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Nos últimos anos, a redução do campo de trabalho do psicólogo escolar é nítida, principalmente na rede pública de ensino. A compreensão deste fenômeno implica no questionamento da relação entre as duas áreas de saber: Psicologia e Educação; analisando-se não só a atuação do profissional “psi” dentro da área educacional através da história, como também de que forma sua formação acadêmica e sua inserção no mercado de trabalho vêm sendo realizadas. O uso de entrevistas e análise de publicações relacionadas ao tema permite um panorama da performance destes profissionais e um mapeamento de dificuldades enfrentadas pela cadeira Psicologia Escolar dentro da Universidade. A falta de estágios oficiais e de consistência das ementas, dentre outras problemáticas, aliadas a um tradicionalismo universitário (preponderância da clínica) e escolar (herança higienista) inviabilizam o estabelecimento de uma abordagem crítica e sócio-política de ação que discuta o fracasso escolar e o próprio referencial institucionalista.
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O atual contexto mundial capitalista, marcado pela presença da globalização e do neoliberalismo, reivindica uma reflexão sobre a Educação e de forma mais especifica sobre as suas relações com a Psicologia. A história da Psicologia da Educação no Brasil permite traçar um painel da inserção da Psicologia na Educação, no entanto, é no confronto destas duas áreas de saber com a evolução dos modelos pedagógicos que melhor se pode perceber as relações estabelecidas entre as duas. À luz desta análise, é possível debater sobre o quadro atual e o posicionamento da Psicologia da Educação frentes aos novos desafios trazidos pela nova ordem mundial.
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O presente artigo pretende analisar o caminho percorrido pela infância brasileira, enquanto objeto desviante, no período compreendido entre a década de 20 e 1940, propondo uma reflexão no que tange às políticas de assistência pública. Para isso, promove-se uma contextualização com os discursos psicológicos relativos à infância, neste período, e que abordam a questão da alma ou moral, num primeiro momento e, posteriormente, os métodos psycho-experimentaes. E, com os momentos de transição social, política e científica, que possuem como pano de fundo questões nacionalistas relacionadas ao processo de normalização da sociedade, passam a dar enfoque à infância, como fonte primordial doprocesso de construção da nação Brasil.
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Para se resgatar a História da Psicologia é necessário olhar os registros do campo e refletir sobre a interface fazer/dizer. Assim, a análise dos temas abordados, no ano de 1997, na revista Argumento (editada pelo Conselho Regional de Psicologia da 5a Região) permite traçar um período desta história. Com base no conceito de palavra de Bakhthi e categorias de Castoriadis (concepções de criação; imaginário radical e efetivo; e significações imaginárias), pode-se identificar quais questões ficaram sem respostas. O estudo dos verbos utilizados nos editoriais e dos temas abordados na revista aponta reflexos da hegemonia do discurso neoliberal e da lógica de exclusão na psicologia, além da conseqüente abertura de espaço para a discussão: “Psicologia: crise de paradigmas ou crise social?”. Os recortes realizados, apesar de não representarem todos os objetos de estudos dos psicólogos, possibilitam um pensar sobre o fazer e um saber sobre o que se pensa.
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O presente texto expõe de forma crítica uma discussão sobre o crescente interesse pela história da Psicologia no Brasil, e os desdobramentos que a análise deste tema trazem para a formação do psicólogo e a construção da teoria e da prática psicológicas. A autora propõe uma reflexão sobre a realidade histórica, social e política na qual a psicologia com pretensões à neutralidade científica se estabeleceu e a qual se deve reportar, obrigatoriamente, para se pensar a teoria e a prática psicológica nos dias atuais. A psicologia e a sua historicidade abrem possibilidades para se discutir não apenas os desdobramentos deste saber ao longo do tempo, mas também como as funções psicológicas estão submetidas à história, e como é possível, a partir desta relação com o saber histórico, evitarmos as armadilhas da naturalização.
