A sua pesquisa
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Este artigo focaliza a relação entre o filósofo-historiador Michel Foucault, o oralista italiano Alessandro Portelli e o documentarista Eduardo Coutinho no que esses três autores problematizam a respeito da subjetividade como produção, da verdade enquanto circunstanciada - abrindo um campo de possíveis - e da história enquanto lugar onde se engendram singularidades. Iniciamos o trabalho com um breve histórico sobre os caminhos da História Oral, mostrando a importância da relação entre as narrativas orais e a subjetividade do narrador, destacada por Portelli, adunando suas ideias à contribuição de Coutinho, que prioriza a verdade em toda a sua contingência. Articulado a esses dois autores, trazemos o pensamento crítico de Foucault quanto aos modos de sujeição impostos ao homem no decorrer dos séculos, especialmente com respeito à figura do louco-criminoso encarcerado no interior dos manicômios.
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A partir do desenrolar de pequenas cenas vividas no cotidiano de uma escola pública da rede de educação do Município do Rio de Janeiro, este artigo pretende colocar em análise algumas questões acerca do tempo oportuno (a figura kairós entre os gregos) do inesperado, capaz de romper certas repetições da rotina do tempo sucessivo de Cronos, comum às forças normalizadoras das práticas pedagógicas. Com base em autores como Deleuze e Guattari, Certeau e principalmente Michel Foucault, discute o processo de judicialização da palavra de ordem que, invadindo a rotina das escolas, naturaliza as evidências e nos obriga a evitar a experimentação com o inesperado. Trata-se neste texto de proposta de desconstrução das certezas que nos impõem essências para os atos da rotina, de outra perspectiva para qual o tempo descontínuo traz a surpresa das diferenças e nos obriga à renovação dos fundamentos. O que se pretende para a pesquisa com o cotidiano não é propriamente um método, mas um êthos, uma atitude, uma tarefa, uma interrogação crítica de nós mesmos educadores como experimentação cotidiana de uma ética do acontecimento para um devir educação.
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O artigo estuda um grupo de cartas elaboradas no âmbito da Companhia de Jesus: as Litterae Indipetae, pelas quais jovens jesuítas pedem ao Superior geral da Companhia para servirem nas Missões. As Indipetae transmitem a particularidade da vivência de cada autor, na busca de explicitar suas motivações quanto ao desejo de ir atuar nos contextos missionários do além-mar. Configura-se assim a grande riqueza desta documentação do ponto de vista psicológico. Nossa hipótese é a de que tais fontes carregam significativos conteúdos de elaboração pessoal, tendo em vista a definição do próprio projeto de vida. O recorte espaço temporal de nossa análise compreende dois grupos de cartas elaboradas por jesuítas italianos respectivamente no século XVII (período da Antiga Companhia), XIX e XX (período da Nova Companhia). Os resultados da análise apontam para aspectos de continuidade e descontinuidade e evidenciam na vontade o motor principal do processo subjetivo documentado na narrativa.
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Inspirado na perspectiva genealógica proposta por Michel Foucault, este artigo faz uma análise dos prontuários de crianças e adolescentes internados no Hospício São Pedro em Porto Alegre/RS, entre os anos de 1884 e 1929, tomando também outras fontes primárias, tais como relatórios administrativos dos médicos-diretores desse estabelecimento e produções científicas publicadas por alienistas e psiquiatras no período em questão. Analisaram-se os diagnósticos atribuídos às crianças e adolescentes nessa época, assim como as estratégias disciplinares de normalização dos corpos anômalos e das condutas desviantes, buscando dar visibilidade às condições históricas e políticas que possibilitaram a emergência dos discursos sobre tais patologias. Discute-se a relação entre alienação, pobreza e periculosidade que sustentou práticas moralizantes, higienistas e eugênicas na passagem do século XIX ao século XX. Busca-se, assim, problematizar a patologização dos modos de ser criança e adolescente que vem proliferando na atualidade, acompanhada por terapêuticas corretivas cada vez mais recorrentes, tomando a história como ferramenta metodológica para pensar o presente.
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Se realiza un estudio historiográfico comparativo del desarrollo de la ciencia psicológica en Argentina y Brasil entre 1930 y 1980, analizando el papel de la psicología en la planificación estatal y las relaciones entre el modelo científico y el modelo profesional, basado en el análisis de variedad de fuentes primarias y secundarias. Hasta el inicio del proceso de creación de las carreras de psicología, se descubren procesos análogos de recepción y constitución del campo disciplinar e institucional, destacándose el lugar de la ciencia psicológica en la planificación estatal. Posteriormente, se registran las diferencias más significativas. En Argentina la cultura científica tendió a desplazarse afuera de dichas carreras, al igual que el apoyo estatal a la investigación psicológica. En Brasil, desde la década de 1960, el desarrollo tecnológico del sudeste y la dictadura militar propiciaron la difusión de una cultura psicológica en la clase media urbana. El Estado financió fuertemente los programas de posgrado y de investigación en las universidades.
