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O presente artigo tem como objetivo propor uma análise institucional (AI) das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) a partir de elementos analisadores como as relações sociais e profissionais e as práticas hospitalares desta instituição, buscando revelar os conflitos que são necessários e inevitáveis para transformar o cotidiano muitas vezes cristalizado do ambiente hospitalar. Nesse sentido, primeiramente será abordado, de forma sucinta, o percurso histórico da análise institucional e como ela pode ser utilizada como ferramenta de constituição da realidade. Posteriormente, discorreremos sobre a gênese da instituição hospital e como, historicamente, se dá seu atravessamento pela instituição em análise. Na sequência, descreveremos, a partir de obras da literatura científica, o funcionamento das relações sociais e profissionais dentro das UTI´s, utilizando a compreensão da dinâmica destas relações como analisadores institucionais.
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Partimos de material de uma pesquisa mais ampla sobre encontros amorosos na Internet, procurando, no caso do presente artigo, destacar aspectos relacionados à presença das mulheres nos sites de relacionamento estudados. Trabalhamos, principalmente, com observação de propagandas e homes. Procuramos apresentar fundamentação teórica acerca de relacionamentos, a fim de comparar estratégias de aproximação utilizadas em encontros presenciais com aquelas viabilizadas pelo tipo de serviço pesquisado. Foi também utilizada bibliografia recente sobre relacionamentos, assim como estudos específicos sobre sites de encontro. Desenvolvemos uma breve análise histórica, refletindo especialmente sobre a atuação das mulheres na conquista de parceiros até a introdução das novas tecnologias da informação, focalizndo mais especificamente o uso da Internet e seus recursos interativos neste processo. As mulheres são apresentadas como mais ativas e dominadoras no jogo da conquista amorosa. Perguntamos: seria esta uma nova mulher?
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Apresentação oral na defesa da tese de doutorado Heterotopias Menores: delirando a vida como obra de arte, PPGPS-UERJ, 2011.
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Resenha de PATAI, Daphne. História oral, feminismo e política. São Paulo: Letra e Voz, 2010.
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Partindo da ideia de que as práticas dão-se numa constelação de atores dentro do sistema prisional, trazemos neste artigo a realidade cotidiana dos agentes penitenciários por meio de um trabalho realizado com estes profissionais no Complexo Penitenciário de Viana (ES) e na Escola Penitenciária, em Vitória (ES). Nosso objetivo foi conhecer a percepção dos agentes penitenciários em relação à sua função dentro do Sistema Prisional, as relações que estabelecem, as lutas que travam no seu dia a dia, como pensam a ressocialização, o trabalho, o interno, o presídio, dentre outras. Nos encontros pudemos afirmar a potência das lutas coletivas entendendo o grupo como lugar das multiplicidades, das trocas, das intensidades, da experimentação. Apesar de observarmos com freqüência questões que expressavam a aparente imutabilidade do Sistema, percebemos também ações, falas, gestos, indagações, inquietações, sentimentos que expressam outra forma de ser agente penitenciário, de fazer sistema prisional.
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O presente texto desenvolve uma reflexão acerca da possibilidade de pensar os espaços turísticos a partir da perspectiva foucaultiana de análise. Embora em nenhum momento do pensamento de Michel Foucault a problemática do turismo tenha sido levantada, foi possível produzir uma aproximação com o tema do turismo a partir de questões relacionadas ao espaço. Em um estudo realizado a partir da noção de heterotopia, de acordo com Michel Foucault, foi possível pensar, primeiramente, o espaço turístico como um espaço heterotópico. Em seguida, pensar a constituição do território heterogêneo e de múltiplos posicionamentos a partir de jogos de saber-poder. Este texto reúne aspectos geopolíticos na produção de um destino turístico Urubici, espaço heterotópico, localizado na região da Serra Catarinense, no estado de Santa Catarina.
