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Neste artigo, apresenta-se um ponto de vista histórico-crítico a respeito do processo de produção de discurso sobre as relações entre Saúde Mental e Trabalho no Brasil (SMT) entre as décadas de 1920 e 1990. Foram selecionados para o trabalho de revisão artigos de periódicos correntes e não-correntes, dissertações de mestrado e doutorado, livros e outras publicações, cobrindo o período de 1925 a 1995. Partindo-se do pressuposto da centralidade da categoria trabalho e elegendo-se a relação capital x trabalho como eixo de análise, três matrizes discursivas foram denominadas: Higiene Mental do Trabalho (HMT), Psicologia Industrial e Organizacional (PIO) e Saúde Mental do Trabalhador (SM do T). Pontos de contato e relações de descontinuidade entre as três referências discursivas - o que permaneceu, o que se perdeu ou foi superado e o que se transformou no tempo.
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A partir de reflexões de Walter Benjamin sobre a arte de narrar, o artigo é fruto de uma indagação sobre as narratividades em pesquisas em ciências humanas que lidam com a palavra do outro. Considerando narratividade como um modo de enunciação assentado em uma compreensão política do tempo histórico, as contribuições de Benjamin ao estudo das narratividades são múltiplas. O intuito do artigo é a apresentação de algumas possibilidades de diálogo entre o legado de Benjamin e as narratividades em ciências humanas, principalmente aquelas voltadas à íntima relação entre contar histórias, instituir políticas de narratividade e inquirir o sentido filosófico e histórico da memória e do esquecimento.
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Vivemos em um tempo histórico bastante marcado pela velocidade e pela produtividade. A psicologia como área de conhecimento e intervenção não está fora dessa caracterização. Mas, quando pensamos especificamente nas intervenções da psicologia clínica, será que elas precisam acompanhar a expectativa idealizada que se volta para a obtenção de resultados rápidos? Levar a sério essa pergunta é algo que se impõe quando se parte da perspectiva de que os encontros clínicos são povoados por uma complexa diversidade de movimentos. Tal diversidade coloca terapeuta e paciente em processos de produção de si. Em função disso, buscaremos compreender o quanto a prática clínica tem como condição de possibilidade a experiência de afetos que emergem nos encontros cotidianos e que abalam territórios previamente organizados, convocando o sujeito a problematizar os modos de vida por ele inventados e assumidos.
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O presente trabalho é um desdobramento de pesquisa junto a artistas que escolheram a Avenida Paulista (SP-Brasil) como local possível para exercer sua atividade. Com o objetivo de compreender como eles significam tal atividade, realizou-se pesquisa etnográfica e entrevistas semi-estruturadas com pintores, atores/estátuas-vivas, escultores, músicos e escritores. Como eixos de interpretação, deparamo-nos com transformações do espaço e ressignificações desta rua pelos artistas. Destacam-se ainda: o fazer artístico como forma de geração de renda e trabalho, e possibilidade de fazer criativo que se contraporia a outros trabalhos considerados repetitivos; a percepção que os artistas têm do público que freqüenta a Paulista como possível mercado para sua produções; a rua como lugar polissêmico – local possível de trabalho/local precário de trabalho, vitrine/palco; o olhar de outros sobre si, ora reconhecidos como artistas, ora ameaçados pelo poder público dado o caráter "informal" de parte dessas atividades.
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Tomando por base algumas considerações de Foucault e outros estudiosos do tema, pretende-se, com este artigo, fornecer subsídios para a discussão sempre atual sobre os direitos humanos e suas implicações para a prática profissional do psicólogo. Para tanto, discute-se o conceito de homem como histórica e culturalmente situado – o que inviabiliza concepções naturalizantes quanto a este e seus direitos. Em seguida, apresenta-se o surgimento histórico dos direitos do homem nas sociedades ocidentais a partir do movimento filosófico das Luzes, no século XVIII, e as implicações dessa visão de mundo para a contemporaneidade. Finalmente, abordam-se os desdobramentos técnicos e éticos de tal visão para a Psicologia como profissão.
