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O objetivo do trabalho é a análise de um sermão pregado pelo jesuíta Antônio de Sá em Salvador no ano de 1660, na Catedral da Sé, na ocasião da celebração do desagravo pelo ato sacrílego ocorrido naquele local, que destruiu parcialmente a estátua de Nossa Senhora das Maravilhas. O sermão introduz ao significado complexo da imagem sagrada na cultura católica da Idade Moderna, assim como foi sendo elaborado ao longo da tradição atualizada pelas normas do Concílio de Trento. Destacam-se três dimensões fundamentais: os efeitos da imagem no dinamismo anímico; o valor místico da imagem; o valor sacramental da mesma, pelo qual esta torna-se sinal do corpo da comunidade cristã na Bahia.
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In memoriam Carolina Martusceli Bori (1924-2004)
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In Memoriam Josef Brožek (1913-2004)
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Este estudo analisa as lutas que os professores de uma escola pública têm colocado em curso no trabalho para o enfrentamento das formas de violência. A pesquisa foi realizada com duas professoras e um professor de Educação Física, com os trabalhadores do corpo técnico-administrativo, pedagógico e com o vigilante da escola. O estudo teve duração de 16 meses de intenso trabalho de campo. Produziu dados por meio de conversas informais, registros de reuniões pedagógicas, momentos de planejamento, observação de aulas de EF, entrevistas e registros no diário de campo. Opera com o conceito de atividade de Schwartz (2004), o qual a concebe como esfera das microgestões inteligentes da situação, dimensão das astúcias e da produção de “histórias” que imprimem suas marcas no trabalho. O estudo torna evidente que as “violências na escola” também podem ser produzidas “na” própria escola, sendo os docentes convocados a gerir os riscos produzidos.
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Apresenta conversas e experienciações de uma psicóloga do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus. Expõe os modos de trabalho da profissional de psicologia que emergem nessa escola. Traz pistas de como fortalecer os processos formativos que valorizem as problematizações e superem os modos hegemônicos de ser psicólogo(a), em prol de outros modos de pensar, criar, sentir, agir e viver. Discute a formação como processualidade, ou seja, as experienciações podem produzir no(a) profissional de psicologia uma abertura à sua própria transformação. Desse modo, abrem possibilidades para problematizações, desnaturalizações e produção de outros modos de trabalho do(a) psicólogo(a) na escola.
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O artigo discute contribuições psicanalíticas para uma clínica da violência, a partir da experiência do projeto de extensão Supervisão clínico-institucional para a equipe do Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência de Vitória (SASVV). O projeto, orientado à luz da psicanálise, propõe três eixos de trabalho: político-institucional, teórico-crítico e prático-clínico. Descrevemos a metodologia utilizada, inspirada nas conversações psicanalíticas (MILLER, 2005) e em outras propostas de psicanálise em situações sociais críticas (BROIDE; BROIDE, 2016). Discorremos também acerca de contribuições psicanalíticas para tratar da complexidade envolvida nas situações de violência, como as noções de ancoragens (BROIDE; BROIDE, 2016) e alçamento (GUERRA; MOREIRA, 2020), para pensar estratégias clínicas de trabalho em rede e com os pacientes; e a noção de prática entre vários (DI CIACCIA, 2005), para lidar com a multiplicidade de saberes envolvidos na abordagem clínica da violência.
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O objetivo desse artigo é discutir os ‘estados alterados da consciência’ como um dispositivo para a produção de processos de desterritorialização e singularização no campo da clínica esquizodramática. O método de trabalho parte de um estudo teórico sobre a consciência na esquizoanálise e no esquizodrama. Substituímos o termo estados alterados da consciência por modos conscienciais. Propomos um modelo de consciência enquanto máquina e agenciamento, dividido em cinco modos: I. dicotômico, II. plural, III. caósmico, IV. caótico e V. cronificado. O modo consciencial plural possui mais quatro subdivisões, ao ser articulado com os distintos diagramas de forças sociais. A partir dessa concepção teorizamos como se efetua a transição entre os modos conscienciais, em que, de uma posição consciencial cronificada, pode-se chegar a um modo consciencial plural ecosófico.