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A presente nota de pesquisa consiste na apresentação de um modelo de criação e disponibilização de um arquivo de documentos em História dos Saberes Psicológicos e da Psicologia no Brasil, a partir da organização e classificação do arquivo pessoal de Marina Massimi, professora e pesquisadora na área. A execução deste trabalho visou facilitar o acesso de pesquisadores e estudantes, bem como da própria pesquisadora às informações contidas neste fundo documental. Buscou-se ordenar estes documentos históricos de forma prática e simples, de modo a possibilitar a continuidade de sua organização, uma vez que se trata de um arquivo ativo. Pelo fato de Massimi atuar na área de História da Psicologia e História dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira, seu arquivo constitui um vasto fundo documental formado ao longo de suas atividades de pesquisas desenvolvidas em arquivos do Brasil e do exterior, dentre os quais podemos citar as Bibliotecas Vaticana, Casanatense, Ambrosiana; a Biblioteca de Milão; a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, de Porto, Braga e Lisboa; as antigas Bibliotecas da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Direito de São Paulo; a Biblioteca Nacional, a Biblioteca do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro; a Biblioteca da Casa dos Bispos de Mariana e outros acervos mineiros, etc. O acervo contém, assim, fontes documentais raras e significativas para as áreas citadas, distribuídas entre correspondências, peças de oratória, tratados, catálogos, cartas indipetae e outros. Por tratar-se de um trabalho em andamento, o presente artigo limita-se à descrição da organização do primeiro grupo de documentos pertencentes a este acervo: o grupo de documentos textuais.
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As questões que norteiam este trabalho se desdobraram das experimentações na Residência Multiprofissional de Saúde Mental, a partir da qual foi elaborada a seguinte indagação: o que queremos ao cuidar e quais efeitos este ato produz? Com intuito de problematizar esta questão, foram discutidas as noções de saúde e doença que instrumentalizam atos de cuidar, para, então, propor a noção nietzschiana de grande saúde como possibilidade de outra forma de experimentar o cuidado, enquanto produção singular de infinitas formas de ser, pensar, viver e estar no mundo.
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O presente artigo se propõe a fazer uma breve análise dos processos que compõem e atravessam a assistência às pessoas egressas do sistema prisional em livramento condicional, em cumprimento de pena no regime aberto e/ou de penas restritivas de direito. Essa análise se faz a partir da experiência de um estágio profissional de psicologia em um Patronato, unidade da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro para assistência a essas pessoas. Propomos ampliar algumas análises referentes à temática do cuidado “pós-muros”, chamando a atenção para os processos de despotencialização da população atendida e dos trabalhadores do Patronato. Dentre esses processos incluem-se a criminalização da população pobre, o assistencialismo herdado da cultura judaico-cristã e a burocratização dos processos de trabalho, além de uma preponderância de políticas estatais que reforçam os efeitos do capitalismo neoliberal junto à população pretensamente assistida. A produção de tais processos justifica as apostas dessa escrita.
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Este artigo é um desdobramento da pesquisa de mestrado em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo, realizada no Centro Acadêmico Livre de Psicologia (CALPSI) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) entre 2011 e 2013. Investigou-se quais os modos de organização da Entidade e o que suas práticas colocavam em cena, bem como as reverberações e efeitos do fazer e da militância estudantil. Analisaram-se três episódios que atualizam princípios, como a autogestão, a democratização e a invenção de novos modos de organização nos movimentos sociais, expressando a emergência de personagens políticos motivados por uma ética da reflexão e análise, colocando as práticas do CALPSI em questão.
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O objetivo deste estudo é discutir a diversidade epistemológica e os critérios de cientificidade presentes nas publicações em periódicos (2009-2012) na área de Psicologia Social. Para fazer essa discussão, realizamos uma pesquisa documental que associa as publicações de professores-pesquisadores de Programas de Pós-Graduação instituídos no Rio Grande do Sul com as classificações Qualis periódicos formulada pela CAPES. Desse modo, buscamos contribuir com as discussões sobre os processos sociais que propiciam os protagonismos epistemológicos.
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Trabalho apresentado no Seminário TECENDO VOU SENDO: TESSITURAS A PARTIR DA OBRA DE ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO. PPGPSI/PPGAVI/ 22 de junho de 2012.
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Neste artigo visamos a pensar algumas apropriações de tecnologias de guerra e de controle social nas políticas bélicas transnacionais mobilizadas em nome da paz mundial e construímos breves provocações a respeito do posicionamento dos organismos multilaterais, em especial da Organização das Nações Unidas (ONU), frente à extensão do emprego de tecnologias remotamente tripuladas acionadas para matar em nome da defesa social. Por meio de uma história do presente, interrogamos como o biopoder, intensificado por tecnologias remotamente controladas e justificado por relatórios que pretensamente seriam anteparos à violação de Direitos Humanos, aciona os racismos difusos que orientam ataques bélicos pautados pelo combate ao terror e pela democratização mundial. Os organismos multilaterais, em tempos neoliberais, formam parte das alianças biolíticas que sustentam a intensificação dos mecanismos de segurança e políticas de dizimação.