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A obra teórica e prática de Helena Antipoff, psicóloga e educadora russa, radicada no Brasil, tem sido objeto de estudos de muitos pesquisadores que se interessam pela história da psicologia e da educação. Neste trabalho foi analisada a participação de Helena Antipoff na construção de um sistema de ensino paralelo no Brasil: a educação especial. Nesta análise concentram-se os esforços para compreender a quem era destinada essa educação especial, quem era aquele indivíduo que Antipoff denominava excepcional. A metodologia empregada foi a da história das ciências, buscando entender, sem incorrer no erro do presentismo, a construção do conceito de excepcional, que veio a substituir os termos retardado e anormal, considerados por Antipoff como pejorativos. O excepcional seria aquela pessoa que apresentasse diferenças físicas, sociais ou de desenvolvimento cognitivo, com resultados escolares acima ou abaixo da média de seu grupo, incluindo-se aí os indivíduos infra e os super dotados intelectualmente. Helena Antipoff vai apresentar suas considerações sobre a excepcionalidade mesclando aspectos de sua formação na Suíça, França e Rússia. Sua contribuição constitui uma síntese entre o funcionalismo europeu de Edouard Claparède, que forneceu algumas das bases do movimento da Escola Nova, com a perspectiva sociocultural em psicologia e educação, ao desenvolver ações de diagnóstico e atendimento escolar ao excepcional próximos da proposta de Lev S. Vygotski em sua obra sobre defectologia. Antipoff apontou que a excepcionalidade era fruto mais da condição sociocultural que uma herança genética e apostou na criação e aplicação de métodos psicopedagógicos mais adequados como forma de educar os excepcionais. Entre suas contribuições encontramos o conceito de inteligência civilizada, sua maior contribuição ao estudo da inteligência humana, e uma interpretação sócio-histórica da mesma, pois ela não considerava que os resultados dos testes mediam a inteligência inata, mas apenas o grau de contato do indivíduo com as ferramentas culturais e simbólicas de seu meio. A outra contribuição, além dos conceitos de excepcional e de inteligência civilizada, foi à crítica a homogeneização das classes escolares através da aplicação dos testes de inteligência. Entre os anos de 1930 e 1935 Antipoff executou ações de homogeneização das classes escolares de 1° ano em Belo Horizonte MG, mas, percebendo a limitação dos resultados apresentados pelos testes e a pouca eficácia pedagógica dessa ação, passa a ser crítica desse processo quando empregado isoladamente. O diagnóstico de excepcionalidade deveria ser realizado levando em conta a experimentação natural, método de observação sistemática desenvolvido pelo psicólogo russo A. Lazursky, os testes de inteligência e avaliação do caráter e da personalidade da criança. Helena Antipoff apresentou como alternativa para a educação das crianças excepcionais a ortopedia mental, que era uma metodologia baseada nas propostas de Alice Descoeudres, Maria Montessori, Édouard Claparède e Alfred Binet. De Binet Antipoff tomou emprestado o termo ortopedia mental, utilizado por ele para descrever um conjunto de técnicas de estimulação das funções mentais como memória, atenção, percepção, entre outros. Antipoff acrescentou aos princípios de Binet as idéias de Descoeudres sobre educação ativa e o material dourado utilizado por Montessori nas case dei bambini. Pode-se observar que muitas das ações empreendidas por Helena Antipoff foram pioneiras na educação dos excepcionais no Brasil, inclusive criando instituições, até os anos de 1930 inexistentes para a educação das mesmas, como a Sociedade Pestalozzi e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE. Este trabalho possibilitou descobrir grande atualidade no pensamento antipoffiano. Apresenta-se ao final como o conceito de excepcional e as formas de diagnóstico e de educação destes, presentes na obra antipoffiana, se aproximam aos das atuais propostas de educação inclusiva.
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Mediante narrativas de casos de aparição de fantasmas em um complexo de águas termais localizado no Barreiro de Araxá, em Minas Gerais, que mudou sua imagem de lugar de cura e saúde para ambiente de lazer e beleza, este trabalho buscou seguir pistas sobre: a ascensão, queda e renascimento do termalismo no Brasil; o problema da contaminação das águas minerais do Barreiro; as incongruências nas ações das Políticas Públicas. Tais aspectos produziram efeitos múltiplos nos trabalhadores das Termas e na população local, tais como: fantasmas, medos, silêncios, disputas e adoecimentos. A pesquisa toma como inspiração metodológica os trabalhos de Alessandro Portelli com a História Oral, para obter e acompanhar as narrativas; a genealogia de Michel Foucault, para apresentar as mudanças no conceito de saúde e de terapêutica no tempo; a Teoria do ator-rede de Bruno Latour, para seguir os actantes, humanos e não-humanos. Chama atenção para o cuidado de si como forma ética de estar no mundo, tendente a tornar a vida potente, criativa, abrindo uma possibilidade de alguém se tornar médico de si mesmo. Entende, nesse sentido, que podem ser viáveis, desde que em ruptura com meras práticas de renovado controle da vida das populações, as novas terapêuticas implantadas no SUS ? Terapias Alternativas e Complementares, dentre elas, em particular, o Termalismo Social.
