A sua pesquisa
Resultados 1.830 recursos
-
O Instituto Pestalozzi foi fundado em Belo Horizonte, MG, em 1935, como uma escola para crianças com deficiência intelectual. Esta pesquisa teve como objetivo investigar como era realizado o atendimento à criança excepcional nessa instituição durante a década de 1940. Utilizando como referencial a historiografia da psicologia, foram analisados 33 prontuários de crianças atendidas no Instituto no período em questão. Esses documentos revelaram que as crianças passavam por uma avaliação médica, psicológica e educacional. A avaliação psicológica incluía a aplicação de testes de inteligência e, geralmente, identificava um QI abaixo da média. Os prontuários indicam também as recomendações de tratamento que eram feitas aos pacientes, bem como sua evolução escolar. Observa-se que o Instituto Pestalozzi exerceu importante papel na educação da criança excepcional em um período histórico em que era comum seu alijamento do sistema público de ensino.
-
A inclusão de pessoas com deficiência nas escolas regulares tem sido constantemente tematizada em eventos internacionais e também na legislação brasileira desde a década de 1990. Para que essa inclusão se dê de forma satisfatória, é imprescindível a participação ativa e bem informada dos professores. Uma série de estudos desenvolvidos nos últimos anos coloca em evidência como os professores têm pensado e agido com relação à educação especial, na perspectiva da educação inclusiva. Este artigo apresenta o relato de uma experiência na capacitação de professoras para a educação inclusiva e para a educação especial, enfocando as estratégias adotadas por essas profissionais para ensinar, nas classes regulares, alunos com deficiências. Foram identificadas três grandes categorias nas quais essas estratégias podem ser localizadas: busca de informações em fontes diversas, como internet, livros e cursos; busca de apoio nos serviços de Atendimento Educacional Especializados, oferecidos pelas prefeituras municipais; e apresentação de um olhar diferenciado para o aluno com deficiência, na tentativa de entender suas potencialidades e limitações. Nesta última categoria, ressaltou-se como esse olhar está sujeito ao atravessamento dos laudos, que nomeiam a(s) causa(s) da(s) dificuldades apresentadas por esses alunos. Além dessas categorias, percebeu-se que as professoras estão constantemente avaliando sua própria atuação e enfatizam as dificuldades encontradas na educação dos alunos com deficiências, atribuindo-as, sobretudo, à falta de preparação para atuar na educação inclusiva e na educação especial.
-
A pandemia da COVID-19 afetou os cursos de graduação da área da Saúde, que se viram diante de um dilema sobre como conciliar a responsabilidade social de participar da atenção à saúde da população no município e no estado com as demandas de biossegurança impostas pela pandemia. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), há 14 cursos da área da Saúde que compartilham do mesmo espaço, dos mesmos recursos e das mesmas políticas acadêmicas. Pensar juntos sobre os desafios vivenciados foi um movimento de solidariedade, integração e coesão. O objetivo deste artigo é relatar essa experiência. São descritos o contexto antes da pandemia, a atuação diante de portarias ministeriais, a elaboração de diretrizes para o ensino remoto emergencial e a situação dos estágios curriculares. Destaca- se a importância da construção coletiva no enfrentamento das dificuldades para garantir a segurança, a equidade e a qualidade na formação de profissionais da saúde na UFMG.
-
O objetivo do trabalho foi investigar o conhecimento que os professores da educação básica do município de Belo Horizonte têm acerca da educação especial na perspectiva da educação inclusiva e as práticas derivadas desse conhecimento. Os dados foram coletados em 2019, a partir de um questionário encaminhado para os professores de 44 escolas da rede pública municipal e estadual, sendo devolvidos e analisados 109 questionários. Os resultados apontam avanços consideráveis, contudo ainda existem dificuldades na compreensão do que seja educação inclusiva; que a formação inicial e continuada de professores ainda é deficitária; que em muitas escolas faltam estrutura física adequada; que há escassez de recursos e profissionais especializados para subsidiar as práticas escolares, dentre outros. Concluímos que ainda temos inúmeros desafios, necessitando maior investimento do poder público nas escolas e a manutenção da luta pela oferta e permanência de uma educação de qualidade para todos no ensino regular de ensino.
