A sua pesquisa
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Contexto: As visões dos psiquiatras sobre a relação mente-cérebro (RMC) têm marcantes implicações para a clínica e a pesquisa, mas há carência de estudos sobre esse tema. Objetivos: Avaliar as opiniões dos psiquiatras sobre a RMC e se elas são suscetíveis ou não a mudanças. Métodos: Realizamos um levanta- mento sobre as visões que os psiquiatras possuem sobre a RMC imediatamente antes e após um debate sobre a RMC no Congresso Brasileiro de Psiquiatria de 2014. Resultados: Inicialmente, entre mais de 600 participantes, 53% endossaram a visão de que “a mente (o ‘Eu’) é um produto da atividade cerebral”, enquanto 47% discordaram. Além disso, 72% contestaram a visão de que “o universo é composto apenas de matéria”. Após o debate, 30% mudaram de uma visão materialista da mente para uma perspectiva não materialista, enquanto 17% mudaram na direção oposta. Conclusão: Os psiquiatras se interessam por debates sobre a RMC, não possuem uma visão monolítica sobre o tema e suas opiniões estão abertas a reflexões e mudanças, sugerindo a necessidade de mais estudos em profundidade e de debates rigorosos, mas não dogmáticos sobre o tema.
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O presente artigo propõe-se a discutir os encontros e desencontros entre a Psicologia e a Escola, problematizando a heterogeneidade de posições acerca do fracasso escolar. Foi realizada uma revisão de artigos científicos na base SciELO, utilizando o descritor "Psicologia Escolar". Foram selecionados 32 artigos publicados a partir de 2003, que tratavam de estudos no contexto brasileiro e que faziam uma discussão sobre a inserção da Psicologia na Escola. A leitura minuciosa e a análise dos artigos originaram três eixos de discussão: A inserção da Psicologia na Escola: ideologias em comum; Resistências e tensionamentos: o nascimento do desencontro entre a Psicologia e a Escola; e Perspectivas em pauta: uma abordagem que considera a constelação escolar. A discussão evidenciou que a Psicologia foi introduzida na Escola por meio de um modelo médico/clínico, responsabilizando o aluno pelo fracasso escolar. A superação desse modelo ocorreu na medida em que esse fenômeno passou a considerar outras implicações.
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Este trabalho é efeito de pesquisas de mestrado e doutorado desenvolvidas na Universidade Federal Fluminense desde 2004, somadas à atual investigação-ação, que visa a problematizar que sentido de política a supervisão clínico-institucional implica quando age como um agenciador de forças, e não de identidades. Para tanto, tomamos em análise a rede de atenção psicossocial de uma área do município do Rio de Janeiro-RJ, partindo da apreciação do dispositivo-supervisão do território. Tal dispositivo visa a ampliar o sentido de política a partir de uma aliança intensiva ativadora de conectividade e de produção de coletivos. Palavras-chave: subjetividade; supervisão; política de aliança intensiva; rede de atenção psicossocial.
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This article briefly describes (a) how ANPEPP was started and its first few years of activities, (b) the planning, implementation, evaluation, and recommendations by participants in the first symposium that led to future symposia format, and (c) ANPEPP's evolving activities from 1988 to 2014, taking one of its working groups (grupos de trabalho [GTs]) as an example. The analysis suggests that ANPEPP is playing a vital role in promoting fruitful interactions among researchers, contributing to a broad research agenda, and building a rich database of psychological knowledge in Brazil.
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O alvo deste trabalho é examinar os efeitos de subjetivação produzidos pelas práticas psi, notadamente as oriundas do campo clínico. Para tal tomaremos como ferramenta-chave o conceito de tecnologias ou técnicas de si, desenvolvido na última fase dos escritos de Michel Foucault, nos anos 1980. Tais tecnologias são analisáveis em componentes como substância, askesis, práticas de si, e teleologia. A partir destes componentes, Foucault estabelece alguns sistemas éticos específicos, dentre eles, a hermenêutica de si cristã, que seria fundamental para o surgimento dos saberes psi. Contudo, mais do que sugerir uma aplicação do conceito foucaultiano às práticas psicológicas, o campo de estudos da Antropologia da Ciência ou Epistemologia Política, como também é chamado, nos permite fazer um estudo das técnicas de si presentes nas práticas clínicas atuais. Para tal, seguimos com uma pesquisa de campo realizada com dispositivos psicológicos específicos, na Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ. Ao longo da pesquisa acompanhamos as distintas técnicas terapêuticas que são colocadas em prática neste espaço por estudantes do curso de psicologia sob orientação de profissionais mais experientes, sendo este estágio uma parte do processo de formação dos primeiros. Além de entrevista com estagiários, a pesquisa conta com outros recursos como entrevista a pacientes e supervisores e observação participante.
