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A normativa do Conselho Federal de Psicologia nº 1/1999, que estabelece normas de atuação para as(os) psicólogas(os) em relação à questão da orientação sexual, ao longo das últimas duas décadas tem sido objeto de investidas judiciais e legislativas para sustar seus efeitos. Foi observado também que a normativa CFP nº 01/2018, que se refere à atuação com pessoas transexuais e travestis, foi a mais rapidamente atacada após sua publicação, quando comparada aos mais de 1.500 atos oficiais publicados pelo Conselho Federal de Psicologia ao longo de sua história de quase 50 anos. E, mais recentemente, foi publicada uma normativa que trata da conduta profissional quanto às bissexualidades e demais orientações não monossexuais, a CFP nº08/2022. Este artigo tem como objetivo analisar os principais motivos das disputas e as estratégias construídas ao longo do processo de resistência pela Psicologia brasileira, em meio a tensões entre seu posicionamento, expresso pelas resoluções, e a sociedade.
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Nas comemorações dos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil, este estudo ressalta o espaço e o debate que a Assistência Social ganhou na história da nossa ciência e profissão, com a análise sobre o panorama da profissão no Suas no período entre 2011 e 2019. O objetivo foi nos deter sobre os rebatimentos que a Assistência Social tem enfrentado e seus efeitos sobre a profissão, a partir dos acontecimentos que configuraram a difícil conjuntura política que assola o país, resultado do encerramento do Ciclo Democrático Popular com o golpe de 2016, a adoção de políticas de austeridade econômica impostas pelos governos subsequentes e o desmonte das políticas públicas. O método foi orientado por um estudo quantitativo com base nos microdados do Censo Suas no período indicado. Nos resultados, percebe-se a partir de 2016 uma desaceleração no curso de expansão dos equipamentos que compõem a Rede Suas e na formação das equipes de trabalho, incluindo profissionais da Psicologia. O perfil profissional de psicólogas(os) no Suas segue composto sobretudo por mulheres, com idade entre 30 e 39 anos, contando apenas com graduação. Ressalta-se o aprofundamento da precarização dos vínculos de trabalho, aspecto que recai com maior peso sobre as profissionais do sexo feminino se comparado aos do masculino que atuam no Suas. Conclui-se que a Assistência Social segue como importante área de absorção de psicólogas(os), sobretudo de início de carreira, porém há intensificação da precarização do trabalho, que recai com maior peso sobre as mulheres.
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Este estudo tem como objetivo realizar algumas reflexões sobre as contribuições da(o) psicóloga(o) escolar na educação inclusiva, bem como discutir brevemente acerca das perspectivas futuras da profissão no Brasil. Para tanto, foi realizado um estudo teórico documental de natureza crítico-reflexiva. Foram utilizadas fontes de dados nacionais e internacionais, tais como: livros, artigos de periódicos, páginas eletrônicas, legislações e documentos oficiais. Apresentam-se, neste texto, quatro seções: a) Conhecendo o contexto da educação inclusiva no Brasil: breve percurso histórico e marcos legais; b) Breves reflexões sobre a psicologia escolar e sua interlocução com a educação inclusiva no Brasil; c) Contribuições da(o) psicóloga(o) escolar na educação inclusiva brasileira: dos caminhos trilhados aos desafios; e d) Reflexões finais em torno da atuação da(o) psicóloga(o) escolar na educação inclusiva brasileira: conquistas, desafios e perspectivas futuras. Diante do exposto nessas seções, para que haja escolas inclusivas no país, é necessário confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas que as modifiquem, para que assim a educação inclusiva assuma lugar central nas discussões da comunidade escolar. Para tanto, se reconhece o papel de importância da(o) psicóloga(o) e da escola na superação e modificação da lógica da exclusão. Nessa direção, defende-se que a(o) psicóloga(o) escolar, em sua futura prática profissional, utilize métodos de avaliação para identificar pontos fortes e necessidades das(os) estudantes com deficiência, de maneira que seja possível o desenvolvimento de intervenções, serviços e programas eficazes na promoção de inclusão escolar.
