A sua pesquisa
Resultados 1.751 recursos
-
Este artigo visa mostrar como a teoria psicanalítica circulou fora do ambiente médico psiquiátrico carioca antes de sua institucionalização no campo científico (como os da educação e o campo psiquiátrico) na década de 1920: através de médicos e intelectuais no Rio de Janeiro e em São Paulo, que se referem à teoria de Freud a partir de diferentes pontos de vista e opiniões; no ambiente leigo, em jornais de grande circulação (onde médicos clínicos receitavam a psicanálise junto a diversos outros tratamentos), como também reportagens jornalísticas que davam seus juízos sobre a teoria freudiana, proporcionando a um público variado o conhecimento acerca de tal saber.
-
Apesar das previsões iluministas de que o avanço científico levaria ao declínio das práticas religiosas, o que se vê na atualidade é a reafirmação da religiosidade. Por outro lado, há um movimento crescente de secularização, o que pode ser observado no Brasil pelo aumento daqueles que se declaram “sem religião”, entre eles os ateus e agnósticos. Nesse contexto, observa-se o discurso de intolerância que circula dos religiosos em direção aos ateus e agnósticos e vice-versa, e que se reflete no atual cenário político, econômico, social e cultural. A presente pesquisa buscou compreender, por meio da metodologia de Grupos Focais, como se dá a formação desses grupos, como se configura o processo de intolerância e como se constrói o sujeito intolerante, tendo por referencial teórico a psicanálise. Foram realizados dois encontros, separadamente, com um grupo de participantes que se declaravam ateus ou agnósticos e participantes que se declaravam religiosos, independentemente da crença. A pesquisadora sugeriu variados eixos temáticos para serem discutidos, o conteúdo foi transcrito e analisado por meio da técnica de análise temática, que possibilitou a identificação da intolerância e a discussão teórica fundamentada na psicanálise e em seu diálogo com a cultura.
-
O presente artigo aborda um pouco da história e das principais contribuições do psicólogo suíço Théodore Flournoy (1854-1920), notadamente, seus trabalhos acerca da dissociação, da crença religiosa, da fantasia e da criatividade. Flournoy tem sido um autor negligenciado na história da psicologia e é pouco conhecido no Brasil. Flournoy dedicou-se ao estudo de temas considerados controvertidos, como a mediunidade e outras experiências alegadamente paranormais. Sua abordagem, no entanto, foi estritamente psicológica e suas contribuições sobre a função dos sonhos e da imaginação constituíram uma teoria alternativa à de Freud, no início do século XX, que enfatizava os aspectos mais criativos e construtivos do inconsciente, tendo antecedido hipóteses desenvolvidas mais tarde por Carl Gustav Jung (1875-1961). O artigo aborda alguns dos possíveis fatores históricos envolvidos na omissão ao trabalho de Flournoy, bem com seu papel nas controvérsias em torno da consideração dos fenômenos parapsicológicos como objetos da psicologia científica na transição do século XIX para o XX.
-
Os laboratórios científicos contribuíram para os processos de institucionalização e disciplinarização da psicologia, nos séculos XIX e XX. Tais contribuições foram registradas em diversos textos memorialísticos, que foram tomados com características historiográficas, além de outros, celebratórios. A partir da década de 1960, houve críticas à história dos laboratórios de psicologia, as quais produziram um hiato na produção historiográfica sobre eles. Diante disto, nosso objetivo é apresentar os laboratórios científicos como objeto presente na história da psicologia e, consequentemente, como um objeto de pesquisa historiográfica. Para tanto, expomos uma panorâmica da historiografia sobre os laboratórios de psicologia, notas sobre tal historiografia no Brasil e possibilidades contemporâneas de estudos sobre os laboratórios. Assim, mostramos os laboratórios científicos como objetos que permitem dizer sobre diferentes aspectos da história da psicologia.
-
O artigo traz os resultados da análise de dois livros Manuais de meados do século XX, publicados entre 1940 e 1960 com o propósito de orientar ações educacionais. A partir do referencial teórico da Análise de Discurso francesa analisamos sequências discursivas, recortadas a partir de hipóteses construídas ao longo da leitura destes manuais focadas nos conceitos de memória discursiva e arquivo. Os estudos do campo da História da Infância e da educação infantil foram fundamentais para articular as análises ao conceito de memória discursiva. Nos manuais analisados foram apontadas algumas evidências ideológicas em torno da nomenclatura utilizada por funcionarem como dispositivo de interpretação ancorado na memória discursiva do Comportamentalismo e do discurso pedagógico conforme visto em Foucault. A análise mostra que há efeitos de evidência de sentido voltados a um modelo de criança ideal, bem como a legitimidade de um lugar discursivo da criança e sobre educação infantil que se consolida no jogo entre a memória discursiva e o arquivo.
-
Este artigo é uma reflexão sobre uma investigação que toma em foco os eventos subjacentes à escrita de uma narrativa focalizando a história da vinda de uma família israelita, em 1904, da Rússia à Colônia Philippson localizada no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, dentro do programa de colonização denominado Jewish Colonization Association para trabalhar na terra. A primeira autora descende desta família. Considerações sobre história, tempo, acontecimento e identidade do pesquisador conduzem à noção de que a passagem pelos limites temporais é uma busca em direção à própria identidade. Este processo é ilustrado por quatro acontecimentos em que o tempo passado se torna presente no caminho para a realização do estudo. O texto finaliza reconhecendo a metáfora da peregrinação como forma expressiva da experiência de narrativa autobiográfica e biográfica da história familiar, colocando este percurso em um terreno cultural mais amplo e de possível alcance universal.
