A sua pesquisa
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Na historiografia da psicologia, o impacto da obra de J. B. Watson é um tema que tem gerado discussões e pesquisas, algumas das quais utilizam como método a análise bibliométrica. Estes estudos, no entanto, não adotam parâmetros comparativos que possam indicar de forma mais precisa o grau de impacto da obra do autor. A presente pesquisa busca preencher esta lacuna, por meio de dois estudos bibliométricos comparativos entre citações das obras de Watson e de outros relevantes psicólogos do início do século XX: Edward B. Titchener, Edward L. Thorndike, William James, James R. Angell, Harvey A. Carr e John Dewey. O primeiro estudo consiste em uma análise bibliométrica comparativa entre as citações de Watson, Titchener, Thorndike e James em cinco importantes periódicos norte-americanos da área, entre os anos 1903 e 1923 – uma década antes e uma década após a publicação do Manifesto Behaviorista (1913). O segundo estudo é uma ampliação do primeiro, acrescentando ao escopo da pesquisa três autores – Angell, Carr e Dewey – e outros três relevantes periódicos do período. Os resultados da pesquisa indicam que, embora não possa ser tomada propriamente como marco revolucionário, a obra de Watson teve na década posterior à publicação do Manifesto Behaviorista (1914-1923) um impacto próximo ao de Dewey, do estruturalismo de Titchener e do associacionismo de Thorndike, maior do que o exercido pelo funcionalismo de Angell e Carr, mas ainda distante do alcance das ideias de James.
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Neste artigo, investigamos, conforme a perspectiva genealógica de Michel Foucault, quatro aparelhos do Laboratório de Psicologia Experimental da Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del-Rei: caixa de Decroly, para avaliar inteligência e caracteriologia; ergógrafo de Mosso, para medir fadiga e resistência musculares, tempo de reação, percepção, atenção e traços caracteriológicos; estereômetro de Michotte, para aferição de percepção visual de relevo e profundidade; mnemômetro de Ranschburg, para estimar capacidade de associação e memorização. Construímos o arquivo de pesquisa com documentos do Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa e da Universidade Federal de São João del-Rei. Narramos trajetórias desses aparelhos entre 1953 e 1971, do contexto de sua aquisição até seu silenciamento. Identificamos deslocamentos de suas funções: de dispositivos de pesquisa e avaliação psicológicas passaram a ser aplicados em práticas de seleção profissional e orientação educacional, atendendo a demandas modernizantes da indústria e do ensino locais.
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O presente artigo tem como objetivo retomar a concepção de Luria sobre fenômenos perceptivos. Para este autor, alguns processos perceptivos teriam uma base fisiológica, já outros se alterariam com o desenvolvimento cultural. A aprendizagem da linguagem e o desenvolvimento do pensamento conceitual modificariam substancialmente essa função. A percepção da realidade seria acompanhada pelo significado e pelo sentido. Desse modo, ela é entendida como sendo a expressão das relações dinâmicas entre os sistemas psicológicos. Para discutirmos tais questões, utilizamos como ponto de partida a controvérsia entre os resultados dos experimentos realizados por Luria e Koffka nas expedições à Ásia Central. O primeiro tinha como objetivo constatar os efeitos das mudanças culturais nos processos psicológicos, dentre eles a percepção, e o segundo teve como finalidade investigar suas formas universais. Apresentamos uma hipótese para a divergência nas formas de interpretação. Por fim, mencionamos outros métodos de investigação que corroboram essa explicação do fenômeno perceptivo.
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Com o crescente número de produções científicas, alguns temas e autores acabam sendo pouco conhecidos devido não receberem atenção (e citações) suficientes. Um exemplo deste fenômeno é a obra de Norman Maier (1900-1977), psicólogo experimental norte americano com publicações que antecipam temas atuais em tópicos como criatividade, recombinação de repertórios, controle aversivo e psicologia organizacional. O presente artigo faz um resgate da obra de Maier, apresentando um resumo de suas principais contribuições experimentais e conceituais, além de suas relações com pesquisas atuais. Ao final, é feita da Lei de Maier, que, entre outras coisas, descreve duas práticas que, segundo o autor, são comuns no fazer científico da Psicologia: dar novos nomes a fenômenos já relatados na literatura, e omitir citações controversas. Conclui-se que o legado, e o tratamento dado ao trabalho de Maier, atualmente, exemplificam sua própria Lei.
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