A sua pesquisa
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Este artigo realizou uma revisão sistemática de literatura em um viés narrativo. Para tal, a partir da delimitação do campo problemático, a pesquisa buscou descritores na base de dados da Scielo a fim de encontrar publicações da área da psicologia que versassem sobre as medidas socioeducativas em meio aberto. Assim, a partir dos critérios de inclusão e exclusão foram encontrados oito artigos, classificados em dois campos de análise: estudos derivados da execução e estudos de coletas de dados. Como principais resultados, o artigo encontrou desde condições precárias de trabalho, práticas e concepções obsoletas, tanto no âmbito institucional formal quanto nos recintos cotidianos, até a utilização, por parte de alguns estudos, de ferramentas teórico-metodológicas que permitem vislumbrar a implementação do ECA e do SINASE. Não obstante, foram observadas também considerações incidindo em problematizações destes mesmos instrumentos legais.
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A euforia de um grupo de amigos celebrando mais um réveillon, a renovação da aposta anual de que dali em diante tudo seria melhor, porque tudo só dependia da afirmação daquele amor gratuito e grandioso, tudo só dependia da aposta indefectível no brilho daquela geração; uma juventude que desabrocha em meio aos encontros suscitados pela vida universitária, à experimentação do amor, à descoberta da política, do esforço de transformação urgente e necessário que a realidade exigia; a amizade entre dois psicólogos recém-formados, abalada pela encruzilhada entre a adesão ao lucrativo receituário capitalístico e a persistência na tarefa de construir outro mundo que era, sim, possível, tinha de ser.
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O presente artigo objetiva compreender as condições de possibilidade da dimensão ético-política do afeto (affectus) enquanto práxis transformadora da sociedade, especialmente nas lógicas de relações comunitárias. Sua construção perpassa uma perspectiva espinosana e sócio-comunitária, buscando investigar e compreender alguns dos entrelaçamentos possíveis entre subjetividade, campo social e a ação política da Psicologia. Buscou-se um caminho metodológico que possibilitasse um diálogo entre a teoria e a prática psicossocial, de forma a tecer uma pesquisa de revisão bibliográfica a partir de pesquisa narrativa exploratória em paralelo à análise de trechos do diário de campo da autora principal – usado enquanto ferramenta de ilustração ao estudo do afeto na relação com o campo comunitário. Assim, o artigo evidencia que os afetos alegres, enquanto uma práxis transformadora, se tornam um forte mediador de reação à ameaça de existência instituída pela desigualdade social, assim como um potencializador para ações coletivas que visem a transformação da realidade.
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No presente texto, deseja-se apresentar o proceder metodológico da pesquisa ‘Adolescências e leis’ (Fapemig, 2016-2018), afirmando o movimento que tenta alcançar uma topologia da horizontalidade ao considerar todos os saberes formais, informais, estéticos e pessoais envolvidos no processo. Nesse contexto, as narrativas memorialísticas erigem-se como estratégia de acesso à história dos sujeitos, jovens pobres moradores de territórios violentos. Essa estratégia considera a proposta da psicanálise, pois permite pensar a ficção através da qual toda história é contada. Após recolher as narrativas, o material registrado foi encaminhado para artistas convidados a transformar as histórias escutadas em obras artísticas e literárias. Em uma oficina devolutiva, envolvendo todos os atores (pesquisadores, coletivo de artistas e jovens), as obras foram entregues aos próprios narradores. Esse encontro possibilitou escutar os jovens das narrativas e capitanear pontos de real que retornaram pela via do traumático, da afirmação do desejo ou da repetição, indicando possíveis processos de ressignificação subjetiva e discursiva, bem como novos trajetos teóricos e metodológicos para o uso das narrativas memorialísticas.