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O artigo caracteriza dois momentos na história da Análise Institucional (AI) no Brasil, com ênfase no panorama da cidade do Rio de Janeiro: o do início do século XXI, quando a AI poderia ser considerada como um “paradigma sem passado”; e o dos últimos seis anos, aproximadamente, quando se “rouba o nome aos bois”, tecendo uma rede entre a AI e outros discursos e práticas, como as lutas ligadas a concepções não jurídicas de direitos humanos, as racializadas e/ou generificadas, as decoloniais-anticoloniais etc., que repotencializam o paradigma. Em paralelo, essa abordagem se volta para a caracterização das diferentes gerações de institucionalistas brasileiros, principalmente a partir de experiências em universidades públicas. O intuito do texto é efetuar um diagnóstico do presente, e esta primeira experimentação, decerto parcial, está voltada principalmente à construção de uma genealogia ético-política da AI em nosso país, em articulação com os percursos da psicologia como saber e profissão.
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Este artigo analisa as condições e efeitos históricos da realização do VI Congresso Interamericano de Psicologia (VI CIP)no Rio de Janeiro (1959). Durante o final da década de 1950, o Brasil vivia um período de euforia desenvolvimentista nosplanos econômico e cultural e de emergência de uma nova imagem do Brasil para o mundo. Foi também um período marcadopela criação dos primeiros cursos de graduação em Psicologia (a partir de 1953), bem como das negociações políticas queculminaram na regulamentação legal da profissão de psicólogo (1962). As fontes consultadas foram os Anais do VI CIP,contendo listas de participantes e resumos dos trabalhos apresentados, bem como publicações de imprensa que retratavama cobertura midiática do congresso. O VI CIP teve 409 congressistas provenientes de 13 países, sendo 254 mulheres e151 homens, além de 4 pessoas não identificadas. Percebe-se que a realização do VI CIP foi um marco de impulso para aPsicologia enquanto profissão emergente no Brasil, ao mesmo tempo que a repercussão pública do evento contribuiu tanto paraa visibilidade desta ciência no meio interno, quanto para a divulgação da produção psicológica brasileira a nível continental.
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Diante da multiplicidade de métodos de pesquisa existentes, divididos não simplesmente entre quantitativo e qualitativo, mas também tendo cada uma dessas categorias uma miríade de diferentes técnicas e estratégias, este livro vem para elucidar e exemplificar meios de aplicação das múltiplas técnicas incluídas nesta segunda categoria. O desenvolvimento da ciência moderna e a ideia de produzir ciência a partir de um saber experimental propiciou que emergissem diversas formas de investigação científica. Entretanto, ainda hoje a pesquisa qualitativa é erroneamente tomada como antagônica à pesquisa quantitativa, revelando a fragilidade no entendimento da investigação científica. Entende-se, então, que a pesquisa qualitativa é um campo vasto complementar ao quantitativo, muitas vezes sendo empregada na exploração de áreas até então ignoradas. Sua aplicação muito viabiliza e facilita um posterior empregamento de métodos quantitativos de análise. Ademais, da mesma forma como os métodos quantitativos são múltiplos e complexos, igualmente o são os qualitativos. De técnicas qualitativas, como o Grupo Focal e a Análise de Discurso, a técnicas mais quali-quantitativas, como a Análise Lexical, a atual obra procura introduzir o leitor iniciante na pluralidade de técnicas de análise qualitativa, bem como fomentar o discernimento para quando tais técnicas são mais convenientes em comparação a outras, e amplificar o instrumental técnico disponível para o pesquisador experiente que procura encontrar novas formas de se debruçar sobre os fenômenos que pesquisa. O livro tem como objetivo atender a uma demanda de conhecimento metodológico, e apresenta 16 capítulos elaborados por um leque diversificado de autores, em sua maioria professores e pesquisadores vinculados a diversas universidades do país. Espera-se que, no decorrer das técnicas apresentadas, o estudo dessas possa ser atrativo e bem aproveitado por todos os estudantes e profissionais que venham a se interessar pela Metodologia Qualitativa.
