A sua pesquisa
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Discutem-se as definições de “experiência” da história da cultura ocidental que influenciaram a constituição dos saberes psicológicos: desde Aristóteles até Wundt e James. Originariamente entendida segundo dimensões diversificadas, experiência se referia seja ao conhecimento sensorial e prático das coisas, seja à verificação e à prova, seja ao conhecimento interior. Analisam-se nessa tradição as contribuições de Agostinho, Roger Bacon, Tomás de Aquino e seus interpretes jesuítas em âmbito luso-brasileiro. A partir da Idade Moderna, pela influência das filosofias empiristas, experiência foi reduzida à dimensão de conhecimento sensorial testado e comprovado conforme os critérios do método científico; a ‘prática das coisas’ foi definida como senso comum tendo acepção negativa; e o conhecimento interno foi restrito ao âmbito determinado pelos parâmetros do conhecimento externo. Separavam-se assim dimensões da experiência anteriormente concebidas de modo unitário. Este conceito de experiência foi utilizado no século XIX no estabelecimento de domínio, métodos e objetos da nova Psicologia científica.
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Visa a reconstrução da história e memória do ENEP (Encontro Nacional dos Estudantes de Psicologia), com o intuito de analisar a dinâmica de funcionamento do movimento estudantil na Psicologia e verificar sua importância para a própria Psicologia. Enquanto um movimento específico, inserido nos movimentos estudantis e sociais, se constitui em objeto de estudo privilegiado, no sentido do resgate da história e das interrelações entre saber psicológico, identidades culturais, comunidade psi e seu papel político. Utiliza a análise de documentos escritos e de depoimentos de pessoas que viveram o movimento no período entre 1960 e 1990. Tem como eixo norteador a microesfera do ENEP e a macroesfera dos movimentos sociais e estudantis. Conclui que o movimento estudantil na Psicologia carece de uma maior organização, continuidade e legado histórico, muitas vezes se tornando um fim em si mesmo, mas que o ENEP constitui importante espaço de influência na formação de futuros psicólogos.
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Michel Foucault estuda o corpo enredado, submetido aos embates das forças dos poderes-saberes, que se articulam estrategicamente na sociedade ocidental. E Merleau-Ponty visa à experiência sensível que germina enquanto estrato originário da correlação corpo próprio-mundo, como uma região de sentidos que não se limita a seus significados histórico-culturais pois representa nossa abertura ao Ser em geral. Esta pesquisa compara o corpo enredado foucauldiano com o corpo germinante merleau-pontyano e avalia em que medida a perspectiva genealógica foucauldiana dissolveria a noção de subjetividade que reside, em Merleau-Ponty, na experiência do corpo próprio. Verificou-se que a tentativa de Foucault de submeter o corpo germinante de Merleau-Ponty à mesma pressuposição discursiva do seu corpo enredada é uma forma de desconsiderar as singularidades da paisagem enunciativa da corporeidade na fenomenologia merleau-pontyana. Este trabalho se desenvolve através da leitura de bibliografia dos referidos autores, comentaristas e de outros autores da filosofia moderna.
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A Psicologia Humanista norte-americana surgiu há cerca de cinqüenta anos, apresentando-se como uma terceira força capaz de fazer frente ao que julgava ser uma desumanização determinista da imagem de ser humano promovida pelo Behaviorismo e pela Psicanálise. Apresentando sua versão do objeto da Psicologia como dotado de um nível de liberdade, criatividade e pró-atividade, os principais representantes da Psicologia Humanista se recusaram a abandonar o método experimental, proclamando a sua abordagem como aderida à ciência moderna. Assim inauguraram um novo dilema, que tem acompanhado a história da Psicologia Humanista: deveria esta manter sua adesão ao método científico que não se adequa a seu objeto de pesquisa ou transformar a imagem de ciência que pratica para adequá-la à sua imagem de ser humano? Defende-se aqui tese de que a Psicologia Humanista, mesmo com as adesões proclamadas de Maslow e Rychlak, acabou por abandonar o método experimental para aderir a investigações finalistas.
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Em “The Structure of Scientific Revolutions”, Thomas Kuhn sustenta que foi com o auxílio de uma historiografia inovadora que ele chegou à sua nova imagem da Ciência, abalando as concepções tradicionalmente aceitas. Isto traz à luz a questão das relações entre esses dois campos de conhecimento: a História da Ciência, de um lado, a Epistemologia e a Filosofia da Ciência, de outro, além das articulações, diferenças e contribuições possíveis entre elas. O presente artigo aborda o trabalho de um importante autor do campo psicanalítico (Jean Laplanche), que alia a pesquisa do desenvolvimento histórico da teorização psicanalítica à investigação epistemológica e teórica das conexões entre os diferentes conceitos e entre eles e as proposições teóricas psicanalíticas. Pretende-se utilizar o trabalho deste autor, como exemplo para se refletir sobre as possibilidades de contribuição entre estudos em História da Psicanálise e em Filosofia e Epistemologia da Psicanálise.
