Pesquisar
Bibliografia completa 4.008 recursos
-
Este texto, traduzido do espanhol por Leonardo Pinto de Almeida, foi originalmente publicado no livro Esbozos III – Barthes, Lo neutro (2019) de Juan Carlos Gorlier, sob o título Hacía lo neutro.
-
Pensar a formação no âmbito da universidade pressupõe enfrentar caminhos controversos e ampliar a disponibilidade para a invenção, de modo a criar desvios para a força acachapante das formatações institucionais acadêmicas vigentes. Apresentam-se aqui experiências engendradas na graduação em terapia ocupacional que se dão na tangência com as artes e reivindicam a processualidade como via principal para encontrar formas em estabilidade temporária, que articulem palavras, corpos e imagens e que sejam suficientes para potencializar os estudantes para seguirem em formatividade, na graduação, na clínica, na vida. Tais dispositivos de formação agenciam encontros entre estudantes, terapeutas ocupacionais, artistas e outros profissionais, pessoas com experiências diversas de sofrimento e/ou em situação de vulnerabilidade, projetos, instituições, textos, ideias, trajetos, danças, cantos, gestos, silêncios... engajando a experiência na fabricação de uma subjetividade mais porosa e sensível aos contatos com o mundo, e ao mesmo tempo inscrevendo-a num plano comum, na dimensão política da vida.
-
A escrita diarista é feita diariamente, ou quase, para registrar algo de importância para quem escreve e também para possíveis leitores. No evento “O devir escrita da vida nos serviços de saúde”, em setembro de 2017 na Faculdade de Saúde Pública/USP, foi discutida a escrita do diário institucional que traz dimensões relativas ao funcionamento das instituições. Trata-se de um meio do pesquisador/a-analista institucional analisar suas implicações. A implicação, nesta oficina, foi analisada a partir das relações estabelecida pelos profissionais com suas práticas cotidianas, tendo em vista o atual contexto político do país, de fortes ataques às políticas sociais, especialmente ao SUS. A proposta deste texto é evidenciar a relevância do diário institucional nas práticas dos profissionais no SUS, a partir dos diários de seis participantes que se dispuseram compartilhar fragmentos de seus diários que serão apresentados, acompanhados das ressonâncias produzidas em sua leitura com aportes teórico-metodológicos da Análise Institucional.
-
Processos de ensino-aprendizagem trazem inúmeros desafios, exigindo dos educadores reflexão constante sobre os modelos que os orientam. Além dos desafios técnicos, encontramos na formação em saúde a necessidade de desenvolver reflexão sobre conceitos e contextos, trabalho em equipe, escuta, sensibilidade, entre outros. Neste artigo, apresentamos os Cadernos Colaborativos enquanto dispositivo de produção e acompanhamento do processo formativo-criativo de alunos de graduação de Terapia Ocupacional na Universidade Federal de São Paulo. Tal experiência consistiu na produção dos Cadernos e na realização de narrativas pelos estudantes, no diário e ensaio fotográfico da pesquisadora. Possibilitou uma interferência neste grupo envolvendo diferentes linguagens: escrita, desenho, colagem, pintura etc., e nos levou a diferentes problematizações, entre elas: a potência deste dispositivo enquanto registro, elaboração e produção de pensamento, além dos embates provocados pela proposta colaborativa e em co-criação e questões que emergiram em relação à formação do profissional de saúde com seus desafios, potências e contradições.
-
Este artigo tem como objetivo analisar o uso da escrita de cartas como intercessor em experiências de formação profissional. O trabalho desenvolvido no âmbito do Plantão Institucional – atendimento oferecido pelo Serviço de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da USP a profissionais que atuam em diferentes instituições do campo da saúde, da educação e da assistência social –, que visa a agir no enfraquecimento e na estagnação dos quais os integrantes dos grupos se queixam com frequência, e a reflexão acerca da função da escrita como constitutiva de realidade junto a graduandos e pós-graduandos em Psicologia inspiraram o desenvolvimento de uma estratégia que faz uso da escrita endereçada. Entendemos que a escrita de cartas pode ser considerada uma forma de enfrentamento dos efeitos de assujeitamento e da sensação de impotência relatada pelos grupos. Com o intuito de discorrermos sobre a estratégia e seus efeitos, traremos excertos de cartas produzidas em uma oficina da qual participaram profissionais que atuam no campo da saúde pública e que estavam dispostos a se debruçar sobre impasses vividos no cotidiano institucional.
