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  • As reflexões desenvolvidas neste trabalho fazem parte de uma pesquisa intitulada “Menopausa: as (ident)idades e os corpos femininos” (PUCRS/2002), voltada para as mulheres menopáusicas. O tema foi abordado a partir dos Estudos Culturais e dos Estudos Feministas. A pesquisa analisa documentos sobre a menopausa produzidos pela OMS, artigos em revistas de circulação nacional – Veja e Isto é -, o tratamento de reposição hormonal, bem como entrevistas com mulheres intituladas ‘na menopausa’. Esses materiais servem de ferramentas para a problematização da produção de marcadores identitários que envolvem relações de poder/saber que os criam e os sustêm: descrever, classificar, identificar e estabelecer jeitos de ser mulher – definindo corpos, comportamentos, modos de viver. O objetivo deste texto é salientar a menopausa enquanto marca no corpo feminino, porque ela se constrói a partir de um determinado tempo histórico, datado, no qual esse conjunto de “características” referidas ao corpo de mulher passam a ser nomeadas como tal, produzindo determinados modos de relação com o corpo e de investimentos neste corpo. A menopausa torna-se um marcador cultural e social que edifica classificações, normatizações, codificações que, por conta disso, produzem marcas identitárias pelas quais as mulheres passam a se reconhecer e ser reconhecidas. O enfoque de Psicologia Social trabalhado neste texto partilha da posição de Spink (1999), a qual reconhece a centralidade da linguagem nos processos de objetivação que constituem a base da sociedade de humanos, ou seja, o modo como acessamos a realidade institui os objetos que a constituem. Desta forma, a realidade não existe independentemente do nosso modo de acessá-la, o que implica entender o conhecimento não como algo que se possui, mas como algo construído, ou seja,tanto o sujeito quanto o objeto são construções sócio-históricas que precisam ser problematizadas e desfamiliarizadas.

  • Uma introdução à história da obesidade – A transformação do gordo – Ao longo de diferentes épocas, o diálogo entre beleza e gordura – Na Contemporaneidade – as transformações tecnológicas a serviço da magreza – a mulher e o exercício físico: o abandono das curvas e a adoção do tipo longilíneo – refinamento da culinária (da banha aos lights) danos trazidos a partir do fast food – obesidade torna-se uma questão de saúde pública – a tecnologia a serviço da obesidade. Obesidade e as fases do desenvolvimento humano: O processo de “engordamento” – a obesidade é uma questão cultural? Causas da obesidade – Dinâmica presente na obesidade – divulgação da cirurgia de redução do estômago: Grupos Operativos e Sessões Individuais Opção cirúrgica para controle da obesidade – pré-operatório e pós-operatório – Reflexão acerca do acompanhamento terapêutico: Criação de um novo espaço de debate sobre os transtornos alimentares tendo a Psicanálise como referencial teórico – as contribuições da Psicossomática para compreensão dos transtornos alimentares – Reeducação Alimentar e não Dieta – a interface com a orientação nutricionista – O emagrecimento e o resgate do prazer de comer.

  • O texto trata do cotidiano escolar de adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos de idade, pertencentes a diferentes classes sociais. A pesquisa, ainda em andamento, já entrevistou 120 jovens usando a linha de história de vida e, através da categorização de várias temáticas recorrentes nos relatos dos jovens, pode estabelecer desde já os significados emprestados às práticas e ao cotidiano escolar pelos adolescentes. As narrativas nos mostram, ainda, como as relações passado/presente, que inspiraram e deram nome à revista britânica de história “Past and Present”, modelam as expectativas de futuro e dão corpo e sangue aos sonhos desses jovens. A escolarização é penosa para muitos, mas mesmo sendo uma travessia sofrida, um mal necessário, não conseguem vislumbrar uma vida futura sem ter vivido a experiência escolar. Enfim, em nenhum tempo de verbo - passado, presente, futuro - a escola está ausente. O referencial teórico está assentado na combinação de várias abordagens teóricas - psicanálise, sociologia, antropologia, história e educação -, porque entendemos que seria impossível interpretar a realidade vivida por esses jovens com um único olhar teórico. Os jovens apontam para novas dinâmicas sociais e culturais, lutando para serem respeitados pelo mundo adulto que ainda os vê como crianças, subestimando suas competências e, de forma sistemática, são excluídos de diversas práticas e movimentos sociais. A escola, significante do mundo adulto, não foge à regra da exclusão, tratando-os como rebeldes e transgressores de um modelo de vida considerado o único possível.

