A sua pesquisa
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A presente contribuição busca mostrar a formação – acadêmica e humana – recebida por de Edith Stein nos anos de seus estudos universitários apontando sua importância para o que viria a desenvolver depois em obra e na própria existência da filósofa. Inicialmente, se esclarece o que Stein entende por formação. Em seguida, através da escuta empática do que ela mesma relata em escritos autobiográficos e cartas a amigos e colegas, mostra-se o vínculo entre as experiências vividas nas duas cidades onde estudou e os temas enfrentados nas obras redigidas nos anos imediatamente sucessivos à aprovação de sua tese, que voltariam também nas obras mais maduras em várias passagens.
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O artigo aborda as pesquisas de René Spitz sobre o desenvolvimento das psicopatologias precoces infantis, enfatizando seus aspectos metodológicos e a maneira como o autor procura articular a investigação experimental e a perspectiva clínica e teórica da psicanálise. Os principais métodos e os procedimentos complementares de suas pesquisas empíricas são apresentados e discutidos, a partir da análise das publicações originais do autor. Críticas e debates que cercaram seus trabalhos à época são também revisitados e analisados. Em conclusão, argumenta-se que os trabalhos de Spitz, apesar de suas limitações, constituem um exemplo histórico significativo de como a psicanálise pode se beneficiar de uma perspectiva mais plural e interdisciplinar e suas pesquisas clínicas e empíricas.
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O objetivo da pesquisa é evidenciar, nos escritos e na correspondência epistolar de Diego de Torres Bollo (1551-1638), missionário jesuíta espanhol no Paraguai nas primeiras décadas do século XVII, a elaboração da experiência acerca dos primeiros anos de vida missionária junto às populações indígenas, nos espaços territoriais chamados de Reduções. O método é abordar a tópica da experiência relatada nos documentos pelo autor e entendida conforme as categorias interpretativas próprias da cultura jesuítica da época. No âmbito da experiência narrada, serão evidenciados os saberes psicológicos elaborados na tradição cultural da Companhia de Jesus, especialmente os saberes referentes aos afetos.
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O presente livro surgiu com o intuito de agregar os trabalhos desenvolvidos no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGPS/UERJ), com diversas perspectivas teóricas e práticas em pesquisa. Essa diversidade, caracterizada pela inovação, identi ca as nossas formulações acadêmicas cotidianas. Nesse sentido, publicar é uma forma de divulgar e criar diálogo com vários interessados em fazer pesquisa em Psicologia, visando à constante re exão teórica e à emancipação, principalmente da população diversa que participa de nossas pesquisas. Temas relevantes da Psicologia são abordados por colaboradores nacionais e internacionais, discutindo aspectos relacionais, institucionais e metodológicos. Este livro é o produto de uma seleção criteriosa para representar os estudos originais e inéditos de revisão de literatura, os estudos teóricos e os empíricos. Foi preciso um intenso trabalho conjunto, liderado pelas organizadoras com a participação dos pareceristas e dos autores. Como um desa- o de elaboração durante a pandemia, foi possível o encontro mediado pelo virtual, o que marcou a nossa experiência como um momento de criação. Você, leitor, pela leitura dos capítulos poderá perceber as várias formas de produzir conhecimento na Psicologia. Esperamos que este livro seja uma fonte de inspiração!
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Em 2021 a Revista Memorandum alcançou o marco de 20 anos de publicação ininterrupta, difundindo no país pesquisas do campo da fenomenologia, memória, história e religião. No mesmo ano, celebramos também 20 anos do início da parceria da filósofa italiana Angela Ales Bello com pesquisadores brasileiros. Como um brinde à dupla comemoração, discutimos neste texto a originalidade da fenomenologia clássica e suas contribuições para as ciências em geral e, em particular, para a psicologia, psicopatologia e estudo das religiões. Também é realizado um resgate de memórias sobre o início do intercâmbio com pesquisadores brasileiros que contribuiu a um só tempo para o desenvolvimento da psicologia fenomenológica no país e para a consolidação da revista Memorandum como periódico de referência nesta área.