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Apresentação oral na defesa da tese de doutorado Os desafios da memória em direção as forças de criação, UNIRIO/PPGMS, 2011.
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A capoeira angola foi arma fundamental na libertação dos escravos no Brasil colonial, onde a opressão, instituída e normalizada, manteve-se por quase quatro séculos. Neste estudo, apresentamos a capoeira angola como campo problemático para a psicologia, atravessado por questões que passam pelas investigações sobre o corpo, a liberdade e a autonomia no presente. A mobilização corporal da capoeira, presente nos movimentos de ataque e defesa, despertam em seu praticante o enfrentamento necessário à luta contra os mecanismos de poder na atualidade. Mistura de dança, luta, teatro e brincadeira, seu universo é tão amplo e apaixonante que atualmente a capoeira é reconhecida como bem imaterial brasileiro. Buscamos agora realçar também seu valor como elemento para a “psicologia do corpo” e instrumento de resistência e luta, valorizando seu potencial libertário.
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Trata-se de um ensaio sobre a inserção da psicologia no âmbito da saúde coletiva considerando-se o sentido político e de compromisso social desta inserção, bem como o desafio maior por isso colocado à formação e à profissão: a invenção de parâmetros de atuação profissional para além do modelo clínico de atendimento individual. Uma vez que este tem sido criticado por contrariar os princípios da integralidade e da equidade do serviço público, é avaliada a concepção de “clínica ampliada” como formulada e divulgada pelo SUS como parte de sua política de humanização (HumanizaSus). Ao encontro desta política, se esboça à psicologia um novo lugar entre a atenção clínica e a gestão compartilhada.
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O contexto atual do capitalismo cognitivo nos convoca a problematizar a política de subjetivação dominante sobre o processo de formação e produção do trabalhador imaterial. Para tal, será abordada a formação do estudante de pós-graduação stricto sensu, colocando-se em análise a política de anestesiamento do corpo, evidenciando a desconexão entre o pensar e o corpo vibrátil. Característica da lógica administrativa que atravessa a academia, tal política incita à produção desenfreada, à reprodução de saberes e técnicas, ao pensamento representativo com a utilização de ferramentas hegemônicas do século XIX e, paradoxalmente, exigindo criatividade, inventividade, conectividade e fluidez. A partir da aliança com autores como Foucault, Deleuze, Guattari, Despret, Pelbart, Rolnik, Negri, Hardt, Cocco e Lazzarato, entre outros e através do exercício inquientante, pretende-se produzir pontos de tensão nos interstícios da macro e micropolítica, transversalizando as práticas cotidianas, desburocratizando-as e criando diagramas de forças onde a multiplicidade apareça e reverbere outras possibilidades.
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Entre tantos modos de exclusão e cristalização de formas de estar no mundo, este trabalho fala de jovens que passaram pelo processo de acolhimento institucional em sua adolescência e a forma como cada uma construiu, e continua construindo, suas histórias de modo autônomo e positivo. Utilizando conceitos como linha de vida e cidadania, conduzidos pelos modos-de-fazer de escutas da história de vida, acompanhamos esse percurso. Produzimos, a partir dessas histórias, um olhar para além das identidades forjadas àqueles que foram um dia submetidos à medida de proteção e foi possível perceber que diferentes caminhos são construídos, ainda que se viva sob as mesmas forças instituídas. Ainda que a opção do acolhimento tenha sido a saída possível para algumas jovens em determinado momento de suas vidas, garantirmos a produção de pequenos escapes é garantirmos a produção de uma vida criativa e potente.
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Este artigo foi concebido pelas autoras a partir da suspensão dos efeitos da Resolução n° 09/2010, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que “Regulamenta a atuação do psicólogo no sistema prisional”. Esta suspensão é um acontecimento que denuncia o jogo de forças presente no campo da execução penal, especialmente, no que tange à prática do psicólogo e à realização ou não do exame criminológico. Portanto, nosso objetivo é discutir as condições e circunstâncias em que o exame criminológico emerge e se estabelece em nosso país e também contar um pouco da história das lutas que os psicólogos vêm travando nesse campo desde a promulgação da Lei de Execução Penal (LEP) n°7.210/1984 que institui o exame criminológico.
