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Este artigo tem como objetivo trabalhar com a concepção de “conhecimento encarnado” defendida por Ignácio Martín-Baró, estabelecendo relações entre este conceito e o campo da Psicologia Social. Num primeiro momento, fazemos uma pequena contextualização dos efeitos de uma greve universitária que durou quatro meses, considerando que os principais efeitos que devemos debater são aqueles que estão relacionados às experimentações do espaço educacional, assim como às ressonâncias das narrativas externas ao mundo universitário. Em seguida, mesclamos experiências do cotidiano da universidade com narrativas de diferentes atores sociais sobre a greve e a própria formação, a fim de desenvolver uma teoria analítica das práticas educacionais em Psicologia Social a partir de um diálogo com Ignácio Martín-Baró. Destacamos as três perguntas apresentadas pelo autor para problematizar a história da Psicologia Social: o que nos mantém unidos numa ordem social? O que nos integra à ordem estabelecida? O que nos libera da desordem estabelecida? Entre os diferentes conceitos criados pelo autor, privilegiamos a ideia de conhecimento encarnado, realidade vivida, realidade estudada e ação ideológica.
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Num marco de 60 anos da regulamentação da psicologia, em momento de aguçamento da crise estrutural do capital, analisamos em que sentido a crítica na/da/à psicologia se desenvolve, como ela influi no recente desenvolvimento da profissão e suas implicações. Trata-se de um trabalho teórico em que dialogamos com exercícios analíticos críticos na psicologia brasileira desde o marxismo. Por um lado, verificamos a crítica na/da/à psicologia não apenas se desenvolvendo, como influindo no desenvolvimento dessa área no Brasil em direção a análises e explicações mais condizentes com a realidade, bem como a práticas mais comprometidas ética e politicamente, superando lacunas históricas. Por outro, constatamos inflexões e abrandamentos na crítica atrelados à conjuntura, sua institucionalização na academia (em termos da produção de conhecimento) e políticas sociais (referente ao trabalho profissional), formando uma crise na práxis da psicologia crítica: o aguçamento da crise estrutural do capital se expressando nas propostas críticas à/da/na psicologia. Como caminhos para a continuidade da crítica como motor do desenvolvimento da psicologia, sinalizamos: a) explicitação da dimensão ontológica na/da crítica e seus projetos ético-políticos de psicologia e sociedade; b) análises totalizantes, em vez de fragmentações da realidade; c) práxis como critério de verdade, superando a noção da crítica como algo em si ou mero exercício teórico descolado da realidade; d) emancipação humana como horizonte; e) resgate da radicalidade; e f) ir além das fronteiras da psicologia, em direção às lutas e movimentos sociais.
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O artigo ancora-se nas investigações sobre as condições de surgimento e a relevância de um laboratório de psicologia da década de 1950 em uma instituição confessional situada no interior do Estado de Minas Gerais. Trata-se da antiga Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del-Rei que, em 1955, adquiriu, da Itália, modernos equipamentos nos moldes dos existentes na Europa pretendendo introduzir melhorias no ensino ministrado nos cursos. Desdobrando suas atividades, o laboratório tornou-se o instrumento utilizado pelos salesianos para a geração de um Instituto de Psicologia e Pedagogia, de um curso de Orientação Educacional e de um ativo serviço de orientação educacional e profissional.
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O texto visa apresentar a história dos estudos médicos no Brasil por se entender, em consonância com vários historiados da psicologia, a relevência do saber médico para a constituição da psicologia no Brasil. Neste sentido, acompanha-se o exercício da profissão médica desde a colônia, a criação das primeiras Faculdades de Medicina e sua produção de teses médicas. Observe-se que estas representam parte relevante das primeiras produções teóricas brasileiras e têm sido pesquisadas por investigadores de origens diversas objetivando a construção da história de suas disciplinas, entre elas a psicologia. Daí decorre a importância da orientação do ensino médico, principalmente no tocante à psiquiatria e à medicina social, conforme se apresenta nessas teses. Dá-se especial relevo às teorias psicológicas mais utilizadas então porque estas serão fundamentais para a constituição do saber psicológico.
