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O livro Tests de Medeiros e Albuquerque é um importante precursor da avaliação psicológica no Brasil. A primeira edição parece ter sido em 1924. O sucesso imediato levou a publicação de várias outras edições. A manutenção do termo inglês tests denota a novidade do tema. A palavra já existia em português desde o século XVIII. Certamente, a reconhecimento de Medeiros e Albuquerque, como respeitado jornalista e político, facilitou a aceitação do livro, influenciando fortemente as políticas educacionais da época. O presente artigo está dividido em três partes. A primeira trata da passagem da psicologia experimental de processos simples (Laboratório de Wundt - Leipzig) para as medidas de processos psicológicos superiores (Laboratório de Binet – Paris). A segunda descreve o caminho da avaliação psicológica da Europa para o Brasil. A terceira analisa as principais contribuições do livro Tests, entre elas a informação de que a pesquisa sobre avaliação psicológica estava sendo realizada não mais pelos franceses, mas pelos norte-americanos. A obra é apresentada como uma acurada revisão de literatura da nova ciência psicológica, introduzindo a avaliação psicológica de modo crítico, mas de um ponto de vista favorável.
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As chamadas teorias raciais chegaram ao Brasil por volta da década de 1870. De maneira geral, estas teorias afirmavam que as diversas raças humanas estavam submetidas a uma hierarquia determinada naturalmente. Este seria o motivo das desigualdades entre os povos e indivíduos. O Brasil, segundo muitos intelectuais brasileiros e estrangeiros, encontrava-se atrasado em relação às grandes nações por causa de sua grande "diversidade racial". A eugenia, uma ciência ideológica fundada por Francis Galton, chegou ao país como a esperança de "salvação da raça brasileira". Galton propunha estabelecer as condições ideais de reprodução humana, visando o melhoramento racial progressivo em todos os seus aspectos. Incorporadas pela intelectual idade brasileira, estas idéias difundiram-se por muitos domínios científicos, inclusive pelas ciências psicológicas. As técnicas de avaliação como as medidas de Q.I. e os psicodiagnósticos, criados ou adaptados por psiquiatras brasileiros do começo do sempre incluíram da variável "raça". Neste trabalho objetivamos explorar a formação histórica de uma "psicologia racial" no Brasil, enfatizando as suas diversas ramificações e propostas de intervenção no meio social. Partimos de dois pressupostos básicos: 1) A apropriação das teorias raciais pelos saberes psicológicos; 2) As concepções psicológicas inerentes às próprias teorias raciais. Como fontes utilizamos periódicos médicos, educacionais, anais de congressos e de sociedades eugênicas, bemcomo obras de referência, publicados no período em questão. Definimos as seguintes categorias historiográficas para análise: I) As diferenças psicológicas entre as diversas. etnias brasileiras; II) As "tendências" de certas raças para as doenças mentais; III) As propostas de "higiene racial" como forma de melhoramento psicológico da população brasileira. IV) A procura por uma "solução eugênica" para o "problema racial" brasileiro. O período entre ... 1869 e 1940 é quando as interseções entre as ciências psicológicas e as teorias raciais são mais significativas. Nos concentraremos no eixo Rio de Janeiro e São Paulo.
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Este estudo se interessa pela dinâmica da dimensão psicológica e da moralidade conforme compreendidos no contexto da prática do karate-do. Saliente-se que no karate, caracterizado como uma técnica corporal de combate, a principal meta é o desenvolvimento do caráter que é constituído através de uma visão de mundo e compreensão de homem que são objetos desta pesquisa. O objetivo deste trabalho é a descrição e compreensão do objeto em questão trazendo uma contribuição aos estudos a respeito das múltiplas visões e concepções de homem e idéias psicológicas presentes no sincretismo cultural brasileiro. Para tanto, inicialmente, utiliza-se metodologia própria para investigação das idéias psicológicas, em que as buscas de compreensão acompanham cuidados de análise histórica que exigem o perscrutamento das influências de maior relevância ao objeto focado, no caso, o budismo zen e o confucionismo. Gichin Funakoshi, aquele que é chamado de o pai do karate moderno, tem suas idéias, tomadas à luz de suas influências determinantes, contrastadas com a análise do pensamento de Masatoshi Nakayama, seu discípulo e um dos protagonistas da diáspora mundial do karate. N Nakayama é a principal fonte documental primária em decorrência da notoriedade de sua ascendência sobre os praticantes brasileiros. Além da análise das fontes documentais vale-se, em um segundo momento, da metodologia denominada arqueologia fenomenológica das culturas para examinar o tema a fundo e oconjunto de entrevistas realizadas com professores japoneses introdutores do karate shotokan no Brasil que foram diretamente influenciados pelo ensino de Nakayama. A partir da análise documental, depreende-se a existência de dois modelos práticos e históricos que, representando o paroxismo de dois conceitos internos do karate, orientam diferentemente a formação do caráter do praticante e têm concepções de homem também diversas. O conceito de kime estende-se como ... expressão técnica da catalisação e direcionamento da vontade norteada por padrões de visão de mundo caracteristicamente orientais. Já o conceito de sun-dome estende-se como a expressão técnica da contenção da vontade acordando com uma visão de mundo sincrética, mas de tendência evidentemente ocidentalizada, como se verifica na percepção bipartida do homem e da realidade. A análise das entrevistas, a partir da arqueologia fenomenológica, revela experiências vivenciais em que se reconhece a manutenção da busca por um ideal de homem em que ocorre a centralidade da hilética (momento sensível) na experiência em relação à noética (momento intelectual). Sustenta-se que a centralidade da hilética nas vivências do praticante tende a se aprofundar como um retomo até origens arcaicas da experiência que se manifestam como abertura à corporeidade em sua dimensão ainda pré-categorial e constitutiva das formações culturais.
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Os textos reunidos nesta obra constituem a versão revisada das várias comunicações apresentadas no 4° Seminário Psicologia e Senso Religioso: Processos Psicológicos na Representação Religiosa, realizado na USP em setembro de 2002.
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Esta coletânea visa apresentar o estado da obra de pesquisas realizadas até o momento no que diz respeito à História da Psicologia no Brasil. É um trabalho que busca colocar algumas pinceladas no grande afresco que ao longo das últimas décadas está sendo realizado pelos historiadores da Psicologia, com o objetivo de recompor o percurso histórico que no contexto sociocultural brasileiro levou à constituição das formas de conhecimento psicológico e da ciência psicológica enquanto tal.
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