A sua pesquisa
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O presente estudo trata do oculto manifestado através de fenômenos excepcionais da consciência – transes mediúnicos, experiências místicas, automatismos e experiências anômalas de cura – e sua relação com a obra do psicólogo e filósofo William James (1842-1910). Portanto, sua delimitação converge para o contexto científico do período vitoriano-eduardiano inglês e estadunidense. A pesquisa em sua fase inicial priorizou a exegese de fontes primárias tais como: The Principles of Psychology, Psychology: Briefer Course, The Varieties of Religious Experience e A Pluralistic Universe. Foram analisados também, artigos contidos em outros volumes da mesma coleção The Works of William James tais com Essays in Psychology, Essays in Psychical Research, Essays in Radical Empiricism e Essays, Comments, Reviews. Igualmente, esse estudo lança mão de literatura secundária relacionada à história da vida e obra de William James e da médium Leonora Piper (1857-1950), bem como de outros intelectuais que de alguma forma se associaram ao seu trabalho. Já a segunda fase dessa pesquisa, consistiu na busca por material de arquivo inédito a esse tipo de estudo. Cartas, cadernos de anotações, apontamentos de conferências, manuscritos, marginália, transcrições e relatórios de pesquisas oriundos dos William James Papers mantidos na Houghton Library na Harvard University em Cambridge nos Estados Unidos e também dos Society for Psychical Research Papers preservados na Wren Library e na Cambridge University Library em Cambridge na Inglaterra foram fotografados, totalizando mais de 2.000 páginas de documentos na sua maioria ainda não publicados. A tese se desenvolve de forma tripartite e embora esse não seja um estudo biográfico, a pesquisa adota uma abordagem cronológica na apresentação dos textos de William James aqui selecionados. Na primeira parte, o estudo expõe os vários conceitos de oculto na história até chegar à sua relação com os fenômenos excepcionais da consciência no contexto do objeto dessa pesquisa. Na segunda, ela demostra a importância do oculto na vida e obra de William James, e defende que esses fenômenos foram relevantes para a configuração dos limites e definição do alcance de uma ciência radical da mente vislumbrada por ele. Na terceira e última parte, a tese apresenta indícios e evidências que deixam transparecer que James tenha colocado esse projeto em prática. Com a apresentação de documentos inéditos que demonstram a participação do oculto na concepção e desenvolvimento do conceito de Fluxo de Consciência, a tese conclui que a psicologia jamesiana guarda dívida maior a essa classe de fenômenos do que narra a sua história. As conclusões mais relevantes desse estudo são: que o interesse de James pelo oculto era mais do que mera excentricidade; que os muitos anos de interesse e dedicação aos fenômenos ocultos tiveram papel significativo no desenvolvimento de seu projeto psicológico. Isso significa que para se entender a obra de William James de maneira mais completa, a interface entre o oculto e sua psicologia deve ser considerado; que a investigação dos fenômenos chamados paranormais que envolvam aspectos de exceção da vida mental pode representar um caminho legítimo para a compreensão da natureza humana em sua expressão mais abrangente.
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A linguagem constitui uma ferramenta importante para o homem, possibilitando-nos conhecer o mundo e nos comunicarmos. Dentro da psicologia, ela também é importante, pois através dela psicólogos formulam teorias sobre a vida mental. Entretanto, ao longo da história, filósofos e psicólogos têm identificado limites e problemas no uso da linguagem. Nesse contexto, o presente trabalho destaca a contribuição de William James (1842-1910). Mesmo ressaltando a importância da linguagem, James identifica que o emprego da linguagem na psicologia, já no seu início, é problemático, devido a sua ligação com o senso comum, que possui uma linguagem objetiva e imprecisa, dificultando a descrição da vida subjetiva. Além disso, há outros dois casos onde observamos os limites da linguagem. O primeiro é quando tentamos representar a vida mental consciente, que funciona como um fluxo, pois não conseguimos captar nem descrever todas as partes do fluxo. O segundo é o caso das experiências religiosas, que por possuírem um caráter emotivo dificultam a descrição racional. Dessa forma, as questões levantadas por James nos levam a reflexões importantes sobre a possibilidade e os limites das investigações psicológicas.
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This book reassesses the seminal work of Wilhelm Wundt by discussing the history and philosophy of psychology. It traces the pioneering theorist’s intellectual development and the evolution of psychology throughout his career. The author draws on little-known sources to situate psychological concepts in Wundt’s philosophical thought and address common myths and misconceptions relating to Wundt’s ideas. The ideas presented in this book show why Wundt’s work remains relevant in this era of ongoing mind/brain debate and interest continues in the links between psychology and philosophy. Featured topics include: *Theoretical and philosophical foundations of Wundt’s early work in scientific psychology. *Wundt’s conception of scientific philosophy in relation to his theory of knowledge. *The epistemological dimensions of Wundt’s final project in scientific psychology. Wundt and the Philosophical Foundations of Psychology is a valuable resource for researchers, professors, and graduate students in cognitive and related psychology and philosophy disciplines.
