A sua pesquisa
Resultados 84 recursos
-
Este artigo busca analisar o conhecimento de alunos do ensino médio sobre a história do esporte. Elaborou-se um questionário sobre a temática, respondido por 148 discentes de escolas públicas do noroeste do Paraná, cujos dados foram analisados à luz da teoria crítica da sociedade. Os alunos participantes indicaram rupturas entre as diferentes manifestações corporais, de períodos históricos distintos, acerca das regras, técnicas corporais, níveis de violência física e sentidos e significados dessas práticas, com predomínio da associação do esporte à Antiguidade, sem o reconhecimento deste como um fenômeno contemporâneo. Esse entendimento, influenciado pela indústria cultural, dificulta a reflexão sobre as manifestações corporais violentas como reprodução da própria dominação social.
-
O tema deste estudo é o pensamento político de Theodor Adorno, referente às suas contribuições sobre o radicalismo de direita e a personalidade autoritária. Na conferência que pronunciou, em 6 de abril de 1967, intitulada Aspectos do novo radicalismo de direita, Adorno partiu do pressuposto de que o novo radicalismo em nada diferia do antigo, isto é, não havia rupturas nas posições políticas autoritárias que se estabeleceram no Pré-Guerra e no Pós-Guerra, de 1945. Essa constatação o levou a considerar o fascismo-nacionalismo um fenômeno social e político vinculado à sociedade burguesa e à personalidade autoritária, que ele investigou nos Ensaios sobre psicologia social e psicanálise. Para o estudo do tema, a compreensão dos acontecimentos e ideias aludidas por Adorno se faz relacionada à história, em sua dinâmica de mudança e permanência, e à Teoria Crítica, capaz de pôr em discussão esse movimento. A permanência de ideias e políticas autoritárias, mesmo na atualidade, suscita interesses de investigadores desejosos em entender as motivações e fundamentos. Isso justifica um retorno ao pensamento de Adorno. Por isso, o objetivo proposto é o de compreender, em Adorno, a permanência (ou retorno) de posições políticas autoritárias, num momento no qual elas foram vencidas, com o fim da Segunda Guerra Mundial.
-
A obra “Práticas de pesquisa em Psicologia: Experiências e pluralidade na graduação” reúne autores/as, entre docentes e discentes, disponíveis e engajados/as na produção acadêmica e desenvolvimento de pesquisas que contribuam com um debate multifacetado sobre as diversas questões que atravessam a Psicologia contemporânea. Os textos perpassam campos de conhecimento diferentes sem se afastar de um foco comum: a produção de conhecimento em Psicologia. O grupo envolvido com a presente escrita desenvolve temas a partir de bases teóricas distintas, problemas de pesquisa relevantes e resultados de impacto para o campo "psi", mas não somente, também amplifica a pluralidade do conjunto de docentes e discentes da Universidade do Estado de Minas Gerais. As discussões apresentadas auxiliam e privilegiam o espaço do pensar reflexivo e aspira a construção das psicologias, no amadurecimento de ideias que amplifiquem o olhar sobre os indivíduos, suas relações sociais e a complexidade de fatores que atravessam a vida contemporânea. Esperamos que as/os leitoras/es apreciem as pesquisas apresentadas, suas diversas abrangências de um saber psicológico plural e diariamente em construção. Que estes textos produzam interlocuções aos que aqui anseiam encontrar novos caminhos.
