Pesquisar
Bibliografia completa 3.679 recursos
-
Visa a reconstrução da história e memória do ENEP (Encontro Nacional dos Estudantes de Psicologia), com o intuito de analisar a dinâmica de funcionamento do movimento estudantil na Psicologia e verificar sua importância para a própria Psicologia. Enquanto um movimento específico, inserido nos movimentos estudantis e sociais, se constitui em objeto de estudo privilegiado, no sentido do resgate da história e das interrelações entre saber psicológico, identidades culturais, comunidade psi e seu papel político. Utiliza a análise de documentos escritos e de depoimentos de pessoas que viveram o movimento no período entre 1960 e 1990. Tem como eixo norteador a microesfera do ENEP e a macroesfera dos movimentos sociais e estudantis. Conclui que o movimento estudantil na Psicologia carece de uma maior organização, continuidade e legado histórico, muitas vezes se tornando um fim em si mesmo, mas que o ENEP constitui importante espaço de influência na formação de futuros psicólogos.
-
Michel Foucault estuda o corpo enredado, submetido aos embates das forças dos poderes-saberes, que se articulam estrategicamente na sociedade ocidental. E Merleau-Ponty visa à experiência sensível que germina enquanto estrato originário da correlação corpo próprio-mundo, como uma região de sentidos que não se limita a seus significados histórico-culturais pois representa nossa abertura ao Ser em geral. Esta pesquisa compara o corpo enredado foucauldiano com o corpo germinante merleau-pontyano e avalia em que medida a perspectiva genealógica foucauldiana dissolveria a noção de subjetividade que reside, em Merleau-Ponty, na experiência do corpo próprio. Verificou-se que a tentativa de Foucault de submeter o corpo germinante de Merleau-Ponty à mesma pressuposição discursiva do seu corpo enredada é uma forma de desconsiderar as singularidades da paisagem enunciativa da corporeidade na fenomenologia merleau-pontyana. Este trabalho se desenvolve através da leitura de bibliografia dos referidos autores, comentaristas e de outros autores da filosofia moderna.
-
A Psicologia Humanista norte-americana surgiu há cerca de cinqüenta anos, apresentando-se como uma terceira força capaz de fazer frente ao que julgava ser uma desumanização determinista da imagem de ser humano promovida pelo Behaviorismo e pela Psicanálise. Apresentando sua versão do objeto da Psicologia como dotado de um nível de liberdade, criatividade e pró-atividade, os principais representantes da Psicologia Humanista se recusaram a abandonar o método experimental, proclamando a sua abordagem como aderida à ciência moderna. Assim inauguraram um novo dilema, que tem acompanhado a história da Psicologia Humanista: deveria esta manter sua adesão ao método científico que não se adequa a seu objeto de pesquisa ou transformar a imagem de ciência que pratica para adequá-la à sua imagem de ser humano? Defende-se aqui tese de que a Psicologia Humanista, mesmo com as adesões proclamadas de Maslow e Rychlak, acabou por abandonar o método experimental para aderir a investigações finalistas.
-
Em “The Structure of Scientific Revolutions”, Thomas Kuhn sustenta que foi com o auxílio de uma historiografia inovadora que ele chegou à sua nova imagem da Ciência, abalando as concepções tradicionalmente aceitas. Isto traz à luz a questão das relações entre esses dois campos de conhecimento: a História da Ciência, de um lado, a Epistemologia e a Filosofia da Ciência, de outro, além das articulações, diferenças e contribuições possíveis entre elas. O presente artigo aborda o trabalho de um importante autor do campo psicanalítico (Jean Laplanche), que alia a pesquisa do desenvolvimento histórico da teorização psicanalítica à investigação epistemológica e teórica das conexões entre os diferentes conceitos e entre eles e as proposições teóricas psicanalíticas. Pretende-se utilizar o trabalho deste autor, como exemplo para se refletir sobre as possibilidades de contribuição entre estudos em História da Psicanálise e em Filosofia e Epistemologia da Psicanálise.
-
O artigo analisa a utilização e a importância da música como forma expressiva e simbólica para a elaboração da experiência psíquica, na visão de mundo barroca presente na cultura brasileira. Analisa comparativamente duas pesquisas conduzidas em dois diversos domínios – história cultural e fenomenologia da cultura – apreendendo o típico dinamismo psicológico de uma comunidade rural brasileira de tradições barrocas. A abordagem comparativa permite evidenciar a atualidade de elementos barrocos tomados para a elaboração da experiência na referida comunidade em termos de: vivência psicológica e espiritual suscitada pela música; estrutura retórica da composição musical; lugares comuns inerentes à visão de mundo de referência. A música é vivenciada como elemento fundamental da relação entre o universo de sentido pessoal e aquele proposto pela cultura, tendendo a estabelecer conexões precisas entre vivências sensoriais, cultura local e constituição do corpo social, inseridos num horizonte de totalidade mitológico-religioso.
