A sua pesquisa
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O texto apresenta questionamentos e considerações produzidos a partir de um trabalho de extensão desenvolvido ao longo de oito anos, com o Grupo de Inculturação Afrodescendente Raízes da Terra, na cidade de São João del-Rei, MG. As reflexões e análises são resultados construídos a partir de diários de campos dos estagiários, uma entrevista semi-estruturada realizada com a Coordenadora do Grupo e dados da ata de registro civil do Grupo. Articulam-se elementos teóricos ligados aos conceitos de produção da identidade afrodescendente e memória coletiva, bem como às vicissitudes sofridas pelo Grupo, principalmente no que se refere às manifestações de preconceito, atuando como entraves ao desenvolvimento do processo grupal e, como conseqüência direta, influenciando no trabalho de transmissão da memória coletiva, processo este que fornece o alicerce cultural, a base para a produção da identidade grupal.
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Em consonância com o reavivamento do debate em torno da consciência nas últimas décadas, o presente artigo propõe um foco no processo reflexivo da consciência, tratado na literatura científica internacional como o estudo do self. Uma análise histórica da teorização psicológica do self é contrastada com os resultados mais recentes da investigação empírica na área da psicologia do desenvolvimento. Aponta-se como as noções de narratividade, corpo e interação têm transformado a teorização psicológica do self, delineando uma nova problemática direcionada para uma perspectiva comunicacional. Argumenta-se que o problema do self pode ser reformulado em termos de uma relação entre consciência e suas formas de expressão, a partir do qual se define self como um processo de interação comunicativa entre consciência e corpo situado no mundo.
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O artigo oferece uma breve biografia de Ignace Meyerson e reproduz, em língua portuguesa, a bibliografia deste psicólogo. O objetivo é facilitar um primeiro contato com a obra desse autor e promover o conhecimento sobre sua obra. Da bibliografia merecem destaque as conferências e colóquios realizados pelo Centro de Pesquisas de Psicologia Comparativa e os títulos dos cursos à Escola Prática de Altos Estudos/ Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais. A variedade dos assuntos das ementas dos cursos à Escola Prática de Altos Estudos/ Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais fornecem uma visão geral sobre a diversidade e a amplitude temática da psicologia histórica proposta pelo autor.
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Esse artigo discute as idéias sobre educação encontradas no jornal religioso Selecta Catholica (1846 – 1847), pretendendo contribuir para um maior entendimento de modelos educacionais do século XIX. Neste jornal, a educação é entendida como cultivo da inteligência e de virtudes, promovendo uma educação integral que compreende a vigilância sobre os costumes e o cuidado com o adequado desenvolvimento das faculdades da alma. Conclui-se que tal proposta educativa tem seus fundamentos na tradição cristã e em seus saberes, tais como os escritos de São Paulo, as filosofias aristotélico-tomista e agostiniana e os preceitos do Concílio de Trento que culminam na presença de uma concepção de ser humano como pessoa e da educação como percurso evolutivo.
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Os movimentos sociais no campo, de acordo com Martins (1993), em sua quasetotalidade, são marcados pela religiosidade. Partindo desta premissa, propõe-se neste artigo estabelecer algumas comparações entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Contestado e Canudos. Recorreu-se a um breve levantamento histórico, à sociologia e à psicanálise como referenciais teóricos norteadores das reflexões. Em Marx e Freud as idéias religiosas são identificadas a ilusões. Para Marx, a origem social da ilusão estava nas relações de classe, enquanto a origem subjetiva estava no desconhecimento. Para Freud, a origem da religião está no sentimento de desamparo e impotência humana, e a mesma cultura que produz sofrimento é a que disponibiliza as representações religiosas para aliviá-lo. Estas idéias são discutidas, assim como seus limites para compreensão do papel desempenhado pela religião no MST.
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Este trabalho busca caracterizar o surgimento da psicologia e da psicanálise segundo a malha conceitual apresentada na última fase do pensamento foucaultiano, condizente às práticas pelas quais os sujeitos tornam-se sujeitos de si mesmos. Trata-se das tecnologias ou técnicas de si, que são divisíveis em elementos como substância, askesis, práticas de si, e teleologia. A partir destes elementos, são distintos alguns sistemas éticos específicos, como uma ética pagã clássica; uma pagã tardia; uma cristã; e uma moderna. Para o surgimento dos saberes psi, Foucault avalia como crucial a ética cristã, a partir da invenção de uma nova substância ética, os nossos desejos, e de uma nova askesis, a hermenêutica de si. A meta deste pensador é mostrar que esta hermenêutica de si nada possui de universal ou necessário. Esta atitude de estranhamento de si será denominada ontologia histórica de nós mesmos, opondo-se à hermenêutica de si presente nos saberes psi.
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O presente artigo apresenta uma comparação entre a elaboração da essencialista Stein e do existencialista Buber apontando especificidades mas também elementos fortemente convergentes, embora traçados por caminhos independentes, a respeito do constituir-se pessoa. Stein identifica a formação propriamente humana e discute o problema de seu princípio formativo na própria pessoa e de sua relação com ambiente cultural. Buber identifica um itinerário de crescimento no sentido de a pessoa atingir a autenticidade e o destino humano. Para Stein, o mundo espiritual que plasma toda a realidade criada se enriquece por meio de sujeitos que contribuem coerentemente com sua própria estrutura pessoal. Para Buber, essa mesma contribuição autêntica, se dirigida ao absoluto a partir de cada condição limitada e circunscrita, possibilita a realização da pessoa de modo que a história cósmica dá mais um passo em relação ao seu sentido de ser.
