A sua pesquisa
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Este artigo tem como objetivo conhecer as concepções desenvolvidas sobre o poder na obra do filósofo Gilles Deleuze, para discutir suas perspectivas, com quais enunciados opera e se cria um modelo sobre o poder. Realizamos uma revisão bibliográfica em toda a sua obra, que denominamos cartografia bibliográfica. Constatamos que, para Deleuze, há uma “trindade do poder” em Nietzsche, Espinosa e Foucault. Nietzsche traz um modelo dinâmico entre forças ativas e reativas. Espinosa fornece a discussão da potência articulada aos afetos. Foucault traz uma concepção original sobre o poder como prática, relação e estratégia, e propõe um terceiro vetor, chamado de poder de resistir. Concluímos que é possível extrair um dualismo sobre o poder na obra de Deleuze, numa divisão entre poder e potência.
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Pesquisas empíricas que abordam os videogames utilizam-se, em maior parte, de questionários que estabelecem uma relação direta entre as respostas fornecidas e as condutas gerais do pesquisado. Acreditamos que este tipo de metodologia apresenta um déficit importante no que se refere ao acompanhamento da operatividade dos jogos, por causa de sua especificidade interativa. Neste artigo, propomos que a pesquisa-intervenção com a realização de encontros no formato de oficinas constitui uma metodologia interessante para estudar videogames por permitir observar aspectos processuais. A partir de uma pesquisa que buscou estudar a aprendizagem de sistemas complexos envolvendo os videogames, procuramos acompanhar duas formas de coordenações de ações processuais necessárias à manipulação da tecnologia que ocorriam durante a experiência de jogo e que traduzimos aqui como aprendizagens envolvendo a noção de corpo.
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De acordo com Nietzsche, a música seria um caminho privilegiado para a unificação dos impulsos dionisíacos e apolíneos, pois habita a troca incessante das aparências. Ela nasceu do coro ditirâmbico dionisíaco, tal é a faculdade de unificar os contrários mantendo seus paradoxos. Sendo assim, o presente artigo discute a possibilidade de a música ser um dispositivo a inaugurar novos espaços que harmonizem as relações entre o dentro e o fora, o eu e o mundo, produzindo devires que escapam às capturas dominantes.
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A saudade é um sentimento complexo e de grande interesse para a Psicologia, já que delineia modelos de subjetividade muito particulares. A saudadeimplica um modo de experimentar a vida associado a uma série de padrões de conduta, de maneiras de perceber a realidade e de interpretar os acontecimentos vitais que pode ser analisado a partir de perspectivas muito diversas. Este trabalho parte de uma análise da poesia luso-brasileira comprendida entre 1825 e 1925, com o objetivo de delimitar una redefinição da saudade entendida como categoria psicológica. Para tanto, se abordará a saudadea partir de diversos enfoques.Uma aproximação etimológica, outra de caráter fenomenológico e uma visada histórico-cultural serão alguns dos sulcos abertos através da exploração histórica do próprio conceito de saudade. Deste modo, delineia-se uma observação do sentimento saudosoa partir de uma dimensão ontogenética e filogenética do fenômeno em questão, aprofundando-se nas causas, na origen e nos mecanismos que põem em funcionamento o sentimento saudoso. Paralelamente, serão expostos os traços idiossincráticos e particulares da saudadeem contraste com outros sentimentos afins. Com este estudo pretende-se desmentir algumas teorias que, a partir da Psicologia, sublinham a universalidade, o inatismo ou o determinismo dos sentimentos humanos e, ao mesmo tempo, alcança-se uma explicação da saudade de tipo integrador e coerente con as linhas clássicas da Estética Psicológica de fins do século XIX e começos do XX. O trabalho compõe, além disso, uma forma alternativa de refletir sobre a natureza epistemológica da investigação sobre a História de nossa disciplina.
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Tradução de CHEVALLIER, P. Que veut dire faire une hisoire des problématisations? In: BLOQUET, D.; DUFAL, B. & LABEY, P. (Dir.). Une histoire au présent. Les historiens et Michel Foucault. Paris: CNRS, 2013, p. 121-135. Tradutor: Alessandro Francisco.
