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Em outubro de 2011 aconteceu o VII Colóquio Internacional Michel Foucault, promovido pelo Grupo de Pesquisa Michel Foucault, do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O evento, que reuniu professores e estudantes de várias áreas do conhecimento e procedentes de diversas regiões do Brasil e do exterior, celebrou o cinquentenário de publicação de História da loucura na Idade Clássica, célebre livro de Foucault, e teve como tema “O mesmo e o outro”. Este livro reúne textos elaborados pelos participantes e discutidos no evento. A obra apresenta reflexões acerca de variados temas relacionados a História da loucura na Idade Clássica e das decorrências que ele suscita.Entre análises sobre o campo da medicina psiquiátrica, sobre as políticas e práticas da psiquiatria e sobre abordagens da loucura em diferentes âmbitos, os autores desta obra certamente contribuem para os desdobramentos do pensamento de Michel Foucault e para proporcionar novas investigações nas mais diversas áreas do saber.
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Cet article analyse à partir de la revue Infância Excepcional (« Enfance Exceptionnelle »), publiée entre 1930 et 1940, complétée par des documents inédits, les activités de la « Maison du Petit Marchand de Journaux » de Belo Horizonte (Brésil). Cette institution d’accueil pour enfants et adolescents des rues fut fondée en 1934 d’après les recommandations d’Helena Antipoff (1892-1974), psychologue russe invitée au Brésil, à partir de 1929, pour enseigner la psychologie et promouvoir l’Éducation Nouvelle dans les écoles de la région. Le parcours singulier de cette éducatrice qui débuta sa carrière au sein d’institutions russes destinées aux enfants et adolescents en risque social durant la période post-révolutionnaire (1917-1924) est à appréhender au regard de sa filiation intellectuelle avec le psychologue Édouard Claparède (1926-1929) dont elle fut l’assistante à l’Institut Jean-Jacques Rousseau de Genève. L’article revient sur l’engagement transfrontalier d’Helena Antipoff en faveur de ces enfants et de ces adolescents en risque social au sein d’institutions inspirées des « Républiques d’enfants » dont les principes rejoignent, pour certains d’entre eux, ceux de l’école active.
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O presente artigo não possui uma unidade teórica nem metodológica; seus referenciais são amplos e distintos, não defende sólidos princípios e não irá seguramente tão fundo quanto outros artigos já publicados sobre este tema. Queremos apenas nos aventurar no debate e abrir mais uma caixa de diálogo com todos aqueles brasileiros que, apaixonados pelo futebol, são verdadeiros craques, participantes ativos, e que na história do futebol contribuem com um saber intuitivo que, tanto quanto o conhecimento técnico, tático, estratégico, é sempre confrontado em cada partida, nesse campo cheio de embates, surpresas, desafios, onde, como no jogo da vida, nem tudo que se prevê ou deseja acontece. Mesmo sabendo que o real sempre nos surpreende no presente, não podemos nos permitir esquecer o passado, perder de vista a nossa memória, pois nossa memória será sempre uma forma de não botar para escanteio nossa história. E assim, seguimos, com alguns recortes, iniciando a partida com um olhar sobre a História do Brasil e, particularmente, do Rio de Janeiro na transição dos finais do século XIX e inícios do século XX, não para enquadrar o futebol em hipóteses científicas, mas para conversar com ele na sua arte plena de contradições e conflitos - sua dupla face de inclusão e exclusão, de autoritarismo e democracia - para se aproximar das surpreendentes jogadas de todos os dribladores, que estão muito além das quatro linhas de um campo de futebol.
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Este trabalho tem por objetivo analisar os marcos iniciais dos estudos psicológicos sobre a memória, apresentando suas bifurcações, as quais poderíamos designar como relativas ao ‘laboratório’ e à ‘clínica’. Para tanto, são apresentados alguns autores relevantes desse campo no século XIX, buscando articulação com os escritos de Freud do mesmo período. A diretriz adotada é a crítica de Merleau-Ponty feita ao mecanicismo em ‘A Estrutura do Comportamento’. Observa-se, ao final, a importância desse tema nos textos de Freud dessa fase, em particular quanto ao que é postulado nesse momento como aparelho de linguagem.
