentas para fissurar as tradições escolares e as formas de existência que aprisionam a vida.
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Este artigo busca sistematizar estudos realizados durante vários anos sobre a Roda dos Expostos, alguns deles já publicados, ampliando seu escopo para abarcar o inquietante movimento de reinvenção deste mecanismo em países da Europa e América do Norte a partir dos anos 2000. Rebatizada com os nomes de caixa de correio, caixas de bebê, dentre outros similares, este mecanismo tem sido severamente criticado pelo Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que considera que não funciona no melhor interesse da criança ou da mãe. Para melhor contextualizar a questão no Brasil, o artigo situa a instalação das Casas da Roda ou Casas dos Expostos a partir da importação do modelo português da antiga caridade, adentrando os Relatórios Ministeriais do Império e República para evidenciar a passagem para o Estado de funções até então deixadas a cargo da Igreja Católica e das Irmandades leigas. É nesta passagem que a Roda dos Expostos perde a sua importância como mecanismo de proteção da infância. Para finalizar, apresenta uma amostra do noticiário internacional onde se evidencia o ressurgimento da Roda, ainda que rebatizada, apresentando também o Projeto de Lei 2747-A, de 2008, do deputado Eduardo Valverde, proposto com o objetivo de legalização do parto anônimo no Brasil, tendo sido arquivado por receber parecer negativo dos relatores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e da Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, em 2011.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.874)
- Conferência (1)
- Livro (471)
- Seção de livro (1.151)
- Tese (511)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (405)
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Entre 2000 e 2024
(3.599)
- Entre 2000 e 2009 (1.082)
- Entre 2010 e 2019 (1.645)
- Entre 2020 e 2024 (872)
- Desconhecido (4)