B. F. Skinner e a vida científica: uma história da organização social da análise do comportamento

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Título
B. F. Skinner e a vida científica: uma história da organização social da análise do comportamento
Resumo
A biografia, no século XIX e durante quase todo o século XX, foi concebida como um gênero literário de segunda categoria. Biografia e história, mais do que não se comunicarem, apresentavam antagonismos profundos. A biografia compreendida como saber subjetivista e desprovido de erudição; enquanto a história apreciada como ciência, objetiva e culta., a partir dos anos oitenta do século passado, uma significativa mudança ocorreu nesse cenário. Desde então, é crescente o interesse pela biografia como um campo de estudo e fonte de pesquisa respeitável. Como, por que, por quem e para quem ela é escrita, as prováveis classificações de uma biografia, seu caráter mimético, seu impacto na consciência histórica, entre outros fatores, tornaram-na objeto de estudo de diferentes campos do conhecimento. Na historiografia da ciência e, por sua vez, na historiografia da psicologia os efeitos dessas mudanças foram evidentes. Historiadores da psicologia têm, assim, exposto a utilidade deste tipo de fonte, uma vez que biografias e autobiografias de personagens históricas dessa ciência fornecem acesso a elementos da vida científica inexistentes em outras fontes. Considerando essas novas possibilidades de uso de fontes biográficas na historiografia da psicologia, que analisamos a relação entre a vida acadêmica e institucional de B.F. Skinner e a organização comunitária da análise do comportamento entre 1928 e 1970. Objetivo possibilitado pelo recurso à autobiografia de Skinner, trabalho apresentado em mais de mil páginas de um minucioso relato de história de vida, e relatos autobiográficos e biográficos da primeira e segunda geração de analistas do comportamento. A tese central é a de que a história dessa ciência enquanto comunidade científica foi definida em suas quatro primeiras décadas por uma extensão de elementos idiossincráticos da vida acadêmica e institucional de Skinner para aquilo que será identificado nas décadas de 1950 e 1960, como uma comunidade científica fundamentada em sua ciência do comportamento. Tais elementos idiossincráticos foram: o suposto desconhecimento e negligência da produção científica da psicologia por parte de Skinner; a manutenção da sua liberdade científica e institucional; o reconhecimento da sua figura científica desvinculado da ampla aceitação e adesão de seu sistema explicativo na psicologia experimental estadunidense; e sua preferência por relações informais na ciência. Após apresentarmos o panorama no qual buscamos expor como esses elementos históricos seriam refletidos na vida comunitária de um grupo científico, discutimos a função de uma história biográfica da psicologia como meio de lidar com elementos descartados na historiografia da ciência, como aqueles relacionados à escala microssocial de seu funcionamento. Por fim, debatemos a relevância de fontes biográficas e autobiográficas na historiografia da psicologia como meio de retomar debates na arena social da ciência, tradicionalmente, apagados em prol do uso hagiográfico que se fez desse tipo de fonte histórica
Tipo
Tese (Doutorado em Psicologia)
Universidade
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais
Lugar
Minas Gerais
Data
2013-04-08
# de páginas
304
Idioma
Português
Título curto
B. F. Skinner e a vida científica
Data de acesso
25/06/2024 22:20
Catálogo de biblioteca
repositorio.ufmg.br
Direitos
Acesso Aberto
Extra
Accepted: 2019-08-12T16:51:30Z Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Citation 'apa'
Cruz, R. N. da. (2013). B. F. Skinner e a vida científica: uma história da organização social da análise do comportamento [Tese (Doutorado em Psicologia), Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais]. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B33MTM/1/b.f._skinner_e_a_vida_cient_fica.pdf
Citation 'abnt'
CRUZ, R. N. DA. B. F. Skinner e a vida científica: uma história da organização social da análise do comportamento. Tese (Doutorado em Psicologia)—Minas Gerais: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, 8 abr. 2013.