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O presente artigo pretende discutir a construção de documentos psicológicos no contexto judiciário, a partir da reflexão sobre a dispersão das práticas psicológicas neste campo de atuação, enfatizando a análise de lugares e discursos. A ferramenta conceitual utilizada parte de contribuições das análises de Michel Foucault acerca da relação entre saberes, poderes e ética, assim como aportes conceituais do movimento institucionalista e sua problematização ética e política sobre a atuação técnico-profissional.
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Entender a depressão como característica do nosso viver contemporâneo, sobretudo como um fenômeno que expressa os dilemas e as inquietações da vida moderna é a preocupação deste artigo. A partir de uma discussão teórica, queremos apresentar que mesmo com o progresso científico e tecnológico e as infinitas tentativas da sociedade contemporânea em tratá-la ou banalizá-la, reduzindo-a quase a uma situação vergonhosa e inaceitável, a depressão segue se constituindo em uma experiência cada vez mais presente nos modos de ser da atualidade. Considerando sua dimensão histórica, queremos compreender o fenômeno da depressão e sua relação com algumas características marcantes de nossa época, tais como os modos de subjetivação medicalizantes presentes na constituição dos saberes psi. Acreditamos que tematizar as questões que envolvem o fenômeno da depressão implica necessariamente problematizar a relação que estabelecemos com nossa própria vida na atualidade.
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Este artigo analisa a Copa do Mundo de futebol disputada em junho de 1938 na França, entendida como momento emblemático para a compreensão das negociações, conflitos e tensões sociais que permearam a construção da “nação” a partir do envolvimento de figuras proeminentes do Estado Novo, imprensa esportiva e torcedores com a campanha do selecionado brasileiro. Trata-se de um episódio esportivo de grande repercussão na vida nacional e cuja mobilização em torno da seleção revela concepções distintas a despeito do “Brasil” que se fazia representar em campos franceses. Mais do que um elemento promotor de unidade, capaz de congregar - na mesma torcida - grupos sociais antagônicos e irmanar indivíduos dos mais diferentes perfis sócio-culturais, o futebol emerge neste episódio como espaço de disputas, desavenças e rivalidades que se encontram na base da edificação do sentimento nacional e da afirmação de um “estilo brasileiro” de jogar bola.
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O presente artigo tem como objetivo propor uma análise institucional (AI) das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) a partir de elementos analisadores como as relações sociais e profissionais e as práticas hospitalares desta instituição, buscando revelar os conflitos que são necessários e inevitáveis para transformar o cotidiano muitas vezes cristalizado do ambiente hospitalar. Nesse sentido, primeiramente será abordado, de forma sucinta, o percurso histórico da análise institucional e como ela pode ser utilizada como ferramenta de constituição da realidade. Posteriormente, discorreremos sobre a gênese da instituição hospital e como, historicamente, se dá seu atravessamento pela instituição em análise. Na sequência, descreveremos, a partir de obras da literatura científica, o funcionamento das relações sociais e profissionais dentro das UTI´s, utilizando a compreensão da dinâmica destas relações como analisadores institucionais.
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Partimos de material de uma pesquisa mais ampla sobre encontros amorosos na Internet, procurando, no caso do presente artigo, destacar aspectos relacionados à presença das mulheres nos sites de relacionamento estudados. Trabalhamos, principalmente, com observação de propagandas e homes. Procuramos apresentar fundamentação teórica acerca de relacionamentos, a fim de comparar estratégias de aproximação utilizadas em encontros presenciais com aquelas viabilizadas pelo tipo de serviço pesquisado. Foi também utilizada bibliografia recente sobre relacionamentos, assim como estudos específicos sobre sites de encontro. Desenvolvemos uma breve análise histórica, refletindo especialmente sobre a atuação das mulheres na conquista de parceiros até a introdução das novas tecnologias da informação, focalizndo mais especificamente o uso da Internet e seus recursos interativos neste processo. As mulheres são apresentadas como mais ativas e dominadoras no jogo da conquista amorosa. Perguntamos: seria esta uma nova mulher?
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