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Este artigo percorre a experiência de uma residente na aventura do cuidado pelas práticas da chamada Saúde Mental. Relatos de suas passadas pelo Centro de Atenção Psicossocial na cidade do Rio de Janeiro são chamados para que possamos produzir uma problematização sobre o cuidado no vasto campo da Reforma Psiquiátrica Brasileira. A partir de conversas com Franco Basaglia, fomos tecendo certos apontamentos sobre o que podemos apresentar como um cuidado que se preocupe mais em inventar a existência do que em adaptá-la.
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A partir da análise de práticas da psicologia no Brasil, o presente artigo busca problematizar os modos de subjetivar e experienciar o território na cidade. Com o procedimento de acontecimentalização proposto por Michel Foucault, mapeamos algumas linhas que incidem na produção da experiência com o território no percurso de constituir-se a cidade moderna, o que inclui a análise dos modos de subjetivar e das políticas de Estado, de governo, públicas. A partir deste estudo problematizamos a noção de intenCidade como um conceito intercessor para analisar as políticas e as intervenções em psicologia que potencializem as composições de uma experiência citadina coletiva e pública.
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Tradução de GROS, F. Problématisation. In: BERT, J.-F. & LAMY, J. Michel Foucault: un héritage critique. Paris: CNRS, 2014, p. 124-126. Tradutor: Alessandro Francisco.
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Este trabalho tem como objetivo apresentar como se configuraram, a partir do campo da medicina, os comportamentos indicadores de risco no diagnóstico de usuários do álcool. Para isso, analisamos os textos que abordam a questão do alcoolismo presentes nos Archivos rio-grandenses de medicina, revista publicada pela Sociedade de Medicina do RS no período de 1920 a 1943. Nossa discussão consiste em identificar como o saber médico contribuiu para a constituição de um discurso sobre o consumo de bebidas alcoólicas relacionado a comportamentos de risco na conduta dos indivíduos. Interrogamos os regimes de verdade sustentados por esses saberes, que, a partir de certo número de discursos, se tornam produtores de modos de ser sujeito dito potencialmente perigoso, apontando para uma possível articulação entre o uso de álcool, o crime e a doença mental.
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Festas e brincadeiras são fenômenos culturais presentes em Plataforma, região do Recôncavo da Bahia. Os objetivos do estudo são recuperar a memória histórica relacionada às festas e brincadeiras de origem colonial na referida região e compreender a função formativa dessas práticas através de sua influência sobre o dinamismo psíquico dos participantes. O estudo se pauta na perspectiva dos saberes vigentes no tempo histórico em que tais práticas foram elaboradas e transmitidas. Através de fontes primárias do período colonial, como cartas jesuíticas, bem como de fontes secundárias, o resgate histórico feito proporcionou a obtenção de dados sobre festas e brincadeiras de Plataforma, como a Festa de São João e a corrida de Argolinha. Fica claro que a proposta destas práticas culturais era de comunicação e persuasão e, para tanto, visava atingir as potências psíquicas (sensações, sentidos e entendimentos) dos participantes através de uma construção que articulava retórica, saberes psicológicos e pedagogia.
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O artigo visa acompanhar alguns desafios presentes em uma escola pública regular no processo de inclusão escolar de alunos surdos. Apresentamos, de um lado, posicionamento ético, político e epistemológico contra as tentativas de classificação da vida e, de outro lado, a afirmação da potência dos encontros entre surdos e ouvintes. Observamos que ainda hoje há um projeto político de inclusão baseado em referenciais normativos, no qual as diferenças são desqualificadas. Enfatizamos a importância da Libras e do intérprete nos contextos educativos, a relevância da comunicação entre surdos e ouvintes num ambiente onde circulam duas línguas completamente distintas: a Libras e o Português.
