A sua pesquisa
Resultados 1.172 recursos
-
Este trabalho é parte dos resultados de pesquisa mais ampla intitulada “As instituições universitárias e a construção da reforma psiquiátrica em Minas Gerais anos 60, 70 e 80”, Investiga-se a formação universitária oferecida no curso de Psicologia da Universidade Federal de Belo Horizonte. O objetivo principal é identificar e avaliar a participação das variáveis de cultura formal em processos de mudança social, investigando as relações das principais instituições de credenciamento profissional de nível superior em psicologia e psiquiatria com o processo de reforma psiquiátrica em Minas Gerais.
-
Pesquisadores interessados no método genealógico são convidados a buscar pelas descontinuidades e rupturas na história. Logo, este artigo enfoca o método genealógico, usado por Michel Foucault, na análise do poder psiquiátrico no século XIX. Há alguns métodos de Foucault avaliados neste artigo: (a) Análise das práticas psiquiátricas e (b) Análise das formações discursivas – respectivamente os métodos genealógico (a) e arqueológico (b) descritos por Foucault. O saber psiquiátrico da época era baseado em tratamento moral da loucura, punição e outras táticas descritas por Foucault. No termo "genealogia", há a sugestão das origens complexas e mundanas das práticas psiquiátricas no século XIX. O asilo funcionava como um espaço médico demarcado pelo poder. As questões da direção administrativa, as técnicas de questionamento e punição os símbolos do conhecimento psiquiátrico tornaram-se temas principais no estudo de Foucault.
-
As relações entre estudos em história da psicologia e estudos de representações sociais são analisadas, visando evidenciar as convergências entre objetivos e metodologias utilizados. Argumenta-se que, no caso dos estudos em história da psicologia de orientação externalista é importante demonstrar as conexões entre o contexto sócio-cultural e a elaboração das teorias em psicologia, seja no período pré-científico, seja no período de desenvolvimento da psicologia científica. Também os estudos das representações pretendem demonstrar as conexões entre o contexto sócio-cultural e a elaboração e difusão de redes de significados compartilhados que constituem o saber do senso comum, muitas vezes observando as relações entre conhecimento científico e senso comum. As metodologias de análise das representações sociais são semelhantes às metodologias de estudo da história de conceitos científicos.
-
Este trabalho trata-se de um relato de experiência profissional e é fruto de uma visita do Prof. Dr. Irmão Henrique Justo a Fortaleza, integrando a mesa redonda intitulada Histórias da História da Psicologia Humanista no Brasil promovida pelo Laboratório RELUS do Mestrado em Psicologia da Universidade de Fortaleza. Da sua comunicação traçamos seu percurso como o pioneiro da Psicologia Humanista no Brasil: desde informações sobre sua formação profissional até um pouco de sua trajetória na Psicologia, principalmente no tocante ao seu encontro com Carl Rogers e com a Abordagem Centrada na Pessoa. Para tanto, valemo-nos de sua própria perspectiva, mantendo a fidedignidade de seus relatos e o seu tom experiencial. O contato com o Ir. Henrique Justo foi de muito aprendizado para os autores deste texto, o que nos motivou a continuar escrevendo as histórias da história da Psicologia Humanista no Brasil.
-
As discussões na filosofia socrático-platônico e em Aristóteles sobre a ética geraram uma psicologia intelectualista. Tal psicologia resultou da procura pelo especificamente humano (areté), compreendido enquanto a racionalidade como princípio organizador da conduta. O objetivo de nosso artigo é expor esta psicologia intelectualista, considerando-a como um paradigma antropológico que demarcou grandes temas acerca da compreensão do humano. A presença da herança intelectualista sobre a psicologia científica do século XX é identificada na psicologia moral de Piaget e em Daniel Dennett. Epistemológica e historiograficamente nosso artigo mostra que a compreensão da psicologia construída no século XX é beneficiada quando consideramos sua relação com grandes paradigmas antropológicos que estabeleceram as principais bases acerca da discussão sobre o homem. O exame desta relação exige considerar um passado que vai além da construção da psicologia na modernidade.
-
Este trabalho apresenta uma modalidade de abordagem do fenômeno da violência pela via do horizonte propiciado na dimensão da ética. O propósito deste artigo consiste em examinar as relações entre ética e violência no que diz respeito a suas possíveis conseqüências psíquicas. A partir do modo como violência é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca sua articulação com vários temas como força, poder, política, terror e burocracia. Será apontada e discutida a dimensão ética a partir de uma situação paradigmática para a reflexão posterior sobre a situação de violência e vulnerabilidade. Apresentamos uma posição quanto às relações entre ética e violência: estas não deveriam ser pensadas apenas a partir da concepção imediata da vítima mas deve-se ressaltar uma espécie de transmissão intergeracional e intercultural da vulnerabilidade. Isso é compatível com a repetição que se verifica em numerosas formas de violência em vários contextos culturais.