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A proposta inovadora de uma nova área de pesquisa denominada Escolologia – a ciência da escola - iniciada pela psicóloga e educadora Helena Antipoff na Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Horizonte, nos anos de 1930, é examinada através de investigação documental. A Escolologia apoiava-se em conceitos da Psicologia da Criança e da Pedagogia Experimental, de Édouard Claparède, e no método de Experimentação Natural, de Alexander Lazursky, visando obter uma síntese objetiva das relações entre o desenvolvimento físico, mental e social dos escolares, suas origens sociais e as práticas culturais de suas famílias, os procedimentos pedagógicos adotados e o funcionamento institucional das escolas. Os estudos escolológicos permitiram identificar os fatores que influenciavam no aproveitamento escolar dos alunos, tais como: o alto índice de retenção no primeiro ano de escolarização, as condições de higiene e nutrição das crianças, o método pedagógico, a organização escolar e as condições socioeconômicas e culturais das famílias.
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A formação do psicólogo, sua profissionalização e regulamentação da Psicologia são temáticas recorrentes de pesquisas e discussões, no Brasil. Nessa direção, objetivamos identificar e caracterizar condições do campo científico-profissional da Psicologia que estiveram envolvidas no processo da regulamentação da profissão entre as décadas de 1940 e 1950. Metodologicamente, esta é uma pesquisa na interlocução entre História Social da Psicologia e a História do Tempo Presente. As fontes primárias foram prioritariamente aqueles presentes no Dossiê Legislativo vinculado à proposição da Lei nº 4.119/62. Os resultados indicam a existência de condições típicas das comunidades científico-profissionais (e.g., sociedades, revistas, exercício profissional, etc.) antes da referida regulamentação. Tais condições respondiam ao projeto de “modernização” nacional a partir de aplicações e da formação de “especialistas” em Psicologia. Assim, o que nos parece é que, para que profissão e a formação fossem legisladas, parte das condições necessárias para sua existência já estavam presentes no país.
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Com o crescente interesse público pela questão do autismo, assistimos a uma torção importante do debate que caracteriza esse tema. Inicialmente reduzida ao campo científico - em geral médico - a questão do autismo se viu progressivamente encampada por diferentes agentes, sobretudo pelos próprios autistas, cujas contribuições ampliaram muito o que podemos saber hoje sobre o autismo. Com o termo narrativas do autismo, tivemos como proposta neste artigo demonstrar a riqueza dos aportes desses novos saberes para o debate científico e político sobre a questão, bem como demonstrar o risco dela permanecer encapsulada e restrita ao campo estritamente científico. Para tanto, passamos pela história do conceito ressaltando como nela se pode ver o quanto o percurso científico vai sendo afetado, enriquecido por influência desses outros agentes e o valor de se tomar em consideração as diversas narrativas sobre o autismo. Situar a diversidade dessas narrativas não tem como objetivo apenas retomar uma posição plural e aberta contra outra exclusiva e restritiva, mas, antes, de colocar em curso o que pode acontecer ao debate científico quando ele não se fecha demasiadamente sobre a tendência objetivante própria a organização do discurso científico.
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According to many authors, we live in a post-truth era, to the extent that truth has become subordinated to politics. This has implications not only to political debates, but also to science, technology, and common sense thinking. In this paper, I claim that William James’s conception of truth may shed new light on the contemporary post-truth debate. First, I will present the essential elements of James’s initial position. Then, I will discuss some of his amendments to clarify and improve his theory to avoid misunderstandings. Finally, I will address his potential contributions to the contemporary post-truth debate, and consider whether there are special implications for psychology.
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Medard Boss é considerado fundador da Daseinsanalyse. Conquanto a relevância de seu legado para a psicologia, sua obra é pouco conhecida na comunidade científica brasileira. Esta pesquisa, no intento de descobrir o que e como se tem referenciado o daseinsanalista, orienta-se por uma revisão integrativa da literatura de artigos científicos, indexados em portais abertos e gratuitos, que citem Medard Boss. Foram eleitas palavras-chave, então aplicadas em três bancos de dados (SciELO, PePSIC e Lilacs). Após seleção por critérios de exclusão, chegou-se a um N final de 37 publicações. Dos resultados, percebe-se que Boss é pouco referenciado pelos artigos brasileiros. Quando lembrado, a maior parte das menções é breve. Uma minoria de autores concentra a maior parte das publicações. Apenas dois livros de Boss estão traduzidos para o português. Vinte e sete porcento dos artigos que remetem ao daseinsanalista não usam nenhuma referência de sua obra.
