Granjinhas escolares e a educação como a vida: apropriações do método de projeto na experiência da Fazenda do Rosário (1957-1969)
Tipo de recurso
Autores ou contribuidores
- Guimarães, Pedro Henrique Oliveira (Autor)
- Campos, Regina Helena de Freitas (Contribuidor)
Título
Granjinhas escolares e a educação como a vida: apropriações do método de projeto na experiência da Fazenda do Rosário (1957-1969)
Resumo
As “Granjinhas” Escolares da Fazenda do Rosário, Ibirité, Minas Gerais, foram idealizadas pela
psicóloga e professora Helena Antipoff (1892-1974) e pelo médico e professor de Ciências
Naturais Henrique Marques Lisboa (1876-1967) e desenvolvidas a partir de 1957 como práticas
pedagógicas integradas aos cursos de formação de especialistas em educação rural do Instituto
Superior de Educação Rural – ISER, oferecidos na modalidade internato. Objetivava-se, por
meios científicos, vivenciar o cotidiano das práticas rurais no currículo dos cursos, aonde
realizavam-se estudos envolvendo diferentes saberes desenvolvidos numa propriedade rural,
tais como: estudo do terreno disponibilizado para o plantio de hortas e vegetais, por exemplo.
Por meio da análise e triangulação de fontes sobre o tema, na abordagem do estudo de caso,
buscou-se tecer relações entre a proposta pedagógica das Granjinhas e a metodologia de
projetos, divulgada no Brasil em meados do século XX. A maioria das fontes foram encontradas
no Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff– CDPHA, quais sejam: jornais
institucionais, como o Mensageiro Rural e Pequeno Mensageiro Rural; diários de ex-alunos;
publicações do ISER como o relatório das Granjinha etc., bem como da publicação que explicita o Método de Projeto de Willian Heard Kilpatrick (1871- 1965) e o livro El Método de Proyectos en las escuelas rurales de Fernando Sáinz Ruiz (1891-1957). Investigaram-se possíveis
interfaces entre os fundamentos e perspectivas teóricas do Método de Projeto nas práticas
pedagógicas das Granjinhas. Verificou-se que tanto Kilpatrick, Fernando Sáinz, quanto
Marques Lisboa e Antipoff, compartilhavam o desejo de transformar trajetórias humanas por
meio de atividades reais, que estimulassem a autonomia dos aprendizes em suas próprias
realidades. Apoiado nas perspectivas de interesse e esforço que fundamentavam as ideias
funcionalistas de John Dewey (1859-1952), Kilpatrick apresenta o Método de Projeto em 1918
como uma proposta de materialização prática dessas ideias, afim de tornar a aprendizagem ativa
e interessada. Ao conceber a atividade intencional em uma situação social, a unidade desta
atividade, em ato interessado com um propósito, Kilpatrick opõe-se à artificialidade da escola
tradicional e aproxima-a da realidade, numa perspectiva de educação ativa. Para Kilpatrick, um
projeto teria uma finalidade real, que aconselharia os procedimentos de ensino e ofereceria
motivações reais de aprendizagem. Seria um plano de trabalho que posicionaria o aluno, voluntariamente, em micro realidades, a partir de proposições e problemas vivenciados. Os
dados demonstram que nas Granjinhas desenvolviam-se práticas pedagógicas em que se
aproveitava ao máximo os recursos ambientais. Havia protagonismo nas ações dos estudantes
para a resolução dos problemas rurícolas, demarcavam-se terrenos disponibilizados para que
pudessem estudá-los, extrair deles as possibilidades de reflexões e convívio social capazes de subsidiarem trocas de conhecimentos e novos aprendizados. As práticas pedagógicas envolviam problemas da própria vida como procedimento escolar, na medida em que as ações educativas se associavam às atividades habituais da comunidade. Conclui-se que nesses espaços desenvolvia-se uma formação integral, em regime de colaboração entre os membros de uma dada comunidade, que se aproximam dos pressupostos da educação renovada, de perspectiva progressista de vertente norte-americana, da qual Dewey e Kilpatrick são representantes, tanto quanto da vertente europeia, especialmente do Instituto Jean-Jacques Rousseau onde Helena Antipoff formou-se e atuou, tornando-se dela divulgadora.
Tipo
Dissertação (Mestrado em Educação)
Universidade
Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais
Lugar
Belo Horizonte
Data
2020-12-18
# de páginas
110
Idioma
Português
Título curto
Granjinhas escolares e a educação como a vida
Data de acesso
28/07/2024 16:02
Catálogo de biblioteca
repositorio.ufmg.br
Direitos
Acesso Aberto
Extra
Accepted: 2021-06-04T16:46:36Z
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Citation 'apa'
Guimarães, P. H. O. (2020). Granjinhas escolares e a educação como a vida: apropriações do método de projeto na experiência da Fazenda do Rosário (1957-1969) [Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais]. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/36318/1/GRANJINHAS%20ESCOLARES%20E%20A%20EDUCAÇÃO%20COMO%20A%20VIDA%20–apropriações%20do%20Método%20de%20Projeto%20na%20experiência%20da%20Fazenda%20do%20Rosário%20%281957-1969%29.pdf
Citation 'abnt'
GUIMARÃES, P. H. O. Granjinhas escolares e a educação como a vida: apropriações do método de projeto na experiência da Fazenda do Rosário (1957-1969). Dissertação (Mestrado em Educação)—Belo Horizonte: Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, 18 dez. 2020.
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