A sua pesquisa
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Procuraremos neste artigo desenvolver uma análise dos paradoxos lógicos formais que apareceram na construção da matemática e na lógica, no início do século XX e, através destes, analisarmos algumas das bases conceituais da psicanálise. A decisão que se impõe, como veremos, é aquela entre incompletude, por um lado, e inconsistência, por outro. Tal decisão implica na possibilidade de ler a psicanálise como uma teoria para a qual a elaboração do conceito de contradição seria fundamental, colocando-a em relação direta com a dialética hegeliana. Em nosso percurso, buscaremos também analisar algumas das proposições de Badiou acerca da totalidade ou do Um, de forma à relacioná-las à psicanálise.
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Tradução de Ruptures subjectives et investissements politiques: juin 2013 au Brésil et questions de continuité, de Maurizio Lazzarato e Tatiana Roque. Tradutora : Heliana de Barros Conde Rodrigues
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Não se constitui tarefa das mais simples a aproximação temática em questão entre duas dimensões de natureza tão díspares como a arte e a psicologia, em sua dimensão clínica. Enquanto a primeira consagra a eminência do fluir e de uma pertença dialogicamente miscível no aqui e agora, a segunda, pautada por uma pragmática do fazer técnico de proveniência da metafísica do controle e da previsão, tem como pathos fundamental o sucesso e a certeza, artífices do pensamento da tradição. Neste sentido, o texto procura elucidar a íntima relação entre a arte e o pensamento fenomenológico, filosofia esta explicitamente crítica a uma tradição metafísica que se hegemoniza no pensar moderno e contemporâneo, tendo no filósofo alemão Martin Heidegger seu principal interlocutor.
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O objetivo é apresentar a história e os elementos de uma experiência de formação em psicologia social do trabalho que tem sido desenvolvida em uma universidade pública com estudantes de graduação em psicologia que cursam disciplinas que incluem atividades práticas e estágios voltados às questões do mundo do trabalho e das organizações. Essas atividades são oferecidas pelo Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho em articulação com projetos de pesquisa e de extensão. Parte-se de reflexões da psicologia social e de outras áreas das ciências humanas para a compreensão e interpretação dos diversos temas abordados e das perspectivas teórico-metodológicas adotadas no campo. Desemprego, “mercado informal”, políticas públicas de trabalho, geração de renda, saúde do trabalhador, organização do trabalho, reestruturação produtiva, autogestão, economia solidária, cooperativismo, inserção de pessoas com deficiência no mundo do trabalho, histórias de trabalho, memória e trabalho, cotidiano e trabalho são alguns dos temas interrogados por alunos e supervisores.
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As substâncias psicoativas se tornaram elemento importante na sociabilidade contemporânea. Uma grande partilha social constituiu nos últimos 100 anos uma distinção entre as experiências de psicotropia legais e ilegais. Aos sujeitos no segundo polo são dados o tratamento policialesco e a violência. No presente artigo, debatem-se os efeitos dessa constituição histórica nas dimensões emocional, ética e técnica em torno do uso de drogas na contemporaneidade. Há uma aposta clara no desmonte das imagens cristalizadas que naturalizam as sustâncias psicoativas ilegais como um mal em si. Para tal intento, o texto se constitui por dois movimentos. Inicialmente, é uma produção alegorista, uma vez que esse método se apresenta como potente instrumento de entrada nas urdiduras afetivas formadas em torno da “questão das drogas”; na segunda parte, compõe com pesquisas de cunho genealógico sobre a temática, trazendo densidade ético-política para a discussão.
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Tradução de: Michel Foucault stoïcien? Magazine Littéraire, nr. 461, fev/2007, pp.54-56. Tradutora: Heliana de Barros Conde Rodrigues.
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Este estudo teórico tem como objetivo problematizar a comercialização das células-tronco do cordão umbilical por bancos públicos brasileiros que ofertam os serviços de coleta, criopreservação e armazenamento do sangue umbilical. Entendemos que os bancos públicos impulsionam a capitalização a vida por meio da valoração econômica e afetiva do sangue umbilical. Centrar-nos-emos em discutir como os bancos públicos, na medida em que arregimentam tal capitalização, propulsionam uma segregação dos recursos disponíveis, já que o acesso público aos tratamentos disponíveis pelas células umbilicais ainda é restrito a poucos, assinalando uma resignação diante de desigualdades em que não se questiona uma possível distribuição equitativa do material biológico em questão, tampouco a possibilidade de sua não capitalização.
