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Entender a depressão como característica do nosso viver contemporâneo, sobretudo como um fenômeno que expressa os dilemas e as inquietações da vida moderna é a preocupação deste artigo. A partir de uma discussão teórica, queremos apresentar que mesmo com o progresso científico e tecnológico e as infinitas tentativas da sociedade contemporânea em tratá-la ou banalizá-la, reduzindo-a quase a uma situação vergonhosa e inaceitável, a depressão segue se constituindo em uma experiência cada vez mais presente nos modos de ser da atualidade. Considerando sua dimensão histórica, queremos compreender o fenômeno da depressão e sua relação com algumas características marcantes de nossa época, tais como os modos de subjetivação medicalizantes presentes na constituição dos saberes psi. Acreditamos que tematizar as questões que envolvem o fenômeno da depressão implica necessariamente problematizar a relação que estabelecemos com nossa própria vida na atualidade.
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Este artigo analisa a Copa do Mundo de futebol disputada em junho de 1938 na França, entendida como momento emblemático para a compreensão das negociações, conflitos e tensões sociais que permearam a construção da “nação” a partir do envolvimento de figuras proeminentes do Estado Novo, imprensa esportiva e torcedores com a campanha do selecionado brasileiro. Trata-se de um episódio esportivo de grande repercussão na vida nacional e cuja mobilização em torno da seleção revela concepções distintas a despeito do “Brasil” que se fazia representar em campos franceses. Mais do que um elemento promotor de unidade, capaz de congregar - na mesma torcida - grupos sociais antagônicos e irmanar indivíduos dos mais diferentes perfis sócio-culturais, o futebol emerge neste episódio como espaço de disputas, desavenças e rivalidades que se encontram na base da edificação do sentimento nacional e da afirmação de um “estilo brasileiro” de jogar bola.
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O presente artigo tem como objetivo propor uma análise institucional (AI) das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) a partir de elementos analisadores como as relações sociais e profissionais e as práticas hospitalares desta instituição, buscando revelar os conflitos que são necessários e inevitáveis para transformar o cotidiano muitas vezes cristalizado do ambiente hospitalar. Nesse sentido, primeiramente será abordado, de forma sucinta, o percurso histórico da análise institucional e como ela pode ser utilizada como ferramenta de constituição da realidade. Posteriormente, discorreremos sobre a gênese da instituição hospital e como, historicamente, se dá seu atravessamento pela instituição em análise. Na sequência, descreveremos, a partir de obras da literatura científica, o funcionamento das relações sociais e profissionais dentro das UTI´s, utilizando a compreensão da dinâmica destas relações como analisadores institucionais.
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Partimos de material de uma pesquisa mais ampla sobre encontros amorosos na Internet, procurando, no caso do presente artigo, destacar aspectos relacionados à presença das mulheres nos sites de relacionamento estudados. Trabalhamos, principalmente, com observação de propagandas e homes. Procuramos apresentar fundamentação teórica acerca de relacionamentos, a fim de comparar estratégias de aproximação utilizadas em encontros presenciais com aquelas viabilizadas pelo tipo de serviço pesquisado. Foi também utilizada bibliografia recente sobre relacionamentos, assim como estudos específicos sobre sites de encontro. Desenvolvemos uma breve análise histórica, refletindo especialmente sobre a atuação das mulheres na conquista de parceiros até a introdução das novas tecnologias da informação, focalizndo mais especificamente o uso da Internet e seus recursos interativos neste processo. As mulheres são apresentadas como mais ativas e dominadoras no jogo da conquista amorosa. Perguntamos: seria esta uma nova mulher?
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Apresentação oral na defesa da tese de doutorado Heterotopias Menores: delirando a vida como obra de arte, PPGPS-UERJ, 2011.
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Resenha de PATAI, Daphne. História oral, feminismo e política. São Paulo: Letra e Voz, 2010.