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Neste artigo analisamos a militância e o apoio de jovens a um candidato a prefeito na cidade do Rio de Janeiro, nas eleições de 2012. Partindo da noção de subjetivação política, examinamos inicialmente as experiências resultantes das relações entre juventude e política no contemporâneo. Em seguida, dialogamos o enquadramento teórico exposto com o material colhido em entrevistas semi-estruturadas com três jovens militantes da campanha eleitoral. Tal articulação visa discutir os sentidos que os jovens militantes dessa campanha atribuíram às suas ações, uma vez que este coletivo os afetou como estratégia mobilizatória e atrativa para apostarem no desejo de mudança da realidade. Concluímos que esse processo eleitoral representou uma possibilidade de renovação do quadro político vigente e que os jovens movidos pelo desejo de transformação da sociedade se engajaram nesse projeto político coletivo.
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O presente trabalho se propõe a trazer reflexões acerca de um percurso de estágio no Serviço Residencial Terapêutico da rede pública de saúde mental numa cidade da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro e das elaborações subsequentes da experiência de estágio. Apresentaremos o trabalho desenvolvido no Serviço Residencial Terapêutico (SRT), os encontros com um morador deste serviço e os desdobramentos clínicos que daí sucederam. Caminhando com os conceitos de análise da demanda, analisador e outros da Análise Institucional; da proposta da Gestão Coletiva dos Sonhos; do conceito de agenciamento, entre outros, apresentamos uma clínica do território como proposta de trabalho para o SRT, a Reforma Psiquiátrica brasileira e as políticas públicas de saúde.
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O presente trabalho é parte de um processo de pesquisa que visa problematizar os efeitos do saber-poder da produção de conhecimento delimitada em torno de um objeto (múltiplo, diverso, mas amiúde considerado único) e chamada de Psicologia, a partir de Foucault, buscando criar/pensar conexões com algumas produções da autora Donna Haraway, mais conhecida pelos seus estudos de gênero. Foram pinçadas algumas noções consideradas importantes e possíveis de elaborar alguma articulação. São elas: a crítica à ideia de humanidade como universal genérico e as possibilidades de fazer frente a isso com o dispositivo Ciborgue, bem como as propostas de colocar em questão as práticas científicas e seus efeitos de verdade. Propondo a genealogia como método, também queremos escapar das narrativas de origem, tanto nas nossas práticas de pesquisa como no exercício da função de psicólogo.
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Este trabalho parte da seguinte pergunta disparadora: “o que pode a literatura”? A fim de analisar o campo problemático instaurado por ela, buscamos fazer um estudo do problema inspirados nas contribuições do pensamento blanchotiano no tocante à relação literatura/subjetividade/clínica. Através das noções de desobramento, silêncio e solidão, nosso objetivo será o de evidenciar práticas de criação de espaços únicos e inéditos em meio à lógica produtiva contemporânea. Dessa maneira, os trabalhos de Maurice Blanchot nos interessam não só pelo que propõem ao campo da criação literária, mas principalmente por tratar de aspectos políticos, estéticos e éticos de suma importância aos estudos da subjetividade. Por fim, nossa aposta neste trabalho é a de que ele amplie o campo de estudo da clínica voltada aos processos de subjetivação, propondo nova experimentação conceitual dedicada vivamente à pesquisa do pensamento blanchotiano.
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Deriva das interferências institucionalistas na formação do psicólogo no Brasil a experiência de intervenção em uma escola pública que (re)traçamos em texto. O fio que nos atravessa é referente às práticas e aos desejos construídos historicamente em formas sociais, questionando os especialismos que conformam a formação psi hegemônica. A perspectiva do passeio institucional lança-nos às questões de como entrar em um estabelecimento e promover processos analíticos das relações estabelecidas. A partir de muita insatisfação com diversas práticas na escola, articula-se um espaço autogestionário para tratá-las, visando permitir uma discussão aberta das questões que emergem no cotidiano. Focam-se os critérios e os modos de avaliação dos alunos na escola, mas um investimento na heteronomia pelo Sistema de Gestão Integrado (SGI) se contrapõe ao processo autogestionário. No artifício da escrita, acabaram por se recortar quatro perspectivas sobre o processo de intervenção, que pode ser caracterizado pelo fracasso.
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