-
Este artigo tem como foco a área portuária do Rio de Janeiro, traduzida nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, localizada na região central da cidade. A abordagem da pesquisa que originou o trabalho, interdisciplinar e interinstitucional, problematiza questões do espaço urbano e da memória nele construída e ressignificada por seus moradores. Analisa, ainda, a literatura produzida sobre o tema, pelos principais cronistas da história urbana, no sentido de indicar as transformações ocorridas na área portuária ao longo dos séculos, no duplo olhar dos historiadores e das pessoas comuns que sofrem os efeitos das mudanças urbanísticas nem sempre pautadas nos interesses das populações mais pobres da cidade.
-
Este artigo busca elucidar como Machado de Assis desenvolveu o tema da memória nos contos “Dona Paula”, “Missa do Galo” e no romance “Dom Casmurro”. No conto “Dona Paula”, podemos encontrar uma complexa relação entre a memória, o inconsciente e o conteúdo emocional da memória. Em “Missa do Galo”, Machado cria um narrador capaz de relatar uma vivência passada, mas que, ainda assim, não toma consciência do sentido não verbal do episódio vivido; todavia, no momento em que o narrador expressa sua experiência, ele anuncia nas entrelinhas e no estilo narrativo esse sentido não verbal. E no romance “Dom Casmurro”, observamos como Machado representou a memória não como coisa fixa, mas como algo que pode se alterar e se reorganizar pela linguagem expressiva e se deformar pela imaginação e por fatores inconscientes.
-
O artigo relata a pesquisa sobre a experiência de produção de duas imagens – a bandeira e o altar biográfico – em Morro Vermelho, uma comunidade rural e tradicional brasileira. Foram colhidos depoimentos de sujeitos envolvidos no processo de criação das imagens. Analisou-se fenomenologicamente os dados, com atenção à centralidade da pessoa nos processos sociais e culturais. Utilizou-se os conceitos de hilética, noética, dinamismo psíquico na visão aristolético-tomista e memória coletiva, para compreender os sentidos que emergiram entre pessoa, imagem e cultura. Foi possível identificar uma relação dinâmica entre os dados sensoriais (hyle), como cores e figuras, e a expressão de significados próprios da comunidade. A produção das imagens pelos moradores se torna significativa dentro da comunidade, por se encontrar profundamente enraizada nas suas tradições mantidas pela memória coletiva. A força de significado dessa memória na experiência da pessoa permite que a produção da imagem se torne verdadeiramente produção de cultura.
-
Aprofundando a contribuição da fenomenologia hermenêutica de Paul Ricoeur para um enfoque histórico e cultural da psicologia, este texto focaliza o desenvolvimento histórico do pensamento filosófico sobre o Ser, a Consciência e a Subjetividade. Situa a perspectiva do autor no contexto das transformações atuais da filosofia, da fenomenologia e das ciências humanas e sociais. Mostra como este enfoque possibilita não apenas a descrição e interpretação dos sentidos da consciência e das representações históricas, mas também o estudo histórico e cultural dos fundamentos dos processos psicossociais, das transformações pessoais e das transformações de grupos e comunidades. Ressalta a importância do estudo da linguagem e da interpretação, da narração e do universo cultural para que se possa melhor entender o sentido dos documentos e testemunhos levantados pelas pesquisas de campo.
-
Este trabalho visa discutir idéias contidas em uma tese de Medicina da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro datada de 1836, na qual os principais conceitos investigados são os de paixões, afetos da alma, gratidão, amizade e amor à pátria. Busca-se investigar as tendências de compreensão das concepções acerca dos temas citados, dando principal relevo às influências sofridas pelos saberes da época, quais sejam, filosóficos, científicos, literários, etc. Como referencial teórico para este artigo, utilizamos os conceitos de “operações dos usuários” de Michel de Certeau e de “bricolagem” de Claude LéviStrauss, que tornam-se, neste ensejo, ferramentas para a compreensão da maneira como se desenvolve a discussão feita pelo autor da tese. É importante lembrar que as obras de Medicina eram um dos principais canais para a difusão de saberes psicológicos no século XIX, fato que fundamentou o interesse na presente investigação.
-
Este artigo é um ensaio teórico que analisa a palavra “construtivismo” no contexto da teoria epistemológica de Jean Piaget. Além disto, discute o modo como os educadores do ensino básico compreendem e utilizam este conceito, especialmente a partir da década de 1970. As teorias da linguagem de Mikhail Bakhtin e Walter Benjamin foram utilizadas como referências para a análise do sentido da palavra “construtivismo” no contexto das práticas discursivas dos professores do ensino básico. O uso meramente instrumental da linguagem e a preocupação exclusiva com métodos e técnicas de ensinoaprendizagem, nos cursos de formação de professores, são abordagens consideradas inadequadas para dar conta da complexidade do ato educativo, merecendo uma avaliação crítica dos profissionais da área.
