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Este artigo objetivou analisar as articulações teóricas entre memória histórica e representações sociais. Tomando a perspectiva sociocultural da memória, três aspectos foram problematizados: quais temáticas em memória histórica poderiam ser objetos de representações sociais; o papel da memória histórica nos processos de ancoragem e objetivação; e a relação entre disputas memoriais e representações sociais. A partir da abordagem sociogenética das representações sociais, apontou-se que temáticas em memória histórica que tangem às zonas de tensão podem ser articuladoras entre os campos memoriais e representacionais. Utilizando o Devoir de Memoíre na França, os processos de ancoragem e objetivação podem ser analisados a partir de discussões voltadas à legitimação de narrativas e embates acerca da nomeação de eventos históricos. As disputas memoriais revelam dinâmicas representacionais em relação ao passado social. Por fim, a memória histórica e as representações sociais vinculam-se a diferenças grupais, bem como a conflitos simbólicos.
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Desde o século XIII, a obra de Tomás de Aquino tem suscitado muitos debates entre filósofos e teólogos. São poucos os psicólogos, contudo, que veem aí alguma relevância para a psicologia contemporânea, embora o pensamento do Aquinate contenha profundas reflexões sobre aspectos da natureza humana que ainda desafiam nossa compreensão. Partindo do pressuposto de que o pensamento medieval pode lançar luz sobre alguns debates psicológicos contemporâneos, o objetivo do presente artigo é duplo: primeiro, queremos mostrar que há uma psicologia genuína em Tomás de Aquino, entendida como scientia de anima; segundo, vamos ilustrar nossa tese por meio da análise de um de seus conceitos centrais, a saber, a vontade. Nossa análise ficará restrita ao âmbito da Suma de Teologia, embora apareçam também algumas menções a outros escritos em que o tópico aparece. Ao final, vamos discutir as implicações desse conceito para a psicologia de Aquino, algumas limitações da presente investigação e possíveis caminhos futuros.
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O objetivo deste artigo é expor uma síntese das principais contribuições de Georges Devereux para o campo da metodologia de pesquisa em ciências humanas: a epistemologia complementarista e a análise da contratransferência do pesquisador. O complementarismo, em Devereux, fundamenta-se na ideia de que a compreensão dos fenômenos humanos necessita de pelo menos uma dupla análise, nunca simultânea: do exterior (da cultura), pela antropologia, e do interior (psiquismo), pela psicanálise. Essa proposta respeita a especificidade de cada disciplina e também pode articular outras disciplinas e saberes na compreensão dos fenômenos humanos. A análise da contratransferência, por sua vez, é entendida como o caminho para a obtenção da objetividade na pesquisa e principal fonte de dados na pesquisa em ciências humanas, embora geralmente negligenciada. Como Devereux é um autor ainda pouco conhecido no Brasil, acreditamos que suas contribuições no campo da metodologia merecem ser estudadas e divulgadas.
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O estudo parte das pesquisas atuais sobre a etiologia do crime nos campos psi e dos diferentes instrumentos utilizados para esse fim. Argumenta-se que essas pesquisas apresentam ressonâncias da lógica determinista da Escola Positivista de Criminologia e da racionalidade eugenista da primeira metade do século XX. A narrativa histórica aqui proposta busca contribuir para as reflexões sobre a reificação do crime e uso dos dispositivos de avaliação do corpo e do psiquismo. O estudo pesquisou os discursos sobre criminalidade e anormalidade no Boletim de Eugenia (1929-1932), explorando a hipótese da reatualização do pensamento eugenista nas atuais investidas dos supostos saberes criminológicos. Conclui-se que as tentativas de captura da psicologia, enquanto dispositivo de poder, explicitam as vontades de normatização incorporadas na lógica preditiva do crime.