-
O artigo apresenta os principais impasses para o trabalho de implementação dos projetos de inclusão escolar, levantados junto aos gestores da Educação Especial, visando proposição de pesquisa/intervenção em inclusão escolar. Utilizou-se a metodologia da Conversação de Orientação Psicanalítica, que evidenciou: frágil diálogo entre professores de Atendimento Educacional Especializado e professores da sala de aula regular; dificuldade dos educadores se apropriarem dos projetos de inclusão; difícil inclusão de crianças com suspeita de Transtorno Global do Desenvolvimento, deficiência intelectual e dificuldades severas de aprendizagem e necessidade de construção de saberes capazes de subsidiar a intervenção pedagógica.Palavras-chave: Inclusão Escolar. Conversação de Orientação Psicanalítica. Formação de Professores. Aplicação da Psicanálise à Educação.
-
The study of personality has always been presented in Psychology as a way to understand the individual’s behavior and characteristics. Within such context, several theorists deepened their studies and used techniques to reveal the psychical world structure. By attempting to know the individual in their characterological profile, the psychologist and educator Helena Antipoff decided to revive her experience in the former Soviet Union by means of the observation models developed by the psychologist and psychiatrist Lazursky. When Antipoff arrived in Brazil in 1929, invited by the government to assist in the development of the educational reform in the period called New School, she started to spread Lazursky’s work in the state of Minas Gerais. Antipoff used Lazursky’s Natural Experimentation rather than intelligence tests in psychological evaluations as a method aimed at the characterization of personality through observations of the behaviors and routine under natural conditions. She researched about individuals by using systematized and standardized observations and experiments, whose results were analyzed methodologically in figure and tables, which helped her study the personality of both the students and teachers. The purpose of this paper is to show, based on primary source documents from Antipoff’s publications between 1930’s and 1950’s, the study of the personality through the Natural Experimentation method as the main model for the beginning of her educational work in Brazil. The use of the method contributed to the new educational structure, once it consisted of investigating and evaluating the student according to his profile, that is, his personality.
-
A pesquisa apresentada investigou o método de Ortopedia Mental elaborado pela educadora Helena Antipoff, enfocando seus fundamentos teóricos. Utilizamos como fontes os textos da educadora escritos na década de 1930 e compilados em dois volumes da Coletânea das obras escritas de Helena Antipoff: Psicologia Experimental e Educação do excepcional. Helena Antipoff dirigiu o Laboratório de Psicologia da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, instituição de formação de professores e técnicos em Educação. Processos de homogeneização de classes faziam parte da reforma proposta a partir de 1927. Durante a implantação das classes homogêneas, entre 1930 e 1935, a psicóloga russa fez uma crítica à limitação dessa ação isolada e concluiu que apenas a homogeneização não traria resultados suficientes para a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Antipoff empenhou-se em propor programas que pudessem oferecer à criança um ensino que respeitasse suas particularidades, ao mesmo tempo que treinasse professores para sua execução. Um desses programas era a Ortopedia Mental, técnica utilizada por Binet, e para a qual a educadora adaptou princípios educacionais e procedimentos de vários autores. Na aplicação da Ortopedia Mental, Helena Antipoff valorizava o empenho, a criatividade e o envolvimento que o professor deveria ter com sua classe na elaboração de atividades capazes de despertar o interesse das crianças e desenvolver, ao mesmo tempo, suas faculdades mentais.
-
O artigo apresenta um conjunto de discussões sobre as relações entre educação para a paz e psicologia elaboradas, ao final da década de 1920, por pesquisadores ligados ao Instituto Jean-Jacques Rousseau/Suíça. A partir do método descritivo-analítico, destacamos as teorias e técnicas levantadas ao longo da conferência A paz pela escola realizada em 1927 pelo Bureau Internacional de Educação, órgão ligado ao Instituto. Demonstramos como os conferencistas desse encontro conceberam a Psicologia como uma ciência central nas propostas de pedagogia pacificadora. Destacamos as concepções de Pierre Bovet sobre os instintos combativos e sociais, teoria psicológica que pretendia orientar o trabalho dos educadores que visavam a um ideal pacifista. Concebemos esse movimento como um projeto civilizatório, fundamentado, sobretudo, no conhecimento científico do ser humano. Para Pierre Bovet, a educação moral, social e religiosa deveria ser os três pilares da pedagogia pacificadora, contrapondo-se a outros cientistas da época, como Jean Piaget.