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Partindo da ideia de que as práticas dão-se numa constelação de atores dentro do sistema prisional, trazemos neste artigo a realidade cotidiana dos agentes penitenciários por meio de um trabalho realizado com estes profissionais no Complexo Penitenciário de Viana (ES) e na Escola Penitenciária, em Vitória (ES). Nosso objetivo foi conhecer a percepção dos agentes penitenciários em relação à sua função dentro do Sistema Prisional, as relações que estabelecem, as lutas que travam no seu dia a dia, como pensam a ressocialização, o trabalho, o interno, o presídio, dentre outras. Nos encontros pudemos afirmar a potência das lutas coletivas entendendo o grupo como lugar das multiplicidades, das trocas, das intensidades, da experimentação. Apesar de observarmos com freqüência questões que expressavam a aparente imutabilidade do Sistema, percebemos também ações, falas, gestos, indagações, inquietações, sentimentos que expressam outra forma de ser agente penitenciário, de fazer sistema prisional.
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O presente texto desenvolve uma reflexão acerca da possibilidade de pensar os espaços turísticos a partir da perspectiva foucaultiana de análise. Embora em nenhum momento do pensamento de Michel Foucault a problemática do turismo tenha sido levantada, foi possível produzir uma aproximação com o tema do turismo a partir de questões relacionadas ao espaço. Em um estudo realizado a partir da noção de heterotopia, de acordo com Michel Foucault, foi possível pensar, primeiramente, o espaço turístico como um espaço heterotópico. Em seguida, pensar a constituição do território heterogêneo e de múltiplos posicionamentos a partir de jogos de saber-poder. Este texto reúne aspectos geopolíticos na produção de um destino turístico Urubici, espaço heterotópico, localizado na região da Serra Catarinense, no estado de Santa Catarina.
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Apresentação oral na defesa da dissertação de mestrado Cartografia do desassossego: um olhar clínico-político para o encontro entre os psicólogos e o campo jurídico, UFF, 2010.
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Publicado em 1925, o texto de Carlos Penafiel, que ora é apresentado e analisado, discute o problema da "influencia do elemento psychico no trabalho humano" do ponto de vista da Higiene Mental. A análise discursiva imbricou texto e contexto em perspectiva histórica e crítica, com ênfase nas estratégias de legitimação 'do' discurso e 'pelo' discurso. Contexto histórico, objeto, objetivos, referências teóricas, principais elementos conceituais, estratégias institucionais e fins sócio-políticos foram as principais categorias de análise. A especificidade do discurso, as suas condições sociais de produção e o projeto societário defendido pelo autor foram postos em evidência. A análise igualmente permite inferir permanências e transformações do sentido na ordem dos discursos contemporâneos em Psicologia Industrial e Organizacional.
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A partir do trabalho genealógico de Foucault sobre as práticas de governo, entendidas como formas de condução da conduta alheia, abre-se um campo possível para o estudo do surgimento e das transformações dos saberes psicológicos e psiquiátricos. Aqui teríamos dois marcos: 1) no século XVI, surgem técnicas de governo baseadas no disciplinamento, o “Estado de polícia”; e 2) no século XVIII, novas tecnologias de governo em referências liberais. Neste último marco, a psicologia passa a ter especial importância no século XX, atuando especificamente em sociedades democráticas, não somente através da disciplinarização dos indivíduos, mas principalmente através da liberdade e da atividade destes. Nosso objetivo é avaliar as práticas e conceitos de cidadania e liberdade no contexto de alguns processos de Reforma Psiquiátrica, especialmente a italiana e a brasileira. Para tal, sustentamos a hipótese de que co-existem neste campo não apenas os antigos dispositivos disciplinares e a resistência a estes, mas modos liberais de gestão.