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La historia de la psicología es un campo de investigación nuevo en América Latina, pero está en pleno desarrollo. La Revista Puertorriqueña de Psicología (reps) atestigua este hecho cuando vemos que hay pocos artículos sobre este tema desde su fundación en 1981. Sin embargo, en el 1993-94 se publicó un número especial sobre la historia de la psicología en Puerto Rico con 12 artículos, seguido por una segunda publicación especial en el 2006 con más de 20 artículos. A partir de estos dos números especiales, hay una presencia constante, aunque reducida, de artículos historiográficos. El objetivo de este trabajo fue hacer una investigación ex-post-facto, histórica, en la cual evaluamos todos los artículos (n = 69) sobre historia de la psicología en la reps, a fin de analizar su contenido, distribución de las autorías (n = 54), género y las instituciones de procedencia. Los principales resultados apuntan que hay una concentración de publicaciones historiográficas de un número reducido de autorías y de pocas instituciones de Puerto Rico. En relación al contenido, los temas más frecuentes fueron las categorías “personajes”, “organización profesional” y “enseñanza de Psicología”, lo que sugiere una historiografía involucrada con la institucionalización de la disciplina psicológica.
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Os textos apresentados neste livro resultam de parte da produção científica do NEVIRG – Núcleo de Estudos sobre Violência e Relações de Gênero (UNESP/ASSIS/CNPQ) e relatam pesquisas empíricas, práticas profissionais e reflexões sobre uma variedade de temáticas, agrupadas em duas principais vertentes: a violência presente em diferentes contextos institucionais, sociais e econômicos, e o surgimento de novas metodologias de produção do conhecimento científico. Tais estudos abordam questões relacionadas à Violência contra a Mulher, Violência contra a Criança e Adolescente, Relações de Gênero e Políticas Públicas, e traz estudos inéditos sobre o impacto do crescimento da violência no entorno da construção de grandes obras como as Usinas Hidrelétricas.
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A finales de la década de los ochenta se comenzaron a estudiar algunas características de las publicaciones en psicología acerca de la presencia disímil de género, raza y otras minorías, mostrando que muchas autorías y participantes de los estudios eran de raza blanca, de clase media y hombres. Por esto, consideramos relevante investigar la posición que ocupó la mujer en la historia de la Revista Puertorriqueña de Psicología. Para ello realizamos un estudio mixto de base sociobibliométrica de la producción escrita de la revista. Analizamos y procesamos los datos en programas informáticos especializados en el ámbito de la bibliometría, el análisis de redes sociales y conceptuales. En los resultados se visibilizó el lugar de preponderancia y liderazgo que ocuparon las mujeres como productoras de textos y de redes de colaboración. Observamos en las principales temáticas de los textos una incipiente orientación a temas de género, que se consolidó con el transcurrir de los volúmenes, con temáticas que incluyeron a las mujeres y la diversidad sexual.
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Neste artigo, os autores investigam uma série de tensões notáveis pela presença do termo “primitivo” como um enunciado na origem da psicologia das artes no Brasil. A exploração dos significados relacionados a esse termo e palavras correlatas (tal como “primitivismo”) permite-nos mapear as marcas da dominação colonial, a crítica e possibilidades de superação. Nossa base histórica foram alguns textos escritos por importantes autores, os quais tornaram-se referências fundamentais para o campo acadêmico da psicologia das artes no Brasil. O estudo da conceituação então elaborada possibilita os pesquisadores compreenderem o primitivismo como um problema acadêmico e como uma sombra a cobrir as origens tanto da psicologia da arte quanto da psicologia social. A interpretação daqueles escritos permite identificar enunciados que articulam a abordagem psicológica de objetos estéticos produzidos pelas classes populares e a invenção de algumas categorias discursivas coerentes. Como resultado, esperamos evidenciar a própria genealogia da psicologia da arte brasileira, a qual foi construída a partir de fundamentos ambíguos, estes articulados à dominação colonial e seus reflexos históricos e políticos no discurso científico. Concluímos pontuando a relevância do mapeamento e reflexão acerca da presença de tais ambiguidades na abordagem científica da produção estética de diferentes grupos sociais subalternos, historicamente invisíveis e representados em termos de minorias.
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