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O presente artigo objetiva analisar os fenômenos de massa em seus aspectos psicológicos a partir das contribuições de E. Stein, considerando o impacto e potenciais consequências destrutivas desses fenômenos como apontados por H. Arendt ao estudar governos totalitários. Após contextualizar o debate acerca do tema, ocorrido nas últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX, o trabalho pretende reconstruir os passos da análise fenomenológica conduzida por Stein no ensaio sobre o contágio psíquico que é parte da obra Contribuições para uma fundamentação filosófica da Psicologia e das Ciências do Espirito, publicada em 1922. Nessa análise, a autora descreve em detalhe o dinamismo através do qual o fenômeno do contágio psíquico se inicia e se alastra na vivência pessoal e de grupo. O estudo conduzido comprova a originalidade, atualidade e utilidade acerca dessa contribuição da filósofa alemã, inclusive para a psicologia e psiquiatria contemporâneas.
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Este estudo bibliográfico constitui-se de três seções. Na primeira, destacam-se duas narrativas autobiográficas do psicanalista Wilhelm Reich: “Paixão de juventude” e “A função do orgasmo”. Na segunda, analisam-se os tópicos convergentes entre Reich e Freud, que são os construtos da primeira fase psicanalítica (1894-1920), e na terceira, discutem-se os tópicos divergentes entre esses autores, que são os construtos da segunda fase psicanalítica (1920-1939). Portanto, o objetivo é ressaltar as aproximações e rupturas de Reich com a psicanálise clássica. Os resultados apontam que as experiências sexuais infanto-juvenis de Reich influenciaram em seus interesses de estudo, enquanto jovem estudante de medicina, levando-o a aproximar-se e, ao mesmo tempo, a afastar-se da psicanálise. Destaca-se que, da análise comparativa dessas duas obras reichianas, pode-se concluir que, na primeira, ele delineia os construtos básicos que são detalhados na segunda. Nessa, ele explicita as divergências teóricas entre ele e Freud. Principalmente, a crítica reichiana contumaz ao construto freudiano da pulsão de morte que o levou a elaborar a teoria do orgasmo e que o afastou, definitivamente, da psicanálise. Mostra-se que entre os 1920-1934, quando ele esteve ligado à IPA e com o consentimento de Freud, Reich desenvolveu as Teorias da Economia sexual, do Orgasmo e da Análise do Caráter como releitura crítica da pulsão de morte que não aceitava.
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Irmão Henrique Justo, na vida civil José Arvedo Flach (Poço das Antas/RS, 25 de julho de 1922 – Porto Alegre/RS, 02 de dezembro de 2022), foi um religioso-educador lassalista, psicólogo, escritor e poeta. Foi também um poliglota, sendo capaz de se expressar em alemão (língua nativa), português, latim, italiano, francês e inglês. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul por 40 anos. Como educador, divulgou e aplicou a inovadora pedagogia de Jean-Baptiste de La Salle. Como psicólogo, dedicou-se à divulgação da psicologia científica, à tradução e à adaptação de instrumentos de avaliação psicológica, à introdução da Abordagem Centrada na Pessoa no Brasil e ao movimento para o reconhecimento da psicologia como profissão. Para os seus alunos, o Irmão Justo era uma pessoa simples, dócil, decente, discreta e sensível. Costumava falar baixinho, com confiança e firmeza. Sabia ouvir e respeitar as crenças e opiniões das outras pessoas, mesmo quando contrárias às suas próprias posições, encontrando sempre uma boa saída para os impasses. Como professor, ele foi calmo e discreto; agia sem superioridade e se assumia como aquele que não detinha o conhecimento.
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Relato das trajetórias de pesquisas das autoras
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Relato do evento XV Encontro Clio-Psyché e VI Congresso Brasileiro de História da Psicologia, que aconteceu em setembro de 2022, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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Comentários ao texto "Definição de idiotia e imbecilidade", por sua vez uma comunicação de 1910 feita por Binet e Simon. No texto, as autoras explanam sobre a psicologia da época e questões atuais
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Comunicação de 1910 sobre as definições de idiotia e imbecilidade na literatura psiquiátrica da época
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Produzir um verbete sobre história da psicologia para a enciclopédia online, a Wikipédia, tem se mostrado mais problemático do que se poderia esperar. Especificamente, alguém que usa o nome “Jagged_85” na internet inseriu afirmações no intuito de mostrar que a maior parte dos grandes desenvolvimentos da história da psicologia tem suas origens no mundo árabe medieval. Afirmações similares e pelo menos uma tentativa de desafiar estas afirmações apareceram na literatura profissional. Também foi publicada uma edição especial da newsletter online, Advances in the History of Psychology voltada para essa temática, sob o título Presentismo a serviço da diversidade? [tradução nossa]. O termo “presentismo” tem vários significados, mas usualmente se refere à ideia de indicar visões do presente sobre o passado, ao invés de fazer uma tentativa séria de entender como as próprias figuras históricas entendiam o mundo. O presente artigo endossa a visão de que as afirmações de autores como “Jagged_85” constituem presentismo, conforme o entendimento do senso comum. O artigo também oferece sugestões sobre como chegar à diversidade sem este tipo de presentismo.
