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O trabalho procura apontar a diversidade de modos de subjetividade presentes em diferentes momentos historicos com o objetivo de afirmar a nao naturalidade do omodo individuoo proprio da Psicologia, antes, vendo-o como proprio do momento especifico da modernidade. Assim, percorrendo literatura pertinente das Ciencias Sociais e da Filosofia, procura identificar as configuracoes subjetivas da Grecia Classica e do periodo medieval, enfatizando a seguir as diferentes transformacoes politicas, economicas, religiosas, sociais que permitiram a emergencia do individuo moderno.
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Este texto apresenta uma panorâmica dos dados relativos à história da criação do curso de Psicologia no Brasil privilegiando projeto apresentado nos anos 30 pelo Psicólogo polonês Waclaw Radecki, e o proposto na década de 50 pelo psiquiatra espanhol Emilio Mira y López. Ressalta-se essas propostas, por seu pioneirismo e pelo fato de tais personagens serem atualmente pouco conhecidos. Destaca-se que essas iniciativas foram apresentadas por estrangeiros, enquanto os brasileiros se abstiveram. Indica-se a presença constante do positivismo e do experimentalismo como fundamentação epistemológica e metodológica, não somente dessas propostas mas também do currículo mínimo, aprovado há quarenta anos atrás.
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Este artigo apresenta a Rádice - Revista de Psicologia, produzida por psicólogos cariocas entre 1976 e 1981. Esta revista foi de grande importância (intelectual e afetiva) para a geração que, durante o período da ditadura militar brasileira, graduava-se em psicologia. Levava aos seus leitores matérias sobre temas variados e polêmicos, não existentes nas revistas de psicologia da época, como a repressão política, o tratamento desumano nos hospitais psiquiátricos, a regulamentação da profissão de psicólogo, as terapias corporais, entre outros. Participava, com outras publicações "nanicas", do Comitê de Imprensa Alternativa, indicando sua participação ativa nos debates políticos ocorridos à época. A Rádice é, pois, um analisador da constituição histórica da psicologia carioca, sendo um dos poucos dispositivos de divulgação do pensamento de outras formas de se fazer psicologia.
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Sabendo-se que a Psiquiatria no Brasil constituiu-se a partir da Medicina Legal, o artigo analisa as teses de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendidas nos anos de 1832-1930. Durante esse período as teses eram obrigatórias para a obtenção do título de Doutor em Medicina, isto é, para a conclusão do curso médico. Apresentam-se as principais idéias psiquiátricas européias – notadamente Pinel, Morel e Lombroso – e seu desdobramento nas teses. Acrescenta-se também o pensamento nelas presente acerca do papel social dos médicos. O início do Manicômio Judiciário no Brasil é apresentado rapidamente, indicando-se em seguida a gênese do campo da Psicologia Jurídica, vista então como forma instrumental de auxílio ao psiquiatra na determinação das características não só do réu ou criminoso, mas também da criança e do doente.
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Este trabalho procura analisar historicamente o conceito de infância no Brasil e como a representação infantil passou de um papel secundário no sistema colonial a foco das preocupações no século XIX, através da atuação dos médicos higienistas. A partir da análise das teses de doutoramento da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro que discorrem sobre a criança, produzidas no período de 1832 a 1930, procuramos investigar de que maneira a construção e disciplina do corpo infantil se refletem no desenvolvimento de uma ciência psicológica. Neste percurso, deparamo-nos com discussões sobre temas que englobam não apenas o corpo, mas também a compreensão da alma infantil, sob a influência do paradigma científico e das teorias evolucionistas vigentes à época. Além disso, associada à imagem infantil, também encontramos a importância da mulher - enquanto mãe e ama - como mantenedora da família, constituindo uma nova moldagem também da figura feminina.
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Aunque la postura socialista de Emilio Mira y López (1896-1964) resulta bastante conocida, no se ha prestado hasta ahora atención a la aportación psicológico-política de este autor. El objetivo del presente trabajo es doble. En primer lugar queremos situar el análisis psicológico de la revolución social llevado a cabo por el psiquiatra catalán en el marco histórico, tanto biográfico y político como científico y cultural, de la época anterior al Franquismo. En segundo lugar examinamos cómo Mira relaciona su psicología con un tema político y, concretamente, en qué medida su trabajo científico sobre la revolución refleja una postura socialista.