-
O presente trabalho busca contextualizar o campo conceitual acerca das políticas cognitivas, apostando na construção narrativa como parte intrínseca tanto dos processos de pesquisa quanto da expressão dos resultados encontrados. Aqui, a produção de uma experiência narrativa se apresenta e se produz ao longo do trabalho em si. Assim, ao partir da análise da trajetória de formação em psicologia e do acompanhamento de um Grupo de Gestão Autônoma da Medicação (GAM), nos colocamos a pensar o que são as políticas cognitivas dentro da História da Psicologia e de sua afirmação enquanto Ciência. Com o objetivo de repensar o tema da formação, propomos a discussão acerca da metodologia de pesquisa-intervenção de perspectiva cartográfica, apontando a potência da narrativa da experiência para os estudos da subjetividade. Nesse percurso, apresentamos o conceito de enação e o modo como as definições dos modelos cognitivos impactam nos modelos de formação, especificamente na formação em saúde mental.
-
Frente aos problemas de saúde apresentados na universidade pública nos dias atuais, somos forçadas a repensar a formação dos alunos de psicologia. Visando propor uma formação mais baseada na experiência compartilhada do que na transmissão de informação, criamos dois dispositivos: uma oficina de experimentação corporal e estética e um caderno coletivo. Os dispositivos foram propostos numa disciplina eletiva sobre Arte e Psicologia oferecida no curso de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nosso objetivo neste texto é apresentar o processo de criação destes dispositivos, analisando e acompanhando alguns de seus efeitos. Para isso realizamos uma pesquisa-intervenção baseada no método da cartografia. Concluímos que a exposição do corpo e a escrita coletiva abriram espaço para a exposição da vulnerabilidade e do sofrimento dos estudantes. Acontecimentos e temas partilhados produziram participação e a experiência do cuidado no processo de formação, fazendo surgir novos modos de habitar a universidade.
-
O presente artigo se destina a apresentar um breve exame dos levantes brasileiros de junho de 2013, ocorridos no contexto de revoltas que eclodiram em diversos países, a partir de 2011, especialmente os árabes e nos Estados Unidos, todos atravessados direta ou indiretamente pela grave crise econômica mundial causada pela falência do banco Lheman Brother’s, em 2008. Procura, especificamente, colocar em análise a relação entre os processos de subjetivação conduzidos pelo conteúdo do jornal O Globo em suas reportagens, fotos, artigos e editoriais sobre os levantes e o modo como são capturados os sentidos das manifestações populares que ocorreram nas chamadas Jornadas de Junho.
-
O artigo é parte de uma tese de doutoramento, cujas reflexões têm origem na história oral de vida de 16 pacientes transplantados cardíacos do Ambulatório de Transplante Cardíaco da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. As narrativas foram obtida por meio da História Oral de Vida e analisadas conforme a perspectiva de Lev. S. Vigotski, que dá um destaque especial para a questão dos afetos. Essas histórias de vida estão armazenadas no Banco de Memórias e Histórias de Vida (BMHV). A história oral propicia o aparecimento de narrativas muitas vezes guardadas só com os pacientes; aqui elas foram resgatadas e os relatos daqueles que foram submetidos ao transplante cardíaco foram de certa forma valorizados. O transplante cardíaco, ainda que seja uma realidade para algumas poucas pessoas, é um evento coletivo que gera um código comunicativo de efeito comunitário que envolve todos os afetados. Os seres humanos são muito semelhantes entre si e o que os faz diferentes são suas histórias.
-
O objetivo deste estudo foi analisar as técnicas, saberes e práticas tidas como psicológicas no Rio de Janeiro da Primeira República (1889-1930). Nesse sentido, pautou-se por uma metodologia que priorizou o levantamento de fontes bibliográficas primárias (artigos, livros e relatórios técnicos de época). Constatou-se, como resultado da pesquisa empreendida, que ocorreram aproximações e convergências entre áreas da psicologia aplicada que, posteriormente, iriam ocupar institucionalmente espaços bem separados. Assim, verificou-se que a designação de dado saber, prática ou técnica configurada como "Psicologia" não foi sempre configurada em áreas de aplicação independentes. Nessa perspectiva, segue uma linha diversa de abordagens históricas que primam por setorizar práticas psicológicas, sendo a principal contribuição do artigo para o campo da história da psicologia justamente a de mostrar que uma eventual “História da Psicologia do Trabalho”, no período investigado, não era absolutamente distinta de áreas, hoje classificadas, como as da “História da Psicologia Clínica”, ou da “História da Psicologia Escolar”.
