A sua pesquisa
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Produzir um verbete sobre história da psicologia para a enciclopédia online, a Wikipédia, tem se mostrado mais problemático do que se poderia esperar. Especificamente, alguém que usa o nome “Jagged_85” na internet inseriu afirmações no intuito de mostrar que a maior parte dos grandes desenvolvimentos da história da psicologia tem suas origens no mundo árabe medieval. Afirmações similares e pelo menos uma tentativa de desafiar estas afirmações apareceram na literatura profissional. Também foi publicada uma edição especial da newsletter online, Advances in the History of Psychology voltada para essa temática, sob o título Presentismo a serviço da diversidade? [tradução nossa]. O termo “presentismo” tem vários significados, mas usualmente se refere à ideia de indicar visões do presente sobre o passado, ao invés de fazer uma tentativa séria de entender como as próprias figuras históricas entendiam o mundo. O presente artigo endossa a visão de que as afirmações de autores como “Jagged_85” constituem presentismo, conforme o entendimento do senso comum. O artigo também oferece sugestões sobre como chegar à diversidade sem este tipo de presentismo.
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As histórias mais influentes da psicologia tendem a adotar a perspectiva de um centro específico de desenvolvimento psicológico, na maioria das vezes os EUA, com os desenvolvimentos em outros locais formando uma espécie de periferia. Conceitualizações e práticas favorecidas pelas condições sociais do centro são tratadas como princípios fundamentais universalmente válidos da disciplina, enquanto o conhecimento que emerge na periferia é frequentemente reconhecido apenas com significância local. Mais recentemente, este modelo tornou-se difícil de se sustentar, e a história do campo é mais facilmente observada se for em termos de uma interação entre vários centros focais. Tal perspectiva leva a uma análise da forma como a geração, transmissão e aplicação do conhecimento psicológico tem sido moldada pelas relações de poder, bem como por preconceitos e barreiras culturais. Uma história policêntrica tem uma relevância considerável para os desenvolvimentos atuais no âmbito da disciplina.
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O conceito “história policêntrica da psicologia” foi originalmente utilizado por Kurt Danziger e, desde então, tem sido adotado por outros historiadores da psicologia. O artigo faz uma introdução a esta perspectiva. A tendência à internacionalização da psicologia implicou que a história da psicologia norte-americana pudesse ser complementada com outras histórias locais. A história policêntrica contrasta com esta abordagem, pois se preocupa com as inter-relações entre os centros, e não pelos centros considerados isoladamente. O artigo finaliza com alguns exemplos de história que têm sido escritos a partir de uma perspectiva policêntrica.
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Artigo sobre a vida e a obra de Wlhelm Wundt criado em colaboração com o ChatGPT, versão 3.5 de janeiro de 2023
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Jacques-Marie Émile Lacan, filho mais velho do casal Alfred Lacan e Émilie Baudry, nasceu em Paris no dia 13 de abril de 1901. Formou-se em medicina e concluiu sua especialização em psiquiatria no ano de 1931, atuando posteriormente como psiquiatra e psicanalista na capital francesa. Lacan dedicou seu trabalho a fazer uma releitura da obra de Freud, sendo responsável por uma reinterpretação de suas ideias, o que o tornou um dos nomes mais importantes da psicanálise. Faleceu em 9 de setembro de 1981, em Paris, vítima de um câncer no cólon.
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Manoel José Bomfim nasceu em 1868 em Aracaju e foi um importante intelectual brasileiro, atuando como médico, psicólogo e educador. Ele destacou-se com seus livros e teorias acerca da formação socioeconômica brasileira, caracterizada posteriormente como decolonial latino-americana, e por sua defesa de uma educação libertária, evidenciando ideias que iam contra o pensamento dominante da época. Encerrou sua carreira apenas quando faleceu, em 1932, aos 63 anos, no Rio de Janeiro.
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Manoel José Bomfim nasceu em 1868 em Aracaju e foi um importante intelectual brasileiro, atuando como médico, psicólogo e educador. Ele destacou-se com seus livros e teorias acerca da formação socioeconômica brasileira, caracterizada posteriormente como decolonial latino-americana, e por sua defesa de uma educação libertária, evidenciando ideias que iam contra o pensamento dominante da época. Encerrou sua carreira apenas quando faleceu, em 1932, aos 63 anos, no Rio de Janeiro.
