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Este livro surgiu do desejo de divulgar possíveis ações do psicanalista no campo da Educação, mediante intervenções, propostas pela professora Ana Lydia Santiago, que se baseiam na teoria da inibição intelectual e na Clínica Pragmática, prática de aplicação da psicanálise. Tais ações visam, essencialmente, a destrinchar o sintoma do fracasso escolar ou, mais precisamente, incidir sobre formas sintomáticas que se manifestam em crianças e jovens durante a trajetória escolar e resistem a quaisquer intervenções pedagógicas implementadas, a ponto de inviabilizar, muitas vezes, a própria escolaridade. É preciso considerar, neste trabalho, os psicanalistas ‘como um objeto nômade e a psicanálise como uma instalação portátil, suscetível de se deslocar para novos contextos e, em particular, para as instituições’. Os casos discutidos na presente obra demonstram a possibilidade de haver um lugar analítico nas instituições escolares, a que, quando ocorre, se designa, de acordo com proposta de Jacques-Alain Miller, Lugar Alfa.
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O artigo apresenta os principais impasses para o trabalho de implementação dos projetos de inclusão escolar, levantados junto aos gestores da Educação Especial, visando proposição de pesquisa/intervenção em inclusão escolar. Utilizou-se a metodologia da Conversação de Orientação Psicanalítica, que evidenciou: frágil diálogo entre professores de Atendimento Educacional Especializado e professores da sala de aula regular; dificuldade dos educadores se apropriarem dos projetos de inclusão; difícil inclusão de crianças com suspeita de Transtorno Global do Desenvolvimento, deficiência intelectual e dificuldades severas de aprendizagem e necessidade de construção de saberes capazes de subsidiar a intervenção pedagógica.Palavras-chave: Inclusão Escolar. Conversação de Orientação Psicanalítica. Formação de Professores. Aplicação da Psicanálise à Educação.
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The study of personality has always been presented in Psychology as a way to understand the individual’s behavior and characteristics. Within such context, several theorists deepened their studies and used techniques to reveal the psychical world structure. By attempting to know the individual in their characterological profile, the psychologist and educator Helena Antipoff decided to revive her experience in the former Soviet Union by means of the observation models developed by the psychologist and psychiatrist Lazursky. When Antipoff arrived in Brazil in 1929, invited by the government to assist in the development of the educational reform in the period called New School, she started to spread Lazursky’s work in the state of Minas Gerais. Antipoff used Lazursky’s Natural Experimentation rather than intelligence tests in psychological evaluations as a method aimed at the characterization of personality through observations of the behaviors and routine under natural conditions. She researched about individuals by using systematized and standardized observations and experiments, whose results were analyzed methodologically in figure and tables, which helped her study the personality of both the students and teachers. The purpose of this paper is to show, based on primary source documents from Antipoff’s publications between 1930’s and 1950’s, the study of the personality through the Natural Experimentation method as the main model for the beginning of her educational work in Brazil. The use of the method contributed to the new educational structure, once it consisted of investigating and evaluating the student according to his profile, that is, his personality.
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A pesquisa apresentada investigou o método de Ortopedia Mental elaborado pela educadora Helena Antipoff, enfocando seus fundamentos teóricos. Utilizamos como fontes os textos da educadora escritos na década de 1930 e compilados em dois volumes da Coletânea das obras escritas de Helena Antipoff: Psicologia Experimental e Educação do excepcional. Helena Antipoff dirigiu o Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, instituição de formação de professores e técnicos em Educação. Processos de homogeneização de classes faziam parte da reforma proposta a partir de 1927. Durante a implantação das classes homogêneas, entre 1930 e 1935, a psicóloga russa fez uma crítica à limitação dessa ação isolada e concluiu que apenas a homogeneização não traria resultados suficientes para a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Antipoff empenhou-se em propor programas que pudessem oferecer à criança um ensino que respeitasse suas particularidades, ao mesmo tempo que treinasse professores para sua execução. Um desses programas era a Ortopedia Mental, técnica utilizada por Binet, e para a qual a educadora adaptou princípios educacionais e procedimentos de vários autores. Na aplicação da Ortopedia Mental, Helena Antipoff valorizava o empenho, a criatividade e o envolvimento que o professor deveria ter com sua classe na elaboração de atividades capazes de despertar o interesse das crianças e desenvolver, ao mesmo tempo, suas faculdades mentais.
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O artigo apresenta um conjunto de discussões sobre as relações entre educação para a paz e psicologia elaboradas, ao final da década de 1920, por pesquisadores ligados ao Instituto Jean-Jacques Rousseau/Suíça. A partir do método descritivo-analítico, destacamos as teorias e técnicas levantadas ao longo da conferência A paz pela escola realizada em 1927 pelo Bureau Internacional de Educação, órgão ligado ao Instituto. Demonstramos como os conferencistas desse encontro conceberam a Psicologia como uma ciência central nas propostas de pedagogia pacificadora. Destacamos as concepções de Pierre Bovet sobre os instintos combativos e sociais, teoria psicológica que pretendia orientar o trabalho dos educadores que visavam a um ideal pacifista. Concebemos esse movimento como um projeto civilizatório, fundamentado, sobretudo, no conhecimento científico do ser humano. Para Pierre Bovet, a educação moral, social e religiosa deveria ser os três pilares da pedagogia pacificadora, contrapondo-se a outros cientistas da época, como Jean Piaget.