-
É inegável a importância e relevância da obra aqui apresentada. Entendemos como eminente a necessidade de Grupos importantes como os citados na obra (GEPEGE, GEADEC, GEPPEI), todos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da FFC/UNESP de Marília, local importante e de referência para a teoria piagetiana divulgar seus trabalhos para além das revistas científicas e o banco de teses e dissertações. Entendemos ser importante que esses lócus acadêmicos sejam transpostos colocando as pesquisas desenvolvidas nos mesmos em evidência, de forma clara e acessível aos estudantes, leitores e interessados na obra e teoria de Jean Piaget. Os resultados das pesquisas de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado nem sempre são acessíveis à maioria dos educadores por ter um formato mais acadêmico e rebuscado, além de ter uma densidade substancial de informações. Quando os pesquisadores conseguem transpor esses trabalhos e seus resultados para um capítulo de livro é inegável que as dimensões que este trabalho atinge em termos de público é muito maior. Além disso, o texto se encontra articulado e bem distribuído com relação às temáticas apresentadas. Na primeira parte estão as pesquisas sobre o desenvolvimento cognitivo, na segunda parte temos as pesquisas acerca do desenvolvimento moral. Esta divisão de temática é muito apropriada e colabora com demandas importantes para se ler e compreender Jean Piaget na atualidade. Ressaltamos ainda a inegável credibilidade dos autores que assinam os capítulos, mesmo aqueles que possuem os orientandos como autor, seus orientadores e pesquisadores coordenadores evidenciam um quadro de autores de peso considerando o escopo da proposta de livro apresentada. ELIANE PAGANINI DA SILVA Professora Adjunto da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Campus Apucarana Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Inclusiva (PROFEI/Unespar) Selo Editorial: Apoio: Programa PROEX/CAPES: Auxílio Nº 0039/2022 / Processo Nº 23038.001838/2022-11
-
Partindo da premissa de que, nos primeiros anos de difusão da psicanálise no Brasil, a participação feminina teve importante destaque tanto na introdução quanto na expansão das ideias freudianas no país, este estudo se propõe a delinear o papel de protagonismo assumido pelas mulheres junto ao movimento psicanalítico brasileiro. Para dar visibilidade a esse pioneirismo, o estudo foi organizado em três momentos. Inicialmente, serão apresentadas considerações gerais sobre o contexto da participação da mulher na sociedade brasileira durante a primeira metade do século XX e os primeiros movimentos de emancipação feminina. Na sequência, será abordado o modo como a psicanálise, entendida neste período histórico como movimento inovador e disruptivo, proporcionou espaço fecundo de interlocução para se pensar a expansão das conquistas das mulheres na esfera pública e social. Por fim, essas hipóteses serão articuladas por meio do esboço biográfico de duas destacadas pioneiras da psicanálise no Brasil: Virgínia Leone Bicudo e Marialzira Perestrello.
-
Este artigo reflete sobre a noção antropológica de animatismo, um estádio pré-animista da humanidade, à qual Freud recorreu em Totem e tabu. Com ela, ampliou seu objetivo de revelar a origem da religião e da moralidade, estendendo-o à origem e ao destino da humanidade. Objetivo que também perseguiu em interlocução com as teorias psiquiátricas da hereditariedade e da degeneração dos séculos XVIII e XIX. Teorias concebidas por Tissot, Pinel, Lucas, Morel, Esquirol, Magnan, Legrain, Charcot, entre outros, sumariamente apresentadas neste artigo. Por fim, este artigo também apresenta e põe em discussão algumas obras de Freud, nas quais as teorias da hereditariedade e da degeneração foram ressignificadas sob as de fixação e regressão, ampliando os fundamentos do que seria sua filosofia psicanalítica declinista da história, reveladora de um novo sentido e direção tanto para a origem, quanto para o destino da humanidade.
-
Este estudo analisou o percurso de quatro famílias, destituídas do poder familiar, pelo Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente no Brasil. A análise do discurso de orientação psicanalítica foi empregada no corpus de informações de cada caso, compreendido por documentos relativos ao acompanhamento dos casos e entrevistas, realizadas com familiares e agentes institucionais. Os resultados apontam para formações discursivas que naturalizam ações judiciais punitivas de suspensão ou destituição do poder familiar, aplicadas hegemonicamente às famílias pobres, nas quais as mulheres são as principais culpabilizadas pelas falhas na gestão de cuidados. Verifica-se, também, a descontinuidade do acompanhamento, retomado quando há repetição da aplicação dessas medidas protetivas, assumindo a característica sintomática de falha. A escuta dos atores desses processos surge como uma estratégia de retificação subjetiva, ultrapassando práticas prescritivas e normativas, ratificadoras da exclusão e de criminalização da pobreza, particularmente das famílias negras.
-
El campo de la cognición ha tenido una larga historia en la que los modelos formales, el cuerpo y la interacción con el mundo físico y social han tenido significados y papeles variados. En los últimos años, las propuestas han intentado reintroducir el cuerpo y la variabilidad cognitiva resultante de la sensibilidad a contextos ricos e impredecibles. Este artículo presenta el enactivismo autopoiético, una de las versiones esenciales de las teorías encarnadas dentro de las ciencias cognitivas, señalando algunas limitaciones de las teorías clásicas de procesamiento de la información y sus nociones de representación. En este distanciamiento, las ciencias cognitivas han recuperado el cuerpo, la sensibilidad y flexibilidad de los procesos cognitivos, la naturaleza dinámica de la experiencia y el valor de los sistemas culturales que sustentan la actividad cognitiva.
-
Este artigo objetiva identificar, contextualizar e analisar evidências e impacto do evolucionismo darwiniano na obra de Sigmund Freud, na literatura especializada nacional nas últimas duas décadas. Uma revisão sistemática da literatura foi empreendida, em conformidade com as orientações metodológicas PRISMA, valendo-se, para tanto, de palavras-chave selecionadas, posteriormente empregadas na pesquisa conduzida em sete bases de dados distintas. Após seleção, chegou-se a uma amostra final composta por dezesseis artigos de relevância. De acordo com os resultados, evidencia-se: evolucionismo darwiniano como um recurso na escrita da obra freudiana; utilização da história evolutiva ou história filogenética como justificativa das elaborações de Freud; teoria darwiniana como meio para compreensão da origem de sintomas e estados psíquicos; uso da figura representativa de Darwin.
