Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte
Tipo de recurso
Autores ou contribuidores
- Santos, Adriana Rosa Cruz (Autor)
- Rodrigues, Heliana de Barros Conde (Contribuidor)
Título
Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte
Resumo
Esta tese se propõe a explorar as relações entre arte, loucura e polis a partir da aposta de que a vida possa ser permanentemente criada como obra de arte aberta às variações e diferenciações inerentes ao viver. Tal procedimento estético demanda a constituição de espaços-tempo heterotópicos, capazes de simultaneamente engendrar e abrigar contraposicionamentos às políticas de sujeição e controle contemporâneos. Para tanto, problematizamos as instituições arte, loucura e polis, extraindo, dessas formas estratificadas, virtualidades que possibilitem a emergência de modos menores, fazendo-as variar. Partimos da polis, dimensão imaterial e coletiva das cidades, ao mesmo tempo máquina abstrata de engendramento das formas que a habitam, a deslocam, a produzem e forma que a vida assume nesses territórios, para visibilizar como se engendram loucuras e artes de viver. Partimos de fragmentos históricos, literários e biográficos para pensar outros modos de habitar e tecer trajetórias na cidade, instando a tessitura de relações de criação de si e do mundo, por meio da invenção de espaços outros entre a loucura e a arte. Da loucura pensada por Foucault como positividade domesticada pelo saber médico, instauramos séries da experiência trágica ao fora e, deste, ao fluxo esquizo, proposto por Deleuze e Guattari para finalmente chegar a uma loucura menor, loucura que é antes dissolução das formas identitárias e estabilizadas e que materializa o delírio como dispositivo estético de criação de mundos. Finalmente, chegamos à arte, deslocando-a da dimensão de criação de objetos estéticos, para pensá-la como dimensão imanente ao próprio viver. Neste ponto nos valemos de Nietzsche, Deleuze e Foucault para pensar a vida como experimentação que resiste às armadilhas que a aprisionam em modelos préestabelecidos, vida que se cria a cada instante como obra de arte. Ativando, portanto, uma arte menor, arte de viver, damos corpo à proposição foucaultiana de uma estética da existência, procedimento por meio do qual se cria a si mesmo ao criar-se outro nas relações com o mundo. Procedimento, portanto, estético, ético e político. Instabilizadas e problematizadas as formas iniciais polis, loucura e arte , tomamos os casos Bispo do Rosário e Moacir para investigar, em suas trajetórias, como é possível do entrelaçamento entre elas, se constituírem estilizações da existência, de forma a fazer derivar o real e ficcionar modos de viver. Por fim, recorremos à poesia, delírio das palavras¸ para ensaiar possibilidades de criação de espaços-tempo singulares, heterotopias menores, espécies de utopias efetivamente realizadas, como afirma Foucault, que nos permitam fazer da vida obra de arte.
Tipo
Tese (Doutorado em Psicologia Social)
Universidade
Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Lugar
Rio de Janeiro
Data
2011-03-31
# de páginas
150
Idioma
Português
Título curto
Heterotopias menores
Data de acesso
08/07/2024 16:20
Catálogo de biblioteca
Extra
Accepted: 2021-01-07T18:33:21Z
Publisher: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Citation 'apa'
Santos, A. R. C. (2011). Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte [Tese (Doutorado em Psicologia Social), Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro]. https://www.bdtd.uerj.br:8443/bitstream/1/15049/1/Tese%20Adriana%20Rosa%20CSantos%20Bdtd.pdf
Citation 'abnt'
SANTOS, A. R. C. Heterotopias menores: delirando a vida como obra de arte. Tese (Doutorado em Psicologia Social)—Rio de Janeiro: Instituto de Psicologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 31 mar. 2011.
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