-
O tema felicidade é visto sob o prisma de um texto autobiográfico medieval da teologia cristã, utilizando-se do livro A vida Feliz de Santo Agostinho, no qual o autor se empenha na discussão sobre a felicidade com base no conhecimento da verdade na interioridade da alma. Como pensador da memória, Santo Agostinho faz a sua autobiografia, inscrevendo-se, assim, na busca constante do amor de Deus, pois a felicidade é um dom dado por Ele. A vida feliz agostiniana só pode ser alcançada na busca de Deus. É voltando-se a Ele que a pessoa poderá atingir a verdadeira felicidade e a completude do seu ser. Marca, assim, um desenvolvimento pessoal, capaz de olhar profundamente dentro de si mesmo, em uma incursão autobiográfica, registrando na História, o hino de vida e esperança na vida feliz.
-
O artigo apresenta a introdução das idéias relativas à psicanálise de crianças no Brasil nas primeiras décadas do século XX, na obra de Arthur Ramos. Partindo de uma investigação histórica, foram destacados da obra de Arthur Ramos os trabalhos dedicados ao tema da análise de crianças. Identificou-se a ocorrência de duas fases distintas e complementares no que concerne as características de sua produção psicanalítica. Na primeira, o autor limita-se a introduzir os conceitos psicanalíticos no meio educacional, familiarizando os professores com esta forma de pensamento. Na segunda, é introduzida uma prática de assistência a crianças com problemas escolares que foi inspirada na teoria psicanalítica e desenvolvida em Clínicas de Orientação Infantil. Conclui-se que com base nas formulações psicanalíticas e no trabalho prático, Ramos introduziu inovações no entendimento das dificuldades escolares da criança.
-
Tendo por base suas próprias lembranças, mas trazendo para acompanhá-la falas de professores com os quais partilhou a experiência da implantação (1970-1982) de um dos primeiros programas de pós-graduação, a autora traça, em linhas gerais, alguns aspectos que marcam o período quanto ao vivido no país e na psicologia da época. Volta a 1963 e 1968, datas que marcam profundas alterações na instituição, descrevendo condições que propiciaram proposta comprometida com uma psicologia social diferente e com a formação de pesquisadores para a realidade brasileira. Acatando princípio segundo o qual uma data expressa ajuste de contas com o tempo anterior, descreve a experiência até a proposta do doutorado, detalhando projetos, atividades, vicissitudes em três movimentos: da criação à primeira autoavaliação (1970-75); das primeiras defesas ao debate de projetos desenvolvidos por colegas em outras áreas e países (1976-80); e, finalmente, o movimento em direção à proposta do doutorado (1981-82), consolidando o projeto.
-
Evidenciam-se contribuições da Fenomenologia à discussão sobre o conceito de experiência na Psicologia contemporânea. Negação da experiência enquanto categoria gnosiológica leva a fragmentação do vivido, redução a representação ou a reações, negação do sujeito. Husserl aponta as raízes: objetivação do sujeito questiona fundamentos da cultura ocidental. Duas posições decisivas na formulação daquele conceito e constituição da Psicologia: (1) experiência subentende juízo; (2) experiência como sensação. Esta fundamenta a Psicologia moderna. Tal redução do conceito leva à crise da Psicologia científica: a inviabiliza como ciência da pessoa. A Fenomenologia (Husserl e Stein) repropõe a centralidade da experiência distinguindo vivência de experiência; síntese passiva de síntese ativa; a atitude própria das Ciências Naturais daquela das Ciências do Espírito. Experiência tem como centro a pessoa: eu-no-mundo; agente por ter experiência determinada e ordenada do mundo, podendo habitá-lo; tem experiência privilegiada do corpo próprio.
-
O objetivo deste artigo é discutir a teoria dos temperamentos, partindo de informações contidas em alguns tratados do Corpus Hippocraticum e contribuições de Galeno, bem como alguns de seus desdobramentos. Segundo essa doutrina, a condição de saúde depende do equilíbrio de humores corpóreos, sua combinação ocasiona os temperamentos e existem relações entre o caráter do homem, temperamento, aparência física e afetos. A teoria humoral tinha tanto aspectos médicos propriamente ditos como psicológicos. Alguns autores afirmam que no século XV ocorreu a decadência dessa teoria, mas ela esteve presente não apenas na Idade Média (por exemplo, em Tomás de Aquino), como em obras do início da Idade Moderna (como de autores jesuítas), e persistiu nos regimes médicos do século XVIII. Apesar de ter sido abandonada pela maioria dos médicos no século XIX, até hoje são encontrados resquícios da mesma.
Explorar
Autor
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (501)
- Livro (141)
- Seção de livro (340)
- Tese (190)