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Diversos autores apontam similaridades entre a psicoterapia cognitiva fundada por Albert Ellis, denominada Terapia Racional Emotiva Comportamental, e a filosofia estoica. Tal semelhança se daria particularmente em relação à interdependência entre razão e emoção e ao conflito entre crenças racionais e irracionais. Este estudo buscou compreender as possíveis relações entre Estoicismo e Terapia Racional Emotiva Comportamental por meio da análise de como o pensamento de Sêneca tem sido reapropriado e ressignificado no desenvolvimento das principais teorias e fundamentos da terapia fundada por Ellis. Recorreu-se aos conhecimentos de História Antiga e Psicologia, com o objetivo de efetuar uma melhor análise do fenômeno abordado.
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Este artigo se propõe a abordar o tema da métis (inteligência astuciosa) a partir da psicodinâmica do trabalho e de estudos de psicologia histórica. Ele nos ajuda a compreender como os trabalhadores conseguem fazer face aos imprevistos no trabalho, criando novos macetes e táticas. A métis é parte constituinte do pensamento grego antigo. Conhecê-la nos provoca questões fundamentais sobre o tema da atividade, que atravessa a vida de todos os viventes e é responsável por toda produção humana. A mobilização da inteligência astuciosa dos trabalhadores permite gerir a variabilidade que é intrínseca a qualquer meio de trabalho, na busca tanto da qualidade do trabalho como de sua saúde.
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Neste artigo, investigamos, conforme a perspectiva genealógica de Michel Foucault, quatro aparelhos do Laboratório de Psicologia Experimental da Faculdade Dom Bosco de Filosofia, Ciências e Letras de São João del-Rei: caixa de Decroly, para avaliar inteligência e caracteriologia; ergógrafo de Mosso, para medir fadiga e resistência musculares, tempo de reação, percepção, atenção e traços caracteriológicos; estereômetro de Michotte, para aferição de percepção visual de relevo e profundidade; mnemômetro de Ranschburg, para estimar capacidade de associação e memorização. Construímos o arquivo de pesquisa com documentos do Centro Salesiano de Documentação e Pesquisa e da Universidade Federal de São João del-Rei. Narramos trajetórias desses aparelhos entre 1953 e 1971, do contexto de sua aquisição até seu silenciamento. Identificamos deslocamentos de suas funções: de dispositivos de pesquisa e avaliação psicológicas passaram a ser aplicados em práticas de seleção profissional e orientação educacional, atendendo a demandas modernizantes da indústria e do ensino locais.
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O presente artigo tem como objetivo retomar a concepção de Luria sobre fenômenos perceptivos. Para este autor, alguns processos perceptivos teriam uma base fisiológica, já outros se alterariam com o desenvolvimento cultural. A aprendizagem da linguagem e o desenvolvimento do pensamento conceitual modificariam substancialmente essa função. A percepção da realidade seria acompanhada pelo significado e pelo sentido. Desse modo, ela é entendida como sendo a expressão das relações dinâmicas entre os sistemas psicológicos. Para discutirmos tais questões, utilizamos como ponto de partida a controvérsia entre os resultados dos experimentos realizados por Luria e Koffka nas expedições à Ásia Central. O primeiro tinha como objetivo constatar os efeitos das mudanças culturais nos processos psicológicos, dentre eles a percepção, e o segundo teve como finalidade investigar suas formas universais. Apresentamos uma hipótese para a divergência nas formas de interpretação. Por fim, mencionamos outros métodos de investigação que corroboram essa explicação do fenômeno perceptivo.
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Com o crescente número de produções científicas, alguns temas e autores acabam sendo pouco conhecidos devido não receberem atenção (e citações) suficientes. Um exemplo deste fenômeno é a obra de Norman Maier (1900-1977), psicólogo experimental norte americano com publicações que antecipam temas atuais em tópicos como criatividade, recombinação de repertórios, controle aversivo e psicologia organizacional. O presente artigo faz um resgate da obra de Maier, apresentando um resumo de suas principais contribuições experimentais e conceituais, além de suas relações com pesquisas atuais. Ao final, é feita da Lei de Maier, que, entre outras coisas, descreve duas práticas que, segundo o autor, são comuns no fazer científico da Psicologia: dar novos nomes a fenômenos já relatados na literatura, e omitir citações controversas. Conclui-se que o legado, e o tratamento dado ao trabalho de Maier, atualmente, exemplificam sua própria Lei.