  • O artigo celebra o encontro da autora, durante uma investigação destinada a construir uma história da Análise Institucional no Brasil, com os trabalhos de Alessandro Portelli, ressaltando a singularidade da produção do oralista italiano no âmbito do movimento moderno da História Oral. Explora as cinco peculiaridades das fontes orais destacadas por Portelli - oralidade, forma narrativa, subjetividade, credibilidade diferente da memória e relação entre entrevistador e entrevistado -, pondo particular ênfase em seus efeitos, simultaneamente metodológicos e políticos. As considerações finais sugerem a existência de estreitas relações entre o tipo de narrativa histórica proposto por Portelli e a escritura implicada, associada ao paradigma da Análise Institucional.

  • As transformações urbanas operadas no corpo da cidade, os modos de objetivação engendrados nas práticas cientificistas e a literatura militante de Lima Barreto são as conexões delineadas por este trabalho quando decide investigar o panorama do Rio de Janeiro nos anos iniciais da modernização republicana. Tal via de pesquisa implica a utilização de recursos transdisciplinares na travessia de diferentes discursos, o que resulta na formulação de uma cartografia do romancista muito diferente das identidades já dadas por historiadores e pelas análises literárias mais conhecidas. Assumir esse percurso exige imbuir-se do pensamento da diferença, tanto nas interrogações foucaultianas da história quanto nas problematizações deleuzianas frente à arte literária, considerando que ambas as perspectivas convergem para a construção de um pensamento que se dedica a interrogar os modos de subjetivação – objetivo central deste trabalho. Captar as experimentações estéticas de Lima Barreto incita este trabalho a nuançar as saborosas ousadias do escritor. Assim, tateando suas linhas, pretende-se explorar a potência do texto barretiano em diagnosticar as agruras de uma conturbada sociabilidade, além de destacar a maneira como ele operava uma analítica das práticas sócio-discursivas-modernizantes importadas por setores da elite e implementadas pelas camadas dirigentes na cidade de feições marcadamente coloniais. Deve-se ressaltar que os escritos do romancista/cronista/contista... devem ser entendidos como uma região de acontecimentos a reverberar sentidos em uma literatura militante – máquina de guerra literária barretiana. Desse modo, as iluminações que a obra-vida de Lima Barreto suscita tornam também possível interrogar a maneira clássica de operar a noção de subjetividade, descortinando um possível para o pensamento em psicologia.

  • Contemporaneamente, a instituição do sistema de cotas para estudantes afro-descendentes nas Universidades Públicas e em concursos públicos pode ser analisada como uma das formas pelas quais a questão racial no Brasil se mostra ainda presente. A população em geral tem se manifestado, expressando suas opiniões em relação a essa proposta. A principal justificativa para tal medida reside em pretender ser uma ação afirmativa de inclusão social, que viria a redimir o país da dívida para com os descendentes daqueles que, por mais de trezentos anos, sofreram o peso da escravidão. Dentre os argumentos contrários, encontram-se os que avaliam essa iniciativa como podendo provocar um racismo ao inverso. O debate não se esgota nesse resumo das discussões sobre o tema apresentado, pois elas se têm complexificado. No presente artigo, consideramos pertinente trazer à tona a antiga e complexa questão racial, apontando para sua atualidade e possibilitando colocá-la em análise. Nesse sentido, pretendemos utilizar a proposição das cotas como disparador para estudar a problemática da raça no momento em que essa categoria se configurou como conceito científico justificador das políticas governamentais relativas à população brasileira no final do século XIX. Para tratar esse problema, pensamos que a escolha de um objeto de pesquisa deve ser determinado pelas lutas contemporâneas, pois acreditamos que elas apontam para algum acontecimento histórico que reverbera até hoje, fazendo-nos crer que as coisas sempre foram naturais, quando são efeito de múltiplos embates entre homens, saberes e poderes. Daí, algumas perguntas podem ser feitas: qual é a cor do negro brasileiro?; qual é a cor do brasileiro?

