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O artigo busca compreender práticas psicológicas no ano da regulamentação da psicologia no Brasil. A pesquisa se baseia em matérias sobre as relações políticas, o comportamento cotidiano e a divulgação científica do jornal Correio do Povo. A coleta ocorreu no Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, em Porto Alegre onde foi feita a seleção e fotografia de materiais referentes à psicologia. Posteriormente, foi criado um banco de dados para análise temática e discussão do material. Dentre os resultados sobressaíram-se algumas estratégias voltadas para a legitimação da área como a inserção na mídia impressa com a divulgação de cursos, pesquisas, debates e aconselhamentos. Foram evidentes as correspondências entre as práticas psicológicas explicitadas no Jornal e o contexto sócio político da época pautado pela ênfase no desenvolvimento econômico e tecnológico, pela evitação de conflitos e pela crença de que a ciência psicológica poderia promover a humanização das relações.
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A concepção lacaniana do estádio do espelho é perpassada por uma rica malha de diálogos teóricos. Em meio a esta rede se esboça uma ideia de sujeito. O presente trabalho é destinado ao exame dessa ideia, não no interior da obra de Lacan, e sim no âmbito do quadro de referências teóricas relacionado ao tema em apreço. Interessa-nossituar determinados aspectos metodológicos e antropológicos do estádio do espelho em relação a teorias que lhe servem de mediação. Nossos apontamentos voltam-se para três autores: Wallon, Sartre e Merleau-Ponty. O primeiro já em 1931 sublinhava a importância da experiência da criança diante do espelho para o estudo da psicogênese. O segundo é considerado como representante de uma filosofia do Cogito e, portanto, parece figurar como contra-referência para o psicanalista. O terceiro estabeleceu com Lacan uma relação de diálogo mútuo que reforça o caráter heurístico das confrontações entre a psicanálise e a fenomenologia.
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Psicologia histórica é um termo estreitamente relacionado aos historiadores dos Annales, onde muitas vezes foi comparado a outras denominações. Este artigo recupera aspectos históricos do termo psicologia histórica no ambiente dos Annales; em seguida apresenta as primeiras menções à psicologia histórica de que se tem conhecimento até o momento, mostrando que desde 1833 o termo tem sido ininterruptamente mencionado por vários autores e de diferentes maneiras; o uso do termo por autores como Quevedo y Zubieta, Circé-Côté, Sforza, Fletcher, Van den Berg, Barbu, Schneider, Pelckmans, por sua vez, demonstra que seu uso ultrapassa o ambiente dos Annales e que a história da psicologia histórica não se restringe ao ambiente francês. Isto tem ocorrido porque historiadores, historiadores da psicologia e pesquisadores da psicologia histórica de Ignace Meyerson não consideraram a própria historicidade da psicologia histórica em suas pesquisas.
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Este artigo tem como objetivo apresentar os modelos epistemológicos propostos por Bo Jansen e Lars Qvortrup, assim como apresentar estratégias de ensino e ferramentas pedagógicas adequadas à(s) realidade(s) de ensino de uma sociedade plural e de valores culturais híbridos dentro de perspectivas de sociedades complexas e hiper complexas.
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A pesquisa relatada teve por objetivo compreender a articulação entre uma escola municipal de ensino fundamental situada na periferia de São Paulo e grupos de jovens que desenvolvem um trabalho de divulgação da cultura local por meio de oficinas de literatura marginal. Foram feitas observações participantes; encontros com gestores, educadores e com o responsável pelas oficinas; e uma entrevista reflexiva com os alunos. O fenômeno da articulação mostrou-se como importante ação educativa à medida que aproximou os alunos da literatura, ajudou-os a tomarem consciência de sua participação na sociedade e a perceberem o conhecimento como ferramenta para transformação social. O jovem responsável pelas oficinas também se transformou ao descobrir-se educador. As mudanças ocorridas no nível individual repercutiram positivamente nas duas comunidades envolvidas no projeto: escola e bairro (coletivos).
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Este artigo tem como objetivo compreender a evolução do conceito de empatia no pensamento de Carl Rogers, a partir das fases propostas pelos comentadores de suas obras. Inicialmente, Rogers não utilizava diretamente o termo empatia, mas já era possível perceber o nascimento desse conceito em seu pensamento, desde as primeiras obras, uma vez que para ele o terapeuta deveria compreender os problemas do cliente, sem julgamento, sem preconceito e sem identificação emocional descontrolada. No decorrer de seu pensamento esse conceito evoluiu de apenas um estado para um processo, sendo mais do que apenas uma atitude, mas uma compreensão empática, que está muito além de uma compreensão do senso-comum. Essa compreensão empática consiste em experimentar o que o outro está sentindo dentro de uma condição de “como se” estivesse no lugar dele, vendo através da perspectiva do cliente, podendo dividir com ele toda essa compreensão, favorecendo o desenvolvimento da personalidade do cliente.