-
Esse artigo apresenta a proposta de educação internacional elaborada por Jean Piaget em meados de 1930. Para isso, analisamos publicações do autor visando identificar sua concepção de espírito de cooperação internacional e a maneira de desenvolvê-lo nas escolas. Identificamos como o contexto sócio-histórico, marcado pela guerra e pelos nacionalismos, influenciou a construção de conhecimentos sobre educação e sobre psicologia. Por ter assumido a direção de importantes instituições internacionais de educação preocupadas com a promoção da paz pelas escolas, o autor aborda a problemática da educação de forma objetiva e científica. A educação internacional teria como objetivo principal propiciar a emergência da compreensão e da posição de reciprocidade diante dos pares e dos estrangeiros. O método a ser empregado, nas escolas, deveria aproveitar-se das tendências à solidariedade interna e à prática das regras de cooperação e dos métodos do self-government.
-
Este artigo versa sobre o ensino de arte na Fazenda do Rosário, em Ibirité, Minas Gerais, Brasil, entre 1940 e 1960, desenvolvido por meio de ações decorrentes da rede de colaboração estabelecida entre o artista e educador pernambucano Augusto Rodrigues e a psicóloga e educadora russa, Helena Antipoff. Consideraram-se as perspectivas da historiografia sobre a sociabilidade e o contexto dos envolvidos para análise das variadas fontes originais consultadas. Os resultados demonstraram que o movimento de integração entre a arte e a educação articulado por Rodrigues e Antipoff deu-se por meio de uma rede de intelectuais, educadores e artistas envolvidos no movimento modernista de educar pela arte, em que se conjugavam conhecimentos na interface da psicologia, da livre expressão, da valorização da cultura popular e da formação integral dos educandos.
-
As pessoas com deficiência são historicamente discriminadas e, entre as várias ações para reduzir a discriminação, encontra-se a investigação da terminologia que as caracterizam. Pesquisas mostram que a linguagem e os conceitos que as pessoas utilizam influenciam os aspectos sociais, tal como termos pejorativos. Com base nesses aspectos, este estudo tem como objetivo analisar a apropriação e a circulação do termo “pessoa com deficiência” na comunidade científica brasileira e discutir a natureza social das terminologias e suas implicações. Para a investigação das terminologias relacionadas a quem possui o impairment, essa pesquisa analisou a apropriação do termo definido pela Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência utilizado no Brasil com base no referencial teórico dos conceitos de apropriação, de Roger Chartier (1988), tradução e negociação, de Zoia Prestes (2010), e circulação, de Pierre Bourdieu (2002). Pode-se constatar a importância da tradução e da distinção dos termos disability e impairment. A alteração na tradução do impairment como impedimento em vez de lesão resulta na concepção da deficiência como tragédia pessoal, um problema para a própria pessoa, devido ao impedimento. Da mesma forma, se a tradução de impairment for deficiência, implica não considerar os problemas físicos e de saúde que podem acontecer. Verificou-se que tanto a apropriação quanto a tradução de um termo devem estar inseridos dentro de uma cultura de origem e de destino. Embora o termo utilizado e apropriado no Brasil seja “pessoa com deficiência”, não há um consenso na literatura. Espera-se que este estudo contribua para uma reflexão crítica desse termo utilizado.
-
O presente artigo descreve os resultados de uma pesquisa/intervenção de orientação psicanalítica por meio do relato de um estudo de caso de uma aluna do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede estadual de ensino da cidade de Itabira-MG. A estudante apresentava várias dificuldades de aprendizagem e impasses na esfera escolar, enfrentados por meio do processo de medicalização. Contrapondo-se à medicalização, o caso visa demonstrar a contribuição de um dos procedimentos adotados nessa pesquisa: o Diagnóstico Clínico-Pedagógico (DCP), cuja intervenção realiza a leitura daquilo que a criança ensina ao educador sobre sua singularidade e sobre as particularidades que se repercutem na sua relação com o saber e com os laços sociais engendrados na escola. Os resultados obtidos por meio do DCP permitiram perceber o impacto do fenômeno da adolescência nas relações com o saber escolar e a possibilidade de utilizar abordagens teóricas e práticas que permitam aos sujeitos agir sobre os seus problemas.