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Este artigo visa refletir sobre a relação teoria/prática, utilizando como interlocutores elementos da história da Psicologia e autores como Isaías Pessotti e Sylvia Leser de Mello. A dissociação entre ciência e técnica na Psicologia brasileira compõe um contexto social mais amplo, a partir de uma tradição colonialista que visa importar técnicas para aplicação imediata, havendo uma precariedade na pesquisa e teorização. Antes da lei 4.119/62, que regulamenta a profissão de psicólogo no Brasil, encontrava-se a ação precedendo a teorização: o campo era ocupado pelos práticos-psicologistas. Assim, um dos motivos da regulamentação foi instituir a graduação universitária como única forma de acesso à profissionalização. Porém, ainda hoje a dissociação entre teoria e prática domina o cenário acadêmico e profissional no Brasil, impulsionado pela demanda empresarial, que incentiva uma formação pragmática. São questões que inquietam e preocupam, mas também mobilizam, no sentido de se buscar construir uma outra história para a Psicologia.
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Falar sobre História da Psicologia muitas vezes implica em falar sobre a história de pessoas que contribuíram em sua escrita e do profissional “psi”. A análise da atípica trajetória profissional de Miriam Langebach exemplifica esta conexão entre vida e história. A experiência, durante a graduação na PUC Rio, da intervenção externa e abertura do SPA (ex-IPA), reflete-se em seus estudos e em sua prática docente. O caminho traçado afasta-se de uma pesquisa histórica, mas não de um fazer e ser história, no qual o resgate do processo social dentro da Universidade proporciona a percepção do ser humano como parte do meio ambiente. O resultado é o surgimento de uma nova cadeira: Psicologia Aplicada ao Meio Ambiente; e a criação do programa de Vídeos Ecológicos da PUC Rio.
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O artigo estabelece uma periodização da história das transformações ocorridas no campo da saúde mental brasileira nas duas últimas décadas como ponto de partida para analisar a formação dos psicólogos e, sobretudo, a prática profissional que estes vêm desenvolvendo dentro do referido campo. Valendo-se de uma matriz conceitual interdisciplinar, o autor busca resumir os desafios e inovações que o campo da saúde mental vem colocando para todos os profissionais que atuam no seu meio nos últimos vinte anos, particularmente no atual processo da reforma psiquiátrica brasileira. Para cada conjuntura ou período histórico específico, o artigo apresenta uma ampla pesquisa documental e um quadro de como os profissionais e as entidades representantes da psicologia vem respondendo a estes desafios colocados pelos novos programas em saúde mental. O artigo conclui que, no campo da psicologia, estes desafios vêm criando uma nova cultura profissional ainda restrita ao nível da pós-graduação e dos novos serviços, deixando de fora a formação básica de graduação do psicólogo, ainda dominada pelo modelo de profissional clínico liberal.
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O artigo investiga a história da formação em Psicologia no Rio de Janeiro, considerando seus contextos de produção: conflitos, relações, lutas, alianças e suas implicações. Partindo da hipótese de que as primeiras instituições formadoras, embora compartilhassem uma cultura psicológica comum quando de sua criação, apresentaram desenvolvimentos diferenciados, três instituições são analisadas: ISOP, referência em Psicologia Aplicada, criado em 1947 por Mira y López, formando "psicotécnicos" ou "psicologistas"; Instituto de Psicologia da atual UFRJ, criado em 1964 a partir da Faculdade Nacional de Filosofia e de seu Instituto de Psicologia; Instituto de Psicologia Aplicada da PUC-RJ, iniciado em 1953, considerado o primeiro curso de Psicologia do país. A reconstrução de seus processos de criação aponta uma variedade de acontecimentos distintos em cada uma delas, permitindo tecer uma história crítica e plural, que vai além de datas, nomes e instituições, ajudando a desconstruir dogmatismos e saberes-competências-dominações estabelecidos.