-
O artigo reflete a respeito da formação do sujeito na psicologia, tendo como principal referência teórica o interacionismo social de George Herbert Mead (1863-1931) e de L. S. Vigotsky (1896-1934), mas com destaque do primeiro dos autores. A localização dos autores no interior do processo histórico de nascimento da psicologia científica é realçada por apresentarem teorias que acentuam a dimensão social na formação humana ao localizarem, nas mediações lingüísticas, os nexos entre os processos de socialização e de individuação vividos pelos sujeitos, em que ocorre um processo intersubjetivo dialético de entrelaçamento entre a exteriorização e interiorização da realidade subjetiva. A teoria social de Mead (1967) é destacada nesta reflexão da subjetividade, visto a riqueza de sua noção de self para a psicologia.
-
Este artigo discute concepções sobre o ser humano e sobre a sociedade difundidas pelo jornal religioso Selecta Catholica, editado por D. Antônio Ferreira Viçoso, publicado no estado de Minas Gerais, Brasil, nos anos de 1846 e 1847. O jornal, entendido como estratégia para educação da população, tinha os objetivos de reformar costumes, promover a fé católica e combater idéias materialistas, panteístas e racionalistas, estas vistas como origem de enfermidades e de violência social. Em contraposição a esses ideais, encontramos a idéia de ser humano como pessoa, definido como corpo individual e social, sendo a sociedade concebida de forma análoga como pessoa moral.
-
O presente artigo apresenta uma reflexão epistemológica relacionando a fenomenologia às ciência humanas, com particular atenção à ciência psicológica. Apresenta a estrutura da pessoa humana em suas diversas dimensões (corpo, psique e espírito) bem como em sua intersubjetividade constitutiva, reveladas pela análise das vivências. Propondo-a como estrutura do sujeito do conhecimento, evidencia ser a estrutura do próprio pesquisador. Decorrem daí tanto questões éticas sobre a abordagem do sujeito humano em sua peculiar complexidade, quanto questões éticas relativas ao próprio desenvolvimento de pesquisas científicas. A antropologia filosófica figura como condição de possibilidade de relações fecundas entre pesquisa científica e postura ética.
-
A presente pesquisa revelou que alguns meios para lidar com o sofrimento no trabalho envolvem a adoção consciente, por parte do trabalhador, de certas técnicas voltadas para a sua própria interioridade. Diferem das estratégias coletivas de defesa, elucidadas pela Psicodinâmica do Trabalho, por envolverem a construção consciente de sentido para experiências angustiantes e ansiedade; senso de valorização do sofrimento e das vivências dolorosas com vítimas agonizantes ou fatais; dessensibilização e busca de nova relação consigo mesmo no trabalho. Resultam de formas de subjetivação, dinamizadas na exterioridade dos indivíduos e re-elaboradas na interioridade mediadora do contato com o real do trabalho.
-
O presente artigo apresenta uma análise de relatórios, laudos e pareceres profissionais constantes de processos judiciais envolvendo crianças e adolescentes em situação de abandono, nos anos de 1968 a 1984, em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, Brasil. Nessa análise procurou-se traçar tanto um panorama da situação de abandono de crianças e adolescentes, conforme aparecem nos documentos, quanto identificar idéias psicológicas relacionadas ao tratamento de crianças e adolescentes no âmbito da justiça em Belo Horizonte. Ao final, levantam-se alguns temas para o estudo da participação da psicologia no trato das questões relativas a crianças e adolescentes em Minas Gerais.
-
O presente estudo é uma breve incursão sobre o conceito e a função da memória em diferentes etapas da história das idéias psicológicas. O interesse histórico concentra-se no debate conceitual de memória como experiência de recordar para memória como desempenho de aprendizagem. A ênfase do argumento está no retorno à memória como experiência de recordar em estudos contemporâneos de memória autobiográfica. Memória autobiográfica é então definida como a recordação consciente de uma experiência pessoalmente vivida ou testemunhada, acompanhada de um senso de re-experiência do evento original, e da crença de que o episódio realmente aconteceu. Essa abordagem fenomênica recupera a experiência das qualidades como aquilo que permite a um indivíduo distinguir entre a lembrança de um evento passado e outros estados conscientes como o sonho e a imaginação. O estudo ressalta a contribuição cognitivista em trazer novamente ao centro da pesquisa psicológica a evidência da primeira pessoa (qualidades fenomênicas).
-
Discutem-se as contribuições de Edith Stein para compreensão da relação pessoa-comunidade. Adotando o método fenomenológico, a estrutura da pessoa humana – nas suas dimensões corpórea, psíquica e espiritual – é explicitada de forma orgânica e interdependente por Stein, reconhecendo a relação propriamente comunitária como elemento essencial no processo de formação pessoal. Comunidade vem considerada não apenas como agrupamento humano, mas estruturalmente como um tipo de relação interpessoal, marcada pelo posicionamento da pessoa a partir do uso da razão e liberdade. A comunidade é considerada em analogia à pessoa humana, sendo essencial para sua definição e para a apreensão de seus aspectos originais, o reconhecimento e o posicionamento das pessoas. A relação pessoa-comunidade é essencialmente uma relação de interdependência constitutiva, onde os aspectos ativo e passivo da pessoa e da comunidade são necessários no processo de tornarem-se si mesmas, o que só pode acontecer a partir de uma abertura recíproca.
