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Os cognitivistas têm assumido que as críticas de Chomsky ao Verbal Behavior refutaram definitivamente a proposta skinneriana. No entanto, mesmo com mais de dez anos de atraso, as réplicas behavioristas à resenha de Chomsky começaram a aparecer. O presente trabalho faz uma revisão desse debate tendo como foco o possível caráter definitivo das críticas de Chomsky. A partir deste ponto de vista, conclui-se que nenhuma das críticas de Chomsky ao tratamento skinneriano do comportamento verbal é definitiva. Porém, algumas observações de Chomsky ainda podem oferecer desafios, como a questão da tautologia na lei do condicionamento operante e a crítica ao abandono do conceito de referência.
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Embasado na dissertação de mestrado “Os discursos de psicologia no século XIX no Brasil”, o artigo recorre a Georges Canguilhem e outros autores a fim de verificar os possíveis caminhos da Psicologia em nosso país. Para tanto, acompanha o vínculo desse saber in statu nascendi com as tendências dominantes tanto no que diz respeito a diferentes racionalidades de uma época quanto no que remete ao jogo político, econômico e social. Em meio a esses movimentos, destaca dois discursos que tornam a psicologia palco de uma disputa de poder: o científico, que se desenvolve a partir da idéia de organismo − conjunto de funções, leis e órgãos, representado normalmente pela medicina − e o teológico-filosófico, que se desenvolve voltado ao estudo da psique − alma substancial e soberana, representada de maneira geral pela Igreja.
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O cenário, as designações e atitudes em relação ao tema do abandono infantil no Brasil sofreram transformações no decorrer dos séculos. No período colonial, as “crianças infelizes” são objeto de caridade e seus destinos são as Casas da Roda. A partir de meados do século XIX, elas se tornam “menores” e passam a ser objeto de políticas públicas. Estas, ao invés de mudarem concretamente a vida da criança, estabeleceram uma criminalização e uma busca para medicalização da pobreza, definindo as crianças como infratores caso sua classe social não se encaixasse nos padrões burgueses. O código de menores, cuja vivência foi de 1927 a 1990, dizia que menores perigosos ou os que se encontrassem em situação de perigo (como a pobreza), estavam em “situação irregular” e por isso poderiam ser enviados a instituições de recolhimento. O texto conclui apontando que a real paz social depende diretamente de se tratar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, dignos, humanos e com perspectivas de futuro.
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O presente texto expõe de forma crítica uma discussão sobre o crescente interesse pela história da Psicologia no Brasil, e os desdobramentos que a análise deste tema trazem para a formação do psicólogo e a construção da teoria e da prática psicológicas. A autora propõe uma reflexão sobre a realidade histórica, social e política na qual a psicologia com pretensões à neutralidade científica se estabeleceu e a qual se deve reportar, obrigatoriamente, para se pensar a teoria e a prática psicológica nos dias atuais. A psicologia e a sua historicidade abrem possibilidades para se discutir não apenas os desdobramentos deste saber ao longo do tempo, mas também como as funções psicológicas estão submetidas à história, e como é possível, a partir desta relação com o saber histórico, evitarmos as armadilhas da naturalização.
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Este artigo visa refletir sobre a relação teoria/prática, utilizando como interlocutores elementos da história da Psicologia e autores como Isaías Pessotti e Sylvia Leser de Mello. A dissociação entre ciência e técnica na Psicologia brasileira compõe um contexto social mais amplo, a partir de uma tradição colonialista que visa importar técnicas para aplicação imediata, havendo uma precariedade na pesquisa e teorização. Antes da lei 4.119/62, que regulamenta a profissão de psicólogo no Brasil, encontrava-se a ação precedendo a teorização: o campo era ocupado pelos práticos-psicologistas. Assim, um dos motivos da regulamentação foi instituir a graduação universitária como única forma de acesso à profissionalização. Porém, ainda hoje a dissociação entre teoria e prática domina o cenário acadêmico e profissional no Brasil, impulsionado pela demanda empresarial, que incentiva uma formação pragmática. São questões que inquietam e preocupam, mas também mobilizam, no sentido de se buscar construir uma outra história para a Psicologia.
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A década de setenta na América Latina é um período marcado por sangrentas ditaduras; no Brasil, especificamente, é a época da censura com o AI-5 e também do “milagre brasileiro”. O estudo dos discursos então vigentes identifica a produção e divulgação de categorias, como o “subversivo” e o “drogado”, permitindo uma análise das práticas “psi” existentes, em especial as de caráter hegemônico ligadas à psicanálise. A investigação de como estas práticas colaboraram para a construção e perpetuação de tais conceitos revela uma complexa rede de demandas e a atuação de alguns profissionais junto a órgãos de repressão do governo. Esta releitura da história oficial a partir de uma história do presente implica em uma nova forma de pensar a genealogia de algumas práticas “psi” no Brasil, ao apontar como algumas delas, ainda hoje, fornecem seu respaldo científico a produção de subjetividades excludentes.
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O trabalho defende que a tensão entre a disposição de busca da verdade pela ciência e a reserva romântica é fundamental para podermos efetivamente continuar preservando o que temos de melhor na cultura ocidental moderna, que nos estrutura como ficção razoável: cultivar, como método, um "universalismo romântico". O autor indica algumas hipóteses para que a história das idéias ocidentais se organize segundo essas linhas de força: a própria existência de uma cultura ocidental moderna; a presença da ideologia do individualismo nesta cultura; a tensão constitutiva entre o individualismo – de origem racionalista-empirista, e a resistência romântica – por meio das noções de totalidade. No caso da psicologia, seria vital para seus rumos teóricos e práticos a reflexão sobre o caráter instituinte dessas dimensões profundas de nossos saberes.
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O artigo analisa os desafios colocados para a história e para a psicologia, os quais, muitas vezes, têm recebido soluções criticadas pela autora, que ora promovem fusões equivocadas – uma história psicologizante – ora tendem para generalizações estéreis. Como exemplo de um modo produtivo de relacionar esses dois saberes, cita-se o livro de Marcel Proust, “Em Busca do Tempo Perdido”, obra de ficção, na qual o histórico e o psicológico se articulam, sem entretanto esgotar o desafio, que permanece, de construir um projeto cognitivo, e não somente ficcional, capaz de enfrentar as tensões e lidar com os conflitos constituintes tanto da história quanto da psicologia.
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O artigo apresenta uma discussão sobre a história da Psicologia na qual ressalta alguns importantes nomes que colaboraram para a formação deste saber no Brasil. A partir de uma contextualização histórico-social, situada entre o final do século XIX e a segunda metade do século XX, analisa a constituição de uma ciência e as relações de forças que tornaram este saber autônomo. Na primeira década do século XX, destacam-se os nomes de Arthur Ramos e Manoel Bomfim, desenvolvedores de pesquisas no campo da Psicologia Social que raramente são mencionados por parte dos historiadores da Psicologia. Outros dois nomes são destacados pela autora, Waclaw Radecki e Emílio Mira y López, personagens da psicologia científica e técnica. Ao longo do texto reflete-se não apenas sobre a historicidade da psicologia, como também sobre suas dificuldades em submeter-se ao saber histórico.
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