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A década de setenta na América Latina é um período marcado por sangrentas ditaduras; no Brasil, especificamente, é a época da censura com o AI-5 e também do “milagre brasileiro”. O estudo dos discursos então vigentes identifica a produção e divulgação de categorias, como o “subversivo” e o “drogado”, permitindo uma análise das práticas “psi” existentes, em especial as de caráter hegemônico ligadas à psicanálise. A investigação de como estas práticas colaboraram para a construção e perpetuação de tais conceitos revela uma complexa rede de demandas e a atuação de alguns profissionais junto a órgãos de repressão do governo. Esta releitura da história oficial a partir de uma história do presente implica em uma nova forma de pensar a genealogia de algumas práticas “psi” no Brasil, ao apontar como algumas delas, ainda hoje, fornecem seu respaldo científico a produção de subjetividades excludentes.
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O texto visa demonstrar como uma leitura antropológica do mundo “psi” foi possível em determinado momento do desenvolvimento de ambos os campos no Rio de Janeiro, em meio à repressão política, ao movimento da contra-cultura, à antipsiquiatria, e ao boom psicanalítico, dentre outros acontecimentos que cerceiam os anos 70. É nesse contexto que a Antropologia entra em cena com o objetivo de analisar criticamente o modo psicologizado de ver e interpretar o mundo. Contribuem para esta leitura a aliança entre “psis” e cientistas sociais e, principalmente, sua ruptura. Esta não só eleva a necessidade de discorrer sobre as diferenças entre os ofícios do antropólogo e do psicanalista, como também, a de relatar as disputas internas ao campo “psi”.
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O trabalho defende que a tensão entre a disposição de busca da verdade pela ciência e a reserva romântica é fundamental para podermos efetivamente continuar preservando o que temos de melhor na cultura ocidental moderna, que nos estrutura como ficção razoável: cultivar, como método, um "universalismo romântico". O autor indica algumas hipóteses para que a história das idéias ocidentais se organize segundo essas linhas de força: a própria existência de uma cultura ocidental moderna; a presença da ideologia do individualismo nesta cultura; a tensão constitutiva entre o individualismo – de origem racionalista-empirista, e a resistência romântica – por meio das noções de totalidade. No caso da psicologia, seria vital para seus rumos teóricos e práticos a reflexão sobre o caráter instituinte dessas dimensões profundas de nossos saberes.
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O artigo analisa os desafios colocados para a história e para a psicologia, os quais, muitas vezes, têm recebido soluções criticadas pela autora, que ora promovem fusões equivocadas – uma história psicologizante – ora tendem para generalizações estéreis. Como exemplo de um modo produtivo de relacionar esses dois saberes, cita-se o livro de Marcel Proust, “Em Busca do Tempo Perdido”, obra de ficção, na qual o histórico e o psicológico se articulam, sem entretanto esgotar o desafio, que permanece, de construir um projeto cognitivo, e não somente ficcional, capaz de enfrentar as tensões e lidar com os conflitos constituintes tanto da história quanto da psicologia.
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O texto, introdutório de uma mesa-redonda propõe reflexões, a partir das idéias dos debatedores Luiz Fernando Duarte, Virgínia Fontes e Magali Engel, sobre os saberes e práticas psi que, em nome de um suposto bem comum, estariam limitados a essa ideologia, dispensando qualquer relação com outros saberes, visões de mundo ou outras práticas. O texto destaca que esses questionamentos só começaram a se concretizar, no Brasil, a partir de 1978, com o surgimento de movimentos sociais que levaram à redemocratização brasileira.
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O texto descreve a trajetória profissional do autor, que, ao analisá-la, tece ao mesmo tempo uma história da institucionalização da psicologia no Rio de Janeiro. Sublinha os caminhos percorridos por esta disciplina em seus encontros com outros campos de saber, entre eles a educação e a filosofia. Detém-se no processo de criação dos cursos universitários de formação de psicólogos, notadamente o processo referente ao curso de Psicologia da então Universidade do Brasil (hoje UFRJ). Apresenta suas opções teóricas relativas à fenomenologia, o encontro com seu mestre Nilton Campos e a relação profissional e de vida com Eliezer Schneider, com o qual enfrentou desafios nos momentos de turbulência política decorrentes da ditadura militar instalada em 1964 no Brasil e com o qual criou o Boletim de Psicologia do Instituto de Psicologia da então Universidade do Brasil e o curso de Psicologia dessa universidade.