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A proposta deste estudo foi construir uma cartografia dos modos de fazer psicologia em centros de treinamento (CTs) de categorias de base, bem como das relações da psicologia do esporte com outros saberes/poderes e de seus possíveis efeitos na formação do jogador de futebol, tendo por campo empírico o cotidiano de alguns clubes de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro. Em aliança com os pensamentos de Félix Guattari e Gilles Deleuze, apropriamo-nos dos escritos destes e de outros pesquisadores da Análise Institucional como interlocutores nesta cartografia; igualmente, das contribuições de Michel Foucault sobre sociedade disciplinar e biopoder. Estudos antropológicos e sócio-históricos também nos ajudaram a compreender como se constrói a noção/prática de formação no futebol brasileiro contemporâneo. Colaboraram ainda nessa composição os debates metodológico-epistemológicos sobre História Oral, procedimento que funcionou como um dispositivo ético-político durante todo o processo de investigação. Neste sentido, mediante entrevistas de história oral temática, buscou-se conhecer o trabalho de quatro psicólogos do esporte atuantes em categorias de base na atualidade. Complementarmente, observações em centros de treinamento foram realizadas. Nesse percurso, apreendemos nuances da instrumentalização do corpo-atleta que remetem ao processo histórico de construção dos atuais modos de formação do jogador de futebol no Brasil. Pistas sobre os primeiros trabalhos de Psicologia do Esporte de que se tem notícia integram tal processo, e apontam a uma psicologia que também se instrumentalizava, tendo os testes psicométricos como principal recurso. Em uma trajetória na qual forças mais, e menos flexíveis produzem efeitos políticos, vê-se o aspirante a jogador de futebol transformar-se em um atleta que funciona como jogador-peça, jogador-produto, ou mesmo jogador-empresa, a fim de realizar o almejado e muitas vezes inquestionável sonho de ser mundialmente conhecido e aclamado. No espaço dos CTs, disciplina e biopoder se articulam em dispositivos em prol da manutenção de uma produção em moldes capitalísticos. Das modulações das práticas neoliberais surge ainda a figura do empresário para gerenciar a vida dos jogadores e garantir que sejam produtos valorizados no mercado global de boleiros. Embora ainda hoje os testes e os perfis psicológicos sejam instrumentos hegemônicos na psicologia esportiva, as práticas desta última são tão diversas quanto os modos de subjetivação existentes e implicam efeitos às vezes mais, às vezes menos adaptados à promoção do rendimento esportivo e à constituição do atleta empreendedor-de-si mesmo.