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Tradução de LARRAURI, M. Verité et mensonge des jeux de vérité. Rue Descartes nr. 11, novembro de 1994. Paris: Albin Michel. Tradução de Heliana de Barros Conde Rodrigues.
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Este artigo busca analisar criticamente o fenômeno das manifestações de Junho de 2013 que ocorreram na cidade de São Paulo, iniciado com o reajuste do preço do transporte urbano. A argumentação tem início no levantamento de dados políticos e econômicos que contextualizam as manifestações, para, então, apresentar como a ação policial, sua estrutura no Estado de São Paulo e a mídia influenciaram o mesmo. O artigo propõe que os eventos devem ser lidos como intimamente relacionados ao cenário de massificação social que ocorre nos grandes centros urbanos contemporâneos, como a transformação da vida pública em uma vida de sociedade numérica, supostamente homogênea em seus interesses comuns, assim como a criação artificial de minorias. Argumenta-se que os protestos buscavam também ultrapassar as barreiras que cancelam a possibilidade de uma vida que saiba se relacionar com a alteridade urbana.
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O artigo procura cartografar algumas das linhas de força que sustentam o funcionamento das medidas socioeducativas. Trata-se da continuação de “Se um Testemunho na Escuridão dos Arquivos”, publicado pela Revista Mnemosine vol.9, n.2. Previstas pelo artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA: Lei 8.069 de 13 de julho de 1990 –, as medidas socioeducativas são aplicadas quando um ato infracional, ao qual é passível atribuir a responsabilidade de adolescente – 12 a 18 anos – torna-se comprovado. Contudo, quais seriam as condições de possibilidade que tornam esta operação possível na contemporaneidade? Quais as principais estratégias conceituais utilizadas pela socioeducação, com quais poderes fez/faz aliança, que tipo de corpo – atitudes, comportamentos, gesto, hábitos, discursos – produz, o que faz circular, o que paralisa? O artigo está divido em dois momentos: Um pouco de possível, senão sufoco, onde se conta como dois adolescentes infratores criaram para si uma linha de fuga; e O pouco de possível que nos sufoca, quando dois amigos, numa conversa de bar, debatem a importância do pensamento de Antônio Carlos Gomes da Costa para a socioeducação brasileira. Este ensaio prepara caminho para última etapa da pesquisa, onde se pretende mapear a invenção das medidas socioeducativas.
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Refletir sobre os “tempos de vida” é como entrar em um labirinto de ideias, onde vários caminhos se cruzam. Entretanto, qual deles foi escolhido para conduzir esta escrita? Sob a análise da memória está uma definição de tempo e de história. Adotamos aqui uma escolha que segue os rastros de uma compreensão de memória, inicialmente em diálogo com os textos de Maurice Halbwachs, em seguida, com Walter Benjamin, além de outros pequenos desvios promissores que incluem o pensamento de outros autores que nos acompanham nesta análise, como por exemplo, Paul Ricoeur, Pierre Nora, Marcio Selligmann-Silva e Jeanne Marie Gagnebin. A proposta é o reconhecimento da memória e de seus duplos como desafio para a escrita da história, uma escrita cujo compromisso é a intenção política da rememoração.
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O presente artigo discorre sobre a experiência do grupo Coletivo Fila ao acompanhar familiares de adolescentes internados provisoriamente na Fundação de Atendimento Socioeducativo (FASE) do Rio Grande do Sul. Nas oficinas realizadas pelo grupo junto aos familiares, são compartilhadas histórias centradas na violência de Estado vivenciada por eles, evocando as marcas da ditadura civil militar no Brasil, cujos efeitos seguem na clandestinidade. Tendo em vista o testemunho como ferramenta potente para trazer à luz tais narrativas, resgata-se a necessidade de uma discussão sobre as políticas de esquecimento e silenciamento no Brasil.
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A psicanálise foi introduzida no Brasil a partir de 1920 contribuindo para o surgimento de novas práticas de atenção à saúde da criança. Assim, o presente artigo tem por objetivo discutir a articulação entre a psicanálise e as práticas voltadas à saúde mental da criança surgidas a partir de 1930 por intermédio da obra de Durval Marcondes, pioneiro na difusão e utilização na psicanálise no Brasil. Foi realizada uma pesquisa histórica a partir de levantamento da obra de Durval Marcondes e da equipe por ele liderada circunscrita no tema em epigrafe. A partir deste material identificou-se que a partir da articulação entre higiene mental, escola nova e psicanálise, desenvolveu-se um serviço pioneiro de atendimento à crianças com problemas escolares sustentado na avaliação diagnóstica e na orientação de pais e professores. Conclui-se que este trabalho introduziu a diferenciação entre criança com déficit cognitivo e problemas emocionais e lançou as bases das intervenções psicodiagnóstica e psicopedagógica.
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- Entre 1900 e 1999 (118)
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Entre 2000 e 2025
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