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Apresentação do Boletim do Portal História da Psicologia 2
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O Boletim do Portal História da Psicologia, ou apenas Boletim do Portal, é um novo tipo de publicação que nasce em um novo ambiente de difusão do conhecimento, notabilizado pelo advento e popularização da internet. Os Boletins tem a pretensão de serem anuais, mas não são registrados como publicação seriada, tendo independência a cada edição. Este é o Boletim do Portal História da Psicologia 2, e reúne verbetes publicados na Enciclopédia Eletrônica de História da Psicologia (WikiHP), artigos científicos traduzidos, um artigo científico inédito, um texto clássico da psicologia com comentários e relatos de evento e de pesquisa.
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Este artigo tem como objetivo cartografar as ações e articulações de dois grupos de mulheres, mães e familiares de jovens assassinados ou privados de liberdade nos centros socioeducativos do Ceará. O estudo foi construído por meio de uma pesquisa-intervenção. O objetivo foi acompanhar as movimentações dessas mulheres-mães na cidade de Fortaleza, a partir do método cartográfico, ressaltando o grupo enquanto dispositivo. Dialogando com autores da Psicologia Social e os debates acerca da necropolítica, acompanhamos ainda o agenciamento de outros dois dispositivos, de escuta e de mobilização social e política, enquanto estratégias de apoio psicossocial e luta política. Buscamos evidenciar o papel da psicologia em organizações da sociedade civil e seu potencial de fazer funcionar e fortalecer a atenção psicossocial através do agenciamento de dispositivos grupais, de escuta e de mobilização política e social, pautando a saúde mental e o cuidado de si e do outro como político.
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Este artigo propõe identificar as potências e limites do cuidado em saúde, a partir da atuação de uma psicóloga em um Programa de Residência em Saúde. Buscou-se compreender os modos de cuidar em psicologia, na relação com outros profissionais de serviços de saúde, e perceber em que aspectos este cuidado é atravessado pela lógica da medicalização e biomedicalização. Trata-se de uma pesquisa-intervenção, inspirada no referencial da Análise Institucional, em que se utiliza o Diário de Pesquisa como ferramenta de registro de vivências, a partir do qual se constroem narrativas. Estas permitem acessar alguns analisadores discutidos dentro de três campos temáticos: Ser psicóloga residente; Corpos que se encontram e desencontram; e Medicalização e Biomedicalização. Foi possível compreender que o cuidado em psicologia, neste contexto, não se orienta pela cura do sofrimento, mas é permeado por limites inseparáveis da potência, própria aos modos de acolher um usuário, com a participação de familiares e profissionais.
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O presente artigo pretende apresentar os percursos metodológicos de uma pesquisa que se interessa pelo carnaval, pela cidade e pelos modos de subjetivação contemporâneos. Com a aproximação de autores como Michel Foucault e Jorge Larrosa, afirma-se o primado da experiência e o caráter singular do método, distante de uma via única, verdadeira e replicável que enfraqueceria a potência micropolítica dos problemas e a força irreverente, imprevisível e efêmera do carnaval. Tomando como direção não-prescritiva o gesto inventivo e alegre de experimentação, a aposta é viver o campo do mesmo modo e ao mesmo tempo em que se vive a festa, na composição de uma metodologia ébria e de um ethos pesquisador-folião.
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O cenário pandêmico deflagrou a importância dos cuidados em saúde mental da população em geral. No entanto, grupos de trabalhadoras sexuais colocam sob nossas vistas que a perpetuação e o adensamento da precariedade a que estão sujeitos certos grupos podem implicar na exacerbação de sofrimentos psíquicos já existentes. Observando que os debates sobre saúde para esta população direcionaram suas preocupações majoritariamente às infecções sexualmente transmissíveis, neste trabalho objetivamos evidenciar os contornos da pandemia e sua incidência sobre a saúde mental das trabalhadoras sexuais. Para isso, trazemos à cena uma disparadora narrativa de trabalhadoras sexuais que, no cenário pandêmico, não puderam cessar suas atividades. Além disso, problematizamos como as falhas nos processos formativos em psicologia quanto às questões de gênero e sexualidade podem gerar consequências nas práticas em psicologia e na saúde mental destas populações; e concluímos sugerindo posicionamentos éticos nas práticas profissionais diante daqueles grupos considerados desviantes.
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O Estado brasileiro, implicado em certa forma de governar, se apoia em divisões entre grupos que ocupam diferentes lugares na hierarquia social com recorte racial e que acessam assimetricamente as condições de participação política em processos decisórios de gestão das relações e de autodeterminação da vida. No jogo móvel e complexo da razão governamental, as vidas negras atravessadas pela política socioeducativa ocupam lugares esquadrinhados e pré-determinados na organização social, enquadradas em um itinerário que as conduz, não raro, à interrupção violenta da vida. Esse artigo, fruto de uma pesquisa realizada em meio ao fazer profissional de uma psicóloga na socioeducação, busca chaves para a compreensão dos atravessamentos do racismo e da colonialidade nas vidas negras que pelos espaços da política circulam, apontando para a descolonização e para a abolição das penas como caminhos para a construção de possíveis nesse cenário de destituição e morte.