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Tradicionalmente, o senso comum considera que creches e pré-escolas têm, como função principal, abrigar crianças enquanto seus pais trabalham. No entanto, a maneira com que as crianças são tratadas em tais instituições tem recebido maior atenção recentemente, uma vez que há reconhecimento cada vez maior de que creches e pré-escolas influenciam de maneira crítica o desenvolvimento das crianças pequenas. Nesse sentido, creches e pré-escolas, isto é a Educação Infantil, constitui parte integrante do Ensino Básico de acordo com a legislação brasileira, que obriga o poder público a oferecer vagas a todas as famílias interessadas. No contexto da valorização crescente da Educação Infantil, é importante que se conheça sua história, de modo a compreendermos melhor por quê a Educação Infantil ainda recebe menor preocupação do que as demais etapas de ensino por parte do poder público e da sociedade. A presente pesquisa foi dedicada a essa história, com foco na cidade de Ribeirão Preto - SP. Para tanto, utilizamos a abordagem metodológica da história oral, reconhecida como história viva no tempo presente, e centralizada em entrevistas com áudio gravado e transcrito na íntegra. Os alvos das entrevistas foram professores e funcionários veteranos e/ou aposentados de creches e Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), antigamente denominadas Parques Infantis (PIs). O período das décadas de 1950-60 foi nosso principal escopo, o que determinou a escolha das sete instituições mais antigas da cidade. Ao abarcarmos tal período, procuramos obter informações a respeito da transformação de PIs em EMEIs, que implicou em importantes mudanças na rotina escolar e na estrutura física das escolas. Dada certa dificuldade de encontrar entrevistados dispostos a contribuir para a pesquisa, a investigação foi complementada pela entrevista a pessoas de outras instituições, como associações de professores aposentados. Além disso, sempre que possível foram copiados documentos e fotografias coletadas nas próprias escolas. De modo geral, houve dificuldade para encontrar documentos nos arquivos das instituições, especialmente os correspondentes às décadas de 1950-60. Além disso, constatou-se que as escolas não têm estrutura adequada, tampouco sistematizada, para arquivamento de documentos. Aliás, fomos informados de que arquivos antigos são recolhidos pela Secretaria Municipal de Educação a cada cinco anos para incineração. É alarmante a falta de cuidado na preservação de documentos históricos, que pode prejudicar esforços pela reconstrução de nosso passado similares ao presente trabalho. Nesse contexto, os resultados de nossas entrevistas destacam o quanto a história oral pode contribuir na reconstrução da história mal documentada, uma vez que tal metodologia dá voz a pessoas que geralmente não são ouvidas na construção da história oficial. O conteúdo das entrevistas permitiu uma comparação da época em que as EMEIs ainda eram PIs com o momento atual. Foram discutidos temas como alimentação, rotinas escolares ao longo do tempo, as consequências da mudança de atendimento de tempo integral para meio período, as adaptações de espaços físicos, dentre outros. Os relatos dos funcionários e professoras participantes permitiram a elaboração de um retrato da educação oferecida nas EMEIs de Ribeirão Preto, que apresentamos no presente estudo.
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A dissertação procurou debruçar-se sobre as condições de vida dos jovens, no contexto das relações de sexualidade, de gênero e de exclusão, face às aceleradas transformações sociais, educacionais, econômicas e políticas em Cabo Verde. A abordagem busca, a partir das informações disponíveis em estudos, das histórias ficcionadas em literatura, em memórias e experiências coletivizáveis, assim como nas efetuações e afetações inscritas na nossa trajetória individual/coletiva, dar visibilidade aos diferentes operadores categóricos que servem à preparação de um "futuro melhor para todos", procurando elucidar os regimes de poder que definem as formas a partir das quais vários problemas são reafirmados. São problemas cujas reconfigurações, hoje, são transcritas numa lista de comportamentos inadequados - muitos dos quais tidos por gravosos - que se transformam em formas comuns de se referir aos jovens. Pretendeu-se assim, na linha de pensadores como Michel Foucault, Felix Guattari e Gilles Deleuze, criar condições para desvencilhar-se das amarras que impedem que se comece a pensar sobre as condições que possibilitam aos jovens serem efetivamente protagonistas de si, protagonistas dos processos que conduzem à procura de soluções para os desafiantes problemas que pesam sobre eles.
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O esporte, compreendido a partir do paradigma médico-esportivo, deixa de ser analisado como simples exercício para tornar-se o principal sustentáculo de um estilo de vida, um estado de espírito que associa vitalidade a desafio, promovendo um tipo de sujeito com formação autônoma e responsabilidade individual, em plena sintonia com o ideário neoliberal. Esses usos do esporte constituem uma obra complexa, que exige vários dispositivos. A tarefa, então, passa a ser investigar os pontos de sustentação dessa tecnologia em seus desdobramentos cotidianos, a partir da observação e escuta da rotina dos praticantes. O esporte seria, nessa perspectiva, um lugar privilegiado para a compreensão da sociedade, revelando-nos a intimidade de suas relações de saber/poder, bem como o plano da produção de tais relações. Esse levantamento, cumpre frisar, não implicaria propor novos modelos, pois julgamos que pensar em modelos ou programas predeterminados redunda, necessariamente, em recair em efeitos reprodutores e reativos. Analisar tecnologias é, ao contrário, diagnosticar limites, supondo-os contingências históricas passíveis de desconstrução e de eventual reinvenção pelos sujeitos envolvidos nos processos em pauta.