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Este artigo analisa os programas universitários de pesquisas em intervenções clínicas voltadas à mudança da personalidade, desenvolvidos por Rogers. No Brasil, esse legado científico é pouco difundido pela falta de tradução de suas obras metodológicas. Apresenta como ele estruturou o programa em Chicago e, depois, avaliou sua terapia com pessoas esquizofrênicas em Wisconsin. Reflete as repercussões disso na carreira e no pensamento de Rogers. Aponta que esse legado é desenvolvido fora do Brasil e inspirou algumas correntes comportamentais e cognitivistas. Porém, nacionalmente, predomina outro legado experiencial-relacional, que restringe a herança científica de Rogers. Considera alguns caminhos para ampliar pesquisas rogerianas.
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O objetivo deste memorandum é a proposição de uma definição conceitual para a psicologia capaz de integrar desdobramentos de objetos, diferenças entre métodos, e variedades de aplicações. O argumento baseia-se no fato óbvio de que existe apenas um psiquismo, mesmo que se reconheça diferentes modos de descrevê-lo, estudá-lo, preveni-lo e tratá-lo. Desde modo, a psicologia pode ser definida como um vasto campo de manifestações impressivas e expressivas as quais podem ser sintetizadas em articulações de suas propriedades afetivas, cognitivas e conativas, podendo tais manifestações serem observáveis (perspectiva de terceira pessoa) ou não (perspectiva de primeira pessoa). Os termos do enunciado serão definidos e discutidos após análise lógica e histórica de definições apresentadas por filósofos e psicólogos, do final do século XIX ao início do século XXI. A proposição assenta-se na esclarecedora diferenciação entre pluralidade de objetos (hierarquia ontológica ou desdobramentos de objetos) e pluralismo de concepções (diversidade epistemológica).
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As biografias têm ganhado espaço na História das Ciências, no geral e, em específico, na História da Psicologia. Elas têm permitido compreender a atuação de personagens relevantes na história da Psicologia, em diversos locais e, entre eles, no Brasil. Este artigo se constitui como uma biografia de Reinier Johannes Antonius Rozestraten (1924-2008). A partir de fontes textuais (e.g., memoriais, relatórios, etc.) e orais (entrevista com ex-colegas e ex-alunos), apresentamos cidades pelas quais o biografado passou e parte de suas atividades vinculadas ao campo científico-profissional da Psicologia. As fontes foram analisadas a partir de seu conteúdo. Vemos um ator interessado em uma Psicologia científica, capaz de se envolver em questões aplicadas, do que a de uma personagem vinculada a uma teoria, em especial. Ademais, observamos uma atuação que concorreu à criação e desenvolvimento de Sociedades científico-profissionais. Assim, sua trajetória nos permite compreender os caminhos da Psicologia, no geral, e da Psicologia do Trânsito, em específico, no Brasil.
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Objetivou-se revisitar a relação de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia na Psicologia estadunidense, empregando a noção historiográfica de recepção para investigar o que foi contatado por ele, em seus aspectos históricos internalistas e externalistas. Baseados nas menções de Rogers à Fenomenologia, identificaram-se sete momentos característicos de tal relação, entre 1940-1970. Como resultado, foi constatado que a Fenomenologia que Rogers menciona não é a oriunda da Filosofia europeia, mas advém de um paradigma de ciência alternativo ao positivismo hegemônico no behaviorismo. No contexto clínico, Rogers percebeu implicações desse movimento para o desenvolvimento de pesquisas e intervenções sobre o self. No campo filosófico, ele esboçou uma teoria do conhecimento baseada na experiência tácita e pré-conceitual. Na pesquisa, ele foi simpático ao desenvolvimento de investigações fenomenológicas empíricas, mas não chegou a desenvolver uma. Conclui-se que a Filosofia fenomenológica não influenciou diretamente Rogers, mas o movimento fenomenológico na Psicologia estadunidense sim.
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In this interview with historian of psychology Saulo de Freitas Araujo, we discuss the aims, challenges, and functions of a new book series in which classic psychological works are translated into Portuguese. The interview highlights the importance of the accessibility of primary source documents to psychology education.