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Este ensaio procura reconhecer e avaliar as idéias psicológicas que circularam no Brasil no final do século XIX, em sua representação na obra machadiana, tomada como documento histórico e como veículo transmissor de idéias. Para isso, foram examinadas as ocorrências do conceito de inconsciente na obra de Machado de Assis em três diferentes âmbitos. Primeiro, na terminologia empregada pelo autor. Segundo, nos discursos expositivos dos narradores machadianos. Terceiro, na descrição dos estados subjetivos das personagens. Depois de feitas as análises, as idéias e noções encontradas foram confrontadas com algumas das principais formulações acerca do conceito de inconsciente em outros autores de sua época.
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O estudo parte de fontes apócrifas, canônicas, visuais e devocionais a respeito da trajetória histórica da iconografia e do culto ao Arcanjo Miguel e às Almas do Purgatório. Retoma a contribuição bibliográfica de Flávio Gonçalves, Emile Mâle, Michel e Gaby Vovelle, dentre outros estudiosos. Particular ênfase é dada ao barroco luso-brasileiro, especialmente ao acervo produzido pelas irmandades leigas nas Minas Gerais. A representação do Arcanjo evolui de formas integradas ao Juízo Final até a sua individualização em soldado vistoso e delicado no Barroco e Rococó, assumindo, então, forma de escultura autônoma nos altares. O culto às almas atinge o espaço público através da portada em pedra sabão na Capela de São Miguel e Almas de Ouro Preto. Finalmente, o estudo enfoca a racionalização em curso no oitocentos, que levaria a simplificação escatológica dessa invocação.
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Fontes veriadas dos séculos XVI e XVII combinavam diferentes tradições de saver a fim de sistematizar modos de conservar a saúde do corpo e da alma. Pode-se destacar o Dois tratados de regime de vida para a conservação da saúde do corpo e da alma até a extrema velhice, publicado em 1613 pelo teólogo jesuíta da Universidade de Louvain Léonard Lessius, a partir do Trattato della vita sobria do veneziano Luigi Cornaro, de 1558. Conclui-se que o regime proposto por Lessius prescreve uma disposição de comportamento, adquirida por meio da vontade e do hábito, que promete o melhor desempenho das funçÕes corpóreas e anímicas necessárias, enquanto meios concretos, para que o indivíduo possa ter uma vida, ao mesmo tempo, saudável, virtuosa e satisfatória. O que estaria baseado em uma refinada convergência de saberes médicos, da filosofia da alma e da ética aristotélicas e da espiritualidade inaciana.
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Analisando um tipo específico de correspondência epistolar jesuítica – as Litterae Indipetae –, evidenciou-se um dinamismo de elaboração da experiência, revelador de um modus vivendi baseado no que comumente vem designado sob o nome de psicologia-filosófica aristotélicotomista. É a este vivido descrito nas cartas e a este modo de viver específico (com suas devidas implicações fundamentais) que se dedica este artigo, buscando responder a uma pergunta: em que medida a experiência (tal como era entendida no âmbito histórico-cultural-institucional próprio da Companhia de Jesus nos séculos XVI e XVII) é fator de conhecimento? E conhecimento de quê? Mostrou-se uma concepção de experiência que parte do pressuposto de que o homem é uma unidade (corpo e alma, razão e fé, sensação e intelecção) e de que, vivendo ordenado (em si mesmo e no mundo que o circunda), realiza-se o seu ser por analogia ao Ser Divino.
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Uma proposta de releitura do De Institutione Divinarum Litterarum, "manual" para organização de uma biblioteca, obra de Cassiodoro. Autor longamente avaliado na ótica do desenvolvimento da espiritualidade cristã, referência obrigatória na história das bibliotecas, sempre é mostrado como exemplo de antiguidade tardia, caso isolado e sem influências maiores na Idade Média. Na perspectiva de uma história da leitura e dos públicos leitores, uma revisão crítica torna-se necessária: a preocupação com a função dos livros e com níveis diferenciados de leitores e de leituras, reconhecida em Gregório Magno e em Isidoro de Sevilha, já estava presente em Cassiodoro. Por outro lado, a imagem da biblioteca beneditina e de seus monges copistas é recalcada no modela da atividade desenvolvida em Vivarum, muito mais do que proposto pela Regra. A atividade ligada aos livros, atribuída aos monges beneditinos, é tardia em relação à fundação da ordem, e sofre influência profunda da escola de Cassiodoro.