-
O objetivo desta pesquisa é o estudo da experiência de imigração descrita nas cartas e nas memórias de Claire Lange. Analisamos as vivências por ela narradas, considerando a função psicológica das cartas enquanto vínculo do imigrante com seu passado. Focamos a dinâmica psicológica e as vivências relatadas pela autora à luz do texto “O Estrangeiro” de Alfred Schutz e à luz da fenomenologia de Edmund Husserl e de Edith Stein. Nos relatos de Claire foram encontradas vivências perceptivas, afetivas, de temporalidade e vivências espirituais de fé, concomitante às categorias de análise do texto de Schutz. No que diz respeito a estas categorias, evidenciamos três grupos de vivências: as primeiras vivências do estrangeiro como recém-chegado; a crise; os mecanismos de superação da crise. Conclui-se pela possibilidade de superação da crise através do compartilhamento de vivências com a alteridade presente nas relações sociais representadas pelos destinatários das cartas, e também na dimensão transcendente do divino.
-
No presente artigo, temos como objetivo investigar elementos da vida e do pensamento do psicanalista austríaco Karl Weissmann, que viveu no Brasil entre 1921 e 1989. Para tanto, analisamos uma diversidade de arquivos, em especial seus próprios livros e artigos, visando discutir aspectos de seu trabalho com a psicanálise. Damos destaque para seu primeiro livro, publicado em 1937, época em que Weissmann desponta como psicanalista e intelectual de renome no país. A análise de seus textos evidencia uma leitura da psicanálise centrada no desenvolvimento da libido através das fases propostas por Freud, com um perfil de maturidade definida. Essa leitura possibilitou a Weissmann trabalhar psicanaliticamente no campo da criminologia, traçando tipos de crime a partir de transtornos no desenvolvimento. Ressaltamos a compatibilidade entre seu pensamento e o ideário político da Era Vargas, sobretudo quanto às noções de família e de infância, em sua relação com a perspectiva de desenvolvimento nacional.
-
O problema da objetividade na escrita de uma biografia sempre assombrou os biógrafos. No caso dos estudos biográficos de Freud, essa questão é ainda mais complexa, já que seus primeiros biógrafos eram psicanalistas que tentavam mesclar o método biográfico e o psicanalítico. Discutiremos inicialmente a relação do biógrafo com seu sujeito e o grau de objetividade que é possível atingir ao narrar a vida de alguém. O problema da transferência e das distorções que ela introduz no texto também é abordado. Em seguida acompanharemos os biógrafos de Freud, percorrendo textos desde 1923, para compreender como eles tratam os desafios da relação biógrafo-biografado.
-
Estudos para identificar eventuais relações entre a criação artística e a psicopatologia – desde o século XIX, na Europa – influenciaram o pensamento brasileiro acerca desse tema. O objetivo deste artigo, sob a óptica da história das ciências da saúde, consistiu em analisar as perspectivas, ao longo do século XX, segundo as quais as doenças neurológicas e psiquiátricas de Machado de Assis foram determinantes na criação e no conteúdo de suas produções literárias. A partir de um referencial teórico e metodológico baseado em Bakhtin, verificou-se que muitos autores consideraram a epilepsia de Machado de Assis o principal elemento responsável por seu ato criador, o que permitiu revisar a apropriação de diferentes teorias psiquiátricas no Brasil, assim como diversos conceitos teóricos.
Explorar
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (1.844)
- Conferência (1)
- Livro (480)
- Seção de livro (1.172)
- Tese (511)
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (405)
-
Entre 2000 e 2024
(3.599)
- Entre 2000 e 2009 (1.082)
- Entre 2010 e 2019 (1.643)
- Entre 2020 e 2024 (874)
- Desconhecido (4)