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As histórias mais influentes da psicologia tendem a adotar a perspectiva de um centro específico de desenvolvimento psicológico, na maioria das vezes os EUA, com os desenvolvimentos em outros locais formando uma espécie de periferia. Conceitualizações e práticas favorecidas pelas condições sociais do centro são tratadas como princípios fundamentais universalmente válidos da disciplina, enquanto o conhecimento que emerge na periferia é frequentemente reconhecido apenas com significância local. Mais recentemente, este modelo tornou-se difícil de se sustentar, e a história do campo é mais facilmente observada se for em termos de uma interação entre vários centros focais. Tal perspectiva leva a uma análise da forma como a geração, transmissão e aplicação do conhecimento psicológico tem sido moldada pelas relações de poder, bem como por preconceitos e barreiras culturais. Uma história policêntrica tem uma relevância considerável para os desenvolvimentos atuais no âmbito da disciplina.
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O conceito “história policêntrica da psicologia” foi originalmente utilizado por Kurt Danziger e, desde então, tem sido adotado por outros historiadores da psicologia. O artigo faz uma introdução a esta perspectiva. A tendência à internacionalização da psicologia implicou que a história da psicologia norte-americana pudesse ser complementada com outras histórias locais. A história policêntrica contrasta com esta abordagem, pois se preocupa com as inter-relações entre os centros, e não pelos centros considerados isoladamente. O artigo finaliza com alguns exemplos de história que têm sido escritos a partir de uma perspectiva policêntrica.
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Artigo sobre a vida e a obra de Wlhelm Wundt criado em colaboração com o ChatGPT, versão 3.5 de janeiro de 2023
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Jacques-Marie Émile Lacan, filho mais velho do casal Alfred Lacan e Émilie Baudry, nasceu em Paris no dia 13 de abril de 1901. Formou-se em medicina e concluiu sua especialização em psiquiatria no ano de 1931, atuando posteriormente como psiquiatra e psicanalista na capital francesa. Lacan dedicou seu trabalho a fazer uma releitura da obra de Freud, sendo responsável por uma reinterpretação de suas ideias, o que o tornou um dos nomes mais importantes da psicanálise. Faleceu em 9 de setembro de 1981, em Paris, vítima de um câncer no cólon.
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Manoel José Bomfim nasceu em 1868 em Aracaju e foi um importante intelectual brasileiro, atuando como médico, psicólogo e educador. Ele destacou-se com seus livros e teorias acerca da formação socioeconômica brasileira, caracterizada posteriormente como decolonial latino-americana, e por sua defesa de uma educação libertária, evidenciando ideias que iam contra o pensamento dominante da época. Encerrou sua carreira apenas quando faleceu, em 1932, aos 63 anos, no Rio de Janeiro.
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Manoel José Bomfim nasceu em 1868 em Aracaju e foi um importante intelectual brasileiro, atuando como médico, psicólogo e educador. Ele destacou-se com seus livros e teorias acerca da formação socioeconômica brasileira, caracterizada posteriormente como decolonial latino-americana, e por sua defesa de uma educação libertária, evidenciando ideias que iam contra o pensamento dominante da época. Encerrou sua carreira apenas quando faleceu, em 1932, aos 63 anos, no Rio de Janeiro.
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Apresentação do Boletim do Portal História da Psicologia 2
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