  • O saber psicológico seria produto de sutis mutações de uma experiência originária, ou seria produto de múltiplas combinações históricas casuais e inesperadas? É um consenso entre os historiadores da psicologia o estabelecimento do século XIX como marco institucional do surgimento científico deste saber. Mas um bom número de autores aponta para uma origem remota, como se a psicologia pudesse encontrar, nesta fundação científica, ecos de um saber ancestral. Contudo, é possível pensar de outra forma, apontando para o surgimento da psicologia a partir de condições bem peculiares, surgidas a partir do século XVI, como a de individualização, de uma interioridade, da loucura como doença mental, da infância como estágio de desenvolvimento e da separação mente-corpo. No entanto, resta saber como se dá a cientifização destas experiências, demarcando uma ciência psicológica. Para tanto, serão seguidas as pistas de Michel Foucault (As Palavras e as Coisas, 1966), para o qual esta cientifização só se realizou no século XIX graças a um novo modo de conhecimento em que o Homem foi alçado ao mesmo tempo à condição de objeto empírico por uma série de ciências, e a sujeito fundamentante por uma série de filosofias antropológicas. Seria do cruzamento destas ciências empíricas do homem com as filosofias antropológicas que nasceriam as ciências humanas, como a psicologia. Este duplo aspecto empírico-transcendental da psicologia permitiria que esta não apenas se configurasse como uma ciência empírica “digna de crédito”, mas também como um saber último sobre o homem, acoplando-se às demandas das diversas experiências sociais de base, ao fornecer uma suposta revelação sobre o que há de oculto em nossa interioridade consciente, os determinantes de nossa individualidade, as marcas da alienação em nossa sanidade mental, os traços da infância em nossa vida adulta e os enlaces do corpo em nossa mente.

  • O trabalho retoma as concepções acerca do corpo e do homem como unidades psicossomáticas, formuladas ao longo da tradição ocidental, na Grécia clássica, na concepção judaico-cristã, na Idade Média, na Idade Moderna e no Brasil colonial. Trata-se de abordagens da questão do corpo humano que, numa perspectiva não cartesiana, concebem-no em sua peculiaridade de corpo humano – como intrinsecamente dotado de dimensões anímicas, espirituais e políticas. Evidencia-se como na pregação do Brasil colonial a palavra do pregador pretende ter uma ação peculiar de intervenção no que diz respeito ao corpo humano em todas as suas dimensões. A palavra, em sua conotação revelativa do mundo real, é concebida como o “farmaco” eficaz e definitivo para o bem dos corpos individuais animados pela alma racional, bem como dos corpos sociais animados pela vida do espírito de Deus – que ao mesmo tempo cria a comunidade eclesial (o corpo místico) e a comunidade política (a Res-pública: corpo do Rei e corpo do povo). Posteriormente, Descartes com seu racionalismo, inaugurará a visão dualista que está nas origens da psicologia moderna, pela qual o corpo será reduzido às dimensões da matéria e do movimento. Por fim, assinala-se que a reconstrução histórica das concepções do corpo ao longo do tempo e em diversos contextos geográficos e culturais, somente se faz possível pela existência de um corpo histórico: o corpo documental.

  • Tendo como pano de fundo a economia, a política e a demografia brasileiras entre 1889 e 1930, o texto traz uma análise das políticas de segurança pública, saúde e educação vigentes nesse período da história brasileira e das concepções de homem e de sociedade que lhes deram apoio. Num país predominantemente agrário, mas que se industrializava, o movimento higienista instalado em instituições médicas, escolares e jurídico-policiais tiveram como objetivo principal sanear uma raça que as teorias raciais européias condenavam como inferior e degenerada como condição para pôr o paísem conformidade com o lema positivista “ordem e progresso” que estava no cerne do movimento republicano. Embora o aparato de disciplinamento social mais ativo nesse período tenha sido a força bruta da polícia, a análise de obras do jurista Evaristo de Moraes, do pediatra Moncorvo Filho, de médicos psiquiatras da Liga Brasileira de Higiene Mental e de educadores que estiveram à frente das reformas de sistemas estaduais de ensino nos anos vinte mostra a presença pesada ou sutil de preconceito racial e social que alimentava algumas medidas higiênicas de natureza protofascista voltadas a dois segmentos da população: adultos pobres, que eram impedidos de direitos de cidadania em nome dasaúde coletiva; crianças das classes populares, alvo de medidas estatais preventivas e remediativas, entre as quais osprimeiros procedimentos de higiene física e mental escolar, que as colocavam na mira da ciência e da polícia.

