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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Desde os anos cinqüenta, o enfoque cognitivo tem assumido um papel fundamental na pesquisa psicológica. Revolução Cognitiva é a designação do movimento intelectual que iniciou uma nova área de estudos conhecida como ciência cognitiva. De outra forma, um novo movimento chamado de segunda revolução cognitiva enfatiza a importância das práticas discursivas para os processos mentais humanos. O principal objetivo deste trabalho é caracterizar e comparar as duas revoluções cognitivas. Com base numa revisão da literatura e em uma discussão histórica sobre ambos movimentos, os autores consideram o impacto da primeira revolução cognitiva, bem como as limitações da segunda revolução cognitiva. O propósito desta análise não é contestar a importância dos enfoques discursivos e construtivistas. Em contrapartida, os autores afirmam que tais processos são insuficientes para caracterizar uma segunda revolução no âmbito das ciências cognitivas.
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A subtração da alteridade a revela em suas especificidades existencial e essencial, respectivamente, pelo exame do esvaziamento no caso do karate-dô e pela redução fenomenológica. Este artigo se propõe a analisar a alteridade como um dos fundamentos da tradição existencial própria do karate-dô. Concomitantemente, explora aspectos do problema do alter ego e da empatia fenomenológica, tratados por Edmund Husserl e Edith Stein, de modo a acentuar as análises das vivências atuantes em determinados conteúdos produzidos por praticantes experientes de karate. Uma análise fenomenológica do esvaziamento introduz a questão da alteridade conforme se revela neste fenômeno em conteúdos investigados. A questão, conforme descortinada pela epoché, põe-se como análise fenomenológica da entropatia. Para concluir, são realizadas algumas distinções necessárias que precisam alguns limites da dissolução do outro num mesmo eu, sugerida em conteúdos examinados. Constata-se que a vivência de paroxismo intersubjetivo pontua um dos fenômenos fundamentais da dinâmica existencial do karate-dô.
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A reforma psiquiátrica visa a desconstruir a posição do “louco” na sociedade, colocando a doença entre parênteses para considerar um homem capaz de sentir, desejar e agir, desvinculado de um padrão de normalidade. Nessa perspectiva, decidimos traçar o perfil da demanda em saúde mental e investigar como vivem os usuários de psicotrópicos e/ou egressos de hospitais psiquiátricos residentes no bairro de Bom Pastor, Natal, a fim de melhor conhecer a experiência cotidiana desses sujeitos. Aplicamos um questionário semi-estruturado a 160 usuários, através do qual percebemos que o cotidiano dessas pessoas é estruturado a partir do diagnóstico recebido. Inúmeras atividades deixam de ser realizadas em função disso. A circulação dessas pessoas em seu bairro/cidade é bastante restrita, bem como poucas as atividades realizadas por elas, as quais estão sempre condicionadas à disponibilidade de familiares. Apesar dessa realidade, há o desejo por parte dos entrevistados de diversificar essas atividades e torná-las mais freqüentes.
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Investigar aquilo que nos configura como sujeitos de poder e de saber no presente é abrir possibilidades de novas subjetivações. A noção-saber Recursos Humanos (RH), vastamente utilizada nas empresas, bem como, atualmente, nas demais organizações que empregam força de trabalho – como governos, ONGs etc. –, configura sujeitos empresarias que não apenas trabalham, mas vivem dentro de uma lógica da empresa. O presente ensaio, explorando essas questões ao lado das perspectivas foucaultianas da história e do discurso, faz a tentativa de uma conversão do olhar para novas formas de análise do RH, da empresa, das psicologias envolvidas, das subjetivações engendradas. O trabalho se insere em um projeto maior de uma arqueogenealogia da empresa.
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A noção de indivíduo é historicamente constituída. O objetivo deste estudo é mostrar quais foram as condições históricas que possibilitaram o surgimento do indivíduo e sua tomada como valor mais precioso na sociedade moderna, e como a invenção do indivíduo ocupa um lugar relevante na história do surgimento da psicologia. Atravessaremos a Antigüidade, a constituição dos Estados Modernos e a proliferação das técnicas disciplinares para construir uma história da noção de indivíduo. A experiência de individualização a que chegamos marca toda a prática psicológica, a qual oscila entre a busca de autonomia e de controle dos seus sujeitos. Sem essa dicotomia moderna – indivíduo autônomo x controlado – talvez nem houvesse psicologia, pois uma vez que o indivíduo fosse pensado unicamente como autônomo não poderíamos tomá-lo como objeto de estudo; ao passo que se houvesse apenas determinações, cairíamos no fatalismo e não seria necessária nenhuma intervenção psicológica.
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Em meio às atas e documentos do início das atividades da psicologia dos arquivos do Hospital São Pedro de Porto Alegre, foram encontrados os rascunhos de uma entrevista com a primeira psicóloga que começou a trabalhar no hospital, em 1949. Em pleno predomínio do modelo da psiquiatria clássica adotada no hospital, inseriu e sustentou atividades que se desviavam de um projeto de psicologia psiquiátrica ao qual havia sido destinada inicialmente. Estes fragmentos conferem à psicologia um início polissêmico que nos leva a pensar a potência da psicologia no presente em buscar novas entradas e saídas dentro do hospital psiquiátrico, tomando a Oficina de Criatividade como um espaço no interior do manicômio capaz de produzir novas práticas e saberes que se deslocam do esperado.