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Esse artigo apresenta a proposta de educação internacional elaborada por Jean Piaget em meados de 1930. Para isso, analisamos publicações do autor visando identificar sua concepção de espírito de cooperação internacional e a maneira de desenvolvê-lo nas escolas. Identificamos como o contexto sócio-histórico, marcado pela guerra e pelos nacionalismos, influenciou a construção de conhecimentos sobre educação e sobre psicologia. Por ter assumido a direção de importantes instituições internacionais de educação preocupadas com a promoção da paz pelas escolas, o autor aborda a problemática da educação de forma objetiva e científica. A educação internacional teria como objetivo principal propiciar a emergência da compreensão e da posição de reciprocidade diante dos pares e dos estrangeiros. O método a ser empregado, nas escolas, deveria aproveitar-se das tendências à solidariedade interna e à prática das regras de cooperação e dos métodos do self-government.
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Este artigo versa sobre o ensino de arte na Fazenda do Rosário, em Ibirité, Minas Gerais, Brasil, entre 1940 e 1960, desenvolvido por meio de ações decorrentes da rede de colaboração estabelecida entre o artista e educador pernambucano Augusto Rodrigues e a psicóloga e educadora russa, Helena Antipoff. Consideraram-se as perspectivas da historiografia sobre a sociabilidade e o contexto dos envolvidos para análise das variadas fontes originais consultadas. Os resultados demonstraram que o movimento de integração entre a arte e a educação articulado por Rodrigues e Antipoff deu-se por meio de uma rede de intelectuais, educadores e artistas envolvidos no movimento modernista de educar pela arte, em que se conjugavam conhecimentos na interface da psicologia, da livre expressão, da valorização da cultura popular e da formação integral dos educandos.
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Tese dividida em quatro estudos, cujo eixo central é o entendimento de que toda Psicologia é local e expressa em seu respectivo contexto de desenvolvimento uma hibridização que depende dos seus processos históricos de recepção e circulação. Aplicou-se esse entendimento ao argumento de que a Psicologia Humanista de Carl Rogers, em seu desenvolvimento nos EUA e no Brasil, foi sensível a esses processos, havendo especificidades que os distinguem em cada localidade. A perspectiva que se escolheu para investigar tal argumento ocorreu mediante as relações da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) com a Fenomenologia. Ressalta-se que todos os estudos são independentes, entretanto cada qual versa historicamente essa perspectiva ao seu modo. O primeiro estudo tem um cunho teórico sobre a noção de recepção e circulação e suas implicações para pesquisas históricas em Psicologia. O segundo estudo se inspira na abordagem historiográfica de Josef Broek para analisar as diversas relações que Rogers estabeleceu com a Fenomenologia. Para isso, o estudo 2 se divide em duas análises: a primeira levanta o número de filósofos citados e referenciados por Rogers ao longo de suas obras; a segunda examina sete momentos relacionais de Rogers com o movimento de recepção da Fenomenologia pela Psicologia estadunidense, nas décadas de 1940- 1960. Rogers, efetivamente, somente citou e referenciou 1 fenomenólogo, Martin Heidegger. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, que ele viu com ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e de estudos da personalidade. O terceiro estudo, novamente inspirado pela historiografia de Broek, divide os momentos de recepção da Psicologia Humanista de Rogers no Brasil, de 1945 a 1990, analisa as obras rogerianas traduzidas para o português brasileiro, nos anos de 1970-2000, e realiza um levantamento bibliográfico para entender o tipo de ACP que circula em periódicos brasileiros, de 2002 até 2014. Os resultados do estudo 3 apontam que: a ACP de orientação fenomenológica se estabeleceu em um período de crise, no final da década de 1980; atualmente, há uma escassez de produção de artigos sobre Rogers; existe uma hegemonia de produções teóricas e clínicas; a ACP brasileira se distingue da ACP de Roger por concretizar uma relação com a filosofia fenomenológica europeia em suas discussões teóricas. O quarto estudo reflete, a recepção e circulação da noção rogeriana de consciência na ACP brasileira de linhagem fenomenológica. Aponta-se para o cenário brasileiro, onde existe uma tensão epistemológica em aproximar da Psicologia Humanista de Rogers a Fenomenologia, pois a ideia rogeriana de consciência procede de uma base pragmatista-funcionalista que difere do esteio fenomenológico; entretanto, historicamente, é possível entender essa relação em termos de um desenvolvimento local. No transcurso dos estudos, concluiu-se que há uma série de potencialidades teórico-conceituais na aproximação da ACP com a Fenomenologia. A atitude historiográfica sobre essa relação possui, em seu cerne, um aspecto compreensivo as dimensões locais que afetam historicamente a Psicologia Humanista de Rogers e a ACP brasileira.
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