-
Resumo: Nos últimos trinta anos, pesquisas internacionais têm se dirigido para o desenvolvimento e uso de instrumentos para avaliar o ambiente de aprendizagem da sala de aula a partir da perspectiva do aluno. Segundo Dorman (2002), a maioria das pesquisas tem sido conduzida nos Estados Unidos e na Austrália. Para Fraser (2002), as modalidades de pesquisa mais comuns são: associações entre os resultados dos alunos e o ambiente; avaliação de inovações educacionais; diferenças entre as percepções dos alunos e do professor de uma mesma sala de aula; determinantes do ambiente da sala de aula; uso de métodos de pesquisa qualitativos; e estudos transculturais. Essa revisão da literatura demonstra a riqueza de um campo de pesquisa que continua em evolução.
-
Embora analistas do comportamento concordem que o comportamento atual seja influenciado pela história, pesquisas sobre história comportamental têm levantado várias questões polêmicas. O presente artigo analisa duas destas questões: (a) a classificação dos efeitos de história como "latentes" e (b) a possibilidade dos efeitos da história serem permanentes. Defende-se que o produto da história é um organismo modificado e não uma história armazenada. Argumenta-se que os efeitos de história são transitórios, de curta ou longa duração, em função de variáveis específicas do procedimento. O artigo aponta também implicações destas análises para a realização de futuros estudos na área.
-
A educação escolar se estabeleceu como uma importante porta de entrada da psicologia científica no Brasil. Marcada pelo intuito de atribuir caráter científico ao processo ensino-aprendizagem, os testes de inteligência ocuparam um lugar central neste processo. Nosso objetivo foi analisar o processo de recepção/circulação dos testes de inteligência no Brasil, a partir da experiência da Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais. Desta forma, analisamos as alterações/adaptações a que foram submetidos os testes estrangeiros quando do início de sua utilização nas escolas mineiras, tomando como referência dois testes: o Teste de Dearborn e o Teste de Vocabulário e Inteligência do Dr. Simon. Produzidos, respectivamente, nos Estados Unidos e na França, foram adaptados às necessidades locais de utilização dos instrumentos. Buscamos mostrar como o contexto político-social local influenciou nas alterações de formato e modos de aplicação dos testes. Pudemos concluir que não se tratou, portanto, de um processo de mera tradução e adaptação às crianças da cidade e do estado. Foi possível demonstrar que o trabalho de apropriação dos dois testes analisados influenciou a elaboração de novos instrumentos que atendessem as necessidades locais.
-
No intuito de compreendermos o lugar da licenciatura na formação de psicólogos, logo após a Lei nº 4119/62, este artigo apresenta um estudo de caso sobre a inserção da licenciatura no curso de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) durante a década de 1960 e suas contribuições para os ex-alunos, ingressantes nesse período. O estudo historiográfico é fruto de pesquisa de doutorado e utiliza como procedimento metodológico a análise de fontes primárias e entrevistas com ex-alunos. Os resultados demonstraram que a licenciatura em Psicologia foi inserida no curso da UFMG desde a primeira turma de entrada de alunos de 1963 e ofertada no formato de cumprimento obrigatório para todos os alunos daquele ano. Em 1965, a licenciatura tornou-se uma formação opcional e, a partir de então, cada vez menos alunos passaram a optar por ela. Os entrevistados confirmaram os dados obtidos na análise documental relativos ao funcionamento da modalidade e apontaram os aspectos metodológicos aprendidos durante a licenciatura como as principais contribuições para suas formações profissionais. Esperamos que a pesquisa contribua com as reflexões sobre a oferta da licenciatura na formação dos psicólogos brasileiros e com os estudos históricos sobre a Psicologia no Brasil.
Explorar
Autor
Tipo de recurso
Ano de publicação
- Entre 1900 e 1999 (115)
-
Entre 2000 e 2025
(1.715)
- Entre 2000 e 2009 (501)
- Entre 2010 e 2019 (827)
- Entre 2020 e 2025 (387)