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Este artigo compartilha os movimentos e alguns resultados de uma pesquisa de Mestrado que buscou acompanhar os modos de participar dos estudantes e suas interferências nos processos de formação e gestão no Ifes – Campus Serra/ES. Este percurso de pesquisa foi construído a partir dos referenciais da pesquisa-intervenção e aconteceu por meio da tessitura de conversas com participantes de movimentos sociais, estudantes e trabalhadores desta Escola. Neste artigo debatemos as formas de participação não institucionalizadas efetuadas por estudantes, partilhando as produções do jornal No Muro. Concluímos apontando que estes modos de participar interferem nos processos de formação e gestão do Ifes e colocam em análise práticas cotidianas, muitas vezes silenciadas no cotidiano da Escola.
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Esse artigo problematiza o trabalho de pesquisa com povos indígenas, apontando o exercício de modos de pesquisa ético-políticos numa visada contra colonizadora; fruto de interpelações quanto aos modos de produção de conhecimento e suas possíveis reproduções colonialistas neste gesto. A partir do território do estado do Espírito Santo onde encontram-se as etnias Guarani e Tupinikim, o trabalho teve como mote o propósito de realizar uma pesquisa atenta a outras bases de pensamentos e práticas. Os principais elementos contra colonizadores construídos foram: a problematização de bases epistemológicas colonialistas; a força da memória e seu cultivo; a relação de imanência com a terra; os conhecimentos orgânicos e a formação de um ethos transespecífico.
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O artigo visa a trazer algumas contribuições da psicanálise sobre a agressividade, considerando seu caráter constitutivo para a subjetividade. O diagnóstico de Transtorno Opositor Desafiador (TOD) tem feito com que algumas manifestações agressivas, essenciais para a organização subjetiva de uma criança, sejam vistas como comportamentos patológicos a serem eliminados através do tratamento terapêutico ou medicamentoso. Uma passagem por autores de diferentes orientações psicanalíticas, incluindo textos iniciais de Lacan, admite outras leituras da agressividade, da oposição e do desafio, que ampliam as possibilidades do fazer clínico e, por conseguinte, do universo simbólico em que uma criança pode circular e se situar. Considerar a agressividade enquanto constitutiva, multifacetada e contextual é dar voz ao que muitas vezes tentamos silenciar sem levantar questões.
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O artigo visa apresentar a proposta de psicologia de Nietzsche e sua relação com seu método crítico de análise genealógica. Para a elucidação desta psicologia, bem como exemplo de seu funcionamento, apresentou-se as interpretações genealógicas de Nietzsche sobre a formação histórica da concepção moderna da alma e da emergência do aparelho da consciência. Trabalhou-se a concepção da “grande psicologia” como ferramenta do método crítico genealógico que busca se distanciar dos preconceitos morais metafísicos, como “atomismo anímico”, centralidade do “eu” e do órgão da consciência no campo da existência humana, e o conceito de “livre-arbítrio”. Através da eleição do corpo e da “grande razão” como alicerces da existência, a psicologia nietzschiana poderia realizar análises genealógicas do órgão da consciência baseando-se na construção do humano a partir da formação de comunidades, da produção de comunicação entre seus pares, e da limitação desta comunicação por parte da malha gramatical que determinaria sua perspectiva.
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Considerou-se, neste artigo, as normalizações das sexualidades e dos gêneros dissidentes, e os jogos de verdade que as acompanham, na constituição de discursos que legitimam a Psicologia como campo disciplinar alinhado aos discursos patologizantes das subjetividades. Ao questionar-se o privilégio desses discursos em relação à produção de conhecimento que emerge dos ativismos e vivências dissidentes, abordou-se, no campo dos currículos em Psicologia, os processos de subjetivação na produção desses saberes. Afirmou-se, contudo, a produção de discurso acadêmico como campo estratégico, no qual somos convocadas(os) a posicionamentos e implicações que se articulam a esses e outros ativismos e movimentos sociais. Na transversalidade desses percursos, e por análise de implicações, entre essas dissidências, acompanhou-se os deslocamentos do lugar de um não-homem, pela descolonização do sujeito epistêmico e de sua universalidade, transicionando-se dos binarismos de gênero ao coletivo das enunciações.
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O presente artigo busca compartilhar experiências inventivas nos caminhos metodológicos de pesquisa, a partir de narrativas. Tecendo percursos atravessados pela violência, pela cidade, pelo viver apesar da morte e pela pandemia, buscamos compor esta escrita com mulheres que se abriram ao encontro com outras mulheres – escrita, “escrevivências”, construção e destruição de lugares – mulheres, mães, pesquisadoras, narradoras. Diálogos, narrativas, cuidado; autoras e narradoras vivenciando o contexto de pandemia, isolamento e morte, apostamos nas narrativas como afirmação de pesquisas impregnadas de vida, tecidas na arte do encontro, da escuta e dos olhares sensíveis.