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Describimos y analizamos la recepción del conductismo en Argentina y Brasil, a través de dos ejemplos: la Universidad Nacional de San Luis y la Universidade Federal de Minas Gerais. En Argentina, desde 1960 el conductismo fue ampliamente criticado. Excepcionalmente en San Luis en la década de 1970 hubo un grupo de estudiantes y psicólogos jóvenes que fue receptivo a este modelo por razones ideológicas, profesionales y científica. En Brasil, durante esas décadas, la creación de carreras de grado de psicología comenzó a extenderse. El conductismo circuló a través del laboratorio didáctico del análisis del comportamiento. La recepción del conductismo en estos países nos ayuda a entender la circulación del conocimiento psicológico en diferentes lugares. También nos muestra cómo cada uno de estos sitios ha incorporado el conductismo en su propio contexto.
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O artigo pretende mostrar que os exercícios espirituais, conforme os denomina Hadot, não apenas unem os textos da filosofia antiga como foram praticados por Nietzsche e Foucault. Os exercícios espirituais constituíam práticas de si que visavam a criar condições para que alguém se colocasse em ação na confecção da própria existência, afirmando assim um singular modo de vida. Nietzsche e Foucault, mediante seus experimentos com as formas como o pensamento ocidental se apresentou na história, tanto retomaram essa discussão da filosofia antiga como a encarnaram em suas trajetórias existenciais. O compromisso com a liberdade de pensamento por eles assumido prossegue uma desejável fonte de inquietação para as práticas educativas no contemporâneo. Palavras chave: Pierre Hadot; exercícios espirituais; Nietzsche; Foucault.
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O artigo apresenta resultados de uma pesquisa que investigou a apropriação de ideias de Jean Piaget divulgadas na Revista do Ensino (1925-1940), entre 1930 e 1940. O periódico, publicado pela Inspetoria Geral da Instrução de Minas Gerais, era responsável pela divulgação dos princípios da Escola Nova no âmbito da reforma educacional mineira. A análise da revista revelou a existência de onze textos em que há citações diretas a Piaget. Esses textos podem ser divididos em dois grupos em termos de gênero: um conjunto formado por discursos, resenhas e notícias e outro representado por artigos que tratam da criança e de seu psiquismo. Desse conjunto de artigos, analisamos seis textos que trazem apropriações do conceito de egocentrismo ao lado da socialização do pensamento. Como conclusão, entendemos que, no periódico estudado, o psicólogo suíço era tomado como referência para as discussões do impacto do ambiente sobre o desenvolvimento psíquico da criança.
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In Memoriam
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Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a relação entre o postulado da intencionalidade da consciência, proposição maior da Fenomenologia, e a experiência da meditação. Distingue a meditação, como experiência humana vivida a partir de uma consciência intencional (consciência-de) e a meditação vivida como experiência do vazio da consciência-de (consciência pura, silêncio absoluto). Identifica, na linguagem da espiritualidade mística, a primeira, como uma experiência de não-dualidade e, a segunda, como uma experiência de unidade, e aponta que o percurso para se viver uma e outra se inicia a partir da consciência mundana, que se crê dual, que separa sujeito e objeto, observador e observado, pensador e pensamento. Coteja as concepções ocidental e oriental de consciência, eu, vazio e vacuidade e registra a relação entre consciência e liberdade. Encontra, na poesia, a linguagem que melhor expressa a experiência da meditação, sobretudo a vivida como vazio da consciência-de, como consciência pura, silêncio absoluto.
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O artigo busca elucidar alguns elementos da relação entre Dilthey e Husserl concernentes ao tema da psicologia descritiva. Para ambos os autores, a investigação das formações culturais exige, para sua fundamentação, a abordagem da vida psíquica do sujeito. Em primeiro lugar, o artigo expõe alguns elementos históricos da relação entre Husserl e Dilthey. Em segundo lugar, apresenta o projeto de Dilthey em sua obra Ideias para uma psicologia descritiva e analítica. Ao final, é discutida a avaliação de Husserl frente às concepções de Dilthey, bem como as diferenças e as relações entre a concepção hermenêutica de Dilthey e a concepção da psicologia fenomenológica husserliana, entendida como ciência eidética.