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Trata-se de conversas que expressam uma escolha ético-estético-política para mostrar as tessituras do trabalho com dispositivos da análise institucional, da cartografia, das políticas de cognição e da formação inventiva de professores nos territórios distintos da escola e da universidade. As conversas são tecidas entre professoras da escola e da universidade, para evidenciar a pesquisa pelo meio, lá onde ela acontece: no chão da escola. Há conceitos que funcionam como dispositivos de resistência em campos tão predefinidos, tais como: micropolítica e formação inventiva de professores. Micropolítica é uma experimentação ativa, pois não se sabe antecipadamente como é que se desenha o traçado de uma experiência. Formação inventiva de professores é uma questão de aprendizado de como manter vivo um campo problemático, deixando vibrar as forças intensivas para que estas possam criar formas e desformar cristalizações nas trajetórias de vida. Conversas coletivasque enunciam diferentes modos de viver escola e universidade.
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O presente trabalho parte das discussões do grupo de pesquisa Gestão Coletiva dos Sonhos acerca do estatuto da imagem e da percepção trabalhadas por Jean-Paul Sartre em seu livro A imaginação. Tomando a percepção como imediata e como construção social e cultural, tentamos pensar a Gestão Coletiva dos Sonhos como possibilidade de o sujeito experienciar, por meio do trabalho em grupo com os sonhos, a criação de novos campos de percepção coletivamente compartilhada. Apostamos que a partir do momento em que o sujeito se apropria de maneira criativa da percepção como construção de mundo, pode levar o poder inventivo dos sonhos para a vida de vigília, sendo capaz de se posicionar como ativo no processo de criação de campos perceptuais diferentes dos hegemonicamente construídos.
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Este artigo buscou trazer à tona alguns dos embates vividos no processo de uma pesquisa de doutorado, em que se teve como temática acompanhar o funcionamento e as implicações das lan houses nas favelas de Acari e Santa Marta, cidade do Rio de Janeiro (RJ). Na confecção deste texto fizemos um recorte na pesquisa para discutir e compartilhar alguns aspectos que permearam a composição dos lugares do pesquisador e do objeto de pesquisa neste processo e os conflitos da pesquisadora no que tange a tal lugar e ao que se denomina pesquisar. Para tanto, nos aliamos às ferramentas da Análise Institucional Francesa, mais especificamente ao que René Lourau designa como análise de implicações.
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Este trabalho acompanhou a participação de usuários de serviços públicos de saúde mental numa investigação multicêntrica, parte de uma Aliança Internacional de Pesquisa, em que usuários, inicialmente sujeitos pesquisados, foram tornando-se pesquisadores. Investigou-se o que estas pessoas puderam dizer sobre a experiência de adoecer e receber tratamento e traçou-se uma cartografia da participação dos usuários na pesquisa, servindo-se do conceito de ritornelo, de Deleuze e Guattari. Os temas tomados em análise foram aqueles que, suscitados pela pesquisa, persistiram na voz dos usuários ao longo do projeto multicêntrico: relações com o outro; importância da participação nas atividades sociais, principalmente no trabalho; relação com os medicamentos. A ampliação das informações sobre o tratamento passou pelo reconhecimento da própria experiência pelo usuário e, articulada à sua participação ativa no processo da pesquisa – caracterizada como pesquisa com e não pesquisa sobre – produziu transformação de si e mudança de lugar.
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O tema da beleza perpassa a reflexão teórica e a trajetória existencial de Agostinho de Hipona, desde seus inícios. Acompanhamos neste trabalho o percurso realizado por este autor acerca do significado da experiência da beleza em obras analisadas em ordem cronológica e pertencentes aos diversos gêneros literários que caracterizam a produção do mesmo: oratória sagrada, tratados filosóficos e teológicos e cartas. O nosso objetivo é analisar na perspectiva desse autor, as relações entre a experiência de beleza concebida como elemento dinamizador dos posicionamentos pessoais (pois a beleza é o elemento desencadeador do processo cognitivo e da dinâmica afetiva) e a constituição do ser pessoa enquanto tal. A análise leva em conta o significado que para Agostinho assume a experiência, entendida não apenas como experiência sensorial e sim como saber, conhecimento que envolve ao mesmo tempo sensação e afeto e cujo primeiro objeto é a própria pessoa. Neste âmbito, a experiência da beleza é abordada sistematicamente por Agostinho, seja do ponto de vista da descrição da vivência do belo nos diversos domínio da realidade, seja do ponto de vista do significado conceitual e psicológico desta vivência.