-
O livro Prática da Psicologia baseada em evidências (PPBE) constitui um avanço pioneiro no âmbito da Saúde Mental, distinguindo-se como uma “obra viva”. Em contraste com publicações convencionais, esta obra está integrada a uma plataforma digital que receberá atualizações periódicas em suas referências bibliográficas. Tal metodologia assegura que profissionais, acadêmicos, estudantes e o público geral tenham acesso contínuo às informações e pesquisas mais atuais, potencializando a eficácia dos cuidados na saúde mental e fomentando intervenções mais efetivas e seguras.Organizada em três seções, a obra fornece uma exploração abrangente e detalhada da PPBE:Seção I: Aspectos conceituais e históricos da prática da Psicologia baseada em evidências no Brasil e no mundoSeção II: Fundamentos metodológicosSeção III: Evidências da eficácia, efetividade e segurança das abordagens psicossociais na prevenção e no tratamento dos transtornos mentaisCom a contribuição de pesquisadores e professores renomados, tanto nacionais quanto internacionais, este livro apresenta uma visão integrada entre a experiência clínica, as evidências científicas rigorosas e as características e preferências dos pacientes, reiterando o compromisso com uma prática clínica ética e fundamentada em evidências científicas.
-
No intuito de compreender como as ideias de inovação pedagógica são dadas a ler aos professores, este artigo analisa manuais de Didática e Psicologia usados na Escola Normal entre 1900 e 1960. A pesquisa mapeia os autores desses livros, analisando também seus prefácios, sumários e conteúdos. Isso permite notar ideias e conceitos comuns aos manuais das diferentes disciplinas. Mesmo depois da divisão delas em matérias mais autônomas, nos anos 1930, a proximidade dos conteúdos permanece. Em alguns casos, os mesmos autores dedicam-se ao ensino e à escrita de manuais de Didática e de Psicologia; também é possível observar que certos temas, enunciados e autores de referência atravessam as suas fronteiras, em especial aqueles relacionados ao movimento da Escola Nova. Nota-se uma certa primazia da Psicologia sobre a Didática e outras áreas afins nos programas da Escola Normal, como foi o caso da Pedagogia, da Metodologia e da Prática de Ensino.
-
Neste estudo, objetivou-se compreender o ser jovem na contemporaneidade a partir da visão de estudantes do Ensino Médio. Foram utilizados dados de uma pesquisa maior, que contou com dez grupos focais com estudantes brasileiros. Utilizou-se Análise Textual Discursiva para avaliação dos achados. Participaram 80 estudantes oriundos de colégios e unidades sociais de uma rede de ensino privada, habitantes de distintas regiões do país. Os resultados demonstraram que, para a amostra pesquisada, ser jovem era vivenciar pressão por desempenho, por desenvolvimento de um futuro profissional e pela mudança da sociedade. Além disso, envolvia desenvolver autoconhecimento, ser crítico e socialmente responsável, enfrentar riscos e desafios e conquistar autonomia. Os resultados foram discutidos a partir de uma fundamentação gestáltica e fenomenológica. As conclusões apontam para a diversidade e potência das experiências juvenis na contemporaneidade e levantam questionamentos sobre os impactos na clínica psicológica.
-
Este artigo apresenta uma proposta epistêmica e metodológica de investigação e práxis etnopsicológicas com pessoas indígenas, apontando para suas contribuições na pesquisa e na assistência psicológica a essas pessoas. Inicialmente, busca contextualizar a etnopsicologia, delimitando seu campo e respectivas possibilidades de investigação e intervenção. Na sequência, explora os conceitos fenomenológicos husserlianos de epoché (o abandono de suposições ou crenças) e intencionalidade da consciência, e sua respectiva retomada no modelo metodológico de Amedeo Giorgi. Em seguida, traz a noção de pessoa dada pela antropologia filosófica de Max Scheler, diferenciando-a de outras noções hegemônicas predominantes no Ocidente e buscando apreciar sua aplicabilidade na pesquisa e no atendimento às pessoas indígenas. Discute, então, o potencial dessas duas abordagens na etnopsicologia, na medida em que ambas assumem que o conhecimento se constitui em relação, tendo como fundamento axiológico o mundo da vida das pessoas, repleto de valores, sentidos e significados existenciais.
Explorar
Tipo de recurso
- Artigo de periódico (26)
- Livro (9)
- Seção de livro (35)
- Tese (14)