-
A psicologia brasileira, embora plural ao longo de sua história, é instituída na sociedade contemporânea como uma psicologia de caráter oficial e que se propõe única, sendo diretamente relacionada aos direitos humanos. Tal relação é especialmente definida através da publicação de normas cogentes pelo Conselho Federal de Psicologia, donde se destacam os quatro Códigos de Ética Profissional da categoria. A partir da análise destes documentos, com ênfase no vigente, discutem-se os efeitos de sentido do discurso de direitos humanos veiculado pela psicologia oficial. Tal análise possui caráter documental e foi fundamentada na teoria discursiva de Mikhail Bakhtin, pautando-se pela identificação das condições de produção enunciativa, dos efeitos de sentido e dos posicionamentos verbo-axiológicos presentes nos enunciados normativos. Os resultados apontam para mudanças de posicionamento do Conselho ao longo de sua existência, desempenhando atualmente maior controle sobre os profissionais e silenciamento da discussão ética inerente ao tema dos direitos humanos. A conclusão remete a considerações sobre o exercício da ética diante das normas estabelecidas.
-
A capoeira abrange uma variedade de elementos. Como uma forma de luta, a malícia e a malandragem marcam suas características essenciais. Além disto, o elemento luta aparece situado em um ritual, onde brotam a dança, a musicalidade e o ritmo. Deste modo, configura-se uma roda composta por capoeiristas e pelo público na qual se revela o caráter coletivo do aqui agora da capoeira em sua pronta manifestação. Neste sentido, aplica-se uma investigação fenomenológica do sentido vivido das experiências que constituem a capoeira em sua estrutura de acontecimento. Realiza-se uma análise fenomenológica de 15 entrevistas fenomenológicas, realizadas com mestres de capoeira com mais de 28 anos de experiência. Nelas, buscou-se apreender suas experiências intencionais. Após transcritos, os depoimentos foram submetidos a uma análise intencional, que revela uma descrição das vivências coletivas mostrando o papel essencial da musicalidade que dispara as ações voluntárias e livress, estruturates destas vivências coletivas. Realiza-se o contraste destes resultados com os de Edith Stein, verificando-se que existe uma compatibilidade que permite compreender estas vivências da capoeira como comunitárias.
-
Merleau-Ponty analisa criticamente o conceito de alteridade, não problematizado pelas filosofias modernas, atrelando-o à sua teoria da expressão. Nesse sentido, acompanhou-se o percurso do autor sobre esses conceitos, nas obras de seu primeiro período, em particular na Fenomenologia da percepção, e de seu período de “transição”, durante seus cursos na Sorbonne e, em particular, na sua elaboração de A prosa do mundo. Destaca-se que a noção de alteridade em Merleau-Ponty faz oposição ao entendimento tradicional de que o “eu” é observador externo do “outro”: o homem, antes de ser sujeito singular, compartilha o mundo com o outro. A expressão, por sua vez, mais do que uma elaboração intelectual, é um sentido corporal que pode ser compartilhado, análogo ao estilo na arte. A experiência de alteridade é possibilitada por esse campo de significações, quando o eu é tomado por significações novas, que o “descentram” de sua postura usual. O filósofo aponta, assim, para uma concepção de subjetividade alternativa às tradicionais.
-
This book reassesses the seminal work of Wilhelm Wundt by discussing the history and philosophy of psychology. It traces the pioneering theorist’s intellectual development and the evolution of psychology throughout his career. The author draws on little-known sources to situate psychological concepts in Wundt’s philosophical thought and address common myths and misconceptions relating to Wundt’s ideas. The ideas presented in this book show why Wundt’s work remains relevant in this era of ongoing mind/brain debate and interest continues in the links between psychology and philosophy. Featured topics include: *Theoretical and philosophical foundations of Wundt’s early work in scientific psychology. *Wundt’s conception of scientific philosophy in relation to his theory of knowledge. *The epistemological dimensions of Wundt’s final project in scientific psychology. Wundt and the Philosophical Foundations of Psychology is a valuable resource for researchers, professors, and graduate students in cognitive and related psychology and philosophy disciplines.
-
Este livro reúne estudos de pesquisadores da Associação Brasileira de Psicologia da Saúde (ABPSA), da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde (SPPS) e de renomadas universidades. Docentes do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo organizaram esta obra que se destina a cursos de graduação e pós-graduação das áreas de saúde e de ciências humanas. O objetivo desta segunda edição foi agregar estudos que ilustram a rica diversidade teórica, epistemológica, metodológica de estudos e de intervenções em Psicologia da Saúde, bem como a relevância das mudanças sociais e culturais para a promoção de saúde no cenário, hospitalar, familiar, escolar, do trabalho e nas questões psicopatológicas.
Explorar
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (830)
- Livro (194)
- Seção de livro (443)
- Tese (284)