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O objetivo central do presente estudo é o de deslindar o processo de seleção dos imigrantes proposto pela Liga Brasileira de Hygiene Mental no período entre-guerras. Seleção necessária, considerando que enquanto alguns imigrantes eram vistos pelos higienistas como seres "imprestáveis", "indesejáveis" e "desajustados", outros poderiam cumprir um importante papel no processo produtivo. Para além da seleção dos imigrantes como mão de obra qualificada e barata, também a Liga Brasileira de Hygiene Mental estava preocupada em preservar a ordem dominante, diante da qual os imigrantes "desajustados" resultavam em forte ameaça. Neste sentido, as propostas de aplicação dos testes psicológicos tiveram uma significativa utilidade no marco do ideário higienista.
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O objetivo deste texto é investigar a concepção e as propostas de atendimento escolar destinado aos deficientes mentais segundo o ideário higienista e eugenista difundido pela Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM). Para tanto, utilizamos como fonte primária de estudo os Arquivos Brasileiros de Higiene Mental (ABHM), periódico publicado entre 1925 e 1947. Verificamos que a LBHM expressa diferentes opiniões quanto à concepção e às medidas de intervenção propostas para os deficientes mentais. De um lado, propõe a higienização da população, a ser alcançada com a formação de hábitos sadios através da educação escolar e especificamente da educação higiênica, com a possível adaptação do deficiente ao meio social. De outro, defende uma posição eugênica radical, que apregoa a purificação da raça, a esterilização e exclusão dos ditos degenerados (leprosos, loucos, idiotas, epilépticos, cancerosos, nefrolíticos, tuberculosos, prostitutas, vagabundos e deficientes mentais).
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O livro Tests de Medeiros e Albuquerque é um importante precursor da avaliação psicológica no Brasil. A primeira edição parece ter sido em 1924. O sucesso imediato levou a publicação de várias outras edições. A manutenção do termo inglês tests denota a novidade do tema. A palavra já existia em português desde o século XVIII. Certamente, a reconhecimento de Medeiros e Albuquerque, como respeitado jornalista e político, facilitou a aceitação do livro, influenciando fortemente as políticas educacionais da época. O presente artigo está dividido em três partes. A primeira trata da passagem da psicologia experimental de processos simples (Laboratório de Wundt - Leipzig) para as medidas de processos psicológicos superiores (Laboratório de Binet – Paris). A segunda descreve o caminho da avaliação psicológica da Europa para o Brasil. A terceira analisa as principais contribuições do livro Tests, entre elas a informação de que a pesquisa sobre avaliação psicológica estava sendo realizada não mais pelos franceses, mas pelos norte-americanos. A obra é apresentada como uma acurada revisão de literatura da nova ciência psicológica, introduzindo a avaliação psicológica de modo crítico, mas de um ponto de vista favorável.
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Foi feita, em 1998, a réplica de uma pesquisa realizada entre 1929 e 1944 por Helena Antipoff e em 1993 por Regina Helena de Freitas Campos, com o objetivo de investigar o impacto, nos ideais das crianças de Belo Horizonte, da ênfase que a mídia vem dando ao consumismo na sociedade contemporânea. Um questionário aberto foi aplicado a 307 crianças (151 meninas e 156 meninos) da quarta série das escolas públicas e particulares de Belo Horizonte. Os dados referentes aos ideais destas crianças foram submetidos à análise de conteúdo, por gênero, e comparados com os dados das pesquisas anteriores. Foi comprovada a hipótese de que os valores transmitidos pela mídia vêm contribuindo para mudanças nos ideais infantis ao longo do século.
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Esta pesquisa teve como objetivo investigar o desenvolvimento da psicologia em Minas Gerais a partir das contribuições de Helena Antipoff. As fontes utilizadas para o estudo foram os textos publicados pela psicóloga, além de seus documentos inéditos, atualmente sob os cuidados dos Arquivos UFMG de História da Psicologia no Brasil. Foi utilizado o método biográfico para leitura e interpretação dos documentos e artigos encontrados, o qual permitiu combinar internalismo e externalismo, itens relevantes para estudos historiográficos. Considerando as propostas apresentadas por Helena Antipoff para pesquisas em psicologia experimental e para o uso da psicologia e seus métodos como bases para a pedagogia e, conjugando estas propostas com o contexto social e científico no qual foram apresentadas, pôde-se concluir que sua presença foi um marco para o desenvolvimento da psicologia em Minas Gerais.