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O presente trabalho pretende contribuir com a ampliação do debate sobre a responsabilização penal de adolescentes. Desde que o Estatuto da Criança e do Adolescente instituiu uma forma diferenciada de responsabilizar estes jovens, a idade de penalização tornou-se uma polêmica. A discussão gira em torno de explicações individualistas sobre a criminalidade tendo por principal parâmetro para a penalização a ideia de maturidade. É importante compreender o contexto em que estes argumentos são construídos para poder ampliar a análise acrescentando outros importantes elementos históricos e sociais que marcam a compreensão sobre o crime e sobre as respostas que a sociedade dá àqueles que transgridem a lei. O percurso histórico legislativo relativo à infância e juventude, no Brasil, também auxilia na compreensão de que a redução da idade penal não serve a redução da violência, mas sim, ao aumento da penalização de jovens pobres.
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Este artigo analisa a emergência do trabalho como prescrição terapêutica no contexto da Assistência a Alienados em Minas Gerais, entre 1900 e 1934, com o objetivo de discutir três questões: 1) a vinculação entre a ação de fazer o louco trabalhar e uma prática terapêutica; 2) o modo como o trabalho é tomado pelas políticas e práticas alienistas brasileiras nas primeiras décadas do século XX; 3) os deslocamentos que se vinculam à prescrição do trabalho dentro e fora das instituições para alienados. Para o desenvolvimento desses objetivos, foram pesquisados documentos que tratam da criação da Assistência a Alienados e de seu ordenamento. A análise se fundamenta nas proposições foucaultianas, especialmente em suas formulações sobre o governo dos outros.
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Neste artigo pretende-se entrar no debate acerca do conceito de atividade como unidade de análise na Psicologia. Mais especificamente o fazendo por meio de um possível diálogo entre Vigotski e Politzer. Identificam-se diversos pontos de conexão existentes entre os autores, apresentando-se alguns destes. A convergência mais importante referese à formulação de que o “ato concreto” / “atividade prática” seria o termo ou unidade de análise da Psicologia.
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O presente artigo se propõe a discutir as forças de odelização do corpo na atualidade com vistas a propor uma micropolítica que permita tornar visíveis as possibilidades deste corpo em seu aspecto sensorial. Trata-se de considerar o corpo em sua potência de abertura às experimentações com as forças do mundo. Para tanto, são tomadas como apoio discussões sobre a noção de risco como captura ou criação e sobre as formas de cuidado de si e os modos de subjetivação contemporâneos. É feito um debate sobre uma corporeidade que parece temer o risco, se privando do inusitado e do inesperado em um pretenso controle da realidade.
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O presente ensaio busca mapear algumas linhas de força que trespassam as legislações brasileiras destinadas a crianças e adolescentes, debruçando-se, em particular, sobre os capítulos que legitimam o aprisionamento de jovens. Através de uma linguagem agenciada pelas artes literárias – crônica e conto – e cênicas – dramaturgia –, sobrevoa paisagens do Código de Menores de 1927, também conhecido como Código de Mello Mattos, bem como do Código de Menores de 1979 e do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990. O texto organiza-se da seguinte maneira: em um primeiro momento, são apresentados três arquivos de datas distintas – 2012, 1982 e 1952 – pelos quais se busca enunciar as diferenças e semelhanças acerca do funcionamento de instituições criadas a partir de tais legislações com o intuito de “reeducar” adolescentes infratores; em um segundo momento, segue-se a apresentação de dois diferentes contextos onde, respectivamente, adolescentes em cumprimento de Medida Socioeducativa de Internação procuram o “responsável” por seu aprisionamento, e um estudante de doutorado em Psicologia Social encontra pistas acerca da criação do estranho conceito de Socioeducação.
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O presente artigo tem o objetivo de problematizar a política pública de assistência social a partir de nossas experiências enquanto assistente social e psicóloga da área e também de nossas dissertações de mestrado, apresentadas ao Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Os questionamentos suscitados ao longo do texto foram produzidos por meio de nossa relação com os usuários e também com os profissionais e gestores que atuam nesta política. Assim, pretendemos colocar em análise a política pública de Assistência Social e os conceitos de “vulnerabilidade social” e “risco”, relacionando-os ao que Michel Foucault definiu como biopoder. Para tanto, utilizaremos como referência autores como Foucault, Guattari, Scheinvar, Nascimento, entre outros.
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O artigo objetiva analisar os atravessamentos das tramas da história nas práticas psi. Especificamente o ensaio destaca o período da ditadura militar no Brasil e seus efeitos políticos na clínica e nas instituições da saúde mental. Pretende, à luz das categorias de cotidiano e criação de Maurice Blanchot, e das reflexões de Walter Benjamin sobre história e memória, problematizar o relato autobiográfico no qual o eu do narrador apresenta-se como o protagonista da história narrada.
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