  • As peculiaridades do desenvolvimento da sociedade brasileira no século XX marcam o percurso do psicólogo nas práticas escolares. Através do trabalho de Maria Helena de Souza Patto, no qual o homem é colocado em relação ao homem situado, pode-se perceber o fracasso escolar como fruto de um modo de pensar/dizer educação e psicologia. A Educação, produtora de normas e formadora de subjetividades, apresenta à Psicologia o desafio de analisar as relações de poder e relações criadoras e reprodutoras das instituições que dão forma à vida escolar. O sujeito da modernidade com seu conformismo necessita do resgate da atitude filosófica e da intervenção da pesquisa como metodologia  potencializadora de rupturas. Neste resgate do tempo das ações, o psicólogo escolar encontra-se inserido em um território de investigações, no qual fracasso e conquistas são parte integrante da escola, e sua prática deve proporcionar transformações e a permanente desnaturalização das instituições.

  • O artigo analisa a história da Psicologia no Brasil através da figura e da obra de Mira y López, que foi um dos principais ícones da expansão da psicologia no país e da regulamentação da profissão de psicólogo em 1962. Neste sentido o texto mostra como o projeto capitalista brasileiro, incrementado no Estado Novo, propicia o desenvolvimento da área de seleção profissional. Para isto, é necessária a constituição de um novo tipo de agente, o "psicotécnico", cuja formação ocorrerá principalmente no ISOP, órgão da Fundação Getúlio Vargas criado por Mira y López. Mira será o principal nome da chamada psicologia aplicada, atacada ferozmente pelos catedráticos da então Universidade do Brasil, adeptos da psicologia acadêmica, que farão oposição ao projeto de profissionalização da Psicologia. A trajetória de Mira no ISOP mostra um confronto entre discursos que buscam ser considerados o "oficial" e o "verdadeiro", ao mesmo tempo em que é proposto a divulgação da Psicologia.

  • O texto faz uma breve exposição da trajetória profissional de Ulysses Pernambucano, apresentando sua obra e seus posicionamentos quanto ao tratamento de doentes mentais. Os autores analisam seu trabalho, situando-o dentro do contexto da psiquiatria, da psicologia e da educação brasileiras da primeira metade do século XX, Destaca que a lutade Pernambucano para a transformação do atendimento psiquiátrico transformou-o em um mito na história psiquiátrica brasileira. Aponta também que foi Ulisses Pernambucano o fundador do primeiro Instituto de Psicologia do Brasil, situado em Recife, onde foram feitas as primeiras adaptações e padronizações de testes para a realidade brasileira. Além da vida profissional, o texto mostra também as perseguições que sofreu pelo Estado ditatorial de Vargas, o que acabou acarretando o seu falecimento, ainda jovem, em 1943.

  • O discurso político dos anos trinta (século XX) somado ao contexto médico-higienista permitiu a valorização da prática educacional como facilitadora da transformação social. O papel do professor era organizar classes homogêneas segundo a capacidade de aprendizagem e desenvolvimento mental das crianças, futuro do país. Neste contexto, a russa Helena Antipoff (1892-1974), convidada pelo governo de Minas Gerais para ensinar Psicologia Educacional na Escola de Aperfeiçoamento de Professores, destaca-se por sua diferente concepção de anormalidade. Através da análise de suasobservações, propõe uma nova abordagem, na qual o desempenho é marcado pelo contexto social, e passa a concentrar seu trabalho nas crianças marginalizadas. Influenciada pelas idéias de Jean-Jacques Rousseau e Johann Heinrich Pestalozzi, funda a Sociedade Pestalozzi (1932) e a Fazenda do Rosário (1940), instituições que trabalharam com estas crianças sob uma ótica multidisciplinar. Criadora do termo  “excepcional”, Helena Antipoff ampliou as possibilidades educacionais para todos os brasileiros.