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O artigo objetiva ‘tensionar’ o funcionamento da política de Assistência Social no contemporâneo, partindo de perguntas-resistência que problematizaram as táticas de gerência/governo dos corpos que habitam os ‘ditos’ territórios vulneráveis e de risco onde se inserem os equipamentos da Assistência Social. As análises foram tecidas articulando à produção histórico-política dos conceitos que embasam a atual Política Nacional de Assistência Social (2004) as interpelações advindas de perguntas-resistência, enunciadas por personagens surpreendentes e imprevisíveis, que colocaram em circulação problemas e questões importantes no funcionamento desta política no contemporâneo. A aposta político-metodológica afirmada possibilitou um exercício de escuta-experimentação como abertura aos movimentos da vida que se forjam em meio àquilo que a pretende naturalizada.
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(Tradução do segundo capítulo (L’accumulation primitive continuée) de Guerres et Capital. Paris: Éditions Amsterdam, 2016. Traduzido por Carolina Sarzeda e Danichi Hausen Mizoguchi.)
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Apresenta os caminhos percorridos para a construção de pesquisa de mestrado, que versa sobre a formação e o trabalho de professores(as), realizada no Instituto Federal do Espírito Santo, Campus São Mateus. Descreve como se estabeleceram os primeiros contatos com os(as) docentes a fim de construir um território de confiança, o que se desenvolvia em cada encontro, e traz algumas das análises produzidas pelo grupo. O método se delineia no encontro entre campo, participantes e pesquisadoras, no âmbito de uma pesquisa-intervenção, registrada em diário de campo. Assim, outros modos de pesquisar foram tecidos com o grupo de professores(as), a partir da emersão de deslocamentos, desnaturalizações, compartilhamentos e construções no decorrer da investigação. Desse modo, destaca os pequenos grupos, a atenção aos detalhes, as conversas e experienciações como ferramentas para fissurar as tradições escolares e as formas de existência que aprisionam a vida.
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Este artigo busca sistematizar estudos realizados durante vários anos sobre a Roda dos Expostos, alguns deles já publicados, ampliando seu escopo para abarcar o inquietante movimento de reinvenção deste mecanismo em países da Europa e América do Norte a partir dos anos 2000. Rebatizada com os nomes de caixa de correio, caixas de bebê, dentre outros similares, este mecanismo tem sido severamente criticado pelo Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, que considera que não funciona no melhor interesse da criança ou da mãe. Para melhor contextualizar a questão no Brasil, o artigo situa a instalação das Casas da Roda ou Casas dos Expostos a partir da importação do modelo português da antiga caridade, adentrando os Relatórios Ministeriais do Império e República para evidenciar a passagem para o Estado de funções até então deixadas a cargo da Igreja Católica e das Irmandades leigas. É nesta passagem que a Roda dos Expostos perde a sua importância como mecanismo de proteção da infância. Para finalizar, apresenta uma amostra do noticiário internacional onde se evidencia o ressurgimento da Roda, ainda que rebatizada, apresentando também o Projeto de Lei 2747-A, de 2008, do deputado Eduardo Valverde, proposto com o objetivo de legalização do parto anônimo no Brasil, tendo sido arquivado por receber parecer negativo dos relatores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e da Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, em 2011.
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O presente artigo discute as formas de encaminhamento de mulheres ao Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho (Goiânia – GO). A pesquisa foi realizada a partir de oito prontuários psiquiátricos, produzidos entre as décadas de 1970 e 1990, e a análise ocorreu mediante a perspectiva histórico-genealógica de Michel Foucault. São os fragmentos de histórias que emergiram nesses documentos que tecem a escrita deste trabalho. E, por meio deles, evidenciamos que o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho funcionou como um espaço de confinamento, silenciamento e moralização de mulheres que apresentavam comportamentos incompatíveis com os padrões socialmente impostos na época - elas não eram boas filhas, esposas, mães e donas de casa. Dado o valor atribuído à conduta moral das mulheres na construção de seus diagnósticos psiquiátricos, conclui-se que mais do que uma instituição de tratamento, o hospital psiquiátrico era um instrumento de normalização e controle da sociedade goiana.
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- Artigo de periódico (1.830)
- Conferência (1)
- Livro (520)
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- Tese (703)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (448)
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Entre 2000 e 2025
(3.851)
- Entre 2000 e 2009 (1.172)
- Entre 2010 e 2019 (1.753)
- Entre 2020 e 2025 (926)
- Desconhecido (4)