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Esse estudo tece algumas considerações gerais sobre a cultura de imagens na qual vivemos atualmente e busca avaliar a medida em que somos afetados por suas formas e conteúdos na vida cotidiana. A seguir, como paradigma, apresenta um pequeno acervo de representações visuais do elemento judaico e do “ariano”, publicadas no Der Stürmer, um jornal dirigido às classes populares na Alemanha, fundado por Julius Streicher em 1923, na cidade de Nuremberg. A publicação, que veiculava a ideologia nazista nos anos anteriores e durante o regime como um órgão independente, era prolixa em imagens. Com essa apresentação, demonstra-se a forma como as ideologias podem ser iconizadas ou “embutidas” no tipo de retórica visual empregada. Alguns aspectos da dinâmica psíquica envolvida nesse discurso visual são observados, avaliados em sua dimensão histórico-social, e a possibilidade de aplicação de análises dessa natureza a outros contextos é levada à consideração do leitor.
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O artigo busca analisar as implicações das biociências e biotecnologias sobre a subjetividade. A questão que nos move é a colonização tecnológica da vida e da inscrição da subjetividade no registro genético. Sob a tensão da possibilidade da extinção da resistência do biológico ao domínio humano, encaminhamos uma discussão sobre o bio-poder contemporâneo diagnosticado pelo apagamento das fronteiras entre normal e patológico. Através de um exame do papel da medicina no governo de si, fazemos comparações entre as técnicas e finalidades envolvidas no cuidado com a saúde no âmbito moderno e contemporâneo. A conclusão principal é que a alteridade do biológico é deslocada, ao invés de dissolvida. Na modernidade ela esteve ligada às paixões, desejos e sexualidade incontrolável, enquanto agora, está relacionada ao caráter probabilístico dos diagnósticos genéticos, que envolvem sempre uma incerteza diante da qual se deve optar.
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Partindo da constatação de que, no âmbito universitário, o estudo da história da filosofia é o caminho comumente privilegiado na aproximação aos temas e problemáticas filosóficas, o artigo tece algumas considerações em torno das conseqüências desta verificação para a própria filosofia. Ao mesmo tempo em que critica a significação hegeliana da história da filosofia, expõe e defende um procedimento metodológico que, ao retirar do discurso filosófico a função de lei ordenadora dos demais discursos, faz do seu estudo algo intenso e vivo — e não meramente objeto de fidelidade e probidade filológicas. Para tal fim, utiliza-se do conceito de pedagogia do conceito, referido ao percurso do filósofo Gilles Deleuze.
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O debate acerca do reconhecimento da alteridade por recém-nascidos tem tradicionalmente ocupado os esforços investigativos de diferentes teorias psicológicas. O presente artigo tenciona examinar duas posições prevalentes, discriminando-as no contexto da psicologia do desenvolvimento. De um lado, defende-se a hipótese de que bebês nascem num estado de indiferenciação com o ambiente e incapazes de discriminar entre estímulos internos e externos. Essa capacidade discriminatória estaria condicionada a um processo de construção progressiva e seria dependente de marcos específicos do desenvolvimento. De outro, sustenta-se que bebês nascem equipados com um senso de self rudimentar (self ecológico) e capazes de reconhecer o próprio corpo em ação como uma entidade organizada e diferenciada do ambiente. Dessa perspectiva, a habilidade para o reconhecimento da alteridade se daria muito precocemente na vida infantil. Após o exame dos principais argumentos que sustentam as posições citadas, pretende-se ainda descrever como promovem dois modos distintos de compreender a imitação neonatal.
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Neste artigo faz-se uma interpretação da história do Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, abarcando o período de 1969 a 2002. Esta interpretação tem como eixo as continuidades e rupturas na constituição do projeto clínico-pedagógico do SAP, tendo em vista sua inserção na universidade pública paulistana. Este eixo, por sua vez, é atravessado pelas possibilidades e vicissitudes das políticas públicas de saúde e educação, especialmente na esfera da saúde mental e do ensino superior. Por esta razão, a reforma psiquiátrica e a reforma universitária são também tematizadas em suas conexões com a história do SAP.
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A psicologia enquanto atividade de conhecimento parece não incluir a questão da alteridade, pois, supostamente, quando conhecemos, não conhecemos um outrem, mas um objeto. Na história da psicologia teórica e experimental podemos destacar um problema, o qual portaria a questão da alteridade, e que nos serviria para reler a história da relação pesquisador e participante, a saber: o fenômeno das falsas lembranças. A psicologia experimental, ao considerar a falsa lembrança como uma falha do sistema de memória, estabelece uma relação sujeito-objeto característica da ciência natural, a qual não envolve a alteridade. Por sua vez, no tribunal torna-se importante poder distinguir o “perjúrio” de uma “falsa lembrança”. Ambas esferas colocam em cena um operador – o júri, o juiz, que julga o caráter de verdade ou falsidade dos comportamentos. Na história da psicologia esse ponto de vista sempre se estabeleceu como uma razão a posteriori, como, por exemplo, no behaviorismo e no gestaltismo.
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É possível dizer que Bomfim antecipou algumas ideias posteriormente correntes na psicologia, como as de Vigotski e Piaget, assim como as de Ernst Bloch e Antonio Gramsci na interpretação da sociedade. Nesta obra, aborda temas como: simbolização, símbolo, funções na literatura e na linguagem, pensamento e expressão.
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