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Recentemente tem sido objeto de pesquisa historiográfica a análise do movimento de certas teorias psicológicas, que, tendo sido desenvolvidas em determinados locais, viajam para outras regiões, resultando em uma transformação influenciada pela especificidade local. Nesse sentido, o objetivo central deste estudo é analisar as dinâmicas de produção e recepção dos conceitos de controle e contracontrole social tomando como duas unidades de análise as propostas de James G. Holland e de Celso Pereira de Sá. Os resultados sugerem que: (1) os construtos foram concebidos em um contexto de luta de Direitos Civis nos Estados Unidos da América, compondo um cenário de destaque ao compromisso político; (2) os conceitos foram utilizados como ferramenta de uso prático na análise da realidade brasileira com o intuito de popularizar as tecnologias da ciência comportamental; e (3) as obras de Celso Pereira de Sá podem constituir-se um ponto de interface entre o comportamentalismo radical de Skinner e a Psicologia Social
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O trabalho propõe uma reflexão sobre o lugar da alteridade e da dimensão do laço social articulados à expressão da subjetividade. Para tanto, partimos da análise da amizade entre Freud e o psicanalista e pastor Pfister que, ao longo de décadas, sustentaram uma relação de amizade significativa, sem renunciarem aos fundamentos e pressupostos que eram caros a cada um, preservando, dessa forma, suas diferenças nessa relação, tal como acompanharemos em alguns trechos das correspondências trocadas entre os autores. A alteridade é representada também pelo debate entre ciência e religião no diálogo entre os teóricos. Utilizamos alguns fundamentos da psicanálise freudiana para construir nossa reflexão, a saber, a onipotência, o lugar da alteridade, o laço social, a idealização, a ilusão e a direção do tratamento analítico. A abertura à alteridade, fundamento da clínica psicanalítica, parece fundamental para uma experiência subjetiva significativa que, nesse sentido, mantém estreita conexão com âmbito da coletividade.
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A cidade de Cariacica-ES foi sede do primeiro hospital psiquiátrico público do estado - local que produziu marcas na memória de uma cidade, que se acostumou a manter a loucura à distância, trancafiada nos muros do manicômio. Com as lutas provenientes da Reforma Psiquiátrica, os manicômios tiveram seus muros abalados e a proposta de um cuidado territorial começou a ser posta em prática: a loucura passou a habitar outros espaços da cidade. O presente artigo foi construído a partir de uma experiência investigativa que teve como objetivo conhecer os modos como a loucura foi acolhida em Cariacica-ES para além do espaço manicomial, a partir dos Serviços Residenciais Terapêuticos, após a abertura dos muros físicos do antigo Hospital Adauto Botelho.
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Este artigo tem como objetivo cartografar as ações e articulações de dois grupos de mulheres, mães e familiares de jovens assassinados ou privados de liberdade nos centros socioeducativos do Ceará. O estudo foi construído por meio de uma pesquisa-intervenção. O objetivo foi acompanhar as movimentações dessas mulheres-mães na cidade de Fortaleza, a partir do método cartográfico, ressaltando o grupo enquanto dispositivo. Dialogando com autores da Psicologia Social e os debates acerca da necropolítica, acompanhamos ainda o agenciamento de outros dois dispositivos, de escuta e de mobilização social e política, enquanto estratégias de apoio psicossocial e luta política. Buscamos evidenciar o papel da psicologia em organizações da sociedade civil e seu potencial de fazer funcionar e fortalecer a atenção psicossocial através do agenciamento de dispositivos grupais, de escuta e de mobilização política e social, pautando a saúde mental e o cuidado de si e do outro como político.