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Partindo de uma experiência de leitura e reflexão do drama de Shakespeare, Macbeth, no Laboratório de Humanidades do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, este artigo procura problematizar a questão do poder das palavras. Dialogando com filósofos antigos, modernos e contemporâneos, procuramos, no itinerário delineado por Shakespeare em sua peça, analisar as qualidades, força e efeitos da palavra no âmbito das paixões, dos atos e da ética humana.
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Dada a atualidade da discussão da significação do voluntariado em determinado contexto religioso, objetivamos investigar a inter-relação entre voluntariado e experiência religiosa vivida e revelada pelos sujeitos da experiência. Para tanto, selecionamos uma instituição espírita como ocasião de apreensão dessa inter-relação pois, além de compreender que o Espiritismo propõe o voluntariado de modo próprio, percebemos como a religiosidade daquelas pessoas se apresenta enquanto elas se dedicam ao trabalho voluntário. Os dados foram coletados em entrevistas semi-estruturadas e analisados fenomenologicamente. A análise indica que (1) ação voluntária é vivida como abertura à experiência religiosa: doando-se ao outro em gestos, a pessoa reconhece sua ação sustentada por presenças transcendentes e direcionada à afirmação de horizonte absoluto; (2) vivência da religiosidade ordena a compreensão da realidade, fundamentando e direcionando a ação reconhecida como dever correspondente a si. Conclui-se que realização de si é fator estruturante da mútua-constituição entre voluntariado e experiência religiosa.
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O artigo aborda a integração entre os universos dos conceitos e o das práticas acerca da ordenação da imaginação e do uso das imagens na Idade Média e na Idade Moderna no Ocidente e no Brasil colonial. Evidencia que o funcionamento da imaginação é tomado de modo integrado aos processos do conhecimento sensorial, da memória e do entendimento, dos afetos e da vontade. Focaliza o estudo da imagem e do treino da imaginação no âmbito da retórica. Enfatiza as múltiplas dimensões das imagens enquanto processos culturais e a importância de apreender esta complexidade inclusive ao investigar os processos psíquicos por elas estimulados. Ao abordar esta temática, apresenta algumas sugestões metodológicas que se situam na interface entre a história cultural, a história dos saberes psicológicos e a psicologia. Propõe exemplos de transmissão de conceitos sobre imagens e imaginação e de utilização das imagens visando mobilizar o dinamismo psíquico dos destinatários em práticas culturais do Brasil colonial, tais como na pregação através do uso das metáforas, nas festas através do uso de alegorias, emblemas, figuras e estátuas; e nas narrativas do gênero alegóricos.
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Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a finitude e sua contextualização histórica através do filme O Sétimo Selo de Ingmar Bergman. Discute a visão do cineasta, especialmente a existência humana tendo como eixo condutor uma reflexão sobre envelhecimento e morte, questões ligadas ao sentido da vida. Utilizamos a pesquisa documental e bibliográfica, convidando autores a dialogarem com uma arte expressa por imagens e palavras, útil e pertinente quando se estuda temas angustiantes como finitude e envelhecimento. Bergman, a partir da sua própria perspectiva existencialista, trabalha questões como a manipulação da fé pela Igreja, a exploração da ideia da peste como castigo divino e a expiação dos pecados pela dor. A investigação realizada cumpre seu objetivo, mostra que a arte que se faz através do cinema se resume na busca do conhecimento como chave para a compreensão das inquietudes do que representa o morrer para um Ser Finito, independente da velhice.
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O artigo se refere a uma pesquisa de cunho epistemológico, que tem como objetivo estudar o sentido de Deus para Jacob Levy Moreno em seu livro As Palavras do Pai. São discutidos seus argumentos sobre o sentido de Deus frente aos conceitos de espontaneidade, de criatividade e de momento. Nas considerações finais, levanta-se a possibilidade de Deus enquanto um elemento fundamental para a compreensão da visão de mundo e a visão de homem no psicodrama de Moreno.