  • Os discursos psicológicos brasileiros do fim do século XIX e meados do século XX permitem investigar a autonomização da Psicologia no Brasil e sua relação com a constituição de concepções de Pessoa. As características presentes nestes discursos remetem-se àqueles das duas primeiras décadas do século XIX. que antecederam e propiciaram a instituição deste campo. Esta “Proto-Psicologia” apresenta um mundo trascedente, baseado no saber filosófico auto-contemplativo da Alma, cuja finalidade é a produção de subjetividades. No entanto, este discurso é enfraquecido com a chegada do pensamento positivista ao Brasil. O gradual processo de fisiologização do saber da Alma pode ser observado em práticas como o Higienismo, a Medicina Social e a  Frenologia. A compreensão da influência cientificista permite perceber a preocupação dos saberes médico-psicológicos com a adaptação social do homem, estudar as posteriores alterações da concepção de Pessoa e observar a atual crise dos modelos acadêmicos.

  • O cenário, as designações e atitudes em relação ao tema do abandono infantil no Brasil sofreram transformações no decorrer dos séculos. No período colonial, as “crianças infelizes” são objeto de caridade e seus destinos são as Casas da Roda. A partir de meados do século XIX, elas se tornam “menores” e passam a ser objeto de políticas públicas. Estas, ao invés de mudarem concretamente a vida da criança, estabeleceram uma criminalização e uma busca para medicalização da pobreza, definindo as crianças como infratores caso sua classe social não se encaixasse nos padrões burgueses. O código de menores, cuja vivência foi de 1927 a 1990, dizia que menores perigosos ou os que se encontrassem em situação de perigo (como a pobreza), estavam em “situação irregular” e por isso poderiam ser enviados a instituições de recolhimento. O texto conclui apontando que a real paz social depende diretamente de se tratar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, dignos, humanos e com perspectivas de futuro.

  • O artigo apresenta uma discussão sobre a história da Psicologia na qual ressalta alguns importantes nomes que colaboraram para a formação deste saber no Brasil. A partir de uma contextualização histórico-social, situada entre o final do século XIX e a segunda metade do século XX, analisa a constituição de uma ciência e as relações de forças que tornaram este saber autônomo. Na primeira década do século XX, destacam-se os nomes de Arthur Ramos e Manoel Bomfim, desenvolvedores de pesquisas no campo da Psicologia Social que raramente são mencionados por parte dos historiadores da Psicologia. Outros dois nomes são destacados pela autora, Waclaw Radecki e Emílio Mira y López, personagens da psicologia científica e técnica. Ao longo do texto reflete-se não apenas sobre a historicidade da psicologia, como também sobre suas dificuldades em submeter-se ao saber histórico.

  • Embasado na dissertação de mestrado “Os discursos de psicologia no século XIX no Brasil”, o artigo recorre a Georges Canguilhem e outros autores a fim de verificar os possíveis caminhos da Psicologia em nosso país. Para tanto, acompanha o vínculo desse saber in statu nascendi com as tendências dominantes tanto no que diz respeito a diferentes racionalidades de uma época quanto no que remete ao jogo político, econômico e social. Em meio a esses movimentos, destaca dois discursos que tornam a psicologia palco de uma disputa de poder: o científico, que se desenvolve a partir da idéia de organismo − conjunto de funções, leis e órgãos, representado normalmente pela medicina − e o teológico-filosófico, que se desenvolve voltado ao estudo da psique − alma substancial e soberana, representada de maneira geral pela Igreja.

  • Através da leitura crítica da primeira edição do texto “Ciências Sociais” de Lourenço Filho, pode-se tecer algumas considerações sobre o desenvolvimento da Psicologia Aplicada ao trabalho no Rio de Janeiro. No entanto, para se falar na implementação deste campo, é necessário mencionar o pioneirismo dos estados de Minas Gerais e São Paulo, assim como a contribuição de engenheiros e administradores. Neste cenário, destaca-se a atuação de profissionais como Roberto Mange, Léon Walther, Otávio Martins, Mira y López e em especial o psicólogo Waclaw Radecki, cujo Laboratório de Psicologia Experimental origina o Instituto de Psicologia. Outro importante nome é o do professor Etienne Souriau, responsável pelo curso em Psicologia Aplicada ao Trabalho, parte constituinte da disciplina 'Psicologia e Filosofia' da Universidade do Distrito Federal.

Última atualização da base de dados: 09/06/2025 10:24 (UTC)

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