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El presente trabajo consiste en una revisión bibliográfica narrativa, que recopila documentos y códigos de ética, bien como, orientaciones del núcleo-ético compuesto por expertos en investigación en Historia de la Psicología-. Para, por un lado, retomar lo ya vivido al nivel del êthos, que hace referencia a lo habitual o hábito de esta comunidad científica, es decir, las prácticas comunes realizadas en las investigaciones de la Historia- y, por otro lado, sobre lo encontrado a este nivel del êthos fomentar la emergencia del pensar meditativo y metódico, científico, desde la ética filosófica. En tal sentido, busca promover reflexiones sobre consideraciones éticas implícitas y explicitas que orientan las prácticas investigativas en Historia de la Psicología.
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É expressiva a literatura sobre a história da psicologia, em geral, circunscrita ao seu caráter técnico e científico. Neste ensaio, temos como objetivo sair dos limites da história da psicologia para situar o lugar da psicologia na história. Ao sair destes limites, constatamos que, há séculos, conteúdos psicológicos foram objeto de reflexões que marcaram época, sem o caráter de profissionalismo. Isto quer dizer que a psicologia não é uma profissão por natureza, mas se fez profissão e ciência na sociabilidade burguesa. Como profissão, a psicologia busca a certeza, a precisão orientada pelos padrões da sociedade que a constituiu. Assim, o profissional psicólogo insiste no tecnicismo, no corretivo, orientado por sua concepção de homem e de sociedade que não leva em conta a complexidade da trama de relações sociais que envolvem o indivíduo e marca indelevelmente sua singularidade. Enquanto profissão, a psicologia é apenas uma parte do lugar que ocupa no transcorrer da história. Lembramos que “os segredos da alma” nem sempre se revelam pela precisão do saber científico, pelo profissionalismo, como atesta o saber psicológico de filósofos, escritores, poetas de distantes ou mesmo de épocas próximas.
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O objeto dessa exposição é o papel social das mulheres propagado pelo ideário da eugenia no Brasil. Concentramos nossa análise no período de intensa publicação e propagação sobre eugenia, a década de 1920. Nosso objetivo é aflorar discussão sobre como, por meio da história à luz do materialismo histórico, as ideias não se distanciam da realidade concreta em que são produzidas. No caminho percorrido, destacamos nuances que indicam um ideário em prol da resolução de problemáticas no contexto histórico e social do qual é parte, sem deixar de ser um recurso ideológico de reprodução social do capital. Concluímos que o papel das mulheres defendido pela eugenia foi, simplificadamente, um traço geral da sociedade de classes. Presente em nossos dias atuais nas ideias reacionárias, mulheres como pilares da família e salvaguardas do futuro nacional, são tragédias reproduzidas no percurso histórico
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O artigo parte do problema apontado por Michel Foucault na primeira aula do curso A Hermenêutica do sujeito, datada de 6/01/1982, a saber: o que se passa com o ser do sujeito em sua relação com a verdade? Para desenvolver tal indagação, o filósofo analisa, entre outros aspectos, saberes e práticas característicos da espiritualidade no período de ouro do cuidado de si (séculos I e II). Além de acompanhá-lo em parte desse percurso, pretendemos, com nosso texto, pôr em cena as inflexões que ele implica tanto para o campo da psicologia como para o da formação de professores. Em ambos, é comum que emerjam polêmicas quanto às teorias a adotar como base para uma intervenção mais eficaz ou, preferencialmente, mais crítica. A diferenciação clássica entre ciências naturais e ciências humanas jamais se ausenta desse debate. O presente artigo adota caminho distinto, pois buscamos um modo de arrancar de nossas entranhas o momento cartesiano, arriscando-nos a adotar posturas antipsicologistas e eventualmente antiepistemológicas. Melhor dizendo, indagamos: como, na psicologia e na educação, a constituição de si por si mesmo pode se transformar em uma ética metodológica (ou metodologia ética) de trabalho?
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Tipo de recurso
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (118)
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Entre 2000 e 2025
(1.725)
- Entre 2000 e 2009 (509)
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