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Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde decretou como pandemia a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), afetando a saúde global e seus sistemas de atenção, além das relações interpessoais, o trabalho, os sistemas financeiros, e muitos outros aspectos de nossa sociedade globalizada. Mais do que isso, a pandemia também ampliou e escancarou desigualdades sociais das populações vulnerabilizadas pelo capitalismo neoliberal, inclusive nós, LGBTIs, que além das tradicionais violências misóginas, machistas, sexistas, LGBTIfóbicas, agora temos que lidar com isolamento físico, insegurança financeira, convivências familiares opressivas e deterioramento da saúde mental. E o vírus, obviamente. Propomos aqui discutir como a saúde física e mental, o trabalho e a segurança de pessoas LGBTI têm sido afetadas desde o início da pandemia no Brasil, através de uma revisão bibliográfica e das vivências dos autores como integrantes dessa população e pesquisadores da temática de diversidade afetiva-sexual, de gênero e sexo biológico.
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Este artigo realizou uma revisão sistemática de literatura em um viés narrativo. Para tal, a partir da delimitação do campo problemático, a pesquisa buscou descritores na base de dados da Scielo a fim de encontrar publicações da área da psicologia que versassem sobre as medidas socioeducativas em meio aberto. Assim, a partir dos critérios de inclusão e exclusão foram encontrados oito artigos, classificados em dois campos de análise: estudos derivados da execução e estudos de coletas de dados. Como principais resultados, o artigo encontrou desde condições precárias de trabalho, práticas e concepções obsoletas, tanto no âmbito institucional formal quanto nos recintos cotidianos, até a utilização, por parte de alguns estudos, de ferramentas teórico-metodológicas que permitem vislumbrar a implementação do ECA e do SINASE. Não obstante, foram observadas também considerações incidindo em problematizações destes mesmos instrumentos legais.
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A euforia de um grupo de amigos celebrando mais um réveillon, a renovação da aposta anual de que dali em diante tudo seria melhor, porque tudo só dependia da afirmação daquele amor gratuito e grandioso, tudo só dependia da aposta indefectível no brilho daquela geração; uma juventude que desabrocha em meio aos encontros suscitados pela vida universitária, à experimentação do amor, à descoberta da política, do esforço de transformação urgente e necessário que a realidade exigia; a amizade entre dois psicólogos recém-formados, abalada pela encruzilhada entre a adesão ao lucrativo receituário capitalístico e a persistência na tarefa de construir outro mundo que era, sim, possível, tinha de ser.
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Entre os anos de 2018 e 2021, produzimos, no Núcleo de Ecologias e Políticas Cognitivas (NUCOGS) dois jogos: “Indústria do gênero” e “Ilha dos afetos”, buscando provocar breakdowns e contágios sensíveis que desloquem regimes de sensibilidade, dizibilidade, visibilidade de modo a complexificar-singularizar tramas de afetações e romper com políticas narrativas da outridade e do alterocídio. Os jogos operam como figurações para construírem espaços narrativos colaborativos heterotópicos por meio dos quais xs jogadorxs possam estabelecer dispositivos coletivos analíticos que coloquem em cena e problematizemos modos de vivermos juntxs. O artigo desenvolve uma reflexão acerca da potência micropolítica de narrativas e de figurações como dispositivos clínico-políticos e ético-estéticos para transformar o campo de possibilidades de afetar e ser afetado. Discute experiências de criação e realização desses dois jogos que tensionam, produzindo breakdown em nossos regimes normativos para as questões de gênero, raça, sexualidade, deficiências, classe, nacionalidade, entre outras. A proposta é produzir um artigo teórico-empírico que articule os conceitos de figuração e breakdown com a inserção de relatos da construção e uso dos jogos com adultos e crianças.
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O artigo se propõe a cartografar as linhas de força que compõem a atualidade de nosso fascismo tropical. Assombrados pela dimensão extrema e radical de violência desejante que se apossou da macro e da micropolítica em nosso país em anos recentes, nos interessa atravessar e compreender essa experiência de passagem – suas condições de possibilidade, suas modulações, suas lógicas. Todavia, eticamente, acreditamos que não é possível estancar nessas detecções: é preciso também mapear e criar brechas de resistência subjetivante que ainda e sempre habita nosso campo de possíveis e nosso plano de impossíveis para que, com elas, possamos paradoxalmente reinventar um país que nunca existiu.
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