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Escapando de abordagens que tomem os objetos e fatos ‘em si’, este texto busca problematizar os modos de ser jovem no mundo contemporâneo, bem como os seus posicionamentos quanto às escolhas profissionais. Nossa perspectiva caminha pelo viés das tecnologias do poder de inspiração foucaultiana, produzindo uma análise histórica que desliza da soberania ao disciplinamento e biopolítica e, mais recentemente, ao controle, considerando as múltiplas forças que estão presentes no seu engendramento, deixando sempre um rastro de passagem. Nestas configurações, evidenciaremos o modo como diferentes campos de escolhas profissionais foram ganhando consistência para os jovens de hoje, tendo como foco as implicações com a lógica predominante do mercado, produtora de subjetividades consumistas. O desafio está em apontar as possibilidades de escape ao constituído, provocando o pensamento na construção de um campo problemático, em que as escolhas se façam não por aderências, mas a partir de um indiscernível.
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Neste artigo, são problematizadas algumas condições de emergência das políticas públicas de saúde voltadas para a criança, que surgem como uma forma de retomar os regimes de verdade que sustentaram, em diferentes épocas, o cuidado com a saúde da criança. Essas condições de emergência dizem respeito aos modos como a criança se tornou alvo das estratégias de governo das condutas, ou seja, de biopoder. Coloca-se em evidência a construção de uma saúde pública direcionada ao cuidado da criança, bem como os efeitos dessas práticas, para posteriormente problematizar o processo contemporâneo de construção do Sistema Único de Saúde.
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Este artigo relata a experiência de dois grupos de alunos entre os anos de 2008 e 2009 de realizar, como atividade prática da disciplina de Psicologia Institucional, uma Análise Institucional do Serviço de Psicologia Aplicada – SPA, do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, que tem a função de Clínica-Escola e é conhecida na comunidade portovelhense como “Clínica da UNIR”. A Análise Institucional se desenvolveu em cada um dos anos acima citados, durante os meses de Outubro e Novembro, com uma média de 10 horas semanais de observação participante e entrevistas e pode contribuir para a melhoria dos serviços prestados pela Clínica-Escola, revelando processos institucionais através de analisadores importantes, como a relação entre estagiários e os demais alunos do Curso de Psicologia em atividades práticas dentro da Clínica-Escola, além de desvelar as formas de organização institucional das áreas clínicas que atuam na instituição.
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Este artigo visa a apresentar algumas observações a partir da teoria e da clínica psicanalítica de Winnicott, em comparação com a teoria dos afetos da filosofia de Espinosa. Tentando estabelecer um possível diálogo entre elas, já que ambas se adequariam a uma visada da completude do ser e da integração dos aspectos somático e psíquico do homem, por reconhecerem a importância do ambiente em sua função constituinte da natureza humana, caminharíamos no sentido de considerar a primeira na perspectiva de uma ''expressão clínica” da segunda. Isto significa que uma importante vertente ética na história da Filosofia Ocidental, o pensamento de Espinosa, pode dar legitimidade teórica a uma escola psicanalítica que sustenta uma nova proposta em relação à Psicanálise tradicionalmente instituída sob os pressupostos originais de Freud.
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Diante de um projeto de pesquisa que incluía perspectivas genealógicas e históricas na apreciação do encontro da psicologia com o direito, na problematização das relações saber-poder atualizadas aí, fez-se necessária uma reflexão acerca dos procedimentos metodológicos utilizados nesse processo. Era preciso lidar com a aparente incompatibilidade de fazer uso de determinado referencial teórico e a escrita acadêmica, em tudo o que isso implica burocraticamente. Articulamo-nos a propostas que sugeriam pensar nossa questão-problema não requerendo uma resposta, mas reflexões, desdobramentos. Evidencia-se, portanto, nossa proposta de uso do espaço acadêmico como meio de ativar determinada política de pensamento. Nesse sentido, nossa pesquisa não se coloca como forma de especialização e domínio de um campo específico da psicologia, adquirindo autoridade para falar dele, mas a inserção no campo configurou-se como um diálogo com as funções institucionais ali assumidas. É a construção de um olhar de “quem” ainda permanece estranho, mas construiu certa intimidade.
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Conferência no XXV Simpósio Nacional da ANPUH, Fortaleza, 2009.
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