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Nos últimos vinte anos vem ocorrendo um aumento expressivo da aplicação do método fenomenológico à pesquisa empírica em psicologia. O presente estudo é uma apreciação descritiva e crítica de como o método fenomenológico foi utilizado em 34 artigos nacionais (de 1996 a 2007) e 21 artigos do periódico norte-americano Journal of Phenomenological Psychology (de 2000 a 2008). A análise concentrou-se na descrição operacional dos passos técnicos do método das pesquisas, com atenção à redução fenomenológica, considerada elemento lógico central dessa orientação investigativa. Os resultados da revisão apontaram pluralidade lógica e técnica na aplicação da redução fenomenológica entre os artigos publicados no Brasil, e homogeneidade aplicativa entre as pesquisas do periódico internacional. Tal recurso foi geralmente descrito como meio técnico de tematização de relatos e definição de essencialidades em uma compreensão hermenêutica do relato de experiências. A discussão se encaminhou para a heterogeneidade e as possíveis convergências associadas a essa prática.
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Pesquisadores têm tentado explicar, desde o início da psicologia, a experiência temporal das pessoas e sua influência nas cognições, emoções e comportamentos. Trata-se de uma das dimensões mais complexas e influentes da psique, que tem sido abordada a partir de concepções diferentes e sem uma estrutura consensual. Este artigo tem o objetivo de contribuir na sistematização da psicologia do tempo, ampliando um modelo de quatro níveis, aprofundando na percepção do tempo vital ou tempo III. Trabalhos incluídos foram selecionados segundo a sua importância na historia da psicologia ou índice de citação. Sugere-se um modelo explicativo do Tempo III, que inclui discussão e debate e visa integrar os diferentes modelos existentes na literatura.
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As idéias relativas à psicanálise de crianças começaram a ser difundidas no Brasil na década de 1920, por profissionais ligados a medicina e a educação. Assim, este artigo tem por objetivo apresentar as contribuições de Júlio Pires Porto-Carrero na introdução das idéias relativas à psicanálise de crianças no Brasil nas décadas de 1920 e 1930, tendo como foco a educação. Mediante pesquisa bibliográfica foram identificados todos os trabalhos do autor que empregavam idéias psicanalíticas para discutir temas relativos à educação. As conclusões indicam que, em consonância com as novas propostas educacionais surgidas no país na década de 1920, o autor dedicou-se a difundir conceitos psicanalíticos entre educadores, partindo do pressuposto de que uma melhor compreensão da criança com base na psicanálise poderia favorecer seu desenvolvimento e o processo de aprendizagem. Esta iniciativa, além de conferir legitimidade social à psicanálise, permitiu o surgimento de uma prática mais abrangente na psicanálise de crianças.
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Embora a história da Psicologia atualmente seja um fértil campo de produção, ainda são poucos os trabalhos com registros de personagens que viveram esta história e que podem, a partir de seus testemunhos, contribuir para a escrita da mesma. Neste sentido, esta investigação, conduzida com base nos pressupostos da Nova História, teve como objetivo contribuir para a reconstrução da história da constituição do campo de estudo e atuação em Psicologia Educacional e Escolar no Brasil, por meio de depoimentos orais e outras fontes historiográficas. Investigou-se como este campo de conhecimento e prática foi se construindo em nosso solo, especialmente a partir dos anos 1930. Como objetivos específicos, procurou-se identificar as transformações do papel do psicólogo no campo educativo e compreender como ocorreu a inserção desse profissional nos contextos educacionais. Para tanto, a pesquisa construiu um corpus documental composto por fontes historiográficas sobre o tema e depoimentos orais. Foram depoentes cinco personagens pioneiros ou protagonistas da área de Psicologia Educacional e Escolar no Brasil. Definiu-se como pioneiros os primeiros a contribuir para um determinado campo de atuação e como protagonistas, aqueles que colaboraram como personagens ativos num determinado momento histórico da área. Os depoentes também foram escolhidos por terem: a) realizado publicações expressivas na área; b) atuado na área; c) sido docentes e/ou