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Este ensaio estabelece algumas comparações aproximativas entre as concepções do filósofo americano James B. Pratt (1875-1944) e do psiquiatra suíço Herman Rorschach (1884-1922), a partir de uma leitura fenomenológica inspirada nas contribuições de Husserl e Merleau-Ponty. Tal leitura retoma, principalmente, os conceitos “fundo de sentimento vital”, em Pratt, e “tipo de vivência”, em Rorschach, e seus respectivos fundamentos teórico-filosóficos e os coloca em diálogo com outros conceitos de autores de sua época, em especial de Freud e Jung. Tomando-se como fio condutor as relações entre o fundo irrefletido e a atividade reflexiva que caracterizam a existência humana, conclui-se que tanto Pratt como Rorschachbuscaram reenviar, por meio de seus conceitos e instrumentos, e cada um a seu modo, às contínuas transformações e às diferentes modalidades de realizações da intencionalidade psíquica.
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O propósito dessa pesquisa foi conhecer a implantação do curso de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, no período da Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985). A fundação desse curso, em 1979, pode ser situada no bojo de um conjunto de transformações que foram implementadas no ensino superior no Brasil pelos governos civis-militares e se traduziu, sobretudo, por um aumento do número de vagas. Diversas pesquisas apontaram o crescimento da oferta de vagas e os impasses decorrentes dessa política educacional estabelecida de forma súbita e sem a necessária infraestrutura material e humana. A Psicologia, à época, uma profissão de regulamentação recente, foi uma das formações mais afetadas pelo expansionismo. A fundação desse curso foi pesquisada a partir dos depoimentos dos primeiros professores. O uso da história oral permitiu o conhecimento de dados importantes sobre o cotidiano institucional, que se mostraram muito coerentes com outras informações de caráter quantitativo elencadas por pesquisas amplas, abrangendo período semelhante.
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A nova configuração do mundo da Idade Moderna levou os intelectuais europeus a deslocamentos mentais, indicados por diversas expressões, tais como viagem espiritual, viagem mental, viagem imaginária. Neste artigo, propomos três exemplos desse processo, através da análise de escritos autobiográficos, anotações e ensaios de três autores italianos: Federico Borromeo (1564-1631); Ludovico Antonio Muratori (1672-1750); Gian Rinaldo Carli (1720-1795). Os três autores, de modos diferentes, se referem à viagem entendida como deslocamento mental e realizada pelo emprego de alguns processos psicológicos, especialmente a imaginação. Nosso objetivo é analisar o significado que a viagem entendida como deslocamento mental assume no contexto biográfico e no universo histórico cultural de cada autor; e a significação psicológica das expressões viagem espiritual, viagem intelectual, viagem mental, por eles empregadas, à luz dos saberes psicológicos da época em que elas foram formuladas.
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A finalidade deste artigo é assinalar a trajetória intelectual de Paul Ricoeur nas duas décadas iniciais de seu percurso filosófico, período em que ele busca estabelecer uma filosofia da vontade e perfaz um itinerário desde a fenomenologia eidética de Husserl a um enxerto hermenêutico nesta, a partir de sua simbólica do mal e o encontro com a filosofia existencialista e a psicanálise. A partir disso, busca-se apontar as implicações destas ao seu pensamento e como suas reflexões, detidamente sobre o mito adâmico, são pertinentes não somente ao campo da filosofia, mas da mesma forma, ao campo da psicologia, particularmente no contexto clínico e psicoterápico, onde a vontade, o desejo e a culpa costumam se fazer tão presentes.
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Muitas vezes, Santo Agostinho (354-430) é louvado na literatura por ter antecipado uma concepção de espírito que encontra em Descartes (1596-1650) seu ponto culminante. Nem sempre, entretanto, a concepção agostiniana de espírito é detalhada. Neste trabalho, pretendemos detalhar a concepção agostiniana de espírito como realidade íntima, caracterizado pelo acesso privilegiado aos seus próprios conteúdos. Inicialmente, mostramos os pontos de ruptura da concepção agostiniana de espírito com referência a alguns filósofos da tradição grega. Em seguida, evidenciamos o desenvolvimento da noção de espírito em Agostinho, comparando algumas de suas primeiras obras com uma de suas obras de maturidade, a Trindade.
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O presente artigo tem por objetivo apresentar as perspectivas de Feuerbach e Jung sobre o fenômeno religioso. Tal análise torna-se importante pelo fato de que ambas as teorias contribuem significativamente para entendimento desse fenômeno, tanto pelo campo da Filosofia quanto da Psicologia. Deste modo, o artigo se desenvolverá em três partes: primeiramente, as concepções de Feuerbach sobre o fenômeno religioso, posteriormente as reflexões de Jung e, por fim, a identificação de aproximações e distanciamentos entre eles referentes ao fenômeno religioso.
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