A sua pesquisa
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Esta pesquisa histórica analisa a modalidade de apropriação da psicologia experimental por dois autores da Companhia de Jesus - J. Fröbes e J. Lindworsky - nas primeiras décadas do século XX. Os dois pesquisadores escreveram várias obras sobre a ciência psicológica, seus objetos e métodos. Alguns desses textos são manuais didáticos, voltados para a difusão da área, inclusive no âmbito da Companhia. Através de uma análise dos referidos textos, observa-se uma evidente abertura para os novos métodos de conhecimento proporcionados pela ciência experimental; e, ao mesmo tempo, o esforço de preservar e assinalar a importância de conceitos derivados da psicologia filosófica tradicional. Desse modo, os dois autores jesuítas procuravam verificar a pertinência de aspetos das doutrinas tradicionais através dos novos métodos experimentais; bem como assinalar a relevância para a psicologia experimental, de processos psíquicos especialmente significativos do ponto de vista da antropologia jesuítica. Busca-se assim compatibilizar aspectos antigos e modernos, conforme uma modalidade de apropriação present
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Recorrentemente, o psicólogo-historiador se vê diante da questão, endereçada por seus pares ou alunos: por que estudar História da Psicologia? Tal questão é tão recorrente que livros-texto de História da Psicologia reservam um espaço para apresentar respostas, justificativas, a tal provocação. Diante disso, este artigo endereça uma resposta a tal questão, a partir da hipótese de que a História da Psicologia é uma ferramenta para compreensão de rupturas e permanências de fenômenos históricos vinculados aos campos Psi e, esta compreensão, nos auxilia em uma visão mais crítica do presente. Para atingir tal objetivo, são apresentados dois exemplos de questões históricas, mais ainda contemporâneas, na Psicologia brasileira: (a) a definição de campos de atuação e técnicas de atuação do psicólogo e (b) discursos e práticas normatizantes com pessoas homossexuais. Assim, a partir de tais exemplos que nos permitem ver a história na Psicologia e, também, a Psicologia na história, conclui-se que a História da Psicologia pode, sim, contribuir com uma análise mais crítica do momento presente. Para tanto, faz-se necessário a pesquisa em História da Psicologia e o ensino de sua história, para uma formação crítica do psicólogo brasileiro.
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É comum, em nossos dias, nos deparamos com enunciados do tipo: ‘O que está acontecendo conosco?’; ‘Onde vamos parar?’; ‘Do jeito que está não dá!’ Cada um deles, a seu modo, oferece indícios de que mudanças, dos mais variados matizes, estão em curso e elas surpreendem pelas mais diversas vias: seja pela sua emergência abrupta, seja pelo incômodo que geram, seja, ainda, por nossa dificuldade de acolhê-la e lhes dar sustentação. Assim, o desafio de produzir algum tipo de compreensão sobre o vivido, traçando diagnósticos sobre o presente, foi assumido por este grupo de pesquisadores filiados às áreas da Psicologia, Filosofia, Educação, História e Publicidade, e que estão atentos à transformação social e a seus efeitos subjetivos em nossas vidas. Adotando uma inspiração foucaultiana, os autores seguiram os passos desse pensador que, ao comentar sobre suas obras, afirmou: “... procuro diagnosticar, realizar um diagnóstico do presente: dizer o que somos hoje e o que significa, hoje, dizer o que nós dizemos”(FOUCAULT, 1967). Se algum diagnóstico sobre o presente é possível, isto se deve ao próprio modo de operá-lo: sempre provisório, parcial, perspectivo, e, até mesmo, enviesado. Precisamente por isso, o traçado de análises diagnósticas sobre o presente não pode se comprometer com uma verdade, absoluta e imutável. Seu mérito é tomar em consideração as turbulências e tensões de nossas vidas, que são múltiplas. Uma vez que os enunciados acima mencionados estão se disseminando no social, coube a tarefa de sustentar, com paciência e insistência, as forças emergentes nesse campo problemático que se configura no presente, desenhando diagnósticos parciais sobre os modos de viver que estamos ajudando a construir.
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A história da Psicologia no Brasil coleciona diferentes e corajosos pesquisadores, dentre os quais o presente trabalho ilustra a trajetória profissional do Professor André Jacquemin. Nascido na Bélgica, graduado em Psicologia na Universidade Católica de Louvain (Bélgica), aceitou o convite, em 1967, para trabalhar no Brasil na Universidade de São Paulo, onde atuou em diferentes funções enquanto educador, gestor e pesquisador até 2001, quando se afastou do trabalho por motivos de saúde, falecendo em 2017. Este trabalho procura historiar e dar visibilidade a seu percurso profissional de modo a deixar registradas suas relevantes contribuições para a Psicologia do Brasil, em especial no campo da avaliação psicológica e dos métodos projetivos.
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Neste artigo buscamos, em primeiro lugar, elucidar como Machado de Assis desenvolveu a concepção de inconsciente no romance Helena (1876) e no conto Uma senhora (1883). Em segundo lugar, examinamos como sua concepção de inconsciente pode ser elucidada fenomenologicamente, a partir da relação entre consciência reflexiva e pré-reflexiva. Nestas narrativas, Machado revela como certas emoções, embora não sejam apreendidas reflexivamente pelo sujeito que as vive, manifestam-se indiretamente nas ações, nas expressões corporais e no modo de compreender o mundo.
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Situado no prolongamento de pesquisas anteriores dedicadas a Michel Foucault no Brasil, o presente artigo, baseado em projeto de investigação em andamento, volta-se para dois aspectos do pensamento do filósofo diagnosticados como insuficientemente explorados pelos estudiosos brasileiros e internacionais: (1) o “caminho feito ao andar”, como sugere o poema de Antonio Machado, ou seja, as considerações metodológicas sempre presentes (e sempre mutantes) nos livros e cursos de Foucault datados das décadas de 1970 e 1980; (2) as relações existentes entre as inflexões experimentadas, no mesmo período, pelas análises foucaultianas dos saberes, poderes e modos de subjetivação, e a diversidade das práticas militantes em que o filósofo esteve então envolvido — relativas à medicina moderna, à psiquiatria, às prisões, à sexualidade, aos imigrantes e exilados, aos direitos dos governados, aos movimentos de libertação em diferentes países etc. Como resultado da investigação proposta, exemplificada no artigo mediante um exercício-piloto, divisamos uma apreciação do pensamento de Michel Foucault que não separe teoria e método, tampouco filosofia e vida, e que, nesse sentido, contribua para que tal pensamento se constitua efetivamente em um equipamento ético-político para ações de caráter libertário no presente.
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