c) participado de órgãos/instituições da área. Os depoentes foram: Samuel Pfromm Netto, Geraldina Porto Witter, Arrigo Leonardo Angelini, Raquel Souza Lobo Guzzo e Maria Helena Souza Patto. O método investigativo utilizou-se da perspectiva da historiografia pluralista e história oral. A análise do corpus documental foi constituída por meio de análise documental (fontes não orais) e construção de indicadores e núcleos de significação dos registros orais. A partir das análises compôs-se um panorama da história da Psicologia Educacional e Escolar brasileira. No escopo do trabalho, são descritos os passos da pesquisa historiográfica, os depoimentos e suas respectivas análises. Cada depoimento foi analisado em separado e, em conjunto, interrelacionando ao restante do corpus documental. Os resultados incluem discussões sobre as transformações no papel, objeto de interesse e de intervenção do psicólogo neste âmbito, as finalidades da Psicologia Educacional e Escolar e a relação entre teoria e prática. É então sugerida uma proposta de periodização da história da Psicologia Educacional e Escolar no Brasil, construída a partir de marcos históricos na área, compreendendo as etapas: 1)Colonização, saberes psicológicos e Educação (1500-1914); 2)A Psicologia em outros campos de conhecimento (1914-1930); 3) Desenvolvimentismo a Escola Nova e os psicologistas na Educação (1930-1962); 4)A Psicologia Educacional e a Psicologia do Escolar (1962-1981); 5)O período da crítica (1981-1990); 6)A Psicologia Educacional e Escolar e a reconstrução (1990-2000); 7)A virada do século: novos rumos? (2000- ). Pode-se afirmar que a Psicologia Educacional e Escolar se fez e se refez ao longo do tempo em diferentes momentos, a partir da sua relação com a Educação e com a conjuntura política, histórica e social. Sua história é marcada por continuidades, descontinuidades, rupturas, reconstruções e uma discussão permanente de seu papel como uma área a serviço de interesses conservadores ou emancipatórios.
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A intimidade entre a história da fenomenologia e a da psicologia se constata por um percurso que apresenta brevemente alguns textos selecionados para extrair a concepção de vida ética que atravessa de modo contínuo o trabalho de Husserl. Retomando o artigo centenário ‘Filosofia como Ciência Rigorosa’ vê-se a compreensão histórica da fenomenologia resumindo concisamente a ética husserliana. Husserl entende haver uma enteléquia humana que pode ser identificada como um pré-sentimento que, no limite, visa à realização do ser humano. O modo de realização, assim como é a consciência humana, é algo em aberto, mas nem por isto menos uma tensão e nem por isto não sujeito a algumas leis que estarão intimamente apegadas à natureza temporal da própria consciência. A apercepção do conjunto integral da própria vida pessoal, seguida de reflexão é o método ético geral. No conjunto da obra husserliana, a ética se confunde com o próprio fazer fenomenológico.
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Historicamente estudiosos têm se empenhado em investigar os mecanismos e as razões pelas quais personagens retirados da experiência histórica e da memória coletiva firmaram-se no imaginário religioso brasileiro. Nesse ínterim, o preto-velho emerge como entidade espiritual proeminente, recorrente presença nas obras de autores interessados em apreender a cultura afro-brasileira a partir de suas manifestações consubstanciadas no quadro da religiosidade popular, sobretudo da umbanda. Assim, tendo em vista compreender os movimentos que marcaram o desenvolvimento dos saberes sobre o preto-velho, apresenta-se uma revisão e discussão crítica das diversas perspectivas a partir das quais ele tem sido pensado e caracterizado. De forma geral, evidencia-se que o estudo sobre o preto-velho oscilou de uma produção fundamentalmente enquadrante e contextualizadora, tomando-o como contingente à lógica sistêmica da religiosidade umbandista, para uma produção focalizada e extensiva, voltada para o seu entendimento como fenômeno dinâmico passível de múltiplos desdobramentos.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.874)
- Conferência (1)
- Livro (471)
- Seção de livro (1.151)
- Tese (511)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (405)
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Entre 2000 e 2024
(3.599)
- Entre 2000 e 2009 (1.082)
- Entre 2010 e 2019 (1.645)
- Entre 2020 e 2024 (872)
- Desconhecido (4)