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O presente trabalho pretende contribuir com a ampliação do debate sobre a responsabilização penal de adolescentes. Desde que o Estatuto da Criança e do Adolescente instituiu uma forma diferenciada de responsabilizar estes jovens, a idade de penalização tornou-se uma polêmica. A discussão gira em torno de explicações individualistas sobre a criminalidade tendo por principal parâmetro para a penalização a ideia de maturidade. É importante compreender o contexto em que estes argumentos são construídos para poder ampliar a análise acrescentando outros importantes elementos históricos e sociais que marcam a compreensão sobre o crime e sobre as respostas que a sociedade dá àqueles que transgridem a lei. O percurso histórico legislativo relativo à infância e juventude, no Brasil, também auxilia na compreensão de que a redução da idade penal não serve a redução da violência, mas sim, ao aumento da penalização de jovens pobres.
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Este artigo analisa a emergência do trabalho como prescrição terapêutica no contexto da Assistência a Alienados em Minas Gerais, entre 1900 e 1934, com o objetivo de discutir três questões: 1) a vinculação entre a ação de fazer o louco trabalhar e uma prática terapêutica; 2) o modo como o trabalho é tomado pelas políticas e práticas alienistas brasileiras nas primeiras décadas do século XX; 3) os deslocamentos que se vinculam à prescrição do trabalho dentro e fora das instituições para alienados. Para o desenvolvimento desses objetivos, foram pesquisados documentos que tratam da criação da Assistência a Alienados e de seu ordenamento. A análise se fundamenta nas proposições foucaultianas, especialmente em suas formulações sobre o governo dos outros.
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Neste artigo pretende-se entrar no debate acerca do conceito de atividade como unidade de análise na Psicologia. Mais especificamente o fazendo por meio de um possível diálogo entre Vigotski e Politzer. Identificam-se diversos pontos de conexão existentes entre os autores, apresentando-se alguns destes. A convergência mais importante referese à formulação de que o “ato concreto” / “atividade prática” seria o termo ou unidade de análise da Psicologia.
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O presente artigo se propõe a discutir as forças de odelização do corpo na atualidade com vistas a propor uma micropolítica que permita tornar visíveis as possibilidades deste corpo em seu aspecto sensorial. Trata-se de considerar o corpo em sua potência de abertura às experimentações com as forças do mundo. Para tanto, são tomadas como apoio discussões sobre a noção de risco como captura ou criação e sobre as formas de cuidado de si e os modos de subjetivação contemporâneos. É feito um debate sobre uma corporeidade que parece temer o risco, se privando do inusitado e do inesperado em um pretenso controle da realidade.
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Este trabalho apresenta uma comparação entre dois artigos que tratam da consciência na obra de Vigotski: "Conceito de consciência em Vigotski" e "A consciência na obra de L. S. Vigotski: análise do conceito e implicações para a psicologia e a educação", publicados respectivamente em 2006 e 2010, os quais destacam a importância de Vigotski na conceituação da consciência como objeto de uma psicologia que superasse sua crise paradigmática. Ao realizar uma comparação estrutural entre os dois textos, com recurso à crítica de leitor proposta por Vigotski em "Psicologia da Arte", este estudo constata a relevância dos dois trabalhos para o fortalecimento do campo teórico inaugurado pelo pensador soviético. Conclui-se com a proposta de uma reordenação lógica entre os dois textos que leve em conta o grau de complexidade e os arranjos internos de suas argumentações. Faz-se assim uma pequena contribuição à obra de Vigotski, amplamente utilizada na educação, porém pouco reconhecida na história da Psicologia.
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Costuma-se afirmar que Henri Berr foi o primeiro autor que usou o termo psicologia histórica, em 1899. Desde então, citações a ela têm sido recorrentes na literatura acadêmica mundial. No Brasil, porém, a primeira menção até agora localizada data de 1877. Entre esta citação e o reaparecimento do termo, em 1978, surgiram vários títulos estrangeiros -alguns dos quais traduzidos para o português. A partir da década de 1980, psicologia histórica foi tema de artigos e figurou como disciplina em cursos de psicologia, em nível de graduação e pós, tema de dissertações e de apresentações em congressos. O objetivo do artigo é traçar os primórdios da psicologia histórica tal como comumente aceita e apresentar dados sobre sua história no Brasil, mencionando alguns de seus autores e pesquisadores.
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O objetivo deste ensaio foi refletir sobre o futuro da Psicologia como área do conhecimento e ciência aplicada. São abordadas as maneiras como a Psicologia pode provocar as mudanças da sociedade que devem ocorrer no século XXI e adaptar-se a elas. São apresentadas as visões skinnerianas do futuro da Psicologia, afirmando que o avanço da área pode trazer a solução para a maioria dos problemas da humanidade. O efeito Flynn é apontado como força produtora de mudanças psicológicas e sociais, pois a humanidade será composta por pessoas mais inteligentes, que devem desenvolver a Psicologia e dela necessitar. Psicólogos mais inteligentes construirão uma área cada vez mais sustentada em evidências empíricas. É assinalada a necessidade de a Psicologia se especializar, rever seus currículos em nível de graduação e unir-se em torno de um paradigma integrador. Conclui-se afirmando a necessidade de valorizar as opiniões de jovens psicólogos, além de criar melhores formas de interação entre pessoas e máquinas.