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O presente artigo considera, inicialmente, o desenvolvimento da fenomenologia nos Estados Unidos da América a partir de William James e da transferência de importantes filósofos europeus para aquele país devido a Segunda Guerra Mundial. Em seguida apresenta a contribuição de Erwin Straus para a antropologia e para a psiquiatria fenomenológica, bem como a formação do World Institute for Advanced Phenomenological Research and Learning com Tymieniecka e outros. Periódicos como Philosophy and Phenomenological Research, Analecta Husserliana, Journal of Phenomenological Psychology, e The Journal of the Society for Existential Analysis, dentre tantos outros, são apresentado com seus programas interdisciplinares, interculturais e internacionais.
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A despeito do interesse atual das Ciências Humanas pela questão da Memória, tem-se subestimado a recorrência com que eventos recordados são identificados como saudosos no discurso do dia a dia dos brasileiros. Memória e Saudade não têm o mesmo significado, mas estão fortemente relacionadas. Como aponta para a valorização de um componente afetivo do conteúdo mnemônico, a problemática dessa relação é de interesse para o entendimento de processos psicossociais mais amplos. O presente estudo objetivou identificar distinções, analisando a produção teórica, nas noções de memória social e saudade. Num segundo momento, faz-se a proposta de que o tratamento articulado dessas duas noções pode resultar em ganhos na análise psicossocial das recordações.
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Com o objetivo de melhor delinearmos a origem da Psicopatologia do Trabalho na França e alguns dos seus desdobramentos, são apresentados determinados fatos sócio-históricos ocorridos naquele país no século XX. Tais desdobramentos possibilitaram a formação das modernas vertentes de pesquisas na área, como por exemplo os estudos de Paul Sivadon, Louis Le Guillant e Christophe Dejours. Também são feitas referências a algumas contribuições atuais em Saúde Mental e Trabalho para a proposta téoricometodológica de Le Guillant. Assim, pretende-se apresentar uma visão genealógica da disciplina para uma maior compreensão da sua ressonância sobre os aspectos teóricos e metodológicos que norteiam atualmente algumas linhas de pesquisas sobre a saúde mental dos trabalhadores.
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Analisa-se o processo de racionalização característico da sociedade moderna e a crise da razão iluminista. Com a desconstrução do passado são abandonadas promessas de felicidade, consideradas metanarrativas destituídas de credibilidade: as possibilidades de satisfação se concentram no presente, na sucessão das modas. O império do efêmero (Lipovetsky) libera o indivíduo do peso de sistemas de significado que exigiam dedicação e sacrifício. A colonização do mundo-da-vida por parte do mercado traz como conseqüência a banalização da existência (Arendt). Configura-se uma mutação antropológica, iniciada pela ruptura do entrelaçamento entre amor, sexualidade e procriação. Apontam-se mudanças na família: o valor da igualdade no quotidiano, originando formas mais democráticas de partilhar tarefas e responsabilidades; a exigência de satisfação no presente questiona o ideal de sacrifício da pessoa pelo bem da família. Na pluralidade de opções, os indivíduos movem-se entre a sedução do mercado e a autonomia da liberdade. Nesse contexto, desenvolvem-se as políticas familiares.
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O objetivo do trabalho é a análise de um sermão pregado pelo jesuíta Antônio de Sá em Salvador no ano de 1660, na Catedral da Sé, na ocasião da celebração do desagravo pelo ato sacrílego ocorrido naquele local, que destruiu parcialmente a estátua de Nossa Senhora das Maravilhas. O sermão introduz ao significado complexo da imagem sagrada na cultura católica da Idade Moderna, assim como foi sendo elaborado ao longo da tradição atualizada pelas normas do Concílio de Trento. Destacam-se três dimensões fundamentais: os efeitos da imagem no dinamismo anímico; o valor místico da imagem; o valor sacramental da mesma, pelo qual esta torna-se sinal do corpo da comunidade cristã na Bahia.
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O livro apresenta, por um lado, um processo de criação elaborado no decurso de gerações, que possibilitou o seu conteúdo de intenções e insatisfações, de vontade e revolta, de anseios e angústias e, por outro lado, é história de um singular grupo humano que procura fazer, pensar e comunicar uma prática pautada pela insatisfação com a atual estrutura social e suas conseqüências na configuração das subjetividades humanas.
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O texto da história da psicologia é um intertexto e o método de pesquisa dessa disciplina dirige-se para a elucidação desse intertexto. O historiador da psicologia trata com textos de psicólogos, filósofos e historiadores das culturas e das idéias. Começa investigando um texto de um psicólogo e aprofunda e amplia seu exame com o estudo de textos filosóficos e históricos que freqüentemente permanecem silenciosos no texto do psicólogo. Seguindo esse método, narra as reconstruções racionais (as analogias conceituais entre o texto do psicólogo e o pré-texto filosófico) e as revoluções psicológicas (ao inserir as reconstruções racionais nos seus contextos cultural e intelectual) que constituem o memorial da psicologia. Os casos Wilhelm Wundt por Kurt Danziger, e Edward C. Tolman por Laurence Smith são apresentados para ilustrar concretamente nossa caracterização da história da psicologia; e, também, para mostrar como escorregos e omissões intertextuais conduzem a equívocos e simplificações surpreendentes, que não poupam os melhores historiadores.
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