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Este artigo propõe identificar as potências e limites do cuidado em saúde, a partir da atuação de uma psicóloga em um Programa de Residência em Saúde. Buscou-se compreender os modos de cuidar em psicologia, na relação com outros profissionais de serviços de saúde, e perceber em que aspectos este cuidado é atravessado pela lógica da medicalização e biomedicalização. Trata-se de uma pesquisa-intervenção, inspirada no referencial da Análise Institucional, em que se utiliza o Diário de Pesquisa como ferramenta de registro de vivências, a partir do qual se constroem narrativas. Estas permitem acessar alguns analisadores discutidos dentro de três campos temáticos: Ser psicóloga residente; Corpos que se encontram e desencontram; e Medicalização e Biomedicalização. Foi possível compreender que o cuidado em psicologia, neste contexto, não se orienta pela cura do sofrimento, mas é permeado por limites inseparáveis da potência, própria aos modos de acolher um usuário, com a participação de familiares e profissionais.
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O presente artigo pretende apresentar os percursos metodológicos de uma pesquisa que se interessa pelo carnaval, pela cidade e pelos modos de subjetivação contemporâneos. Com a aproximação de autores como Michel Foucault e Jorge Larrosa, afirma-se o primado da experiência e o caráter singular do método, distante de uma via única, verdadeira e replicável que enfraqueceria a potência micropolítica dos problemas e a força irreverente, imprevisível e efêmera do carnaval. Tomando como direção não-prescritiva o gesto inventivo e alegre de experimentação, a aposta é viver o campo do mesmo modo e ao mesmo tempo em que se vive a festa, na composição de uma metodologia ébria e de um ethos pesquisador-folião.
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O cenário pandêmico deflagrou a importância dos cuidados em saúde mental da população em geral. No entanto, grupos de trabalhadoras sexuais colocam sob nossas vistas que a perpetuação e o adensamento da precariedade a que estão sujeitos certos grupos podem implicar na exacerbação de sofrimentos psíquicos já existentes. Observando que os debates sobre saúde para esta população direcionaram suas preocupações majoritariamente às infecções sexualmente transmissíveis, neste trabalho objetivamos evidenciar os contornos da pandemia e sua incidência sobre a saúde mental das trabalhadoras sexuais. Para isso, trazemos à cena uma disparadora narrativa de trabalhadoras sexuais que, no cenário pandêmico, não puderam cessar suas atividades. Além disso, problematizamos como as falhas nos processos formativos em psicologia quanto às questões de gênero e sexualidade podem gerar consequências nas práticas em psicologia e na saúde mental destas populações; e concluímos sugerindo posicionamentos éticos nas práticas profissionais diante daqueles grupos considerados desviantes.
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O Estado brasileiro, implicado em certa forma de governar, se apoia em divisões entre grupos que ocupam diferentes lugares na hierarquia social com recorte racial e que acessam assimetricamente as condições de participação política em processos decisórios de gestão das relações e de autodeterminação da vida. No jogo móvel e complexo da razão governamental, as vidas negras atravessadas pela política socioeducativa ocupam lugares esquadrinhados e pré-determinados na organização social, enquadradas em um itinerário que as conduz, não raro, à interrupção violenta da vida. Esse artigo, fruto de uma pesquisa realizada em meio ao fazer profissional de uma psicóloga na socioeducação, busca chaves para a compreensão dos atravessamentos do racismo e da colonialidade nas vidas negras que pelos espaços da política circulam, apontando para a descolonização e para a abolição das penas como caminhos para a construção de possíveis nesse cenário de destituição e morte.
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A partir de um comentário da analista institucional Danielle Guillier sobre a habilidade dos analistas para provocar deslocamentos e movimentos disruptivos durante as intervenções, o texto procura por agentes inquietantes que exercem uma função analisadora nesses espaços. Em uma revisão em torno dos conceitos de analisador e dispositivo, que são apropriados pelos analistas institucionais, encontram-se construções teórico-práticas que exibem vias de captura, inquietação e disrupção nas entranhas dos movimentos institucionais. Entrar em contato com esse modo de operação das forças de poder e de resistência na vida social indica um caminho analítico atento aos acontecimentos e às singularidades pulsantes na micropolítica. Isto desafia a produção de uma prática analítica de criação e abertura, desviando-se das encarceradoras reproduções de boas formas e categorizações.