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O presente artigo teórico propõe-se a debater sobre o processo de organização sociopolítica dos psicólogos na Bahia, trazendo como objetivo uma reflexão sobre o papel das entidades representativas da classe nesse processo. Com esse fim, foi realizada uma revisão de literatura que tratou da conjuntura histórica da regulamentação e do desenvolvimento da Psicologia no Brasil, assim como sobre a sua organização sociopolítica. Além disso, devido à escassez de estudos que abordam esse tema, foram incluídos depoimentos coletados durante a realização deste artigo, e, para isso, foram feitas entrevistas semiestruturadas com alguns membros envolvidos com as entidades representativas dos psicólogos no Estado da Bahia. Este estudo buscou discutir, principalmente, a atuação e a função do Conselho Regional de Psicologia - Região 03 e do Sindicato dos(as) Psicólogos(as) no Estado da Bahia - SINPSI-BA. Ao final, são levantadas algumas reflexões sobre a atuação e o engajamento das (os) psicólogas (os) bem como a análise do papel desse profissional na sociedade baiana.
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O texto apresenta uma discussão sobre a Psicologia da saúde no contexto hospitalar a partir de uma perspectiva histórica e ética, mostrando como o desenvolvimento desse campo foi caracterizado pelo surgimento de duas perspectivas: a Psicologia da saúde tradicional e a Psicologia da saúde crítica. O modelo de quatro abordagens à Psicologia da saúde é apresentado e reformulado com a inclusão do conceito de Psicologia sanitária, e a prática em Psicologia da saúde é discutida à luz do conceito de reflexividade. Por fim, alguns questionamentos derivados da Psicologia da saúde crítica são feitos à prática do psicólogo no contexto hospitalar.
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Diversos autores falam de ao menos duas versões da Psicologia social: uma anterior e outra posterior à crise de referência que assolou essa área do conhecimento na década de 70. A primeira tinha uma base positivista, já a segunda se caracterizava por defender uma ciência comprometida com a transformação social. Em geral, esses textos narram a história da Psicologia social destacando personagens, acontecimentos e ideários. Neste artigo, seguindo a proposta da teoria ator-rede, acrescentamos novos elementos a essa história e falamos dos atores humanos e não humanos, das materialidades e socialidades, que contribuíram para construir a Psicologia social brasileira. Concluímos o texto argumentando que a crise de referência não eliminou por completo a Psicologia social positivista, substituiu-a por uma vertente crítica, pois, ainda hoje, ambas coexistem. Argumentamos, portanto, que a Psicologia social brasileira é complexa, e que essa complexidade não cabe na tênue linha do tempo que muitas vezes traçamos para representar o desenvolvimento de disciplinas acadêmicas.
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Com o desenvolvimento, na segunda metade do século XX, das novas tecnologias de neuroimagem para estudar o funcionamento do cérebro humano, uma nova onda de entusiasmo com as explicações materialistas dos fenômenos mentais invadiu os departamentos de filosofia e psicologia em todo o mundo. O auge de tudo isso foi a assim chamada "década do cérebro" nos anos 1990. Entretanto, um exame mais detalhado dos argumentos apresentados por esses novos materialistas revela padrões recorrentes de analogias e metáforas, além de uma velha estratégia retórica de apelar para um futuro distante, no qual todos os problemas serão resolvidos. Este trabalho pretende mostrar que essas novas formas de materialismo repetem estratégias discursivas de versões mais arcaicas do pensamento materialista, sobretudo do materialismo francês do século XVIII e do materialismo alemão do século XIX. Finalmente, uma interpretação para o eterno retorno do materialismo será oferecida.
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John Searle repeatedly claims to have offered a solution to the mind-brain problem, especially as regards the mystery of consciousness. The aim of this paper is to present and analyse Searle’s theory of biological naturalism, from its earliest expression in the 1980s to his most recent works. Our analysis shows that Searle’s biological naturalism suffers from many theoretical difficulties and logical inconsistencies, which disqualify it as a sound explanation for consciousness and the mind-brain problem. We conclude that, far from offering a solution to the problem of consciousness, Searle ended up creating a new mystery of consciousness.
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The expansion of Brazilian universities since 2009 has promoted a general growth and incentive of scientific activities throughout the country, not only in the so-called hard sciences, but also in the human sciences. In this brief report, we announce the creation of two new institutional spaces dedicated to the history and philosophy of psychology at the Federal University of Juiz de Fora (UFJF) in Brazil: the Wilhelm Wundt Center for the History and Philosophy of Psychology (NUHFIP) and the Graduate Program in History and Philosophy of Psychology.
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Este trabalho visa a apresentar uma prática formativa desenvolvida com alunos matriculados na disciplina Psicologia da Educação, oferecida para os cursos de Licenciatura ministrados na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG). O objetivo do trabalho foi o de favorecer aos alunos - futuros professores - o estabelecimento de relações entre os conteúdos teóricos desenvolvidos na disciplina e a realidade que se apresenta a partir do convívio com um adolescente. Foi empregada a técnica do estudo de caso instrumental, utilizando-se para isso de diversas fontes na coleta dos dados. A partir de dados recolhidos em discussões desenvolvidas em sala de aula e dos relatórios de avaliação final realizados pelos alunos, chegou-se à conclusão de que o trabalho contribuiu de forma significativa para o entendimento das teorias estudadas num contexto de integração e articulação com a vida cotidiana.
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