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Uma das peculiaridades da formação do psicólogo é a necessidade de lidar com a diversidade de teorias e sistemas em psicologia. Essa pluralidade lança o desafio de reconhecer a irredutibilidade das diferentes formas de compreensão dos fenômenos psicológicos, bem como de buscar clareza sobre o desenvolvimento histórico e os compromissos filosóficos que sustentam essa diversidade. Esse esclarecimento pode ser alcançado por meio da pesquisa teórica, entendida como uma das principais maneiras de produção de conhecimento em história e filosofia da psicologia. Contudo, a pesquisa teórica ainda é vista de forma reticente na psicologia. Um dos motivos dessa desconfiança é a falta de clareza acerca de sua própria definição, bem como de seus procedimentos metodológicos. Além disso, o ensino das habilidades básicas de pesquisa em psicologia geralmente toma como modelo a pesquisa empírica, tratando a pesquisa teórica como uma pseudopesquisa. Assim, o livro pretende trazer ao menos três contribuições para a área de psicologia: dar maior visibilidade às pesquisas teóricas, destacando suas potencialidades e especificidades metodológicas; fornecer material para o ensino de habilidades de pesquisa em psicologia, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação; e auxiliar no reconhecimento da pesquisa teórica como uma forma legítima de produção de conhecimento em psicologia.
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O impacto da obra de J. B. Watson tem sido explorado na historiografia da psicologia. Neste âmbito, destacam-se estudos que utilizam como método a análise bibliométrica. Tais pesquisas, no entanto, não utilizam parâmetros comparativos que possam indicar de forma mais precisa o grau de impacto daquela obra. O presente estudo busca preencher tal lacuna por meio de uma análise bibliométrica comparativa das referências às obras de Watson e outros três relevantes psicólogos do período: Edward B. Titchener, Edward L. Thorndike e William James. A pesquisa foi realizada em cinco importantes periódicos norte-americanos da área, entre os anos 1903 e 1923 – uma década antes e uma década após a publicação do Manifesto Behaviorista. Os resultados permitem concluir que, embora não possa ser tomada propriamente como um marco revolucionário, a obra de Watson teve, na década posterior à publicação do Manifesto Behaviorista (1914-1923), um impacto próximo ao de Titchener e maior do que o de Thorndike, ainda que distante da influência exercida por James.
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A presente pesquisa investiga o imaginário coletivo de idosos sobre adolescentes, inserindo-se entre estudos qualitativos que vêm detectando formas sutis de preconceitos contra grupos pouco reconhecidos como alvos, tais como adolescentes e pessoas adotadas. Alinha-se segundo referencial psicanalítico intersubjetivo, que compreende que o método psicanalítico se funda sobre a adoção de uma atitude fenomenológica e demanda a consideração dos contextos vinculares e socioculturais nos quais os fenômenos estudados têm lugar. A realização de entrevistas individuais de seis idosos, residentes em zona urbana de uma cidade de interior, organizadas ao redor do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema, permitiu a produção interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional: ”Seres Problemáticos” e “Seres Negados”. O quadro geral indica que prevalecem imaginários preconceituosos, apontando para uma questão social e culturalmente relevante que requer transformações tendo em vista a criação de relações mais solidárias e construtivas entre as gerações.
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O presente artigo apresenta anotações históricas sobre as principais condições e elementos envolvidos no processo de instalação, desenvolvimento e consolidação da pós-graduação stricto sensu da Psicologia brasileira. O recorte temporal corresponde ao período entre 1966, ano de criação do primeiro curso de mestrado na área, e 2015, compilando um período de 50 anos. Foi realizada análise documental de material disponível nas páginas eletrônicas de instituições responsáveis pelo setor (CAPES, CNPq, MEC, ANPEPP) e compilados dados estatísticos a partir do Portal GeoCapes, complementados com mapeamento bibliográfico a respeito da temática. A análise deste material resultou na sistematização de quatro momentos distintos: (a) as pré-condições relacionadas à atividade de pesquisa na área e os acontecimentos que orientaram a constituição dos primeiros programas; (b) o desenvolvimento do campo ao longo de 50 anos (1966-2015), com análise dos principais vetores que contribuíram para sua consolidação; (c) o retrato do quadro atual dos programas da área, destacando suas características e lacunas; e (d) reflexões em torno dos principais desafios que o circundam.