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Neste estudo, o argumento que a história do pensamento psicológico deve contemplar, como ponto de partida, considerações evolucionárias e antropológicas sobre a consciência humana. O artigo está dividido em três partes. A primeira traz as evidências empíricas e os campos teóricos que se ocupam do estudo da evolução humana. A segunda examina a definição de três termos básicos e fundamentais para o estudo do pensamento humano: consciência, psique e animismo. A terceira compara crenças de antigas civilizações sobre concepções do universo e da psique. A conclusão argumenta que a escolha da antiga filosofia grega como ponto de partida não despreza as contribuições de outras civilizações. O pensamento grego foi, em grande parte, uma síntese cuidadosa e criativa do conhecimento existente até então. Contudo, as interligações entre universo, corpo e psique, como entendidas pelas antigas civilizações trazem as perguntas básicas e a lógica que deve orientar o estudo inicial dos fenômenos psicólogicos.
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O artigo visa reunir comentários sobre a memória, de modo a contemplar discussões que se desenrolam nesta esfera. Embora diferentes caracterizações sejam indicadas em debates específicos, supõe-se que estes fatores contrastantes apenas reeditem antigas dicotomias. Deste modo, serão apresentadas a seguir considerações acerca da memória enquanto processo básico individual e, depois, enquanto processo de construção social. Esta distinção parece apontar para a necessidade de se retomar o debate sobre memória episódica e memória autobiográfica ou cotidiana. Acredita-se que, no que tange à Psicologia Social, a questão ora tratada também implique em que sejam estabelecidas diferenças entre as vertentes psicológica e sociológica. O artigo, ao apresentar uma postura mais inclusiva na reflexão sobre posições contrastantes, ao enfatizar encontros e diálofos entre diferentes propostas, defende que não há, necessariamente, apenas uma perspectiva correta, mas diferentes formas de se compreender um mesmo problema.
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O trabalho descreve o desenvolvimento da fenomenologia na Bélgica e Holanda delineando os principais centros de investigação, seus importantes intelectuais atuantes e as temáticas ali pesquisadas. No que diz respeito à Bélgica, descreve a fundação do Husserl-Archief em Lovaina, suas edições críticas da obra husserliana, apontando diretores e especialistas responsáveis pelo trabalho. Relata a atividade do Centre de Recherches phénoménologiques, junto à Facultés Universitaires Saint Louis de Bruxelas. Quanto à Holanda, o ponto de partida para os estudos fenomenológicos foram as conferências proferidas em 1928 por Edmund Husserl sobre a psicologia fenomenológica. Além do debate entre psicologia e fenomenologia - um dos grandes pólos de interesse da Escola de Utrecht - a segunda ocupa, naquela região, um papel de destaque em diversas áreas do saber como, por exemplo, na pedagogia.
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Essa pesquisa apresenta um levantamento bibliográfico de fontes de difusão das idéias psicológicas em Minas Gerais entre 1830 e 1930. As palavras-chave utilizadas foram: psicologia, psychologia, moral, moraes, moralidade, hygiene, higiene, aluno, estudante, alumnos, professor, mestre, educador, manual, programas, programmas, inteligência, instrução, educação e escola. Bibliotecas pesquisadas: Arquivo Público Mineiro, Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, Sistema de Bibliotecas da UFMG e suas Coleções especiais, Biblioteca da UFSJ e suas obras raras, Biblioteca Municipal de São João Del Rey e Sistema de Bibliotecas da PUC-MG. Os 244 títulos localizados foram analisados por idioma, acervos e datas. O acervo com o maior número de títulos foi a Biblioteca Pública, com 53,79% da pesquisa bibliográfica. Os idiomas encontrados foram o francês, português, espanhol e inglês. O número de publicações aumenta a partir de 1920, o que pode ser explicado pelas reformas de ensino então realizadas e pelo próprio desenvolvimento cultural do país.