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O artigo apresenta uma experiência de ensino de História de Psicologia em um curso de Mestrado em Psicologia. Inicia com um panorama histórico de como e por quais motivos a disciplina foi incluída no currículo do curso. Descreve sua programação, explicita seus objetivos, as ênfases de conteúdo, metodologia e bibliografia utilizada. Apresenta a avaliação que os alunos fizeram da disciplina ao final do semestre letivo, bem como o tipo de produção contida em seus trabalhos finais. Analisa todas essas informações a partir dos objetivos da disciplina e finaliza com uma breve reflexão sobre a concepção de história que fundamenta esta experiência didática.
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O artigo analisa a utilização e a importância da música como forma expressiva e simbólica para a elaboração da experiência psíquica, na visão de mundo barroca presente na cultura brasileira. Analisa comparativamente duas pesquisas conduzidas em dois diversos domínios – história cultural e fenomenologia da cultura – apreendendo o típico dinamismo psicológico de uma comunidade rural brasileira de tradições barrocas. A abordagem comparativa permite evidenciar a atualidade de elementos barrocos tomados para a elaboração da experiência na referida comunidade em termos de: vivência psicológica e espiritual suscitada pela música; estrutura retórica da composição musical; lugares comuns inerentes à visão de mundo de referência. A música é vivenciada como elemento fundamental da relação entre o universo de sentido pessoal e aquele proposto pela cultura, tendendo a estabelecer conexões precisas entre vivências sensoriais, cultura local e constituição do corpo social, inseridos num horizonte de totalidade mitológico-religioso.
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O artigo reflete a respeito da formação do sujeito na psicologia, tendo como principal referência teórica o interacionismo social de George Herbert Mead (1863-1931) e de L. S. Vigotsky (1896-1934), mas com destaque do primeiro dos autores. A localização dos autores no interior do processo histórico de nascimento da psicologia científica é realçada por apresentarem teorias que acentuam a dimensão social na formação humana ao localizarem, nas mediações lingüísticas, os nexos entre os processos de socialização e de individuação vividos pelos sujeitos, em que ocorre um processo intersubjetivo dialético de entrelaçamento entre a exteriorização e interiorização da realidade subjetiva. A teoria social de Mead (1967) é destacada nesta reflexão da subjetividade, visto a riqueza de sua noção de self para a psicologia.
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As reflexões aqui expressas têm como objetivo subsidiar discussões e encaminhamentos no setor de saúde em relação à Reforma Psiquiátrica. Têm como fundamento a experiência vivenciada (2004-2005) por uma psicóloga e sua iniciativa de implantar um Centro de Convivência como parte de uma rede substitutiva de atenção à saúde mental no município de Maringá. A partir desta experiência reafirma-se a pertinência deste tipo de atividade para a consolidação da Reforma Psiquiátrica no Brasil, bem como a impossibilidade de levar avante esta tarefa sem a parceria dos gestores, dos profissionais da saúde em geral e do usuário desse serviço.
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Os organizadores, os autores e as autoras desta obra coletiva e a Regional Minas da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social), instituição que fomentou esta publicação, nos apresentam uma visão atual do saber e do fazer em psicologia social no Brasil. Esta coletânea, longe de ser uma repetição de temas mais ou menos usuais no campo psicossocial, daqueles que poderíamos encontrar aqui e acolá nos livros de consagrados autores "internacionais" de origem francesa ou anglo-saxônica, ao contrário, entra na práxis desenvolvida a partir da experiência vivida e a partir de uma perspectiva que, sem rechaçar o conhecimento científico socialmente acumulado, o submete a uma crítica rigorosa e criativa. Maritza MonteroUniversidad Central de Venezuela
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Dentro de uma história dos saberes psicológicos desenvolvida no Brasil, identificam-se várias origens e influências, dentre elas uma rica herança colonial. No século XVII, o tema da persuasão é produtivamente explorado pela oratória religiosa da época, mais especificamente a dos jesuítas - ordem religiosa de influência marcante no Brasil - a qual pertence o Pe. Antônio Vieira. Essa oratória proporciona um modelo explicativo do "psiquismo" humano, além de propor um mecanismo de intervenção neste, através da palavra, pelo uso da retórica aristotélica. Busca-se averiguar de que maneira Vieira articula em seus sermões os recursos retóricos para intervir no universo "psíquico" dos ouvintes e conseguir a persuasão, bem como evidenciar a psicologia filosófica dos jesuítas que o fundamenta. Pode-se também, compreender um pouco mais sobre a visão de homem estabelecida no período.
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