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O objetivo do artigo é revisitar um tema que inadequadamente é considerado secundário nos estudos piagetianos, a saber: a memória. Nosso foco será revitalizar textos sobre esta temática produzidos por Jean Piaget e colaboradores, principalmente Barbel Inhelder, como os livros Intelligence et Mémoire e L’image mentale chez l’enfant. Para além de sua importância histórica, estes textos são intelectualmente instigantes de diversas maneiras. Primeiro, eles propõem uma teoria geral da memória, que está coordenada com outros conceitos da epistemologia genética, tais quais: imagem mental e esquemas operativos. Ademais, em nossa hipótese, esses textos são contribuições importantes para os estudos da memória. Assim, este artigo considera que as teses de Piaget são ainda atuais e podem contribuir para o entendimento da memória humana.
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Este artigo estabelece um diálogo entre as ideias de Simondon e de Latour tomando como foco o modo de existência das técnicas. Através do rastreamento de material disponível na rede mundial de computadores por chaves de acesso, foram reunidas publicações dos dois autores e de alguns de seus comentadores a fim de buscar analogias e tensões entre os dois conjuntos de ideias em torno da temática da técnica. O artigo descreve as categorias que emergiram dessa organização. Apresentamos argumentos que justificam retomar hoje as ideias de Simondon, problematizamos os modos de existência e a lógica das preposições segundo os autores convocados por Latour e levantamos alguns conceitos chave na obra de Simondon. Identificamos a herança de Simondon no pensamento de Latour ao longo de todo este estudo e, na última parte, em especial, dedicamo-nos a tecer esse diálogo possível ainda que ficcional entre os autores no que concerne à maneira de conceber não apenas as técnicas como um dos modos de existência, mas na perspectiva de uma pluralidade ontológica preconizada por ambos.
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Este estudo teórico aborda o tema “Hábito” na ciência psicológica nas primeiras décadas do século XX, destacando a apropriação desse tema pela teoria do psicólogo russo Lev S. Vigotski. Este trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica em textos de Vigotski e em literatura especializada da época, sobre o tema em foco, e se compõe de dois momentos inter-relacionados: primeiramente, identifica em manuais de psicologia e em teorias psicológicas do período, definição, natureza e papel do hábito no comportamento humano. Num segundo momento, analisa o tema na teoria de Vigotski e como esse tema se distingue em sua psicologia. Os dados indicaram que o tema “hábito” é um tópico significativo na teoria histórico-cultural e têm um lugar importante no projeto de psicologia de Vigotski, especialmente em sua explicação sobre educação e desenvolvimento das funções psíquicas superiores.
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Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa de inspiração fenomenológica que buscou compreender a experiência de profissionais da saúde no cuidado a pacientes oncológicos. Foram realizados encontros individuais de natureza dialógica com nove profissionais das áreas de Medicina, Psicologia, Farmácia, Enfermagem, Terapia Ocupacional e Serviço Social que atuam no ambulatório de quimioterapia de um hospital universitário. Após cada encontro a pesquisadora redigiu uma narrativa na qual incluiu elementos significativos da experiência de cada participante, acrescidos de suas próprias impressões. A análise do conjunto de narrativas permitiu concluir que, para além do sofrimento e do desgaste vivenciado pelos profissionais, a experiência de cuidado em Oncologia é também gratificante, contribui para o crescimento pessoal e profissional e implica no reconhecimento da importância de seu papel profissional. Tais elementos fazem com que a atuação nesta área, vista por muitos como desafiadora, seja significada por estes profissionais como uma escolha.
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A Psicologia Social no Brasil passou por transformações relacionadas à reflexão crítica de sua produção, à assunção de nova postura acerca do lugar do conhecimento e ao questionamento do papel dos intelectuais frente à realidade latino-americana. A partir do método fenomenológico, resgatou-se a memória dos atores sociais diante da busca pela identidade da Psicologia Social em São Paulo, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970. Por meio de entrevistas, recuperaram-se os principais autores e as teorias que influenciaram tais reflexões, ao mesmo tempo em que a narrativa pessoal, introduz-nos ao universo das dificuldades e conquistas experimentadas. Mostrou-se recorrente nos relatos a importância de se reavivar o papel daqueles que assumiram o lugar de bandeirantes desse sentir, pensar e agir que se inaugurava. Ademais, como consequência dos movimentos da memória, apresentou-se uma releitura das práticas do psicólogo social, a partir da contemporaneidade, e dos desafios que se impõe ao fazer acadêmico, hoje.
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