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Apresenta-se tradução para o português - e original latino conforme edição crítica - de texto de Tomás de Aquino sobre a composição dos elementos. O interesse daquele texto medieval para a história da psicologia é que coloca as bases teóricas sobre as quais será concebida a estrutura mais complexa do ser humano, segundo seu autor. Os elementos materiais simples existem no todo de um corpo composto a partir deles. Neste mesmo caminho será compreendida, em outros textos, a composição constitutiva dos seres vivos – num segundo estágio de complexidade - e a composição do ser humano onde o espírito se manifesta mais claramente, num terceiro estágio. Os elementos simples encontram-se no composto não em sua plena atualidade como quando isolados, mas virtualmente, ou seja, trazendo sua virtude para um todo maior que os integra. Comentários hermenêuticos explicitam sua importância para uma psicologia segundo a concepção de Tomás de Aquino.
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Relações profundas entre o ser humano e Deus são lidas aqui em chave filosófica, enfocando a experiência da presença da Alteridade pessoal. A mística é tomada, por um lado, como investigação epistemológica (Pode-se falar de “experiência”? Um tal “experienciar” é conhecimento? Com que linguagem é possível exprimi-la? Que tipo de “presença” é aquela que se manifesta?). Por outro lado, é tomada como análise fenomenológica, evidenciando as vivências subjacentes àquela experiência, indicando o movimento intencional da consciência, no rigor do método essencial, legitimando uma fundamentação filosófico-ontológica da alteridade pessoal. É proposta uma leitura da questão filosófico-antropológica do sujeito como re-atualização da “vida interior” que Agostinho expressa como “Intima scientia est qua nos vivere scimus" e "In interiore homine habitat veritas”. A investigação agostiniana é confrontada com testemunhos de experiência mística carmelita e com análises filosófico-fenomenológicas de Edith Stein sobre empatia e alma. Explora-se o estatuto epistemológico da linguagem religiosa e mística.
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This paper aims at investigating the presence of psychological literature in Konrad Lorenz’s work as a preliminary instrument to investigate how Lorenz’s ideas are related to Psychology. The bibliography of fourteen books written by Konrad Lorenz (including three volumes containing 26 selected papers) have been analyzed. A total of 245 references related to Psychology and related sciences have been selected. These references were organized in five groups: a) The pioneers of Ethology; b) Animal and Comparative Psychology; c) General Psychology (Associationism, Structuralism, Functionalism, Russian Reflexology and Classic Conditioning, Perceptual and Gestalt Psychology, Psychoanalysis, Behaviorism, Social and Developmental Psychology, Cognition, Emotion and Motivation); d) Epistemology; e) Psychiatry and Neurosciences. These data show that the History of Ethology and, particularly, Lorenz’s ideas, show an extremely important relation with Psychology, justifying the inclusion of Konrad Lorenz also in the History of Psychology.
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O artigo localiza e esclarece o conceito de discriminacionismo afetivo, termo utilizado por Waclaw Radecki, personagem da história da psicologia no Brasil, para identificar o que denominou ser o seu sistema psicológico. Radecki está associado ao Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas em Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro dos anos 20 do século passado. Citado em várias publicações, o discriminacionismo afetivo tornou-se objeto de mitificação, pelo fato de não ter sido até então elucidado.
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O objetivo deste texto é mostrar a importância do trabalho de Gustav Fechner à luz da problemática do sujeito do conhecimento introduzida pela filosofia moderna. Questão do conhecimento iniciada em Descartes, buscando no Sujeito o ponto de partida de toda verdade demonstrável, e que gerará como contraparte o estudo dos riscos das ilusões a serem produzidas neste Sujeito. Esta tarefa caberá a psicologia, que desde o século XVIII tentará se estabelecer como parceira desta tarefa gnosiológica. Tarefa que será condenada pelos próprios filósofos como Imannuel Kant, decretando a a-cientificidade deste saber. Aqui será vista a importância do trabalho de Fechner: como através de seu trabalho empírico e de sua famosa equação, ele dará subsídio para uma psicologia verdadeiramente científica a ser constituída no final do século XIX.
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Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.830)
- Conferência (1)
- Livro (520)
- Seção de livro (1.249)
- Tese (703)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (448)
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Entre 2000 e 2025
(3.851)
- Entre 2000 e 2009 (1.172)
- Entre 2010 e 2019 (1.753)
- Entre 2020 e 2025 (926)
- Desconhecido (4)