O surgimento histórico do domínio da subjetividade e a constituição do campo psicológico
Tipo de recurso
Autores ou contribuidores
- Simon, Aline Gabriela (Autor)
- Silva, Ana Luiza de Britto (Autor)
- Fonseca, Felipe Alves (Autor)
- Vieira, Paula Rego-Monteiro Marques (Autor)
- Mululo, Sara Costa Cabral (Autor)
- Pontes, Paulo Cardoso Ferreira (Autor)
- Ferreira, Arthur Arruda Leal (Autor)
Título
O surgimento histórico do domínio da subjetividade e a constituição do campo psicológico
Resumo
Nossa pesquisa procura descrever como surgiu o domínio da subjetividade, crucial para o surgimento da Psicologia. Recorremos ao trabalho de Michel Foucault, em sua História da Sexualidade, no que diz respeito ao surgimento do domínio da subjetividade, e ao de Fernando Vidal para entender o surgimento da Psicologia no século XVIII. Uma forma de compreender o que estamos definindo por subjetividade pode ser tomada a partir de uma das variantes do que Foucault chamou de cuidado de si em seus trabalhos dos anos 80. O cuidado de si diz respeito aos atos do indivíduo que o constituem como sujeito ético perante os códigos morais. Buscamos alguns indícios que poderiam nos levar ao cuidado de si próprio da Modernidade. O surgimento do domínio da subjetividade está vinculado à proliferação do discurso sobre a sexualidade a partir do século XVI, concomitante à intensificação da prática da confissão. As práticas de poder/saber originadas na confissão se transmutam numa scientia sexualis, difundindo seus efeitos na Medicina, na Pedagogia, na Demografia, nas práticas jurídicas, na polícia administrativa. Os rituais de confissão passam a funcionar nos esquemas da regularidade científica A sexualidade passa a ser um domínio penetrável por processos patológicos, solicitando intervenções terapêuticas e de normalização. Concomitantemente ao aparecimento da sexualidade como verdade do sujeito, no século XVIII também surge uma Psicologia que vincula outras formas de saberes de si com a noção de verdade no indivíduo, conforme nos mostra Fernando Vidal. No século XVIII, ocorre uma profusão de discursos sobre o sujeito, a Psicologia, a alma e outros aspectos filosóficos, teológicos e científicos não necessariamente vinculados à sexualidade. Todos esses discursos têm a proposta de examinar o sujeito, produzindo um novo campo discursivo a ser explorado. A verdade, então, passa pela Psicologia e por um conhecimento dos pormenores da alma humana. Aproxima-se, dessa forma, da idéia defendida por Foucault sobre a existência de uma verdade interiorizada no indivíduo. O que nos interessa, de fato, é mostrar como já no século XVIII havia a produção de saberes que buscavam examinar, desvendar e dissecar a interioridade do sujeito, a partir da noção de verdade, além de fomentar o campo da subjetividade, do qual surgiu a Psicologia.
Título da publicação
Mnemosine
Volume
1
Edição
2
Páginas
3-12
Data
30-12-2005
Idioma
Português
ISSN
1809-8894
Data de acesso
02/09/2023 20:48
Catálogo de biblioteca
Direitos
Direitos autorais 2019 Mnemosine
Citation 'apa'
Simon, A. G., Silva, A. L. de B., Fonseca, F. A., Vieira, P. R.-M. M., Mululo, S. C. C., Pontes, P. C. F., & Ferreira, A. A. L. (2005). O surgimento histórico do domínio da subjetividade e a constituição do campo psicológico. Mnemosine, 1(2), 3–12. https://www.e-publicacoes.uerj.br/mnemosine/article/view/41378/pdf_47
Citation 'abnt'
SIMON, A. G. et al. O surgimento histórico do domínio da subjetividade e a constituição do campo psicológico. Mnemosine, v. 1, n. 2, p. 3–12, 30 dez. 2005.
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