-
A psicologia constituiu-se, ao longo dos anos, como um fórum privilegiado para o estudo das diferenças entre homens e mulheres, apoiando-se em explicações que vão desde o domínio da biologia até às relações de poder entre os géneros. Para uma clara compreensão dos estudos de género e das posturas feministas na psicologia torna-se necessário organizar a produção realizada ao longo dos tempos. Com este objectivo em mente apresentam-se três grandes períodos. O primeiro em que a figura feminina se encontra ausente ou é concebida como inferior. Um segundo período em que acede a um lugar de maior destaque, embora os pressupostos tradicionais se mantenham. Finalmente, a actualidade, em que novos horizontes se abrem, questionando as perspectivas tradicionais, afirmando a necessidade de acentuar a vertente social e política com consequências ao nível da investigação e intervenção.
-
Este texto é uma reflexão teórica que procura definir o tipo de conceito que se expressa com o termo subjetividade e a pesquisa que ele possibilita. Propõe que subjetividade não seja um conceito construído a partir de uma relação tipo sujeito-objeto, mas sim a partir do interior de uma relação intersubjetiva. Objetividade e subjetividade opõem-se assim como ciência e consciência. É possível uma pesquisa da subjetividade, mas ela será necessariamente pesquisa-intervenção, envolvendo sujeitos, pesquisador e leitores, e sua objetividade não é a de uma epistemologia positivista e sim a do consenso e do senso crítico.
-
Este trabalho apresenta a lúcida análise de Romano Guardini sobre a forma de pensar da época moderna indicando além de seus avanços e limites, as implicações para a concepção de homem e de cultura que dela nasceu. As conseqüências dessa nova imagem que o homem adquiriu de si e do mundo são paradoxais: de um lado a autonomia conquistada pelo extraordinário progresso científico e, de outro, a falta de lucidez no uso do poder adquirido, que decorre na grande vulnerabilidade do homem e do mundo contemporâneos. A necessidade de orientação e formação humanas apresenta-se cada vez mais premente e, para tanto, o autor apresenta indicações valiosas, fundamentadas no seu conceito de pessoa.
-
In Memoriam Sílvia Tatiana Maurer Lane (1933-2006)
-
Apesar da enorme variação conceitual ao longo das grandes fases do trabalho de Michel Foucault (arqueológica, genealógica e ética), permanece um tema crítico à psicologia: ela é uma invenção datada, oriunda de práticas específicas. O que varia ao longo dos textos foucaultianos é a determinação destes dispositivos históricos. No caso do período genealógico (anos setenta) podemos encontrar três hipóteses referentes ao surgimento da psicologia, correspondendo às três grandes variações desta fase, cada qual ligada a uma determinada concepção do poder subjacente aos saberes: formas jurídicas; microfísica das relações de força; ou formas de governo. Quanto à psicanálise, sua problematização nesse período é feita em duas etapas: primeiro ao vê-la como uma empreitada de despsiquiatrização parcial do aparato asilar, mas mantendo todos os poderes médicos; e principalmente ao concebê-la como um mero desdobramento do dispositivo da sexualidade e produto do biopoder.
-
O trabalho propõe uma análise arqueológica do coleccionismo moderno, definido como a tendência para coligir e manter conjuntos de objetos em torno de um tema. Aponta suas origens na época do Renascimento e dos descobrimentos geográficos com o surgimento dos Gabinetes de curiosidades; e posteriormente na criação das coleções produzidas pelas ciências modernas. Essas comportavam conjuntos reunidos com intuitos de recolha, manutenção e conservação, em espaços concretos, como Observatórios Astronômicos, Gabinetes de Física, Laboratórios de Química, Gabinetes de História Natural, Jardins Botânicos. Se nos Gabinetes de Curiosidades, cada presença individualizada era-o por ser bela ou útil, nesses novos espaços a marca de utilidade, visando a observação, a elaboração de hipóteses de trabalho, a verificação de uma teoria – impõe-se. Os conjuntos organizados em redor do bom gosto passaram a ocupar instituições e sítios diferenciados: os Museus de Arte. Aborda-se o exemplo histórico da grande coleção do Imperador Rudolfo II (1556-1612).
Explorar
Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.670)
- Conferência (1)
- Livro (423)
- Seção de livro (1.091)
- Tese (494)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (342)
-
Entre 2000 e 2025
(3.333)
- Entre 2000 e 2009 (982)
- Entre 2010 e 2019 (1.578)
- Entre 2020 e 2025 (773)
- Desconhecido (4)