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A relação entre os saberes psicológicos e as imagens em movimento inicia-se na passagem do século XIX para o século XX, e a psicologia é considerada a primeira das ciências humanas a voltar-se para a arte cinematográfica. Esse artigo visa pensar alguns efeitos da aproximação dos saberes psicológicos em direção ao cinema, e interroga-se sobre como esses saberes inventaram uma dizibilidade sobre as imagens em movimento que interferiu no modo como as produções cinematográficas são apreendidas e usadas, sobretudo nas práticas de pesquisa e de ensino desdobradas pela psicologia. A partir de uma perspectiva arqueológica proposta por Michel Foucault, o texto analisa a constituição histórica de produções teóricas dos saberes psicológicos em relação ao cinema. Por meio dessa escrita de inspiração arqueológica, o artigo problematiza a apropriação do cinema para exemplificação de teorias psicológicas e interroga a utilização psicologizante e pedagogizante das imagens em movimento em práticas da psicologia.
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O presente trabalho explora diferentes retratos de Febrônio Índio do Brasil, primeiro réu no Brasil a ser avaliado como inimputável judicialmente, visto ser considerado portador de uma psychopatia constitucional. Para tal, serão discutidas as diferentes historiografias dos dispositivos psiquiátricos, assim como a possibilidade de uma história-construção, na reunião de elementos heterogêneos na composição de um personagem. Desta forma, o artigo explora diferentes documentos redigidos a respeito de Febrônio; tais como seu laudo psiquiátrico, seu processo criminal, seu evangelho As Revelações do Príncipe de Fogo e o escrito do poeta suíço Blaise Cendrars sobre Febrônio. O intuito dessa análise documental é compreender como crime, loucura, raça e sexualidade são articulados na construção de versões sobre o personagem, que variam do louco monstruoso ao profeta. Ao final do texto, esboçamos a noção de dramaturgia criminal enquanto um constructo teórico que aproxima essas narrativas sobre Febrônio do desenvolvimento de personagens no drama.
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Este trabalho é uma tentativa de compreensão dos processos de subjetivação (e seus efeitos políticos) envolvidos nos modos de conhecimento dos saberes psi. Para tal, será levantado um conjunto de definições quanto à subjetividade e a seus modos de produção. Em seguida, serão analisadas as contribuições sobre o tema por parte da teoria ator-rede. Mais adiante, serão tomadas dessa teoria algumas diretrizes para possíveis estudos sobre modos de subjetivação engendrados pelos saberes e práticas psi. De modo mais específico, serão trabalhadas as formas com que as pesquisas psi engendram mundos e sujeitos por meio de políticas ontológicas específicas, gerando formas extorsivas ou recalcitrantes de articulação. É nesse aspecto que será feita a discussão dos modos políticos dessas formas de subjetivação.
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Este artigo pretende considerar a maneira como é habitualmente apresentada a ruptura do gestaltismo com a Psicologia que o precede e encontrar no trabalho antropológico de Max Wertheimer, especificamente no texto Über das Denken der Naturvölker, elementos que possam enriquecer esta narrativa e nos permitam olhá-la de maneira um pouco diferente. Para tanto, consideraremos como Wertheimer descreve as maneiras ditas primitivas de compreensão da quantidade e como ele encontra nelas propriedades específicas de todo. Essas propriedades de todo mostram claramente que ele já estava preocupado com problemas que seriam mais explicitamente apresentados depois, nos bem conhecidos trabalhos da Escola de Berlim em Psicologia da percepção.
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- Artigo de periódico (1.830)
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- Tese (703)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (448)
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Entre 2000 e 2025
(3.851)
- Entre 2000 e 2009 (1.172)
- Entre 2010 e 2019 (1.753)
- Entre 2020 e 2025 (926)
- Desconhecido (4)