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A cidade é concebida por Guattari (1992) como uma máquina produtora de subjetividades. Presencia-se no contemporâneo, entretanto, uma tentativa de uniformização dos modos de vida em subjetividades formatadas e regida pela lógica do capital, que pode por em risco a própria vida. Esta pesquisa teve por objetivo investigar as práticas que rompem, em alguma medida, com essa lógica. O estudo voltou-se para as intervenções urbanas e o combate do uso do grafite e da pichação na cidade de São Paulo (Brasil) no período em que foi implantado o denominado “Programa Cidade Linda” (2017). Os resultados mostram que as intervenções urbanas geram afetos, críticas, polêmicas e possibilidades de construir uma relação diferenciada com a cidade. Ao final, argumenta-se que a noção de sustentabilidade afetiva na interface com o conceito de resistência ajudam a compreender como ocorre a experimentação de modos de vida voltados para a produção de encontros urbanos potencializadores.
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Por meio da memória são construídos alguns tipos de nexos entre sujeito e espaço no tempo, compondo os sentidos históricos dos territórios. Este trabalho tem como objetivo relacionar conceitualmente, a partir das obras A Memória Coletiva (HALBWACHS, 1990) e Memória e Identidade (CANDAU, 2019), como os autores explicam o fato de a memória coletiva operar na coesão dos grupos sociais que compartilham um mesmo espaço-tempo no território urbano. O estudo foi realizado a partir da revisão bibliográfica acerca dos eixos de memória coletiva e as relações destes conceitos com o espaço urbano, um espaço dotado de múltiplos atores sociais que constroem nexos entre seus grupos de convívio e o fluxo da cidade. Conclui-se que a cidade é um espaço complexo e dinâmico, com grupos marcados por diferenças e disputas entre si. Tais grupos constituem-se em redes de memórias compartilhadas e criam tecnologias para estabelecer noções de continuidade, onde ancoram memórias e esquecimentos.
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Este artigo pretende, a partir de diferentes experiências de confinamento, apesar das dessemelhanças conjunturais, explorar as relações criativas que podem ser tecidas entre os sujeitos, de modo a refletir sobre a sua constituição na interação com os espaços. Desde as produções de Lima Barreto e Bispo de Rosário podemos ver que ambos conseguiram se manter (cri)ativos ao longo da trajetória de sequestro institucional e sob o espectro do diagnóstico que os colocava em situação subalternizada e num lugar de impotência. Para tanto, a noção de heterotopia (FOUCAULT, 2013) colabora no entendimento desse tipo de espaço criativo que emerge nas obras em situações de urgência. Essas trajetórias se veem perpassadas pelas ideias de trânsito, passagem, aprisionamento, “prisioneiros da passagem”; a liberdade aparece no horizonte discursivo enquanto prática e nas fissuras por onde irrompem subjetividades forjadas no embate, na crítica, no diálogo e na resistência.
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Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde decretou como pandemia a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), afetando a saúde global e seus sistemas de atenção, além das relações interpessoais, o trabalho, os sistemas financeiros, e muitos outros aspectos de nossa sociedade globalizada. Mais do que isso, a pandemia também ampliou e escancarou desigualdades sociais das populações vulnerabilizadas pelo capitalismo neoliberal, inclusive nós, LGBTIs, que além das tradicionais violências misóginas, machistas, sexistas, LGBTIfóbicas, agora temos que lidar com isolamento físico, insegurança financeira, convivências familiares opressivas e deterioramento da saúde mental. E o vírus, obviamente. Propomos aqui discutir como a saúde física e mental, o trabalho e a segurança de pessoas LGBTI têm sido afetadas desde o início da pandemia no Brasil, através de uma revisão bibliográfica e das vivências dos autores como integrantes dessa população e pesquisadores da temática de diversidade afetiva-sexual, de gênero e sexo biológico.
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Entre 2000 e 2025
- Entre 2000 e 2009 (1.162)
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