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O objetivo desta investigação é elucidar os aspectos centrais da vivência de empatia no pensamento de Edith Stein, compreendendo como estes aspectos são desenvolvidos em sua obra O problema da empatia (1917/1998). Parte-se da discussão acerca do tema na literatura científica recente, visando compreender os modos como a empatia é tratada, passando ao acesso da literatura especializada em fenomenologia, concepção norteadora da investigação, buscando os elementos envolvidos com o tema. A concepção da empatia como uma vivência, como reconhecimento do outro como outro eu, desdobra-se eticamente como um movimento de compreensão da experiência do outro, um testemunho sensível daquilo que ele vive.
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Os caboclos são entidades espirituais largamente encontradas no panteão umbandista. O objetivo deste estudo foi revelar, no recurso ritual a caboclos na umbanda, os seus sentidos e alcance psicológicos. Para tanto foi realizada uma escuta participante, atenção flutuante aos significantes que se repetiram, para ouvir em profundidade a enunciação na rede de interlocuçãoem questão. Entreesses significantes, repetiram-se alguns termos como terra, luz, água, raiz, amadurecimento, liberdade e ideal, que podem assumir mais de um nível de significância, por meio de uma ‘escrita por imagens’. Percebeu-se que as pessoas em contato com os caboclos estão diante de uma elaboração de suas raízes (pais, ancestrais) que, bem cuidadas e iluminadas (conhecidas e elaboradas), em terra fértil, resultam em plantas (pessoas) fortes e bonitas, que desenvolvem seu potencial, amadurecem. E este amadurecimento inclui o desprendimento em relação às figuras paternas ou autoridades, o que remete à liberdade.
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A psicopatologia é tema central na clínica psicológica. Tentativas de definições de normalidade e patologia estão presentes nas teorias e engendram práticas clínicas diferenciadas. O objetivo deste trabalho é discutir psicopatologia na Terapia Centrada no Cliente, através da noção de pessoa em pleno funcionamento, de Carl Rogers. Questiona-se esta noção, baseado na ética da alteridade radical, de Emmanuel Lévinas, reafirmando o pathos como paixão e reconhecendo a necessidade de a psicoterapia centrada na pessoa escutar o radicalmente Outro. Aponta-se, finalmente, a desconstrução da ideia de pessoa em pleno funcionamento, por esta desconsiderar a diferença do Outro, numa concepção totalizante da subjetividade.
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In Memoriam César Ades (08/01/1943 – 14/03/2012): entre teias, bichos, crianças e gente grande, a paixão pela ciência
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O objetivo do presente artigo foi traçar um panorama acerca de aspectos históricos e epistemológicos subjacentes à proposição do projeto científico avançado pela psicologia histórico-cultural, apontando aproximações e distanciamentos com diferentes correntes filosóficas e psicológicas da contemporaneidade. Para tanto, foram problematizadas e referenciadas as contribuições psicológicas advindas da Defectologia, Psicanálise, Reflexologia, Reactologia e Psicologia da Gestalt. Além disto, foram investigadas as influências das idéias filosóficas de Marx, Engels, Hegel, Darwin, Espinosa e Janet. Conclui-se que no decorrer do desenvolvimento da psicologia histórico-cultural ocorreram aproximações com algumas destas perspectivas e, ao mesmo tempo, contraposições às mesmas. Entretanto, todas foram importantes para a fundamentação deste novo sistema teórico em psicologia, que se constituiu como alternativa ao embate estabelecido entre a fisiologia naturalista e a fenomenologia.
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A pesquisa aqui relatada teve como objetivo realizar um estudo de escolhas educativas, de forma a descrever as dificuldades narradas por mães e pais para educar, bem como as alternativas encontradas por eles para lidar com esses desafios. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de base fenomenológica, de cunho interventivo, que teve como procedimento a realização de quatro encontros reflexivos, dois com mães e dois com homens pais. Os relatos dos 58 participantes sobre suas práticas educativas foram gravados, transcritos e analisados segundo perspectiva hermenêutica de análise do sentido. Foi possível concluir que escolhas educativas parentais que, num primeiro olhar, poderiam parecer falta de cuidado ou interesse, estão enraizadas em diversos aspectos, como dificuldades sociais e cultura familiar. Compreendê-los favorece a desconstrução de pré-conceitos e o estabelecimento de ações interventivas que considerem desafios que os pais efetivamente enfrentam.
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- Artigo de periódico (1.830)
- Conferência (1)
- Livro (520)
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Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (448)
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Entre 2000 e 2025
(3.851)
- Entre 2000 e 2009 (1.172)
- Entre 2010 e 2019 (1.753)
- Entre 2020 e 2025 (926)
- Desconhecido (4)