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A expansão dos cursos de Psicologia e a aceitação social desta ciência e profissão no Brasil, a partir da década de 70 do século passado, possibilitaram a criação de veículos de comunicação que facilitassem a difusão de conhecimentos e de fazeres psicológicos. A revista Psicologia Atual começou a ser publicada em 1977 e perdurou até 1986, sob a responsabilidade do Grupo Editorial Spagat. A presente pesquisa teve por objetivos identificar diferentes conteúdos associados à Psicologia Humanista publicados na revista, as diferentes abordagens teóricas veiculadas por ela, os seus proponentes e depreender significados que lhe eram atribuídos. Os conteúdos identificados foram categorizados em artigos, entrevistas, publicidade e reportagem. A seguir foram identificadas abordagens teóricas às quais as inserções se referiam. Os dados foram analisados pelo método descritivo-interpretativo. Os resultados indicaram um expressivo número de publicidade, em diferentes modalidades. A maior parte delas se referia ao Psicodrama, seguido pela Gestalt-Terapia e pela Abordagem Centrada na Pessoa. Em menor número, identificaram-se artigos e reportagens que tratavam de temas contemporâneos à época. Conclui-se que a difusão da Psicologia Humanista, por vezes estava associada à práticas corporais ou não psicológicas e que representou uma possibilidade de liberdade de expressão frente ao cenário político daquele contexto histórico.
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O artigo que segue apresenta a relação entre a loucura e a sociedade no Brasil ainda colônia, seguido da análise das mudanças ocorridas neste campo com a chegada da família real, período imperial e a recém proclamada república. Destas mudanças, vê-se no ato da maioridade de Pedro II a primeira legislação que relaciona saúde mental e tratamento, necessariamente hospitalar. Estudamos aqui as legislações de caráter nacional e as alterações na formatação da assistência em saúde mental decorrentes das mesmas no período compreendido entre os anos de 1841 e 1930, com paralelo ao estudo e evolução do alienismo e da psiquiatria nascente como disciplina médica, bem como campo de conhecimento crescente.
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A pesquisa objetivou apreender fenomenologicamente a experiência de pessoas atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas no contexto da prática de Acolhimento. A estratégia de análise consistiu na construção de narrativas intersubjetivas que possibilitaram descrever, compreender e interpretar elementos da experiência vivida pelos clientes. A síntese das narrativas evidenciou elementos significativos: sentimentos ambivalentes sobre o consumo de drogas; esperança de recuperação; percepção distorcida em relação a si mesmo, denotando dificuldade no contato com a realidade; importância dos relacionamentos interpessoais no desencadeamento da dependência às drogas e também no processo de recuperação; angústia como elemento desencadeador para buscar ajuda profissional. Foi constatada a relevância de se disponibilizar um encontro dialógico como facilitador para que o cliente possa resgatar o contato consigo mesmo de maneira mais realística e assim aderir ao tratamento.
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Tradução de CAILLAT, F. Introduction. In: CAILLAT, F. Foucault contre lui-même. Paris: PressesUniversitaires de France (PUF), 2014, p. 07-19. Tradução e notas: Alessandro Francisco.
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O presente artigo parte da hipótese de que na sociedade moderna e pós-moderna se criam subjetividades que aprofundam a sensação de desamparo, na medida em que os laços são atacados. Na Guerrilha do Araguaia, movimento revolucionário ocorrido como forma de reação à ditadura brasileira, a violência foi usada como instrumento que visava à destruição de um movimento político e de pessoas envolvidas com este. A Psicologia, regulamentada no Brasil no contexto de um regime ditatorial, colocou o seu saber teórico/prático a serviço da repressão e ocupou lugares que legitimaram a violência institucionalizada. Os seus desdobramentos, seja de afastamento ou não dessas atuações acríticas, chegam às nossas práticas atuais. Para a problematização dessas questões, partimos de um breve estudo da sociedade pós-moderna, passando pela história recente do Brasil em relação à ditadura militar. Finalizamos o trabalho fazendo uma breve análise das entrevistas sobre a Guerrilha do Araguaia trazidas por um documentário.
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Pensar a produção e o uso de fármacos e de psicofármacos no presente nos inquieta e nos move a uma escrita que interroga as práticas medicalizantes e medicamentosas da vida em nome das tentativas de garantir segurança biopolítica empreendedora de performances potencializadas e anestesiadas e de disciplinas ordenadoras de corpos úteis e dóceis. O ensaio que ora apresentamos interroga as relações entre saúde, economia e as funções de poder saberpsiquiátrico-terapêuticas que conjugammedicamentos e normalização de condutas como respostas a problemáticas e situações complexas no plano da constituição de nossas existências.
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- Entre 1900 e 1999 (118)
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Entre 2000 e 2025
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